Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 51
Forever Yours


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Hello Hello, peps? Como vão vocês? Desanimados? Então 'bora animar isso aqui porque hoje é dia e dia de cap da Laços, Uhulll o/
Repararam que esse é o primeiro cap com o título todo em inglês? Falarei mais sobre nas notas finais :)
Boa leitura ;)
Bia:
Heeei gente! Tudo certo?
Acho que o clima da bad está começando a se dissipar por aqui! :3
Já garanto que vocês darão altos sorrisos com o capítulo de hoje!
Boa leitura!
Stelfs:
Hello, Hello. Como vão vossas senhorias? :) Gente, a nossa Laços está na reta final! Mas não chorem porque teremos muitas e muitas surpresas daqui para frente! Aproveitem esse capítulo cheio de amor que a dona Ester preparou para vocês. Boa leitura



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Terminei de digitar o último texto e salvei no Word. Fechei e fui imprimir. Queria andar logo pra não me atrasar pra aula com a Bruna.

Peguei as folhas com o que eu ia ensinar a ela. Sexta-feira era história, já que cada dia íamos revisar uma das matérias que ela precisava: história, geografia, matemática e ciências.

Como eu só ficaria na cidade até quarta-feira, ia dar um jeito de dar uma adiantada na matéria da Bruna. A garota ficou chateada que eu não poderia dar mais aulas pra ela. Mas fazer o que.

Aliás, estava todo mundo chateado que eu ia embora. Esperava começar a receber as despedidas a partir da próxima segunda, quando eu fosse até a faculdade pra trancar a minha matrícula.

É, minha gente, eu aceitei a situação. Depois daquela cena onde acabou sobrando pro coitado do Lys, eu aceitei. Não que eu não estivesse triste, pois ainda estava meio na bad. Nostálgica, na verdade. Mas, aos poucos, eu ia voltando a ser eu mesma. Afinal, eu acreditava no futuro.

Depois de parar de pensar na vida, me arrumei, guardei as folhas numa pasta na mochila e sai quase correndo do quarto.

Passei pelo corredor e encontrei a Bia e a Stelfs rodeadas de papéis na mesa.

— Vai pra aula com a Bruna? — Stelfs perguntou e ela e a Bia voltaram os olhares pra mim.

— Vou sim e já tô atrasada. — Peguei minhas chaves e ia dar tchau pra elas, quando passei os olhos pelos papéis, de longe. — O que vocês tão vendo?

Bia olhou pra Stelfs antes de me responder:

— A gente tá fechando as contas do mês.

Nesse momento, um close direto na minha cara, bem no estilo Avenida Brasil. É, o dia chegou.

— Eu, eu... — Olhei pra elas, tentando pensar em algo coerente. — Eu posso ajudar um pouquinho, com o dinheiro que eu consegui com as aulas — falei meio desconcertada, preocupada em como ia fazer com a minha parte.

As duas se olharam de novo.

— Ester, não precisa, a gente se vira — Bia iniciou, tentando me consolar. Stelfs apenas assentiu e eu suspirei.

— Ah, gente, eu quero ajudar nem que seja com um pouco. — Stelfs ia começar a falar, mas eu cortei. — Depois a gente conversa. — E fui pegar minhas chaves pra não olhar pra elas. — Tô atrasada pra aula.

E nem me despedi direito das duas, de tão em choque que eu estava.

Fui andando rápido pelo corredor e apertei com força o botão pra chamar o elevador, porém nem precisava, pois ele já estava subindo.

As portas se abriram e eu fui surpreendida por um rapaz de cabelos escuros e calça militar, junto do Lysandre.... Ih, caramba!

Os dois saíram e o rapaz me cumprimentou com um aceno de cabeça e se voltou para Lysandre. Eu tentei dar um sorriso pra ele, que estava me olhando com uma sobrancelha levantada.

— Kentin, se importaria de já ir entrando? Castiel está em casa, basta bater na porta e pedir para que lhe mostre o quarto — disse pro outro e então se voltou pra mim. — Vou conversar um pouco com a minha namorada. — Com essa fala, deu um sorriso pra mim.

