A Chuva de Rani (EM REVISÃO) escrita por Elle Maria


Capítulo 1
Capítulo 1




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Pingos caia nas janelas de vidros em uma silenciosa forma de aviso, logo cairia um temporal.

Era tão melancólico quando chovia, sempre era triste, mesmo que ela fizesse as plantas crescer e as flores florescer. O céu azul sumia quando ela aparecia, e as cores se escondia quando ela chegava.

“È apenas uma chuva, minha filha.” Disse sua mãe em um dia, quando Rani tinha doze anos. A garota de olhos castanhos e cabelos escuros observava a chuva da varanda inspirando e respirando tristeza em um luto que parecia infinito. Porém, a chuva nunca passou.

A chuva vem, mas logo em seguida vai. Assim seria o comum, o obvio, porém na vida de Rani sempre foi ela, sua constate companhia. Os dias vinharam longos e tristes logo depois vinharam os anos que simplesmente não fizeram seu trabalho de cura. O clima iria muda, decidiu Rani arrumando sua mala, iria se mudar. Iria deixa aquele lugar onde deveria existir um jardim e não um cemitério. As boas lembranças faziam parte de passado do qual não se dá para retroceder, mesmo que você deseje isso todos os dias, e deseje ainda mais quando os problemas apareçam.

A cidade não era um monstro, na verdade eram vários, mas, poderia contornar isso. Passou metade de uma vida tendo que lidar com vários, agora não seria diferente.

Um pequeno apartamento quente era melhor que uma grande casa fria. Seu novo lar ficava na cidade um simples edifício antigo que lembrava os sons do Jazz e do Blues. Fechando seu guarda-chuva Rani observou o edifício por fora e sorrio criando expectativas.

“Por aqui senhorita. Vou te mostra seu apartamento.” Disse o velho zelador com seu jornal de baixo do braço.

“A senhorita vai amar! E pequeno, e já vem com alguns moveis.” Disse o velho sorrindo enquanto subiam a enorme escada em espiral.

O apartamento era realmente pequeno: dois quartos pequenos, um singelo banheiro no final do corredor. A sala tinha apenas um pequeno sofá com listras azuis e brancas, uma pequena mesa de centro uma mesa para refeição com apenas duas cadeiras. Todos os moveis eram coloridos e estranhos para Rani, principalmente o piano vertical branco ao lado do sofá.

“Era do antigo dono esses moveis.” Explicou o senhor pondo a mão em cima do piano. “A família não quis a maioria dos pertences. E esse foi um dos.”

Rani olhou aquela caixa que seria sua casa e respirou fundo. Algo dentro dela se agitou, talvez de um jeito ruim ou bom, mas, Rani não estava acostumada com isso então não sabia o que dize.

“Seja bem-vinda senhorita!” O velho se afastou em direção a porta, porém antes que completasse seu rumor foi interrompido.

“Um minuto, por favor…Sobre o antigo dono, como ele morreu?” Perguntou a jovem em uma curiosidade mórbida e tão comum.

O velho então riu a deixando confusa.

“Não se preocupe menina, ele morreu do coração na rua.”

Rindo mais uma vez continuou. “A alma dele, com certeza, não assombra esse lugar.” Em seguida saiu deixando a jovem só.

Assombrado ou não, o apartamento ficou durante três anos sem que alguém se interessasse. Podiam dizer que ouviram som estranhos, e vultos foram vistos dançando ao som de um jazz desconhecido pelo apartamento, pois, certamente acreditariam. O antigo dono era um músico competente, fazia músicas dançante e românticas para sua inspiração que ninguém nunca já mais viu, nem em seu enterro foi vista quem poderia ser sua amante.

Rani esfregou o peito tentando esquentá-lo. Olhou de novo sua caixa, seu novo lar, e deslizou os dedos sobre o piano e os moveis que agora eram seus. Deixou sua mala sobre o chão e saiu pela casa, observando os cantos e o quarto que iria dormi. O caminhão que ira trazer sua cama e outros pertences demoraria, Rani então achou melhor compra algumas coisas para passar essa noite.

Pegando sua fiel companheira (o guarda-chuva) e saiu.

A cidade era alegre mesmo tendo nuvens pesadas sobre a cabeça.” Pensou enquanto caminhava pelas ruas ensopadas e tumultuada. Havia tantas pessoas sorrindo, conversando e fazendo compra assim como ela. “Vai ser muito bom viver aqui.” É tentou um sorriu.

A jovem de casaco vermelho e sobrinha escura caminhava devagar enquanto segurava sua sacola de papel. A chuva tinha mandado seus avisos, mesmo assim pegou vários desprevenidos, menos Rani que já anda com o guarda-chuva aberto. Anos de experiência assim se presume.

Ao passar na frente de um bar algo lhe chamou a atenção. A música que tocava era tão boa que fez com que Rani ficasse parada em frente escutando aquele maravilhoso barulho. Era agitado mas sutil, tinha pitadas de tristeza, porém a alegria a deixa poética. É esse som fez com que o corpo frio de Rani se esquentasse um pouco. Estranheza, senti tal sentimento lhe causava estranheza e dúvida. Sua família nunca lhe explicou nada, eram tão distantes e frios, e depois se tornaram mais distantes e mais frios.

