A Chuva de Rani (EM REVISÃO) escrita por Elle Maria


Capítulo 2
Capitulo 2




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O homem era forte, não do tipo fofo, mas do tipo grade na altura e na largura, talvez pelo passado de nadador na universidade. Usava suspensórios vermelhos com uma camisa branca, e calças largas amarelo queimado.

Rani se levantou do sofá, e se aproximou chamando a atenção do homem.

“Com licença. Como o senhor entrou na minha casa?”

Naquele instante a frase pareceu idiota para Rani, como se ela estivesse em outro lugar, e ela fosse o intruso e não ele. As paredes não estavam cinzas, estavam amarelo alegre com vários quadros com referências ao jazz com saxofone discos e cantores famosos. Tinha mais moveis com cores divertidas, não lembrava nem de perto, e tão pouco de longe o lugar que havia comprado.

Envergonhada Rani decidiu que o certo seria ir embora dali. Indo em direção a porta esbarrou em umas das caixas que veio na mudança e logo em cima estava a capa do disco. Rani ainda confusa se abaixou e a pegou. A capa era em preto em braco como a maioria das fotos daquela época, entretanto o rosto do instrumentista era do homem que estava tocando o piano na sala. Olhando para baixo reconheceu suas coisas na caixa, então foi fácil perceber que havia se equivocado, e sim, aquele lugar era dela.

Rani ficou perturbada como as coisas poderiam mudar tanto, talvez ela não tivesse prestado atenção nas coisas assim que entrou. Mas, como explicar aquele homem ali, a fechadura era nova e estava trancada, não havia compartilhado com ninguém a chave, pois não tinha ninguém para compartilhar.

O homem então parou de tocar e começou a rir. Confusa, atordoada, louca, Rani não tinha ideia de qual palavra combinava mais com tal situação.

“Sabe, uma pessoa normal iria me bater e me jogaria para a rua.” Disse o homem se levantando e se virando para que Rani visse seu rosto. Era feliz iluminado e muito bonito. “Você realmente e estranha.” Pois se a rir mais uma vez caminhado relaxado pela sala.

“Eu estranha? O senhor que entra na minha casa e muda tudo, é e eu a estranha?!” Exclamou Rani um pouco exaltada e gagueja-te.

“Tem razão.” Disse ele um pouco pensativo, mas com um risco de um sorriso. “Então somos dois estranhos.”

“Por favor senhor, vai embora! Se não vou chamar a polícia!” Rani era do tipo sensível e delicada de mais, como uma gota de chuva, então acredite quando digo que essa frase foi um esforço em tanto para ela dizer.

“E diria o que para eles?” Perguntou em um tom cheio de curiosidade, se sentando no sofá e cruzando as pernas de forma elegante.

“O que? Como assim o que diria?” Rani realmente não estava entendendo, aquilo parecia uma piada mau feita. “Um homem invadiu minha casa enquanto dormia. O que mais diria?”

Então o homem cruzou as mão atrás da nuca e começou a rir. Ele era muito bonito, não do tipo bonito conquistador, era bonito do jeito dele, unico.

“Ótimo argumento.” Elogiou posicionando as mão de um jeito sério. “Agora, que homem?”

“Como assim, que homem? Você!” Disse Rani irritada por se sentir boba. Porém o homem desapareceu na frente de seus olhos e tudo com ele.

A jovem e um impulso por conta do susto bateu a cabeça e as costas na porta. Só foi ai que percebeu que estava só no apartamento com cores frias e quase nu.

“Ah, meu Deus!” Exclamou Rani assustada. “Devo ter dormindo em pé. Talvez tenha virado sonâmbula.” Rani pois as mãos no rosto o sentindo respirou e se levantou devagar.

“Uma xícara de chá ira resolver.” Indo até a minúscula cozinha tirou suas compras da sacola e a espalhou sobre a pia de mármore verde. Pegando a embalagem colorida de camomila tratou de botar a água para ferver.

Com tudo ela nem havia percebido que a hora da janta já tinha passado. Sentido a fome fez um lanche frio e rápido: um sanduíche de presunto e chá, não era o que estava acostumada a comer, entretanto, era o que tinha na hora.

Antes de voltar a entra na sala ela olhou para os lados, vendo que estava só caminhou calmamente por entre as caixas, passando por elas foi até o telefone se certificando que estava funcionando.

“Aló, Dr. Pierre? E a Rani, gostaria de falar sobre o antidepressivo que o senhor me passou.” Disse Rani se sentando em pequeno banco.

“Ola, Rani!” Respondeu simpaticamente o homem do outro lado. “Que bom que ligou, estava exatamente pensando em falar disso com você.” alguns minutos foi colocado antes dele prosseguir. “Mas me diga, o que queria falar?”

“Bem. O senhor teria como o senhor mudar a fórmula, acho que estou tendo alucinações.” Disse em um tom que quase desaparecia a voz.

“Alucinações? Rani você voltou a ver seus parentes falecidos?” Perguntou o Dr. Preocupado.