O rapaz, Kentin, disse que não tinha problema e foi até o apartamento dos meninos. O sorriso do Lys se desfez e transformou em um olhar preocupado. Tentei sorrir pra ele, de novo.

— Desculpa, Lys, não vai dar pra conversar muito. Tô atrasada pra aula. — Tentei sair rápido e me aproximei, ficando na ponta dos pés e me esticando, pra dar um beijo na bochecha.

Ia sair fora, quando ele me tocou o ombro e eu ouvi um barulho do elevador. Alguém apertou o botão em outro andar. Droga droga droga droga!

— Ester, há algo te incomodando? — perguntou mais baixo e ouvimos o barulho da porta abrir e Kentin entrou. Eu balancei a cabeça, como se dissesse “claro que não”. — Sinto sua tensão de longe. — E então ficou as duas mãos no meu ombro.

Fiquei em silêncio. O encarava em choque e evitando olhá-lo nos olhos. Eu não ia mentir pra ele, claro que não, mas também não queria conversar sobre. Não desejava tocar no assunto porque não queria encher o saco com as minhas neuras, nem falar da questão em si, que eu não tinha nem parado pra pensar.

Ele me puxou pra um abraço, o que já era costumeiro nessas situações. Respirei fundo e absorvi o seu perfume.

— Hora de fechar as contas — soltei baixo, resumindo tudo em apenas uma frase. Senti ele subir uma mão até minha nunca e deixar a outra nas costas.

Antes que dissesse algo, o elevador fez barulho de novo e ouvimos a porta de emergência ser aberta. Nos separamos um pouco e olhamos pro lado, vendo o vizinho da frente sair. O senhor nos cumprimentou com a cabeça e foi até o apartamento dele. Resolvi aproveitar a deixa.

— Eu tenho que ir — anunciei novamente, terminando de me afastar. — Tô atrasada pra aula. Melhor não deixar a Bruna esperando. — E sorri fracamente.

— Não compreendi muito bem o que você quis dizer — Lys voltou a se aproximar de mim e eu ia responder. — Porém, o que quer que seja. — E colocou as mãos sobre os meus ombros de novo. — Não deixarei que enfrente isso sozinha.

— Lys, não... — Ia tentar argumentar, mas senti seu dedo sobre os meus lábios.

— Me preocupo com você e não deixarei que enfrente isso sozinha, ainda mais agora — disse com certo pesar na voz e eu lancei um olhar triste.

Ele retirou o dedo dos meus lábios, achando que eu fosse falar, porém o abracei.

— Eu sei disso. — Não, não vai chorar agora, nem pense nisso. Então, respirei fundo. — Eu... — Tentei voltar a realidade. — Eu tenho que ir, sério. — E voltei meu olhar para ele.

Fui puxada para um beijo, em surpresa. E os meus pensamentos voltaram a ficar bagunçados de novo.

Senti-o separar os lábios dos meus e ficar com o rosto próximo.

— Qualquer coisa, converse comigo mais tarde, sim? — questionou e eu apenas assenti. Ele me deu um beijo na testa. — Agora devemos ir. Tente não se martirizar com o problema. — Fui tentar contestar essa fala, só que ele ainda continuou. — Isso apenas fará com que fique nervosa, o que não faz bem.

Sorri fraco e nos beijamos mais uma vez. Lys entrou pro apê dele e eu voei até o elevador. Hora de dar uma de maratonista!

....

— Eles eram horríveis! — Bruna opinou, enquanto fechávamos as coisas, terminando a aula.

— Eles não eram horríveis. — Tentei fazer ela mudar de ideia, mas só recebi um olhar indignado de volta. — Tá, eles faziam sacrifícios humanos, porém, é válido lembrar que isso fazia parte da cultura dos astecas e dos maias — disse num tom professoral. — Quero ver a senhorita mandando bem na prova, viu? Nada de só sair falando mal deles por aí. — Me abaixei e Bruna me deu um beijo na bochecha.

