Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 47
Acabou


Notas iniciais do capítulo

Bia
HEI GENTE! Tudo beleuza? Preparados para mais uma treta?
Eu estou porque né xD
Segurem seus forninhos e as lágrimas, caso sejam sensíveis -q
Boa leitura!

Ester
Hello hello, peps! Recuperados do baque de saber que o Castiel vai embora? Ou soltando fogos e não vêem a hora de ele entrar naquele avião? Well... Stelfs e Castieis à parte, hora de sabermos o que aconteceu com menina Bia. Será q Nath vai sair da sofrência ou ele vai se engasgar com limonada, desmaiar e cair no chão? Veremos isso, NOW!

Stelfs
Oie meu povoooo :} Como vão vossas senhorias? Depois de todas essas tretas fortes e da bad by viagem de Castiel, que tal vermos o que acontecer com a dona Bia e o senhor Nathaniel? Só digo algo: SEGURAAAA OS FORNINHOSSSSS GIOVANASSSS. Pronto, dado o recado, boa leitura ;)



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— Anda, vamos. — Priya puxou minha mão. — Você precisa pelo menos passar no médico pra pegar um atestado.

— São seis horas da manhã, Priya, pelo amor de Deus — resmuguei.

— Eu sei. Se você quer um atestado, precisa chegar no hospital no horário da aula.

— Eu sei. — Bufei e levantei.

— Você tá horrível. — Ela riu.

— Horrível como? — Percebi mais uma vez minha voz anasalada. Era engraçado.

— Hm... Você tá com cara de doente que está sofrendo tanto pela gripe quanto por assuntos amorosos.

— Ah, para. Até parece que alguém vai perceber isso. — Fui até minha mochila e comecei a me trocar.

Tomei só uma xicara pequena de café com leite, e Priya me levou ao hospital de carro.

Ficamos um bom tempo lá, passei no médico, disse tudo o que eu estava sentindo — fisicamente, claro, imagina se eu começo a falar do Nathaniel para ele? — e consegui um atestado de três dias, contando com aquele.

Teria terça, quarta e quinta para ficar de boa e largada no sofá da Priya.

As meninas mandaram umas mensagens, que eu respondi, falando que estava bem.

Faltei sexta por conta própria, e fiquei o dia inteiro pensando se voltava para casa ou não.

Eu ainda estava ruim da gripe quando acordei no sábado. Minha garganta estava horrível, minha cabeça ficava doendo e sentia o corpo pesado, mesmo tendo tomado chá de gengibre todos os dias.

No fundo eu sabia que isso não passaria tão já, se eu não botasse para fora o que estava sentindo.

Eu estava morrendo de saudade da minha casa, da minha cama, das minhas xícaras, e claro que das meninas. Até das barulheiras do Castiel e das cantorias do Lysandre eu sentia falta.

E claro que — infelizmente — também sentia saudade do traidor.

Eu queria e não queria voltar. Meu instinto de frango me impedia de simplesmente chegar lá e... dar de cara com ele. Esse era o meu medo.

Eu não queria olhá-lo. Não queria estar perto dele. Eu queria evitar qualquer tipo de contato que poderíamos ter.

Essa sou eu. Evitar conflitos e fugir é meu lema.

— E aí, você decidiu? — Priya perguntou assim que eu entrei na cozinha. Ela estava sentada na mesa, tomando café.

— Você realmente tá de saco cheio de mim, pode falar. — Peguei uma xícara e coloquei café, e fui até a geladeira para encher o resto de leite.

— Olha, eu não queria falar, mas... — Me virei para encará-la, e ela riu. — Brincadeira. Você sabe que pode ficar aqui o tempo que quiser.

— Será que eu não posso pegar só o meu apartamento e trazer pra cá? — Me sentei ao lado dela, deixando a xícara na mesa.

— Você vai ter que conversar com ele mais cedo ou mais tarde. Ou vai fazer igual uma pré-adolescente que termina tudo por bilhetinho?

— É uma boa opção. Pelo menos não vou precisar ver ele.

Ela me olhou tipo “você não tem jeito mesmo”. — Bom, você que sabe. Mas uma hora vai ter que voltar. O povo já tá em estado de abstinência dos bolinhos.

Acabei rindo. — Quando eu voltar já vai ter outra pessoa vendendo.

— Até ontem não vi ninguém. — Sorriu.

Eu precisava voltar. As meninas estavam preocupadas. Claro, com as respostas curtas que eu dei...

