Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 49
Em seus braços


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:
Boa tarde, gente :} Como vocês estão? Então... acho que esse capítulo é só pra acalmar nossos heart's, porque ele tá maior amozinho ❤ Pra você, que como a Stelfs está no aguardo da viagem, do Castiel, cara de pastel, fiquem aí com esse momento amor. Boa leitura :3
Bia:
Heeei povo!
Hoje teremos só as gracinhas da Stelfs e do Castiel :3
Boa leitura!
Ester:
Hello hello, povo lindo! Como vão vocês? Recuperados depois de tantos feelings no cap passado? Soooo, vamos aliviar um pouco hoje, depois de tantas tretas seguidas, com um pouco de amorzinho com nosso ruivo que quer dar um rolê na terra do tio Sam, Castiel, e essa menina que treta muito, Stelfs.
Boa leitura ;)



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Caramba, essa semana tinha começado com tudo.

Depois do baque de lembrar que a Ester vai embora daqui alguns dias, de saber que Castiel tá se mudando pros Estados Unidos, ainda tinha a Bia que descobriu que Nathaniel tinha uma noiva arranjada. É mole ou querem mais?

Mais uma quarta-feira tinha chegado.

Respirei fundo, me debruçando ainda mais sobre a bancada e escorando meu queixo com a mão. Senti que tinha olhos sobre mim e olhei pro lado, encontrando Caio a me encarar com um sorriso desdenhoso no rosto.

— Que foi, menino? — perguntei engraçada, saindo de cima da bancada e ficando em pé direito.

— Você aí com cara de paisagem. — Começou a rir logo depois.

Dei uma risadinha sem graça.

— Tá fácil pra ninguém, Caio — falei meio misteriosa, meio desanimada, tirando um pano de prato do gancho e começando a enxugar as louças que estavam por ali.

— Tudo isso porque seu “querido” vai embora, é? — me provocou, se virando na cadeira.

Eu dei uma “panada” nele de brincadeira e ele se assustou a princípio, mas depois começou a gargalhar.

— Deixa de ser ridículo — xinguei, voltando a enxugar o prato que estava na minha mão.

— Falando nele... — comentou logo em seguida, olhando para a figura que havia acabado de entrar no café.

Eu me virei no mesmo instante, encontrando Castiel caminhando na direção do balcão. Enquanto ele vinha com seu jeito seguro e firme, eu via o quanto estava bonito naquela noite. Ele usava um jeans normal e justo, e sua habitual jaqueta de couro fechada sobre o corpo, dessa vez preta. Nas mãos, as luvas que usava quando estava “pilotando” e os capacetes enfiados no braço. Calçava as mesmas botinas de quando saímos pela primeira vez.

Abri um sorriso imediato e espontâneo ao vê-lo ali com seu cabelo preso em um rabo de cavalo desleixado. E ele correspondeu. Sorrindo da sua maneira imponente e charmosa. Não consegui tirar os olhos dele.

E continuamos rindo um pro outro.

— Cuidado pra não perder o queixo — Caio brincou comigo, levantando meu maxilar com delicadeza e saí daquele momento, olhando pra ele com as expressões fechadas.

— Engraçadinho — soltei, ainda o encarando.

Mas segundos depois, soltei um riso, fazendo ele rir também.

— Você não consegue ficar séria — ele disse, com um sorriso nos lábios.

— Não mesmo — respondi, rindo ainda mais.

Castiel terminou de se aproximar do balcão e colocou os capacetes sobre ele.

— O que vai ser hoje, senhor? — Tirei o bloquinho do bolso e o empunhei na mão, enquanto me escorava na bancada.

Ele riu divertido.

— Me dá uma Coca com gelo e limão — Castiel disse, tirando as luvas das mãos e a colocando também sobre a bancada. — E a senhorita também.