— Sim, senhora — ela brincou e eu ri, enquanto íamos até a sala, caminhando pra porta. — Vou tirar um dez e mostrar pra você. — Eu ri, imaginando que eu já não estaria mais na cidade quando isso acontecesse.

— Bruna, — Viramos pro lado ao ouvir a voz da mãe dela, — vai lá falar com a sua irmã um pouquinho? Eu levo a Ester até a porta. — A menina assentiu e passou toda feliz pela mãe. Eu sorri, mesmo estando nervosa. O que que eu fiz? Ela já tinha pago a aula de hoje. — Posso conversar um pouco com você?

— Claro — respondi e ela abriu a porta para que eu passasse, ficando nós duas na varanda da frente.

— Você vai ficar mais quanto tempo na cidade? — Dona Adriana questionou, com um olhar acolhedor.

— Até quarta-feira. Eu estou dando um jeito de adiantar as matérias com a Bruna, pra... — Tentei emendar direto, porém, recebi um olhar e deixei que ela continuasse.

— A Bruna vem te elogiando muito. — Sorri ao saber disso. — Eu cheguei a comentar com uma amiga, já que a filha dela também está tendo dificuldades na escola. — Dona Adriana olhou pra mim, como se esperasse que eu dissesse algo, porém permaneci quieta. — Ela pediu pra que a Melissa, filha dela, também tivesse aulas com você.

— Dona Adriana, eu...

— Eu sei que você não pode ficar. — E sorriu tristemente pra mim. — Mas eu vou te dar o número dela. — E me entregou um papel com o nome “Camila” e um número de celular. — Caso você mude de ideia, é só falar com ela. — E sorri, mesmo sabendo que seria muito difícil disso acontecer. — Eu e as meninas gostamos muito de você, Ester. É uma pena que você tenha que ir embora — disse com um pesar na voz.

Eu suspirei. Ah, a nostalgia...

Me despedi da Dona Adriana e fui embora pra casa.

...

Cheguei e destranquei a porta. Ia pro meu quarto, mas vi a Bia na cozinha, preparando alguma coisa.

— Esteeeer, tudo bem? Chegou cedo — ela comentou e eu olhei pro relógio da parede.

— Cheguei não, já é cinco e pouco. — Bia repetiu o meu gesto e foi lavar as mãos.

— É mesmo. Nem vi a hora passar. — Ela começou a secar as mãos no pano de pano e eu sorri, já quase indo embora pro meu quarto. — Então, Ester... — Ela começou e eu estaquei de novo. — Eu estava falando com a Stelfs hoje mais cedo. — Ih, caramba... Momento Avenida Brasil de novo. — E vimos que juntando nosso dinheiro, dá pra pagar as contas sossegadas.

Eu parei, no meio de uma frase a ser dita e com a boca aberta. Bia olhou pra minha cara e riu do meu bug.

— Claro que não sobra pra esbanjar, mas entre esbanjar e ter você com a gente, lógico que preferimos ter você. — Ela soltou tudo de uma vez e eu disse a coisa mais sensata possível: hããã.

— Mas eu posso ajudar um pouquinho e, se precisar, depois eu pago. Porque eu volto... — Encontrei a minha voz e parei de dar uma de Percy Jackson.

— Pode sim, quando você quiser comprar uma lata de leite condensado pras lombrigas, você ajuda. — Bia ignorou a última parte da minha fala e continuou.

— Eu achei que fosse só o Castiel que tivesse lombrigas. — Foi a primeira coisa que veio em mente com a afirmação dela. — Mas, Bia, sério, eu não posso...

— Mas por enquanto não precisa ficar se preocupando com as contas mais caras, a gente consegue pagar tudo. — Ela provavelmente sabia o que eu ia falar e chegou com essa. — E, por isso, você pode ficar o tempo que quiser. Não precisa ir embora, porque vamos unir nossas forças pra que você fique. — Ela deu uma pausa e olhou pra mim, que estava com a boca levemente aberta e uma cara de Brucutu das cavernas que não tá entendendo o que está sendo falado e fica “hãããã, dã? ”. — E se você continuar falando desse jeito, aí eu te taco pra fora mesmo — ameaçou brincando e eu ergui as mãos em sinal de “não está mais aqui quem falou”.