Suspirei. — Tá... eu vou voltar hoje. Depois do almoço. Talvez depois de tomar café da tarde... E se depois da janta...

— Bia — repreendeu Priya. — Não começa. Se vai voltar hoje, se decida.

— Tá... De noite. Volto de noite.

Ela revirou os olhos enquanto tomava café.

Depois do almoço, fui arrumar minha mochila, sem pressa nenhuma. Eu me conhecia bem o suficiente para saber que ia enrolar o máximo que pudesse.

Logo depois do jantar, Priya ficou em cima, me apressando. Ela não estava fazendo aquilo porque queria que eu fosse logo embora, e sim porque me conhecia bem, e sabia que eu poderia cair acidentalmente na cama e dormir.

Consegui enrolar ainda mais um pouco, mas umas onze horas ela pegou minha mochila e foi para o carro.

Deixei o celular no bolso do moletom e a segui, já com o estômago revirando de nervoso.

Priya dirigiu até chegarmos no prédio, e estacionou na frente da portaria.

— Depois me conta a treta, hein? — Ela riu.

— Não tem graça nenhuma. Minhas mãos estão uma pedra de gelo.

— As chances de você encontrar ele essa hora são as mesmas de você o ver e querer abraçar ele.

Merda. — Então tenho quarenta por cento de chance de ver ele... Vamos voltar.

— Não me faça te tacar por essa janela. — Deu risada, pegando minha mochila no banco de trás e me entregando. — Você consegue.

Respirei fundo. — Obrigada, Priya.

— Isso foi sarcasmo?

— Não. Obrigada pelas férias. — Dei risada.

— Disponha. Quando quiser mais, só aparecer lá.

Dei um beijo na bochecha dela e um abraço, e sai do carro. Coloquei uma alça da mochila no ombro direito e fui até o portão.

Ele abriu, passei por ele e olhei para a cabine do John.

— Obrigada, John.

Ele sorriu. — Bia! Estava de férias?

— Quase isso. — Sorri de lado. — Boa noite.

— Boa noite!

Tentei manter o estômago quieto e segui para o elevador.

Por favor, que eu consiga subir sem vê-lo. Por favor.

O elevador chegou, e junto com ele, meu coração resolveu parar.

Abri a porta, e felizmente estava vazio. Entrei e apertei o botão para o segundo andar.

Chegou, sai e peguei minhas chaves tentando não fazer barulho. Destranquei a porta, entrei e a tranquei.

Estava tudo escuro e silencioso.

Ai que saudade da minha casa!

Beijei a geladeira, a ilha, a cadeira, a mesa, o sofá... Poderia beijar cada xícara, mas eu ia levar a noite inteira.

Olhei para o corredor. O quarto da Ester estava escuro, o que significava que ela estava dormindo. Stelfs ainda estava no trabalho.

Fui para o meu quarto e acendi a luz, deixando a mochila no chão e me joguei na cama.

Que saudade de você, meu amor. Como eu te amo. Da próxima vez que eu fugir, vou ter que te levar junto.

Pelo menos ali, eu podia me sentir segura. Nada de ter medo de ver Nathaniel.

Levantei, abri a mochila e joguei tudo na cama. Separei o que estava limpo e sujo. O que estava sujo, deixei no cesto de roupa suja no banheiro, e o que estava limpo, guardei.

Peguei na gaveta um pijama limpo e fui tomar banho. Eu precisava fazer algo para relaxar, além do banho, claro.

Depois que pendurei a toalha, peguei uma caneca, coloquei leite, taquei chocolate em pó, um pouquinho de açúcar e canela em pó. Coloquei pra ferver e fiquei lá, esperando no escuro, encostada na ilha.

Ouvi barulhos de chave na porta e fiquei olhando.

Stelfs entrou e trancou de novo. Andou distraída para a ilha, até que levantou o rosto e deu um berro.

Coloquei as mãos nas orelhas, automaticamente. — Calma, sou eu!

— Menina, o que você tá fazendo no escuro assim?! — Acendeu a luz e me encarou, com a mão no peito, acima do coração. — Quase me matou do coração! — Deu uma corridinha e me abraçou.

Acabei rindo e a abracei de volta. — Desculpe. Quis fazer surpresa.

— Stelfs, por que você gritou...? — Ester saiu do corredor e viu nós duas. Ela abriu um sorriso. — Bia! — Correu e se juntou ao abraço. — Que horas você chegou que eu não vi?

— Não faz nem meia hora. — Elas me soltaram e me olharam.

— Por que você gritou? — Ester perguntou para Stelfs.