Completou com graça e segurou meu maxilar com a mão, puxando meu rosto para um selinho. Senti o impacto daquele movimento e logo depois os lábios dele nos meus. No mesmo instante fui solta, mas continuei atordoada com aquele movimento brusco. E corada, óbvio. Castiel abriu seu sorriso orgulhoso e se sentou de maneira largada no banco. Caio só se divertia com aquilo tudo.

E eu? Bem, eu fiquei morrendo de vergonha. Só isso.

Aproveitei esse momento de incômodo e fui pra geladeira buscar o pedido de Castiel, enquanto ele e o Caio conversavam. Tirei os limões e o gelo, colocando tudo no copo e o trouxe junto com a garrafa e meu abridor, colocando na bancada de frente pra ele.

— Eu vou começar a fechar o café, okay? — Escutamos Caio falar com um sorriso treteiro no rosto. — Se comportem aí — disse engraçado, fazendo Castiel rir e eu revirar os olhos.

— Palhaço. — Mexi com ele, enquanto passava atrás de mim e Caio riu, cutucando minhas costelas de brincadeira.

O vi se afastar e voltei meu olhar pro Castiel. Abri a Coca, despejando ela dentro do copo e enfiei um canudo. Ele acompanhou aqueles movimentos com uma atenção desmedida e eu fiquei com vergonha.

Odeio ser observada.

Mas sorri, segurando o canudo do copo mais uma vez e bebendo da Coca dele.

Castiel abriu um sorriso satisfeito e se escorou na bancada, levando seus dedos até meu rosto e os levou pelo meu pescoço. Sorri com o canudo ainda na boca e o larguei, encarando aqueles olhos cinzas. Me escorei na bancada, ao seu lado, sentindo seus dedos afundarem pelos meus cabelos. E sorri de maneira idiota.

— Seu pedido, senhor — brinquei, ainda olhando pra Castiel.

Ele expandiu aquele sorriso, rindo gostosamente. E me deu um beijo. Rápido, simples e profundo. Nos soltamos rapidinho, mas os sorrisos continuavam nas nossas bocas.

— Então, — Olhei pra borda da sua jaqueta, brincando com a gola dela distraidamente. — Que te trouxe aqui dessa vez? — perguntei divertida, levantando meu olhar e encontrando ele me olhando.

— Vamos dar uma volta — respondeu com um sorriso nos lábios, enquanto eu sentia seus dedos se mexerem entre meus cabelos.

— Onde? — continuei a perguntar, agora mais animada que antes.

— Você vai ver — disse com um ar de mistério no rosto.

Estreitei meus olhos na sua direção e o encarei, fingindo estar séria.

— Olha lá, hein? Eu sou moça de família — brinquei, abrindo um riso divertido. — Acho melhor você não brincar com a peixeira do Tio Gustavo — soltei, começando a rir e me lembrando do que Tia Simone disse quando descobriu o nosso relacionamento.

Castiel soltou uma gargalhada animada.

— Eu tô ligado, mocinha — respondeu, ainda rindo. — Não tô afim de ser castrado — falou com seu sorriso debochado e comecei a rir.

— Ai, não. — Nívea parou ao meu lado, desamarrando o seu avental.

Virei meu rosto pra ela e Castiel foi obrigado a tirar a mão dos meus cabelos, aproveitando pra beber sua Coca.

— Que foi? — perguntei engraçada, me levantando da bancada.

— Uhh, você vai com a gente? — Terminou de tirar a peça e a pendurou no braço com elegância.

— Vou não. — Abri um sorriso. — Hoje eu vou com o Castiel. — E indiquei ele com meu polegar. — Mas obrigada — disse simpática.

— Ah, então tá — falou normalmente. — De nada. — Abriu seu sorrisinho de menininha e saiu, entrando na porta dos funcionários.

Eu a acompanhei com o olhar até que Castiel interrompeu meu momento:

— Garota esquisita — criticou naturalmente, voltando a beber a Coca.