— Ai, gente, eu não acredito que vocês tão fazendo isso por mim. — E fui até ela, com mochila nas costas e tudo, a surpreendendo com um abraço de irmã urso. — Só que você sabe que isso não é certeza, né? — Me separei do abraço e olhei pra Bia. — Eu tenho que falar com os meus pais primeiro, explicar a situação atual...

— Okay. — Bia parou com as mãos na cintura. — Se eles não quiserem que você fique, eu descubro onde eles moram e vou lá puxar o pé deles até eles deixarem. — Eu dei uma risada alta depois dessa e a abracei de novo. — Agora deixa eu terminar o meu pudim, senão não tem sobremesa — disse, ao nos separarmos de novo do abraço.

Eu sai comemorando feliz e entrei no meu quarto, jogando minha mochila na cama e pegando o celular.

Fui nos contatos e apertei pra ligar pro meu pai. É agora!

...

Depois de meia hora de conversa, de eu explicar a situação atual e também como eu estava, meu pai disse que ia conversar com a minha mãe. Não pude deixar de ficar um pouco preocupada com isso, mas deixei quieto.

Na hora da janta, contei isso pra Bia e ela repetiu a frase anterior, que ia puxar o pé da minha mãe. Eu apenas ri e voltamos a conversar felizes.

...

Na manhã seguinte, foi a hora de falar com a Stelfs, no café da manhã, já que ela voltou tarde do trabalho. Preciso nem dizer que mesmo assim ela comemorou com a gente, né?

Ficaram as três doidas à mesa, só faltando sair dançando em roda, de tão felizes.

Na parte da tarde, depois do almoço, estava todo mundo morrendo de tédio, porém, eu criei coragem e fui pro meu quarto, tentar fazer algum trabalho da faculdade, já que não ia precisar mais trancar a matrícula (eu ouvi um aleluia, irmãos?).

Fuçando na minha mochila, achei o papel que a Dona Adriana me deu no dia anterior, com o número de telefone da Camila.  Deixei-o na escrivaninha, pra tentar ligar mais tarde, só esperando a confirmação do meu pai.

E ela não demorou muito. Antes que eu começasse a fazer o trabalho, meu celular tocou.

Atendi e conversei com ele. Resumindo: minha mãe achou um pouco ruim que as meninas iam arcar com as contas, mas ele a convenceu e disse que eu também ajudaria elas como desse. Ah, sim, já tinha falado que estava dando aulas pra duas meninas (acabei incluindo a garota nova na conta) e conseguiria algum dinheiro.

No fim, o veredito final foi: eu poderia ficar, desde que essas aulas dessem algum futuro e eu conseguisse me manter sozinha na cidade.

Eu agradeci aos céus e a todo mundo que me lembrei e finalizei a chamada, depois de conversarmos mais um pouco.

Sentada na cama, olhando pro nada, eu dei um grito e cai deitada, não acreditando no que aconteceu nas últimas horas. Era um milagre?

Eu ria feliz, pensando em como seria pra contar as novidades pra todos. Aliás.... Comemorar um pouco seria bom.

Olhei as horas e vi que já era um pouco depois das quatro. Então, troquei de roupa e resolvi passar no café. Ia perguntar pra Bia se ela não ia querer ir comigo.

Já pronta, peguei o meu celular e pluguei os fones, na minha playlist da animação, que fazia tempo que eu não ouvia. Começou toda feliz com Footlose e eu abri a porta, praticamente dançando.

Passei pelo corredor e resolvi dar aquele escorregão de filme e cai no chão. Me levantei desengonçada e voltei a dançar, tentando uns passos de twist (nunca que aquilo seria twist, mas relevemos).

Cheguei na sala e Bia olhou pra mim, talvez ficando em dúvida da minha sanidade mental.

Eu parei em frente ao sofá, pronta pra gritar, quando:

— Você vai ficar? — ela berrou e pulou do móvel, me abraçando.

