Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 37
Vamos almoçar?


Notas iniciais do capítulo

Ester:

Hello hello, gente! Como vão vocês? Animados com essa quarta pré feriado ou morrendo um pouco? Então bora animar porque é hora de um cap da Laços (Uhulll!) . E hoje é dia de ser vitorianos com o casal mais vitoriano dessa fic (q?). Preparem-se para momentos de fofura e tensão.
Boa leitura ;)

Bia:

OOOEEE povinho! Chegamos no temido momento de conhecer alguns familiares do boy... Ester está preparada para isso? Sexta no... não, pera. É agora mesmo.
Boa leitura!

Stelfs:

Falaaaaaaaaaa galerinha de plantão :B
Aquele momento MA-RA que você descobre que amanhã é feriado e pode fazer seus 193481290589 trabalhos da faculdade em paz -nn. Mas, enfim... Capítulo maravilhoso e lindo, como nosso Lysander mozão (♥) [como diria a Bia] e nossa menina, Ester :}
Boa leitura pro cêis o/



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Foquei os olhos na TV, pra pelo menos tentar entender o que raios tava acontecendo naquele negócio. Virei pra Bia, pra ver se ela conseguia me explicar:

— Ué, o menino morreu? — Ela olhou pra mim, com seu mendigo style, como ela costuma dizer. Bem linda, bem na moda.

— Ele morreu porque era trouxa mesmo. — Ri com a tentativa dela de explicação.

— O que não diz muita coisa. — Me espreguicei, esticando as costas, que estava faz tempo na mesma posição.

— Nem ela sabe o que tá acontecendo — Stelfs comentou divertida lá na mesa, em meio aos papéis.

Estava todo mundo meio morrendo naquele feriado. Sim, era feriado de novo. Dessa vez, dia do Trabalhador.

Eu e Bia fomos assistir Naruto, ou pelo menos me convenceu pra ver com ela, e Stelfs estava fazendo algum trabalho de uma matéria do curso dela. Ou seja, téééédio total!

— Não mesmo — Bia rebateu a fala de Stelfs e nós três começamos a rir.

— Ai, desisto! Ninguém sabe de nada desse troço. — E peguei meu celular pra ver se tinha alguma novidade. Mas mal cheguei a desbloquear a tela.

— Nãooooo, Ester! Não desiste de mim. — Bia choramingou e eu ri.

— Ah, vai, não é culpa sua se o negócio é confuso. — E abracei-a, como “consolo”.

Senti meu celular vibrar do lado da minha perna. Soltei a Bia e desbloqueei a tela. Era uma mensagem do Lysandre.

— Humm, mensagem do Lys, Ester? — Olhei pro lado e Stelfs estava apoiada no braço do sofá.

­— Você não devia tá fazendo seu trabalho? — perguntei e dei espaço pra ela sentar do meu lado.

— Ah, depois eu termino. — Olhei pra ela fazendo bico. — Que foi?

— E você ainda pergunta de quem é, Stelfs? — Bia completou e as duas riram. Eu mereço...

Balancei a cabeça e sorri. Abri a mensagem:

“ Você já almoçou, Ester? ”

Será que ele ia me convidar pra sair? A gente quase não se encontrou na semana passada, tirando quinta. Estávamos os dois ocupados com trabalhos da faculdade mais assuntos pessoais (meu caso).

“ Ainda não. Pq? ”

Mandei a mensagem e desliguei a tela, tentando voltar a prestar atenção na TV. Stelfs começou a fazer perguntas sobre o anime e Bia tentava explicar.

“Quer vir almoçar aqui em casa? ”

Levantei uma sobrancelha e ri.

“Humm, e vai ter surpresas q nem aquele jantar? Kkk”

“15 min e tô aí. ”

— Eita, que o papo tava bom. — Stelfs se apoiou no meu ombro, tentando ler a mensagem, só que eu desliguei a tela de novo. Dei uma pigarreada, pra fingir que tava irritada. Mas não pude evitar sorrir.

— Lys me convidou pra almoçar no apê dele.

 E com o mesmo sorriso no rosto, me levantei e fui trocar de roupa, porque estava fazendo companhia à Bia no mendigo style. Bem estilosas.

— Deixa você! — Ouvi Stelfs lá da sala e fechei a porta, indo me arrumar.