— Castiel! — Dei um tapa no braço dele.

— Que isso?! — Ele me devolveu espantado, largando o canudo em um susto.

— Deixa de ser implicante! — briguei, o encarando com uma cara brava.

Ele me lançou um sorriso maledicente e se apoiou na bancada.

— Você fica ainda mais gatinha quando tá arrisca desse jeito, sabia? — mandou essa e soltei um murmúrio, prendendo o riso.

— Idiota — xinguei, jogando o pano de prato na cara dele.

Castiel tirou a peça da cara, revelando seu sorriso cheio de satisfação pra mim. Foi inevitável não rir.

— Vou lá trocar meu uniforme, já volto. — Sorri e saí dali dando um beijinho nele.

Entrei na sala dos funcionários e encontrei Nívea falando no telefone com o Armin. Passei por ela e sorri, indo até meu armário. Tirei a chave do bolso e abri a porta dele, tirando minha bolsa com as minhas roupas. Me enfiei no banheiro e me despi, vestindo a calça jeans escura e justa e meu blusão cinza sem estampa. Calcei minhas sapatilhas pretas de novo e soltei meus cabelos, modelando eles com as mãos e água. Me olhei no espelho e resolvi passar uma maquiagem pra chamar a atenção do meu “querido”. E foi o de sempre: base, pó, rímel, delineador e um gloss avermelhado. Me encarei mais uma vez e sorri.

Castiel ia gostar disso.

Guardei meu uniforme no armário, o fechei e joguei a chave na bolsa, saindo da sala. Atravessei a porta, chamando logo a atenção dele pra mim. Castiel estava em pé ao lado da bancada, apesar de suas coisas ainda estarem sobre ela. Ele me acompanhou com o olhar, abrindo um sorriso gostoso nos lábios.

— É feio ficar de boca aberta desse jeito, cherry. — Dei um tapinha no rosto dele quando me aproximei e Castiel segurou meu pulso, me puxando pra ele.

— Vou te mostrar quem é que vai ficar de boca aberta, mocinha — provocou, trazendo junto com essas palavras seu rosto e lábios.

E meu beijou mais uma vez. Mas agora pra valer, me deixando desconcertada.

— Ei, pombinhos, vamos dar um jeito na vida que eu quero dormir hoje ainda. — Escutei Caio falar lá da porta de entrada e me soltei de Castiel, rindo.

De vergonha, nervoso e graça mesmo.

— Tudo bem, patrão — respondi divertida, me virando pra ele e rindo, que balançou a cabeça, rindo também.

Castiel pegou as luvas da bancada e me entregou um dos capacetes, segurando o outro pela alça. Arrastou ele pela bancada, até que ficou pendurado em sua mão e me seguiu, já que eu estava mais à frente. Senti minha mão ser pega e olhei pro lado, vendo Castiel se colocar ao meu lado, enquanto íamos embora do café. Abri um sorriso, estreitando os meus dedos nos dele.

Passamos pela porta do café e cumprimentei Armin, que havia acabado de chegar e estava abraçado com Nívea. Caio fechou a porta, nos despedimos e cada um foi pro seu canto. Eu e Castiel seguimos à esquerda, caminhando de mãos dadas e paramos segundos depois ao lado da sua tão famosa Harley Davidson. Castiel pendurou o capacete dele no guidom da moto e abriu a jaqueta, tirando ela dos ombros. Fiquei observando aquele movimento, intrigada. Ele a jogou sobre o assento, descobrindo a blusa xadrez de flanela preta que usava por cima. Tirou ela dos ombros, ficando somente com a camiseta vermelha por baixo e me lançou a camisa social.

Peguei a peça no ar e franzi as sobrancelhas, o encarando, enquanto vestia novamente a jaqueta e a fechava sobre o corpo.

— Pra quê isso? — perguntei, assim, na lata, analisando aquela peça na minha mão.