Ficamos as duas pulando abraçadas, enquanto gritávamos “ficar, ficar”.

— Como você adivinhou? — perguntei, depois de termos nos separado.

— Você vem toda animada, dançando e seria o que? — Ela retornou e caímos na risada de novo.

— Nossa. — Parei com a mão na cintura. — Não sabia que eu sou tão previsível assim. — E desembaracei os fones da gente.

— O que que você tá ouvindo aí, pra sair dançando daquele jeito? — Bia perguntou e ia pegar um dos fones, mas eu desconectei do celular e a música começou a tocar. Já tinha acabado a anterior e ido pra What a Feeling.

— Não é a música daquele filme... — Ela ia começar, mas eu a puxei, falando “vem”.

Saímos dançando loucamente pelo apê, dando giros e piruetas. Era motivo pra comemorar, não?

Quando a música acabou, nos jogamos no sofá, rindo.

— O que a gente faz agora? — Bia perguntou toda animada e eu contei pra ela dos meus planos, convidando-a. — Opa, é claro que eu vou. Só deixa eu tirar o meu cosplay de mendigo.

E ela foi correndo pro quarto. Ouvi um barulho de porta fechar e continuei dançando, com uma música do ABBA.

Okay, eu ainda tinha que dar um jeito de me virar, mas eu podia comemorar mesmo assim, não?

Enquanto ia dançando, só sentindo a música, fui pensando no que ia fazer dali pra frente. Primeiro: contar pra turma toda. Ia no café pra encontrar com o Lys e a Stelfs. Depois, na segunda, contar pros meus colegas da faculdade. Depois, conseguir mais alunos.

— Eita, tá ai ainda? — Bia apareceu vestida em seu habitual estilo e eu parei no meio de um passo de “Nos Embalos de Sábado à Noite”.

— Ué, chegou a hora de sair da bad, né não? — Com essa, saímos as duas rindo.

Entramos no elevador e continuamos dançando. Quando as portas se abriram, demos de cara com Nathaniel, que estava com uma sacola na mão, esperando pra subir. Parei, esperando a reação da Bia, mas, pra minha surpresa...

— Gimme gimme a man after midnight! — Ela saiu cantando e pulando, praticamente ignorando a presença do Nathaniel, que a observou de um jeito estranho.

Eu dei de ombros e sai rindo atrás dela.

Passamos pela portaria, cantando Beatles pro John e chegamos na rua, onde paramos um pouco com a cantoria, pra parecermos apresentáveis, e eu desliguei a música.

Pegamos o ônibus e, depois de alguns minutos, chegamos no café. Passamos pelas portas like duas divas e vimos a Stelfs terminando de atender uma mesa. Ela acenou pra nós duas e eu fui quase correndo até ela.

Planejei a maior frase, só que...

— Eu vou ficar, eu vou ficar, eu vou ficar — dizia enquanto chacoalhava ela pelos ombros.

Foi então que eu parei um pouco, deixando a menina respirar. Ficamos uns segundos olhando uma pra cara da outra, até que Stelfs simplesmente deu um grito:

— Você vai ficar! — E pulou no meu pescoço, me abraçando. Bia se junto a nós no abraço coletivo.

Depois de sairmos desse momento frienderagem, vimos que os clientes nos olhavam como se fossemos três loucas.

Rindo, fomos até o balcão, onde pedimos nossos habituais milk-shakes e Stelfs começou a preparar. Os colegas dela perceberam nossa animação e logo estávamos todos conversando felizes, quando eles estavam livres, claro.

De repente, fomos surpreendidos quando ouvimos uma música começar. Stelfs estava ocupada trabalhando e eu e a Bia distraídas conversando.

Nos viramos de costas pro balcão e a banda toda já presente no palco. Foi então que o Lys me viu. Eu dei uma levantada de sobrancelhas pra ele, que estava claramente confuso, não me esperando lá.

O show começou e, como sempre, não preciso dizer que a banda foi ótima, né? Cada um era um arraso no que fazia.