Falei que ia demorar quinze, mas devo ter gasto quase o dobro. Peguei uma blusa de mangas compridas preta, um pouco brilhante, e com detalhes em branco na barra, além de uma calça da mesma cor escura e all-stars.

Prendi o cabelo numa trança rápida, peguei o celular e sai do quarto.

— Tá bonita, hein? Aposto que o Lys vai gostar — Stelfs comentou e eu fiz uma cara engraçada pra ela, que caiu na risada.

— Agora, deixa eu ir, porque falei que ia tá lá em quinze minutos.

Fui até o balcão pra pegar minhas chaves.

— Traz comida pra gente — Bia pediu, enquanto eu caminhava até a porta. — Mas nada de bichinhos mortos pra mim, viu? Não esquece.

— Pode deixar, vou trazer um prato de salada pra você, Bia. — Brinquei e sai, sem esperar a resposta.

Caminhei até a porta ao lado e bati. Fui recebida pelo Castiel.

— Finalmente você chegou. Tô com fome. — Deixou que eu passasse e fechou a porta.

— Ué, mas eu não tô te impedindo de comer.

 O ruivo murmurou algo como “bah” e foi se jogar no sofá, me deixando parada no meio da sala. Que belo anfitrião, não?

— Sua namorada tá ficando muito engraçadinha, Lysandre — ele chamou a atenção do amigo e só então fui ver que meu namorado estava na cozinha, de costas, já preparando o almoço. Tinha as mangas da camisa dobradas até perto do cotovelo, como da outra vez.

— Nada mais que justo, não acha, Castiel? — Lysandre veio com essa e eu quase gargalhei.

— Credo, Lys, que turn down for what nele. — E fui até onde ele estava, dando um beijo rápido. — Mas o Castiel mereceu também. — Ouvi o rapaz reclamar algo lá da sala, só que nem prestei atenção.

Parei com os braços cruzados, observando ele fritar alguma coisa na frigideira.

— O que você tá cozinhando dessa vez? — Respirei fundo, admirando o aroma. Ele apagou o fogo.

— Rocambole de carne com cogumelos. — Fiz uma cara de “not bad”, arrancando um riso dele. — Está quase pronto, falta apenas enrolar e levar ao forno.

— Resolveu cozinhar algo chique de novo? — Dei uns passos pra trás e fui me apoiar lá na bancada, pra não o atrapalhar. — Que prendado esse rapaz!

Ele riu do meu comentário e respondeu minha pergunta, sem tirar os olhos do que fazia.

— Na verdade, meu irmão e a namorada virão almoçar conosco. Portanto, resolvi fazer algo mais.... Refinado? — E então se voltou pra mim, pra ver o que eu achava disso. — Algum problema?

Ah, sim. Eu devia estar com uma cara muito engraçada. Como assim ele não tinha me avisado disso? E eu toda boba, achando que ia ser só nós dois e talvez o Castiel de bônus.

Calma, Ester, calma. Isso não é hora de ficar nervosa.

— Acho que ela tá com medo de conhecer os cunhados, Lysandre. — Castiel riu-se lá no sofá. Nem rebati dessa vez.

— É que eu não esperava. Você nem me avisou de nada essa semana. — E fiz um bico, só que ele não viu, pois virou de costas de novo.

— Peço perdão por isso. Eles me avisaram em cima da hora que viriam e esqueci de te informar. — Ri em silêncio. A cara dele fazer isso. — Eu queria que você os conhecesse... — Deu uma olhada rápida pra mim e virou de novo.

— Ah, por mim sem problemas. — E mordi o lábio, já ficando ansiosa.

Como será que eles eram? Será que iam gostar de mim? E se não gostassem? E se eu desse alguma gafe? Ai, eu devia ter me arrumado mais antes de vir....

— Ester, está me ouvindo? — Lysandre perguntou, enquanto colocava o rocambole no forno e ajustava a temperatura.

­— Oi? — Foi a única coisa que eu consegui responder. Que perspicaz!

— Ih, Lysandre, a menina bugou! — Castiel riu lá da sala. Sério que ainda por cima ia ter que aguentar esse cara junto?

Revirei os olhos e suspirei.

— O que você tinha dito, Lys? Acabei não ouvindo. — E sorri, tentando passar que estava tudo bem. Mas na verdade não tava. Será que ia ser estranho se eu saísse porque tava com dor de barriga?