— Não vai querer congelar com o vento da moto ou vai? — respondeu “sem educação”, vestindo suas luvas de couro.

— Oun, você tá cuidando de mim, é? — brinquei com ele, cutucando a bochecha dele com o dedo e Castiel fez uma cara mortal, apesar de ter corado.

— Ora, só quero evitar ter que jogar seu corpo no rio mais tarde — lançou uma das suas ironias “hard” pra tampar a vergonha.

E eu ri. Ele não é uma gracinha?

Vesti a blusa, percebendo que ela mais parecia um vestidinho do que uma blusa. E abotoei as mangas, vendo que precisaria ainda dobrar uma parte dela pra ficar direitinho no meu pulso. Sorri feito uma imbecil, analisando aquela peça no corpo e sentindo o perfume de Castiel nela. Ele enfiou seu capacete na cabeça e se sentou na moto, tirando o encosto dela e a “ajeitando”.

Tirou as chaves do bolso da jaqueta e colocou na ignição, ligando-a. Terminei de dobrar as mangas e pus o capacete, subindo no carona da Harley e me acomodando no banco. Castiel deu uma olhada rápida e o abracei por trás, me juntando a ele, que voltou o rosto pra frente, dando partida na moto.

Senti o vento gelado bater em meus braços e um sorriso se desprendeu de meus lábios.

Viramos a esquina daquela rua, entrando na avenida principal. Eu olhei aquela extensão deserta, iluminada pelos postes espalhados milimetricamente por ela e senti como se o mundo fosse só nosso. Cruzamos o parque, passamos por várias ruas que eu não fazia ideia que existiam na cidade e entramos por uma rua larga. Castiel começou a subi-la com a moto e vi que as casas desapareciam à medida que subíamos.

Tirei meu capacete, deixando que o vento batesse em meu rosto, abri meus braços e fechei os olhos.

Dentro de mim era uma bateria de emoções. Eu não sabia o que sentir. Nunca imaginaria que algum dia na vida eu estaria assim, apaixonada por alguém como Castiel. Quando foi que ele se tornou tão importante pra mim? Ah, isso não importa. O que importa é que...

Ele ainda estava aqui.

Abri os olhos e encarei aquelas costas vestidas na jaqueta de couro. E ri, sentindo que algumas lágrimas enchiam meus olhos. O envolvi com meus braços com força, colando meu rosto nele. Ele virou o rosto em um susto e só então percebeu que eu estava sem capacete. Lançou uma risada gostosa e acariciou um dos meus braços, voltando a encarar a estrada.

Estávamos em uma alameda larga e rodeada por árvores. Também ela tinha, aqui e ali, alguns postes, o que tornava a estrada não tão perigosa assim. Do meu lado esquerdo, atrás da mata eu podia ver a cidade ficando cada vez mais pequenininha. Do outro lado, se abria uma mata incrível e fechada, onde não se podia ver nada a não ser a escuridão.

Me lembrei que Carol sempre comentava de como o mirante daqui era lindo. Será que...?

Então senti um baque na moto e olhei, vendo que chegávamos em um lugar ladrilhado e bem espaçoso. Era uma espécie de varanda aberta e redonda, com algumas lanchonetes e mesinhas.

Estavam fechadas, claro.

A Harley parou e desci, observando aquele lugar melhor. De um lado, árvores e mato. Do outro, uma muretinha bem trabalhada abria pra vista da cidade. Comecei a andar, entrando propriamente no lugar e percebendo que dali de cima, dava pra ver a cidade inteira. Sorri com aquela vista imensa e linda, quando senti a mão de Castiel puxar meu braço. Nos aproximamos das bordas daquela mureta e olhei o quão alto estávamos. Então, vi Castiel subir em cima dela.

— C-Castiel, s-seu doido! Desce daí! — gritei no susto, tentando impedi-lo de fazer aquela loucura, mas ele somente riu, ficando em pé.