“Não prefere escutar aqui dentro, onde é quente e oferecemos boas bebidas para tempo frio?” Disse um belo homem que estava já na casa dos quarenta. “E melhor quando se bebe algo quente.” Prosseguiu quando não obteve nem uma resposta.

Rani olhou os lados para ter certeza que falava com ela. As pessoas de onde ela veio não a via, se viam fazia de conta que não a via. Uma triste herança, imagine o que quiser duvido que adivinhe o que seria. Por desconhecer o ato de ser vista fez com que estranhasse mais uma coisa na nova cidade.

“Claro. Seria ótimo.” Entrando fechou seu guarda-chuva bateu nos ombros tirando algumas gostas de chuva. Estava desajeitada, se sentia estranha, nunca era convidada para nada nem mesmo para comprar algo, então se puder não a jugue ainda.

“Então, o que posso te servir?” Perguntou gentilmente o homem enquanto a ajudava aguardar seu casaco.

“Um copo de café com leite seria bom.” Respondeu Rani se sentando no ambiente despojado, com fotos de cantores nas paredes e objetos que lembravam música.

“Aqui estar seu café com leite.” Disse o homem se aproximando com uma xícara em mãos. “É antes que me esqueça. Me chamo Fernando.” Estendendo educadamente em direção a Rani que a segurou.

“Rani.” Disse seu nome retribuindo. Aproveitando o sabor do café e a oportunidade perguntou. “Quem cantar?”

A música havia mudado assim que entrou, mas que cantava a anteiro era o mesmo que cantava a nova faixa.

“Um velho amigo que se foi a um tempo.” Disse o homem chamado Fernando. Ele parecia triste e feliz com as lembranças que vinham em sua cabeça. “Era um ótimo compositore cantor. Tinha talento. Sinto sua falta.” Rani o observava silenciosa, sabia como era estar desse lado, pois ainda estava desse lado. Mas, por algum motivo sua nuvem escura e cheia de chuva não desaparecia como das outras pessoas. Sem saber o que dizer ela segurou sua mão em um gesto tímido mas quente.

“Não precisa se preocupar. E bom lembrar de vez em quanto.” Disse em um sorriso bonito. “Quero que fique com isso disse o homem se levantando e tirando o disco da vitrola.

“Não posso aceitar. Deve ter muito apreço por isso, não posso aceitar.” Disse Rani agitando as mãos em negativa.

“Por favor aceite.” Insistiu o homem docemente. “Tudo o que ele mais queria era que sua música fosse apreciada de verdade. Por favor aceite”

Sobre esse argumento Rani não teve outra decisão a não ser levar consigo as compras seu guarda-chuva e o disco com o belo retrato de um homem com a legenda The Sun in Your eyes (O sol em seus olhos,) na capa.

Assim que chegou no apertamento foi recebida pelo velho zelador.

“Suas coisas já chegaram.” Anunciou ele. “Como a senhorita não estava eu mesmo as recebi.”

“Muito obrigada, senhor Arnaldo!” Agradeceu a jovem timidamente.

Passando pelo zelador subiu as escadas até seu apartamento.

Ao entrar em seu apartamento encontrou cinco caixas de papelão e sua cama que veio da fazenda. O senhor zelador fez questão de arrumar em seu quarto e desempacotar algumas coisas, como seus livros os ajeitando sobre a escrivaninha, e a sua velha vitrola.

Toc, toc, toc. Abrindo a porta o velho estava lá com um sorriso educado no rosto.

“Algum problema senhor?”

“Não, não. Eu só passei para dizer que minha esposa faz ótimos ensopados, se você senti fome e só bate na minha porta. Aproposito foi ela que arrumou se quarto, espero que não tenha ficado chateada.

“Não, eu não fiquei. Obrigada pela oferta, mas hoje vou ficar com apenas um lanche.”

Se despedindo Rani foi ate o disco e o colocou na vitrola para escutar. A música preencheu seu ouvido e seu corpo como um abraço quente, que só sentira em sua infância. Rani acabou dormindo ali mesmo em meio as caixas no sofá.

Um leve som de piano fez com seus olhos se abrissem e percorressem o lugar. Suas caixas tinham sumido, tudo estava arrumado e perfeito, a não ser pelo estranho que tocava o piano do desconhecido que agora era seu. Ele tocava tão livremente como se fosse seu, como se o apertamento o pertencesse. Ate mesmo a Rani se sentiu uma intrusa. Todo aquele lugar tinha seu jeito sua marca. Ele não se virou continuou a tocar, a ignorando talvez.


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Notas finais do capítulo

{CURIOSIDADE}
Toda essa historia se passa na década de cinquenta, onde o rock dos The Beatles estava em alta , mas ainda tinha um espaço para o jazz.
A moda era de vestidos rodados e com estampa, carros Conversível Buick Super, era o sonho para muita gente e sinal de poder.



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