Lysandre terminou de ajustar um timer, pra lembrar a hora de tirar o rocambole do forno, porque ninguém merece comida queimada, e virou pra mim.

— Perguntei se você gostaria de ouvir algumas bandas novas que descobri essa semana. — E começou a desdobrar as mangas da camisa.

— Claro. Sempre gosto de ouvir músicas novas.

— Vou até meu quarto buscar o celular. — E foi caminhando para o corredor.

Olhei ao redor e vi Castiel lá estirado no sofá, vendo Discovery Chanel (?). Pensei melhor e resolvi ir atrás do Lysandre.

Parei no batente da porta do quarto dele. Estava revirando a gaveta do guarda roupa.

— Perdeu o celular? — perguntei, achando graça. O que mais ele perdia por aí?

Lysandre olhou pra mim, surpreso, mas sorriu.

— Pode entrar, fique à vontade. — Me sentei na beirada da cama. — Encontrei. — Puxou o aparelho do meio das roupas e pegou o fone de cima da escrivaninha, indo até onde eu estava.

— Acho que alguém precisa arrumar esse quarto. Não é à toa que você perde as coisas aqui. — Ele fez uma careta e eu ri. — Preguiça, né?

— Falta de tempo, na verdade — respondeu e eu disse um “seiii”.

Ele se sentou mais pra cima da cama, com as pernas em posição de “indiozinho”, e deu um tapinha no lado vago.

— Sente mais perto.

 Me levantei e tirei o tênis, deixando-os arrumados ao lado da cama e fui até onde ele indicava, corando um pouco. Pra que isso, garota? Vocês já sentaram tão próximos assim. Só não eram namorados na época.

— Então... — Parei, pensando um pouco. Sentia um pequeno desconforto no estômago. Calma, respira, solta... — Que bandas você achou?

Ele plugou o fone no celular, me entregando um lado e colocando o outro. Se aproximou mais de mim, ficando lado a lado.

Deu play na música e um piano suave começou. Uma voz um pouco grave de mulher entrou. Ela alternava bem entre agudos e graves. Logo alguns instrumentos se juntaram, mas ainda se mantinha na mesma vibe calma.

— Gostei dessa — comentei e ele me mostrou o nome. Era Sights do London Grammar. — Pensei que você tinha selecionado uns metais ou algo trevoso.

— Estava procurando algumas sugestões com base no seu Last fm e acabei encontrando essas — respondeu quase ao pé do ouvido. Encostei a cabeça no braço dele.

— Tá me stalkeando é?

— Apenas quis encontrar bandas novas — respondeu e eu sorri. Lysandre pegou o celular e foi procurar outra música pra me mostrar.

Começava com um violão, parecia que ia ser calma também. Uma voz masculina entrou junto da percussão.

— Essa eu encontrei relacionada ao Anathema. Se chama Katatonia. — Ele colocou o celular em cima da perna e pegou na minha mão.

 A bateria aumentou, se juntando a uma pequena orquestração, crescendo um pouco na canção.

— Nossa, mas essa é da bad também. — Senti seus dedos segurarem os meus. Lysandre me deu um olhar preocupado.

— Você está bem? Sua mão está gelada. — Droga, ele devia ter percebido que eu tava nervosa!

— Eu tô bem, sim. — E sorri, tentando disfarçar. Respira, solta...

— Não está nervosa porque meu irmão e a namorada vão vir almoçar conosco, está? — Balancei a cabeça, como se dissesse “da onde você tirou isso? ”. Só que não adiantou muito.

Ele tirou os fones dos nossos ouvidos e colocou-os junto com o celular, um pouco mais longe.

— O que você tá fazendo?

Segurou minha mão e disse, suavemente, um “sente-se aqui”. Devo ter feito inveja aos pimentões nessa hora, porém, me vi sentada, de lado, sob as pernas dele. Ai, meu...

Fui abraçada por Lysandre, tendo minha cabeça apoiada em seu ombro. Os batimentos de seu coração estavam um pouco acelerados. Os meus deviam estar parecendo uma bateria de escola de samba.

— Não há motivos para ficar nervosa — sussurrou baixinho pra mim, fazendo carinho nos meus cabelos com a mão direita.

— Eu sei... Mas não consigo evitar. E se eu fizer alguma coisa errada e eles não gostarem de mim? — respondi no mesmo tom, contando um pouco da minha aflição naquele momento.