Me lançou um olhar divertido. E me estendeu a mão.

— Anda, vem — chamou, me encarando com seu olhar travesso.

E pude ver a alegria naqueles olhos cinzas que eu tanto gostava.

— Se você for se matar, por favor, me avise, porque não quero participar disso — disse engraçada, segurando na mão dele e subindo na beirada da mureta pra pegar impulso.

Castiel gargalhou.

— Deixa de ser medrosa — soltou essa e me puxou com força, me fazendo subir também.

E olhamos pra aquela extensão de luzinhas espalhadas. A vista daqui de cima era linda. Castiel começou a andar, me fazendo olhar pra ele com medo.

— Menino, toma cuidado — falei temerosa e ele riu.

Pra mim, ele parecia estar em casa.

— Sossega, mocinha — brincou comigo.

Ele se aproximou de um dos postes próximos à mureta e se jogou de costas nele, deixando metade dos pés fora dela e a outra metade nela. E colocou a mão nos bolsos, encarando a cidade. Eu abri um sorriso.

Existia coisa mais Castiel que isso?

Comecei a caminhar também pela mureta, mesmo com medo e olhei pra baixo. Vi que o morro continuava, se enfiando dentro da mata. Apesar disso, era alto. Mas mesmo assim não me intimidei. Abri os braços, fingindo me equilibrar na mureta (que, diga-se de passagem, era grossa) e comecei a me aproximar dele, que me olhou, começando a rir.

E nos próximos segundos, meu coração acelerou. Castiel me puxou pelo braço com tudo, me fazendo soltar um grito alto e agudo. Por instantes, não consegui processar nada. E só entendi o que tinha acontecido quando bati contra seu corpo e me agarrei nele com força. Eu respirava rápido, ainda assustada com aquele movimento brusco e meu coração praticamente pulava dentro de mim.

— S-Seu maluco... — falei fraco e escorei a testa em seu ombro. — Você quer me matar do coração?! — briguei, mas não tinha forças, porque meu corpo todo tremia.

Castiel soltou uma gargalhada, me envolvendo com seus braços e aproximando o rosto do meu ouvido.

— Você é muito medrosa — soltou em um sussurrado debochado e afundou o rosto na curva do meu pescoço, me fazendo sentir sua respiração sobre ele.

— Ridículo... — xinguei com dificuldade por conta do susto e por aquele contato que nunca havíamos tido antes.

Respirei fundo, ainda me concentrando em dissipar os resquícios de adrenalina no meu corpo. Foi quando senti os lábios de Castiel brincarem em meu pescoço, descendo até o encontro do meu ombro e dando uma mordida suave nele. Soltei um riso que beirava a incredulidade.

— Mas que fogo é esse? — falei engraçada, virando parcialmente meu rosto e me deparando com seus cabelos mal presos.

Ele ergueu o rosto e o virou, me olhando com seu sorriso sacana.  E não me deu respostas. Me beijou.

Estava um silêncio incrível. E a brisa que corria por ali, balançava vez ou outra, meus cabelos e as bordas da blusa de Castiel, tornando aquele momento mágico. Percebi que ele segurava minha cintura com precisão para que eu não caísse e tomei a coragem de mexer meus braços, levando-os até os cabelos de Castiel e desamarrando-o. Eles se soltaram em um impulso, sendo levados pelo vento segundos depois, me fazendo senti-los pelos meus dedos.

Demos um tempo naquele beijo e abri os olhos, encontrando os dele me encarando. Mal nos olhamos e reiniciamos o processo entre sorrisos cúmplices.

Eu ainda não compreendia como as coisas haviam evoluído dessa forma. Até alguns tempos atrás erámos dois estranhos trocando farpas por aí nos corredores do prédio. E hoje, bem, aqui estamos nós. Castiel não era somente o garoto da moto, dos solos maravilhosos de guitarra e dos cabelos vermelhos que tanto me encantavam. Ele havia se tornado mais que isso. Ele havia se tornado alguém com quem eu desejava compartilhar... minha vida.