— Ai, a Bia me assustou. Entrei e ela não fez nenhum barulho, fui colocar a chave na ilha e vi um coiso escuro parado ali... Quase morri.

— Desculpa de novo. — Ri, olhando meu leite fervendo e desliguei o fogo.

— Deixa tu. — Stelfs disse fazendo um bico, mas rindo.

— É, deixa tu, sua desnaturada. — Ester riu.

Dei uma levantadinha de ombros, como se dissesse “fazer o quê, né?” e peguei uma xícara vermelha. Coloquei meu leite lá e a caneca na pia, só esperando começarem com as perguntas.

— E essa cara de cansada? — Ester perguntou. — Não andou dormindo não?

— Eu fiquei doente na segunda. Beeem doente. — Assoprei minha bebida e tomei um gole. — Na terça fiquei pior ainda e fui pro hospital. — Vi a cara delas e já me adiantei. — Eu tô bem, calma. Foi um resfriado forte. Aí peguei atestado até quinta e faltei na sexta porque ainda estava mal.

As duas se olharam com as sobrancelhas levantadas, como se tivessem entendido algo por trás daquilo.

— Que foi?

— Bem que o Nath disse que não te viu na faculdade. — Stelfs disse e gelei com o nome dele. — Aliás, você não avisou ele que ia pra casa da sua amiga, né?

Eita lasqueira. — Ele... veio me procurar?

— Claro que veio. Você some sem dar notícias e quer o quê?

— O menino ficou numa bad só. — Ester encostou na ilha. — Ficou preocupado com você, mesmo a gente falando que você estava bem.

Dei uma coçada na cabeça. — É meio complicado.

— Acho que ele vai morrer de felicidade de saber que você voltou. — Ester abriu um sorriso.

— Não. Não é pra falar pra ele — falei rápido.

— Bia, sério, o que aconteceu? — Stelfs me colocou contra a parede. — Ele disse que vocês não brigaram, não discutiram e não aconteceu nada pra que você sumisse assim sem dar notícia.

— Mas eu dei notícia... pra vocês. — Dei de ombros.

Stelfs cruzou os braços, esperando eu parar de graça.

— Você só deu notícias que estava viva. — Ester falou. — Mas não falou onde estava, o por quê tinha decidido sair de repente...

— Eu tava na casa da Priya porque ela queria companhia. — Era tanta pressão que eu ia começar a suar. — E eu aproveitei pra tirar umas férias.

— De quê? Da gente? — Stelfs perguntou com um tom de sarcasmo.

Ixe, essa aí tava muito junto com o Castiel.

— Claro que não. — Revirei os olhos. — Se ajuda eu estava morrendo de saudade de vocês duas. — Elas não pareciam convencidas. Suspirei. — Tá, olha, aconteceu uma coisa com o Nathaniel, mas eu não quero falar disso agora, tudo bem?

As duas franziram o cenho, e Stelfs mordeu o lábio de baixo, talvez se segurando para não fazer mais perguntas.

— Stelfs, melhor não pressionar agora. — Ester me olhou. — Mas a gente ficou preocupada com você, Bia. Custava não ser tão evasiva nas mensagens?

— Mas... — Senti as bochechas quentes. — Eu respondi o suficiente pra vocês não ficarem preocupadas... Sério, me desculpem por isso. Eu juro que não vai acontecer de novo.

— Só desculpamos se você contar o que aconteceu. Depois, claro. — Stelfs negociou.

— Tá, depois eu conto.

— Então tá meio perdoada. — Sorriu.

— Obrigada. — Ri e tomei mais um gole do leite.

Depois disso, Ester voltou para o quarto, Stelfs foi tomar banho e eu fui dormir.

 

De manhã, acordei primeiro que todo mundo e tomei café sozinha. Depois, me sentei no sofá e fiquei passando pelos canais da TV, até que Ester apareceu e foi comer.

Alguém bateu na porta, e olhei para Ester, sentindo o estômago afundar. Ela me olhou.

— Você tá esperando o Lys? — perguntei baixinho.

Ester negou, levantando.

Engoli seco, e já tremendo, levantei e fiquei na porta do meu quarto, ouvindo Ester abrir a porta.

— Bom dia, Ester. — Ai merda, era o Nathaniel.

— Bom dia, Nath.

— É... será que você pode me emprestar um pouco de açúcar? Eu não estou muito afim de ir no mercado agora. — Deu uma risadinha.

Ela riu. — Claro, entra que eu vou pegar.