— Por que alguém não gostaria de você? — Fui tentar responder, mas era uma pergunta retórica. — Qualquer um iria adorar te conhecer.

— É mesmo? — soltei em um tom mais alto, meio descrente. Continuei a próxima frase na mesma altura que estávamos usando pra conversa. — Não acho que eu seja tão cativante assim.

— Como não? Você é uma garota adorável, engraçada, divertida.... — Eu sorri abertamente com a sucessão de elogios.

— Parabéns. Você acaba de me deixar sem graça em dez segundos. — Senti ele rir.

— Está mais calma agora? — A mão que fazia carinho nos meus cabelos, desceu em direção à nuca, ficando acariciando ali.

Suspirei antes de responder.

— Talvez....

E ele ficou ali, tentando me acalmar. Parecia que estava fazendo efeito... Abracei-o de volta e comecei a apreciar o perfume dele, suave como o dono. Porém...

— Lysandre! Eles chegaram — Castiel berrou lá da sala. Estraga prazeres!

Lysandre começou a se movimentar pra levantar e eu reclamei.

— Temos que atendê-los. — Fiz um bico e ele riu. Completou dando um beijo na minha testa. Sorri pra ele.

Depois de um selinho, levantamos os dois. Calcei meus tênis de volta e saímos do quarto.

Ao chegar na sala, vimos um casal sentado no sofá, conversando com Castiel. Ai, caramboles, é agora!

Senti Lysandre afagar o meu ombro e demos os últimos passos no corredor.

Ele foi cumprimentar o casal, que se levantou. Fiquei parada no mesmo lugar. Olhei para Castiel, que mexeu com as sobrancelhas. Balancei a cabeça.

— Lys-fofo, há quanto tempo! — exclamou a moça, abraçando Lysandre. Ela parecia bastante animada em revê-lo.

Em seguida, ele foi cumprimentar o irmão. A garota então olhou pra mim, que ainda estava lá parada.

— Oi! Você é a namorada do Lys-fofo?

De quem?!

— Sou sim. — Estendi a mão e sorri. — Ester.

Foi então que reparei na aparência dela: tinha os cabelos da mesma cor do Lys (sério, que tinta esse povo usa? Se minha mãe visse, seria uma das primeiras coisas que iria perguntar). Olhos de um tom quase dourado e traços harmônicos. A menina era linda.

Enquanto tava lá analisando tudo, com a mão estendida, fui pega de surpresa e puxada para um abraço.

— Olha, amor, ela não é fofa? — disse ao se separar de mim. Com certeza corei nessa hora.

O namorado dela, irmão de Lysandre, veio até mim e me cumprimentou também, com um aperto de mão. Diferente do outro, tinha cabelos e olhos negros. Também era alto e usava roupas vitorianas.

— Prazer, Leigh. — Se apresentou e voltou para o lado da namorada, que parecia que iria apertar as minhas bochechas a qualquer instante.

— Desculpa, esqueci de me apresentar. Rosalya. — E sorriu brilhantemente pra mim. Retribui, junto de um aceno com a cabeça.

Nessa hora, ouvimos um barulho de despertador.

— Hora do rango! — Castiel anunciou empolgado, tirando a nossa atenção daquele momento de apresentações. Ele recebeu uma olhada feia de Rosalya.

Lysandre suspirou e foi pegar uma luva, pra tirar o rocambole do forno. Castiel se sentou à mesa. Leigh e Rosalya fizeram o mesmo. Ofereci para colocar os pratos e talheres.

Logo, todos nos sentamos, colocamos a comida no prato e fomos comer.

Os três começaram uma conversa agradável e eu entrava de vez em quando. Castiel comia calado, o que era um milagre.

Acabei descobrindo que Lysandre, Rosalya e Castiel estudaram todos na mesma sala. Ela estava contando fatos engraçados que aconteceram com eles no ensino médio.

— Lembra, Castiel, daquela vez que seu cabelo ficou rosa? — Ela dirigiu essa pergunta ao ruivo e eu quase engasguei com a comida na hora. Tomei um gole do suco pra disfarçar, mas queria mesmo era gargalhar. Como assim??

Eu e Lysandre trocamos olhares e voltei a me concentrar no prato.

— Não — Castiel respondeu curto e grosso, fechando a cara.