Nossos lábios se soltaram, mas eu ainda sentia as sensações daquele beijo dentro de mim. Abaixei a cabeça, ainda com os olhos fechados, escorando a testa no peito de Castiel e respirando devagar. Deixei minhas mãos em seus cabelos e comecei a brincar com eles, me distraindo. Ele me juntou contra ele em uma chave de braço (?), bagunçando meus cabelos.

E eu sorri.

Castiel escorou a cabeça no poste com um suspiro pesado, me fazendo descer minhas mãos para seu pescoço e começou a acariciar minha nuca, ainda me segurando com a outra mão. Eu continuei ali, respirando aquele perfume e deixando que minha alma sossegasse por alguns instantes.

Permanecemos em silêncio por alguns minutos. Como se não necessitássemos de palavras. Isso era o necessário.

Então, ergui meu rosto, olhando pra cima e encontrando Castiel observando a vista da cidade. Ele percebeu meu olhar sobre ele e desceu o rosto, me olhando também.

— Que é? — perguntou com seu sorriso meia boca.

— Nada. — Eu balancei a cabeça, ainda rindo. — Só... fiquei curiosa com uma coisa.

Ele ergueu uma das sobrancelhas, fazendo uma expressão irônica.

— Hum — murmurou. — Fala.

Tirei meus braços de seu pescoço e ele me olhou estranho, claramente confuso.

— Pera — soltei divertida.

Me apoiei em seu tórax e me virei, escorando com as costas nele. Peguei seus braços, que à essa hora estavam imóveis sem saber como proceder diante dos meus movimentos e os rodeei novamente na minha cintura. Encostei a minha cabeça em seu peito e comecei a acariciar seus braços, observando aquela escuridão pontilhada de luzinhas desfocadas.

Ele riu.

— Terminou? — zuou comigo.

Soltei uma gargalhada gostosa.

— Pronto — respondi alegre e tranquila. — Por que você me trouxe aqui? — Finalmente perguntei.

— Porque eu gosto daqui — disse brevemente, com o queixo erguido, olhando a cidade.

— Entendi... — respondi fraca, contemplando aquela visão junto com ele.

Castiel ficou em silêncio por alguns instantes e eu ergui meu olhar, vendo que ele parecia pensativo. Voltei a olhar a vista, respeitando aquele momento dele.

— Meu pai. — Então ele retomou o assunto e virei meu rosto mais uma vez pra ele. — Me trazia sempre aqui — contou, ainda encarando aquela vista. — Ele dizia sempre que a sensação que tinha quando vinha pra cá era de que podia voar — cortou o comentário com um sorriso daqueles e balançando a cabeça. — Ah, que ridículo isso — desabafou, ainda rindo debochado, entretanto, eu sentia que ele não criticava ou algo assim.

Castiel estava disfarçando seus sentimentos. E eu podia sentir isso no seu sorriso nostálgico.

— Bem, não acho que seja ridículo — respondi com certeza e ele abaixou a cabeça, me olhando. — É incrível a sensação de liberdade que se tem aqui de cima — expliquei. — Seu pai tem razão — falei, abrindo um sorriso assertivo e Castiel retribuiu.

E olhamos mais uma vez aquela vista. Ficamos nisso por alguns instantes, apenas nos sentindo, sentindo a brisa leve ao nosso redor e contemplando aquela vista linda.

Eu fechei os olhos, respirando profundamente. Apesar do vento frio, me sentia aquecida pelo abraço de Castiel. Deslizava meus dedos pelo couro pesado da sua jaqueta, vez ou outra, indo até suas mãos e acariciando também seus dedos. Ele estreitou os braços ao redor da minha cintura e desceu seu rosto até próximo do meu, passando o nariz por minha bochecha e descendo pelo meu pescoço, me fazendo rir.