Entrei no quarto, ficando encostada na parede da porta e olhei de canto para a cozinha.

Vi Ester pegando o pote de açúcar no armário, e Nathaniel ficando perto da ilha. Ele olhou ao redor — e eu tirei a cara quando achei que ele ia olhar o corredor — e voltei a olhar. Ele estava olhando para a sala, parecendo interessado em algo.

Olhei para onde ele estava olhando, e vi meu celular no sofá.

Merda, merda, merda, merda...! Por favor não reconheça o celular...!

— Ester... — Ele começou e olhou pra ela. — Aquele celular não é da Bia?

Vi Ester virando para olhá-lo, com os olhos meio arregalados.

— Ela voltou? Cadê ela? — Ele perguntou, apressado.

Ela abriu a boca para falar, mas nada saiu. Só tive tempo de ver Nathaniel saindo dali e eu entrei, fechando a porta com tudo e encostando as costas nela, sentindo o corpo todo gelar.

— Bia? — A voz dele estava perto. Atrás da porta, mais precisamente. — Bia? — Bateu na porta de leve.

Meu maxilar estava travado e minhas pernas não se moviam.

— Bia, abre a porta. — Ele pediu, com tom preocupado. — Eu quero conversar com você.

— Vai embora. — Acabei falando mais alto do que devia, por causa do nervoso.

— Por que você não me avisou? Eu fiquei preocupado.

Acabei rindo. Ele preocupado! É claro, né.

— Vai embora — repeti, com a voz tremendo.

— Me explica pelo menos porque você tá me ignorando.

Meu Deus, por que ele não me deixa em paz?! Expulsa ele, Ester!

Que droga, ele não vai sair enquanto eu não falar.

— Bia. Por favor.

Minha boca estava seca.

— Por que você não está no almoço da sua família com a sua noiva?!

— Quê?! D-do que você tá falando?!

— Eu sei, Nathaniel. Não adianta se fazer de santo. Eu ouvi sua conversa com a Melody domingo passado! Até quando você ia me enganar daquele jeito?! Ia casar com ela e continuar comigo?!

Ele ficou em silêncio. Imaginei a cara de espanto dele.

— Espera, eu posso explicar isso. Abre a porta, por favor. — Sua voz estava um pouco desesperada.

— Não precisa. Eu não quero ver a sua cara! — Minha garganta apertou e minha voz saiu trêmula.

Não chora agora. Eu me recuso!

— Por favor, deixa eu explicar.

— Pode explicar o quanto você quiser. Eu não acredito mais em você.

— Escuta. — A voz dele ficou um pouco mais baixa, mas parecia que ele estava falando bem perto da fresta da porta. — Esse casamento é totalmente arranjado. Isso foi ideia do meu pai. Eu tinha te explicado como o pai da Melody era sócio do meu pai. Faz alguns anos que esse casamento começou a ser assunto entre os dois, unicamente pra eles juntarem os negócios deles. Um casamento entre os herdeiros das empresas só traria benefícios para ambos... Eu cresci com o meu pai falando que um dia eu herdaria tudo, então tinha que estar preparado, tinha que conhecer o negócio de cabo a rabo... Eu disse que nunca tinha pensado em outro rumo pra minha vida, justamente porque cresci me preparando pra entrar no negócio.

Continuei em silêncio.

— Eu não me importava em ter que me casar. Ia gostar de deixar meu pai orgulhoso pelo rumo que eu estava tomando. Eu sabia que não teria tempo pra ter uma esposa, e a Melody também não teria tempo de ter um marido. Pelo menos eu sempre pensei assim... Eu não me importei quando o assunto surgiu. Continuei não me importando por muito tempo. Até que eu conheci você. Desde que te vi a primeira vez, eu fiquei confuso, porque sabia que eu não podia me envolver com ninguém. Eu pensei que não faria mal algum se eu me aproximasse de você, se fossemos amigos. Até que eu percebi que tudo o que eu fazia com você não vinha de um amigo. Eu não te olhava como um simples amigo e nem agia como um. Quando eu pensava que não devia ficar perto de você, eu já estava ali, querendo ficar o mais próximo possível.

Respirei fundo, sentindo os olhos enchendo de água.

— Quando dormimos juntos, a primeira vez, assim que nos deitamos na cama, eu sabia que não ia mais querer me casar só pra agradar meu pai. Eu não queria me comprometer com mais ninguém além de você. E depois que nos beijamos eu só tive mais certeza disso. A cada dia que te via e te beijava ficava mais fixo na minha mente que eu tinha que dar um jeito de não me casar. E se eu tivesse que casar, tinha que ser com você.