­­— Como não? Foi aquela vez... — Então ela começou a contar a história.

 Não pude evitar rir, enquanto Leigh e Lysandre sorriam (eram tão gentlemen que conseguiram disfarçar) e Castiel fuzilava Rosalya com o olhar.

Ela terminou e nós duas riamos.

— Nossa, Castiel! Você pintou o cabelo com papel crepom? — soltei essa e Rosalya gargalhou lindamente. Os dois irmãos também não esconderam o riso.

— Que engraçadinha você, hein? — Castiel disse e eu tentei parar de rir. Ele olhou irritado pra nós quatro. — Vou deixar a família feliz aí e vou pro meu quarto.

Pegou o prato e o copo de suco e se levantou. Só ouvimos uma porta bater logo depois.

— Acho que ele se enfezou — comentei com eles.

— O que não é novidade — Rosalya respondeu o meu comentário e voltamos a comer. — Você já se acostumou com ele, Ester? — questionou pra mim, antes de uma nova garfada.

— Acostumar, não. Mas acho que aprendi como me virar com ele. — Lysandre sorriu com a minha afirmação. Aquele dali já tirava de letra como lidar com o Castiel.

Depois disso, Rosalya começou algumas perguntas sobre mim.

— Essa sua cidade é muito longe daqui?

— Não, fica a uma hora e pouco de carro. Se não tiver trânsito, claro.

Com cuidado, pra não soltar uma gafe sem querer, fui respondendo às perguntas dos dois. Leigh também questionava alguma coisa vez ou outra, mas Rosalya era quem “comandava” o “interrogatório”.

Fui contanto um pouco sobre a minha cidade, até que...

— E seus pais, fazem o que? — A moça perguntou e eu parei. Ainda bem que já tinha terminado de comer.

Desviei os olhos deles e tentei pensar rápido numa frase. Mantenha a pose, respira, disfarça, você pode sair dessa.

— Minha mãe faz alguns bicos como manicure e meu pai.... Está quase se aposentando. — Finalizei com um sorriso de lado. Certo, muito bem. Agora dê um jeito de desviar o tópico de você! — Alguém quer sobremesa?

Lysandre olhou pra mim com um olhar intrigado. Oh, dear.... Devia ter inventando outra coisa. Será que ele não preparou sobremesa dessa vez?

— Irei pegar — ele anunciou e se levantou, indo até a cozinha.

— Eu te ajudo. — Vim com essa e sorri para o casal.

Deixei-os conversando à mesa e fui até onde Lysandre estava. Colocou uma travessa em cima da pia.

— Quer que eu pegue os pratos pra pôr? — ofereci, pra parecer útil. Ainda estava meio em choque.

— Não precisa, estão aqui em cima. — Abriu a porta do armário em cima da pia e apanhou os utensílios para a sobremesa.

— Vou levar pra mesa. — Peguei as coisas da mão dele e ia indo, só que ele deu uma segurada de leve no meu braço.

— Você não está apreensiva de novo, está? — questionou em um sussurro, um pouco preocupado, só pra eu ouvir.

Respondi no mesmo tom baixo:

— Um pouco. Mas eu dou um jeito. Vamos? — E abri um sorriso de disfarce.

Ele soltou o meu braço e pegou a travessa com o doce. Voltamos os dois pra mesa.

— Vocês que fizeram? Parece bom — Rosalya comentou, sem tirar os olhos do doce.

Olhei pro Lysandre, esperando que ele respondesse essa.

— Eu encomendei o pavê de uma doceira que mora perto. — Logo, todos nos servimos.

— Se o Castiel tivesse aqui, certeza que ia fazer a piada do pavê. — E ri da minha frase. O que que deu em mim pra ficar com tanta tiração pra cima do Castiel?

Falando na criatura.... Ouvimos uma porta bater e ele apareceu no corredor.

— Mas vocês não comeram ainda? — O ruivo veio em nossa direção, com o prato e o copo na mão.

— Na verdade, vamos começar a sobremesa... — Lysandre disse e foi colocando um pouco da sobremesa pro rapaz em outro prato.

Castiel deixou as coisas na pia e se sentou na sua antiga cadeira.

— Ahh, agora sim! — Pegou a porção que Lysandre oferecia, um garfo e começou a comer com gosto.