— Lá vem você de novo — falei em uma brincadeira e senti o riso de Castiel.

— Que culpa eu tenho de você ser irresistível? — Mas é o que?

Comecei a rir ainda mais, mesmo de olhos fechados.

— Você não tem jeito — soltei entre sorrisos.

— Não mesmo. — Deu sua clássica resposta, voltando a se distrair com o meu pescoço.

Ele distribuiu alguns beijos por ele e eu pude sentir que vacilava entre aprofundar aqueles beijos ou continuar nisso. Abri um sorriso tranquilo. Castiel poderia parecer impulsivo, mas ele sabia muito bem meus limites. E tentava respeitá-los. Eu o senti parar e novamente afundar o rosto na divisa do meu pescoço e ombro, respirando fundo. Abri um sorriso compreensível e levei uma das minhas mãos sobre sua cabeça, massageando seus cabelos. Virei meu rosto, enfiando meu nariz em seus cabelos e depositei um beijo sobre eles.

Depois, abri os olhos, encarando a cidade à nossa frente, enquanto ainda sentia a respiração de Castiel em mim e acariciava seus cabelos.

— “E nesse momento, eu juro,” — comecei a falar, despertando a atenção dele. — “Nós somos infinitos” — Soltei meio filosófica e Castiel me olhou de imediato. — Como diria o Charlie em “As vantagens de ser invisível” — Comentei por alto e ele gargalhou.

— É o que?! — debochou e eu comecei a rir, me virando e encontrando o rosto dele.

Castiel tinhas as expressões mais lindas que eu poderia ter visto. Uma alegria contida dentro do seu habitual sorriso irônico. Ele parecia... feliz.

— Podemos assistir esse filme qualquer dia desses — propus engraçada e o encarei com um sorriso.

— Nem matando — respondeu prontamente, me fazendo rir ainda mais.

E nos beijamos mais uma vez, nos deliciando com aquele momento.

 

...

 

Quando cheguei em casa, eram duas da manhã, segundo o relógio de parede da cozinha. Entrei em silêncio, tentando não esbarar em nada e deixei o saquinho com batatas fritas que eu não havia conseguido comer sobre a bancada. Fui direto pra lavanderia e tirei minha toalha do varal, entrando logo no banheiro. Tomei um banho, rezando pra que o barulho do chuveiro não acordasse ninguém. Entrei no quarto enrolada na toalha e trazendo as roupas na mão. Joguei elas na cadeira e já ia pro guarda-roupas procurar meu pijama, quando tive uma ideia.

Vasculhei as peças e tirei a camisa de Castiel, me desenrolando da toalha e a vestindo.

Sorri, ainda olhando aquela peça grande e confortável em meu corpo e me deitei, me tampando e fechei os olhos, respirando o perfume dele.

É, essa seria uma ótima noite.  






   


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Notas finais do capítulo

Stelfs:
OUUUUUUUNNNNNNNNNNN ❤ ai, gente. Nunca imaginei que ia ser trouxa, fui trouxa, HAHAHAHAHAHHAHA. Brincadeirinha. Nem dá pra acreditar que Castiel tá fofo dessa forma, não é meixmo? "Olha o que o amor me faz... quando ele te pegar, não tem pra onde você fugir" ~lalalalala. Nos vemos nos reviews gente linda :}
Bia:
Aaaaaaaaaaaah quanta fofura! Olha esse Castiel todo apaixonado, gente. Como não se derreter? Ainda mais sendo ele! Stelfs conseguiu arrebatar o coração selvagem dele -q
Até quarta o/
Ester:
"Olha o que o amor me faz, fiquei tão bobo fiquei assim uouuuu" E fiquem com a música tema de menino Castiel nesse cap -q : https://youtu.be/fxl0_0EBJ8
Semana que vem voltamos com mais notícias de menina Bia e seu loiro depre.. Sedução kkkk
Até mais o/



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