Quando a pessoa diz que ficou o show todo trocando olhares com o vocalista, no meu caso, era verdade. Lógico que, por mais que eu tentasse esconder minha animação, não conseguia.

Lys deve ter achado estranho, já que da última vez que ele me viu, eu estava transbordando preocupação.

Ah sim, depois daquela conversa no corredor do nosso andar, não chegamos a nos falar pessoalmente, já que, quando eu voltei da aula na sexta, ele tinha ido para o café e, nessa manhã, estava ocupado com o Castiel, resolvendo algo com o novo morador do apê deles, pois o ruivo iria embora em breve. Sendo assim, só conversamos por mensagem e eu queria contar a novidade pessoalmente pra ele.

Enfim, o show acabou e foi seguido de aplausos de todo o café, como sempre. Eu batia palmas com um sorriso enorme no rosto.

Os músicos começaram a desmontar os instrumentos e Lys veio até mim.         

— Estou surpreso por você ter vindo — comentou quando já estava próximo de mim e eu já fui logo me levantando e ficando na ponta dos pés, me esticando toda, e dando um beijo nele.

— Surprise! — anunciei feliz. Antes que ele perguntasse o que tinha acontecido, já fui logo adiantando. — Tenho que te contar uma coisa. — Parei pra pensar um pouco. Pra Stelfs eu podia contar no meio do café. Pro Lys.... Bem, era melhor achar um lugar mais reservado, já que eu estava tão cheia de emoções, que acho que não ia aguentar reprisar a cena do beijo bem no meio do café.

— Por acaso seria o que eu estou pensando? — questionou com um sorriso e eu ri.

— Vamos ali pro canto? É mais.... Reservado.

— Posso sugerir um lugar melhor? — Eu apenas assenti e ele me levou pela mão.

Passamos rapidamente por uma sala atrás do café e ele abriu uma porta, que dava pra uma varanda. Tinha uma mureta um pouco alta, indicando onde o café terminava, além de alguns bancos e umas plantas aqui e ali.

— Você acabou com a minha chance de fazer a piada do canto, né? — soltei de brincadeira e ele riu. Resolvi dar uma encostada na mureta, ficando de frente pra ele.

— Qual é a novidade que você iria me contar? Sua animação é praticamente palpável. — Com essa, ele conseguiu um sorriso divertido meu.

— Acho que alguém ainda vai ter que me aturar por mais um bom tempo — brinquei, levantando uma sobrancelha e o encarando, toda feliz.

Com essa, nem cheguei a falar mais nada, já que o Lys foi logo me abraçando. Apenas ri, enquanto sentia que era erguida do chão. Logo, consegui olhá-lo nos olhos, sem precisar erguer o pescoço, devido à proximidade.

— Creio que essa tenha sido a melhor notícia que recebi, desde que aceitou meu pedido de namoro — Lysandre declarou, todo afetuoso, me deixando sem fala, pela.... Não faço ideia de quantas vezes ele já fez isso.

Apenas sorri, como uma boba apaixonada e fechei os olhos. Senti sua respiração perto do meu rosto, em seguida, esperando por um beijo, que acabou vindo bem de leve. Abri os olhos e vi que Lysandre sorria divertido.

De surpresa, ele voltou a se aproximar e dessa vez aprofundou o beijo. Acabei suspirando, feliz com o momento, que era só nosso.

Depois de toda aquela loucura e animação com as meninas mais cedo, era a hora de comemorar com o Lys. Afinal, ele também merecia um tempo a sós comigo.

Subi as mãos até o pescoço dele, fazendo carinho na parte que não estava coberta pelo casaco. Ele acabou se afastando de novo e eu ri.

— O que foi? — perguntei, estranhando.

— Suas mãos estão frias — Lys comentou e abaixou a cabeça, apoiando-a na curva do meu pescoço.

— Desculpa — pedi, brincando com os meus dedos no cabelo dele.

E acabamos permanecendo abraçados, enquanto eu sentia a respiração dele fazer cócegas no meu pescoço.

Até que senti meus pés tocarem o chão novamente.