— Não vai fazer a piada do pavê, Sr. Crepom? — Castiel lançou um olhar mortífero pra mim e eu não escondi um sorriso travesso. Os outros não contiveram o riso com o meu “apelido” pra ele.

— Cuidado com o que você diz, garota. — O ruivo apontou o garfo na minha direção e eu ri da cara dele. — Não vai conter sua namorada, Lysandre? — perguntou emburrado pro amigo.

— Que mal há que ela se divirta um pouco, Castiel? — Lysandre respondeu, com um sorriso de canto, como se pedisse pra que passassem o sal.

— Tá vendo, Castiel? Tudo que vai, uma hora volta... — joguei essa pra ele, sem desviar os olhos do meu pavê. Que sobremesa maravilhosa!

Ouvimos o ruivo bufar alto e parei com as minhas zoeiras ali, pelo momento.

Terminamos a sobremesa, conversando sobre assuntos mais leves.

Eu e Lysandre recolhemos a louça e levamos até a pia.

— Quer ajuda pra lavar? — ofereci, enquanto ele já colocava detergente na esponja.

— Não é preciso.

 Me afastei um pouco e olhei pra trás. Leigh e Rosalya estavam sentados no sofá, junto do Castiel, todo largado, que mexia no celular, nem ligando pra TV.

— Você lava e eu seco, pode ser?

Lysandre sorriu e balançou a cabeça divertido. Peguei o pano de prato e esperei. Ele foi me passando as coisas, conforme terminava de enxaguar.

Ficamos um pouco em silêncio, até que eu resolvi puxar assunto.

— Parece que eles gostaram de mim — comentei baixo e dei uma olhada de canto pra ele, que voltou os olhos pra mim.

— Eu disse que eles iam gostar de você. — Sorrimos e coloquei um copo, já seco, de lado. — Não havia razões para que você ficasse apreensiva.

— Fácil falar, difícil fazer — respondi com certo pesar. Voltando a ficar quieta, ponderando algumas coisas.

— Ester? — Ouvi Lysandre me chamar e só disse “hm?”. — Está tudo bem? Você está mais calada hoje... — Nessa hora, ele ia me passando um prato e eu derrubei. Foi sem querer, mas pelo menos conseguir sair do assunto...

— Quebra mesmo! A casa não é sua, pode quebrar. — Castiel soltou sarcástico lá da sala e eu nem me dei ao trabalho de responder.

— Não fala com ela assim, Castiel — Rosalya o repreendeu.

Me abaixei pra pegar os cacos. Lysandre fechou a torneira.

— Não se preocupe, eu limpo — afirmou e foi pegar as coisas pra juntar o vidro.

Me levantei e peguei os utensílios com ele.

— Não precisa, foi eu que quebrei — pedi com um sorriso e comecei a limpar a minha bagunça.

Rosalya veio até onde estávamos, pra ver se tava tudo bem. Respondemos que sim e ela voltou ao sofá.

Terminei de recolher o vidro e joguei fora. Lysandre também terminou de lavar a louça. Não tocou mais no assunto.

Fomos pro sofá e ficamos todos lá, assistindo TV e conversando.

Permanecemos até perto das sete da noite, quando Leigh e Rosalya disseram que tinham que ir embora.

Castiel se despediu deles sem nem levantar, daquele jeito dele. Eu e Lysandre fomos com eles até a porta. Com um abraço, demos tchau para os dois. O casal prometeu que voltaria outro dia. Com sorrisos, eles foram embora. Lysandre fechou a porta.

Voltamos pro sofá e ficamos mais um pouco lá, assistindo Transformers com Castiel. Acabei descobrindo que o ruivo é fã dos filmes.

Assim que os créditos começaram a subir, Castiel se levantou e foi pra cozinha pegar algo pra comer. Fui um pouco mais pra longe do Lysandre e me espreguicei.

— Acho que vou indo — disse, enquanto checava os bolsos pra ver se meu celular e as chaves estavam lá.

— Não quer ficar para jantar? — Lysandre perguntou educado, porém eu recusei.

— Não. Vou lá em casa levar alguma coisa pras meninas comerem. Acho que nem fizeram almoço hoje, tava todo mundo com preguiça.

— Quer um pouco do pavê? — Ele me ofereceu e foi até a cozinha, para pegar a sobremesa. O segui.

— Ué, vai levar comida também? — Castiel perguntou, sentando-se à mesa com um sanduíche.