Algumas lágrimas escaparam e eu fechei os olhos.

— Eu conversei com ele. Tentei, várias vezes. Mas como você sabe, ele não é um homem que aceita muito bem ser contrariado. Tentei, falei que poderíamos ver outro jeito de juntar as empresas, e que não precisava de um casamento pra isso. Mas ele não me ouviu. Disse que eu seguiria os passos dele de qualquer jeito, se quisesse trabalhar naquela empresa... Na nossa última conversa, consegui convencê-lo a adiar aquele papo todo. Achei que estava tudo bem, até que meu tio me levou ao shopping para comprar alianças. Ele tinha me dito que era para ele e a namorada dele, mas na verdade eram pra mim. Eu fiquei tão... — Deu uma pausa. — Eu saí de lá, mas ele comprou. E fez questão de mostrar para todos os nosso familiares e sócios da empresa em um almoço que tivemos... naquele dia em que você ouviu a minha briga com a Melody.

Balancei a cabeça, não acreditando naquilo tudo.

— E-eu sabia que precisava te contar... Mas tinha medo. Eu não queria te perder, perder cada momento único que eu tive do seu lado. Não podia deixar de ver seu sorriso ou ouvir suas brincadeiras... Por favor, me perdoa.

Abri os olhos. Minha visão estava totalmente turva por causa das lágrimas, que insistiam em cair.

— E do que adianta eu te perdoar? — falei, chorando. — Você vai ter que se casar de qualquer forma.

— Bia...

Chega. Eu não posso ficar me escondendo. Ele não vai dar o golpe de misericórdia.

Funguei, me desgrudando da porta e a abri, com tudo. O encarei. Ele fez uma careta de sofrimento, mais do que já estava.

— Tá. — Sorri, sem emoção. — Você me contou a verdade. Agora pode se casar sem culpa.

— Bia, eu não...

— Não. — O cortei, mostrando a palma da mão pra ele. — Chega. Como você mesmo disse, você cresceu pra entrar nessa empresa. Se o seu pai acha que o melhor é fazer você se casar, então se case. É o seu futuro, Nath. Não posso me colocar entre você e ele. — Tentei manter a voz firme. Tentei meio mal.

Nathaniel levantou a mão, mas parou no meio do caminho. Voltou a abaixá-la. Ele parecia completamente perdido, sem saber o que falar.

— Pronto, Nath. Acabou. — Aquela palavra fez picadinho do meu coração. Ele me olhou, assustado. — Chega disso. Não vou mais atrapalhar seu futuro. Não precisa mais se preocupar se eu sumir. Se preocupe com o seu casamento e sua futura empresa, tá bem? — Não, não havia um pingo de sarcasmo na minha voz. Sorri e dois tapinhas no braço dele.

Dei as costas a ele e fechei a porta.

Me sentei na cama, encostando as costas na cabeceira e peguei um travesseiro, já o abraçando e dobrando as pernas, com o joelho na altura do queixo.

Tentei ouvir algum barulho, e só alguns segundos depois que ouvi passos se distanciando.

Ok, chega.

Soltei a respiração e um soluço veio, seguido de outro, e mais outro, e muitas lágrimas.

Enfiei a cara no travesseiro e chorei. Chorei.

Ouvi a porta se abrindo, mas nem me mexi. A cama balançou, e logo senti braços ao meu redor.

Ester e Stelfs me abraçaram, tentando me confortar.


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Notas finais do capítulo

Bia
Eu sei, gente, eu sei. Complicado. Como diria o Sr. Omar: Trágico, trágico!
Ouvimos as explicações do Nathaniel. Fiquei com pena dele :/
O que será que vai acontecer nos próximos capítulos?? Quero palpites xD
Até quarta o/

Ester
Lá vem o Nath com seu açúcar, Nath aqui, Nath acolá. Lá vem o Nath falar com a Bia pra ver o que que há. Lá vem a Bia pra essa casa incendiar. Lá vem a Bia pra uma treta começar.
O que acham desse Lerigou que a Bia deu no Nath? Apóiam? Não? Querem dar um sacode nela? Consolar o Nath? Trancar os dois numa sala escura pra se entenderem? Quero suas opiniões nos reviews xD
Até quarta, gente, com mais sofrência de Esterzinha e Lysandrão.
Até mais o/

Stelfs
JESUSSSSSS! E agora, hein, minha genten? Alguém tem alguma opinião sobre isso? Será que tem volta? D:



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