— O que foi? — questionei, achando estranho ele ter interrompido o momento.

— Acabo de me lembrar de que esqueci de algo — anunciou e eu retornei com um “o que?”. — Acabei deixando em casa.

— Ahhh, então é alguma coisa? — E ele me abraçou pelo ombro, me guiando de volta pra dentro do café. — Pensei que você tivesse esquecido uma panela no fogo, uma torneira pingando ou algo assim. — Passamos pela sala que tinha antes da varanda e voltamos pro barulho do café. — Por que a gente voltou pro salão?

— Achei que fosse melhor irmos embora — comentou e voltamos a nos aproximar do balcão.

— Mas e as meninas? — Com essa, Bia e Stelfs, que estavam conversando, olharam para nós.

— Ué, vai com ele, Ester. Aproveita. — E me deu aquela piscadinha dela.

— É, Ester. A gente não vai se perder no meio do caminho, não. — Bia entrou na da Stelfs e eu ri. Aquelas duas....

Olhei pro Lys, que entendeu o que eu queria passar e disse que ia falar algo com a banda, rapidamente, antes de irmos.

Conversei mais um pouco com as meninas. As duas com aquelas brincadeiras, é claro, mas nesse dia eu entrei na delas e ri também.

Lys voltou e demos tchau pra elas, saindo do café em seguida. Fomos pro ponto de ônibus e quase perdemos o que passava.

Pelo horário, estava vazio e chegamos em casa sem problemas. Lógico que ficamos os dois no maior love lá nos últimos bancos do ônibus, mas relevemos, relevemos.

Chegamos no prédio, que estava no maior silêncio, e cumprimentamos o John, com direito a um coro de Let it Be da minha parte. É, eu não dava sossego pro pobre coitado, ainda mais agora.

Saí rindo enquanto pegávamos o elevador.

— Senti falta de toda essa sua alegria. — Lys me abraçou, dando um beijo no topo da cabeça.

— Sabe que eu também senti falta de mim assim? — Olhei pra nós dois pelo espelho e sorri. — Não sei qual Ester é mais difícil de se aturar: a doida da animação ou a da bad. — O elevador deu sinal que parou e logo as portas se abriram. Saímos.

— Creio preferir a primeira opção — Lysandre comentou enquanto entrávamos no corredor. Paramos em frente à porta do apê dele, enquanto destrancava.

— Hum, anotado. — E tirei um riso dele com isso. Entramos no apartamento e eu fiquei parada, esperando por algo. — E então, o que você veio buscar?

— Está no meu quarto, irei pegar. — E ia caminhando até o corredor.

— Você já jantou, Lys? — Recebi uma resposta negativa dele. — Então quer que eu prepare algo pra gente comer? Porque eu também não jantei.

Fui até perto da entrada do quarto dele, que estava transformando o quarto numa zona de guerra, enquanto procurava pelo que quer que fosse.

Voltei pra cozinha e abri a geladeira, pegando a comida que estava congelada e colocando no micro-ondas. É, eu sou de casa já.

Me sentei na cadeira da bancada, apoiando os cotovelos lá, enquanto esperava o jantar esquentar.

Ouvi passos no corredor e logo Lysandre apareceu.

— Achou? — questionei, acompanhando ele com o olhar.

— Poderia fechar os olhos? — retornou com outra pergunta e um sorriso engraçadinho.

— Humm, lá vem você. — Ri e fiz o que ele pediu. — Da última vez que você falou pra eu fazer isso, eu ganhei um beijo.

Senti que ele parou do meu lado e segurou meu queixo, dando um selinho. Porém, rapidamente afastou seus lábios dos meus e eu ri.

— O que você tá aprontando dessa vez?

E deu um outro beijo, dessa vez perto do maxilar. Lysandre foi distribuindo uma linha de beijos em diagonal pelo meu pescoço. Me arrepiei um pouco e comecei a rir.

De repente, ele parou e puxou meus cabelos pro outro lado, dando um beijo no meu ombro.

— Ué, parou por quê?