— O Lys quem me ofereceu... Sr. Crepom — completei com essa só pra provocar. Eita, onde que eu aprendi essas coisas?

Castiel me deu um olhar atravessado e começou a comer. Eu ri e peguei a tigela que Lysandre me oferecia.

Ele me acompanhou até a porta.

— Então.... Quer assistir Doctor Who comigo amanhã? O episódio novo saiu sábado e eu já baixei. Só não vi ainda. — Vi que ele ia perguntar algo e completei. — Acho que dá pra você assistir, mesmo que não tenha visto nada depois da sexta temporada. Os episódios tão um pouco mais soltos.

— Mesmo horário? — Lysandre abriu a porta e nós saímos. Ele se encostou nela e ficamos os dois no corredor.

Combinamos que iriamos assistir depois do almoço, naquela mesma hora de sempre.

— Até amanhã. — Dei um beijo rápido e ficamos lá, só sorrindo um pro outro.

Ele colocou a mão nas minhas costas:

— Ester, tem certeza que realmente está tudo bem? — questionou preocupado e eu suspirei. — Você tem andado um pouco calada ultimamente...

— Lys, sério, tá tudo bem. — E olhei pra ele, pra tentar passar confiança. — Só não posso estar todos os dias no mesmo humor. — Ele ia responder algo, mas eu cortei a fala antes. — Sério, não precisa ficar assim. Se tiver algo de errado, eu falo. — A questão era, quando?

Empurrei esse pensamento de lado e demos mais um beijo, antes de eu realmente ir pra casa.

Chegando lá, bem.... Aquele “interrogatório” de sempre com as meninas. Acho que eu tava até começando a me divertir com isso.

Depois do jantar, tomei banho e me deitei, pra tentar ler um pouco, mesmo que tivesse que acordar cedo na terça. Porém, um guincho de guitarra cortou o ar. De novo não...

Enfiei o rosto no travesseiro e respirei fundo, contando até dez. Antes que eu pensasse em tomar alguma atitude, uma porta bateu. Vai começar o segundo round do UFC: Castiel Edition!!


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Notas finais do capítulo

Ester:

Vai começar o segundo round do UFC Castiel Edition! Certeza que nessa edição a Stelfs leva o cinturão kkkkkkk E o que será que a Ester tá escondendo, hein? Hummm, aí tem. Aceitamos palpites xD
E, por amanhã ser feriado, teremos capítulo extra (todo mundo berra Aeeee) então preparem-se pra ver bastante nossa cara essa semana.
Link das músicas:
Sights, London Grammar: https://www.youtube.com/watch?v=UBxxEyVIdO4&feature=youtu.be
Decima, Katatonia: https://www.youtube.com/watch?v=Hn0dK4n7veg&feature=youtu.be

Bia:

Olha aí, não foi tão ruim, né? Ester quebrou a casa dos meninos mas tudo deu certo kkkk
E lá vem o Castiel começar a fazer barulho de novo! Voltamos a programação normal com essa xD
Até amanhã o/

Stelfs:

EITA CASTIEL! Vou dedicar esse final de capítulo pra você, Diamara, HAHAHA. Só por conta da nossa última conversa nos reviews. Pra quem achou que Castiel poderia mudar de namorar a Stelfs, cá estamos nós, não é meixmo? :B E... quem achou lindeza Lysandre tentando acalmar a Ester, levanta a mão (o/)! É muita fofura pra ser administrada :3

Ah, genteney! O capítulo passando foi tão impactante (q?), que, em uma conversa de bastidores, acabou saindo uma paródia da Música "Balada" do Gustavo Lima, criada pela Ester, kkkk. Segura aí o link da música: https://www.youtube.com/watch?v=Z1ZKaR-9Kt4 e a paródia:

Ela já pintou o cabelo, regulou o som
Já tá tudo preparado, vem que o Nath é bom
Menina, fica à vontade, entre e beije à beça
Me liga mais tarde, vou adorar, vamos nessa

Gata, se liga, minha cama é balada
Quero dormir com você na madrugada
Sonhar, roncar até o sol raiar
Que hoje vai rolar

Tchê tcherere tchê tchê
Tcherere tchê tchê
Tcherere tchê tchê
Tcherere tchê tchê
Tchê, Tchê, Tchê
Nathaniel Lima e você

É isso, cambada! Até o/



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