O silêncio de Rani sou com um “sim” no ouvido do Senhor Pierre que logo tratou de busca uma solução.

“Venha amanhã as dez, marcarei o horário para você. É evite de usa o medicamento.” Em seguida desligou o telefone.

Só bastou botar o telefone no chancho para que algo estranho acontecesse: gotas de chuva começou a cair do teto, sendo que isso e impossível já que Rani estava em seu apartamento. Não poderia ser infiltração do andar de cima, já que assim que elas caiam o forro ficava seco como se nunca tivesse acontecido. Rani ficou observando as gotas se multiplicarem e se tornarem mais intensas, molhado todo o seu corpo menos o tapete da sala.

“Oh, Senhor me ajude!” Disse Rani em súplica. Ela então suspirou fundo, se levantando seguiu até a vitrola e fazendo com que o disco The Sun in Your eyes tocasse.

“Um pouco de música irar mudar o meu ânimo.” Pensou ela. “E apenas uma ilusão. Não existi.” Aumentando o som ela saiu até seu novo quarto, pegou uma toalha e alguns produtos de higiene que ainda estavam na caixa.

O banheiro ficava no final do corredor, era pequeno como o resto dos cômodos, mas diferente dos demais era mais “conservado”. Com ladrilho azul e branco que ajudava a decorar o ambiente junto com a antiga banheira branca. A água tanto do banheiro quanto da cozinha funcionava perfeitamente. A água morna junto com a música que tocava trazia uma sensação relaxante em Rani, que aproveitava cada sentido bom que lhe trazia, era como um raio de sol em um dia extremamente frio onde você só pensa em ficar de baixo dele. E o solo de piano era algo que fazia ela sorrir e suas alucinações desaparecer. Rani não sabia das horas, mas achou que era tarde quando a música parou de tocar. Se enrolando na toalha saiu de dentro do banheiro e foi até a sala na intenção de fazer a música tocar novamente. Não havia nada de especial lá, o que era bom, entretanto tinha algo estranho na cozinha na pia onde tinha suas compras espalhadas, agora estava limpo, tudo guardado. Rani coçou sua cabeça e pensou que talvez tivesse guardado e arrumado, porém agora não se lembrava. Abanando as mão e a cabeça Rani decidiu deixar para lá, seguindo até a vitrola ao chegar lá teve uma surpresa. A vitrola estava desligada e a agulha estava levantada, e o disco estava parado.

“Mas, como?” se perguntou Rani Atônita. Ainda enrolada na toalha a apertou ao redor de seu corpo.

“E falta de educação andar pela casa enrolada em uma toalha.” Disse uma voz máscula e cheia de sol atrás dela. Se virando se deparou com o mesmo homem de mais cedo encostado no portal da cozinha no meio da soleira de mármore. Ele a olhava com o olhar de repreensão no mesmo tempo que parecia divertido. Infelizmente para Rani não havia nada de divertido naquela situação, ora, veja só: ela estava enrolada em uma toalha só no meio da sala com um estranho que a olhando com reprovação, não poderiam jugá-la se entrasse em estado de choque, e foi exatamente o que e aconteceu. Ela andou de costa até se encontra com a parede, em seguida foi escorregando por ela até se encontra com o chão e os soluços surgirem ao ponto de abraçar os joelhos.

“Hey. Não precisa ficar sim. Muitas pessoas ficam de toalha em casa, e normal.” Disse o homem se aproximando com preocupação. Se abaixando ao seu lado continuou. “Um dia meu avô ficou pelado na casa de campo, pode ter certeza que não era uma visão bonita principalmente para um menino de doze anos.” Disse o homem para fazê-la ri. Rani não riu, estava assutada de mais.

“Não precisa ficar envergonhada. Foi apena uma brincadeira.”

Com os olhos cheios de lágrimas o olhou e disse.

“Não estou chorando por estar envergonhada, estou chorando porque tenho medo das alucinações que me machucam.”

O rosto do homem então ficou sério e pensativa ao ouvir as palavras de Rani. Ele se levantou andou um pouco na sala e depois voltou para junto dela.

“Sinto muito. Não era minha intenção te assustar. Quando te vi eu achei que poderia ter alguém agora com que conversar.” Ele deu um suspiro e continuou. Era difícil ver Rani daquele jeito tão sensível quanto um vaso de cristal “Eu não sou um fantasma mau, não vou te machucar.” E nesse ponto ele desapareceu na frente de Rani.

Rani sentiu algo diferente das outras vezes que viu uma alucinação, ele não tinha uma áurea sombria.


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Notas finais do capítulo

(CURIOSIDADE)
Os anos cinquenta foi marcada por diversas descobertas de antidepressivos, sendo conhecida como a década "Esvaziadora de Hospícios".
Apesar de um grande passo os medicamentos causava diversos efeitos colaterais como: desmaios, vômitos e etc.
Espero que tenham gostado do segundo capitulo. Beijos !!!



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