Foi então que eu senti algo frio em contato com a pele. Passei a mão e fui percorrendo, sentindo uma correntinha, que terminava em um pingente.

— O que...

E ele voltou distribuindo beijos pelo mesmo caminho. Após chegar de volta ao maxilar, passou o nariz pela minha bochecha, fazendo um pouco de cócegas, e finalizou com um beijo rápido.

— Abra os olhos — pediu e senti que ele foi afastando o rosto do meu.

Fiz isso e vi que Lys me observava com um sorriso. Olhei pra baixo e peguei delicadamente o pingente com as mãos. Era um coração dourado, que parecia reluzir em diferentes cores, conforme movimentava.

— É... — Parei por breves segundos, sem palavras. — Lindo — soltei em um sussurro.

— Abra — Lysandre disse suavemente e segurou as minhas mãos, abrindo o pingente, que na verdade era um relicário.

Dentro havia uma foto nossa, a mesma daquele dia com o pessoal no prédio, em que nos olhávamos como dois bobos apaixonados. Do outro lado, eu aproximei mais dos olhos e vi que estava escrito “Forever Yours”.

— Comprei o relicário hoje mais cedo, ainda achando que você iria embora. — Tirou os olhos das minhas mãos, pousando no meu rosto. — Queria te dar algo para se lembrar de mim....

— Como eu poderia me esquecer de você, Lys? É impossível. — E segurei seu rosto com as mãos, olhando diretamente em seus olhos bicolores. — Não preciso de nada pra me fazer lembrar de você, porque o mais importante, — E peguei uma das mãos dele, levando em direção ao meu coração. — O mais importante tá guardado aqui. — E abri um sorriso doce, acompanhando sua expressão. — Acho que poetizei agora — soltei baixo, mais como um pensamento.

Não cheguei a falar mais nada, pois logo ele se aproximou num beijo. Dessa vez, não havia desespero, não havia medo, nem nada disso. Apenas doçura e amor.

Senti ele soltar a mão que eu estava segurando e levá-la até minha nuca. Apenas suspirei, meio rindo.

Acabei me afastando um pouco, mas ainda mantive proximidade entre nós.

— There is love left in me — comecei a cantar baixinho, só pra ele ouvir, mudando um pouco o verso original. — No eyes to see the heaven beside me, my time is yet to come, so I’ll be... — Dei uma pausa. — Forever yours... — Voltei a cantar quase em um sussurro.

Ele juntou seus lábios novamente aos meus, não me deixando continuar a canção.

 


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Notas finais do capítulo

Ester:
Localização atual após isso tudo = o chão. Aaaaaaaaaa, ela vai FICARRRR, vamos todos comemorar ao som de ABBA junto com as meninas. Gimme Gimme uuuuuuuuuu ~dança.
A música que a Ester canta é Forever Yours do Nightwish: https://youtu.be/DxygxngCIPU
Bem, como eu disse, esse é o primeiro título de capítulo todo em inglês da fic. O significado de forever yours é pra sempre seu/sua. Como o pronome yours em inglês não tem diferenciação de gênero, vale para os dois, já que ambos estão dizendo isso um para outro, ambos à sua maneira: o Lys com o relicário e pedindo para que ela não o esquecesse e a Ester cantando a música (com a alteração no verso). Se o título fosse em português, teria que colocar um "seu" ou "sua" e ia acabar com meu jogo de palavras xD
Agora já deu de falatório e vamos comemorar o/
Até quarta, minha gente. Estamos na reta final, mas ainda tem muitas emoções pra rolar xD
Bia:
Ai, quanto amor, hein? ❤
Não aguento esses doissss!
Esterrrr vai ficaaaaaaaaar!! o/ ~solta fogos
Gostaram dessa ótima notícia? Esperamos que sim!
Até o quarta o/
Stelfs:
Ai, gente... Mas esses dois matam a gente do cuore, não é mesmo? Lysandre, como sempre, sendo aquele amor em pessoa e Ester contagiando todo mundo com suas bobeira :3 Casal fofis ♥ Então, por hoje é só pessoal. Até quarta



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