Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 3
Vizinhos e guitarras


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:
Ciao, moçada!
Segura os forninhos aí Giovana's que a treta vai rolar solta ou será que não? :B
Buona lettura.
Bia:
Oi, pessoinhas!
Se preparem para o primeiro capítulo cheio de tretas!
Boa leitura.
Ester:
Hello, minha gente? Como andam vocês? (Com as pernas, duh). Chegamos com mais um cap novo, dessa vez teremos tretas ~le cantarolando.
Então preparem suas pipocas, porque o negócio foi bonito kkkk
Boa leitura ;)



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Stelfs

Saí no hall de entrada do nosso apartamento e fui até a porta ao lado, batendo com os nós dos dedos nela. Estiquei as mangas do moletom que usava e prendi-as com as mãos, enquanto esperava. Bati novamente, escutando os solos da guitarra "balançarem" a porta. Talvez esse maldito som não deixa que eles me escutem. Repeti o batido com mais força. E o som de guitarra se encerrou em um ímpeto. Soltei um respiro ansioso com aquele silêncio súbito. Escutei os passos dentro do apartamento e a porta foi aberta.

Olhei para aquela figura na minha frente com surpresa.

MEU.DEUS.

É ele! O cara de hoje à tarde! Não creio...

— Que foi? — ele me "recepcionou" com cara de poucos amores e eu olhei assustada pra ele.

Seus cabelos vermelhos vivos estavam bagunçados e sua cara era de quem havia acabado de acordar. Trazia a guitarra pendurada no ombro nu, sem camisa. Desviei meu olhar por alguns segundos, envergonhada por vê-lo daquela forma.

Okay, Stefany, é. só. alguém. sem. camisa. Sinceramente, não tô acostumada com gente pelada assim perto de mim. Acho que ele percebeu meu incômodo porque abriu um sorriso meio debochado.

— Ah, — eu continuei com a cabeça abaixada pra evitar mais desconfortos — É com você mesmo que eu quero falar — digo, vendo que o dono da guitarra é ele.

— Se for por conta do meu som, nem precisa perder seu tempo — o escuto dizer, colocando a palheta na boca e prendendo os cabelos, voltando a pegá-la novamente — Vai encher a paciência de outro — disse grosso, se preparando pra fechar a porta na minha cara, quando eu a segurei, barrando sua ação.

Ele escancarou a porta de novo e me encarou com a cara fechada, visivelmente irritado.

— Qual parte da minha resposta você não entendeu? — jogou essa pergunta na minha cara.

Eu fui em outro mundo e voltei. COMO É QUE É? Me virei pra ele, estressada com aquela atitude.

— Primeiro, conversa comigo igual gente — rebati na mesma altura e ele cruzou os braços — Segundo, o quarto da minha colega é do lado do seu apartamento — apontei pra ele — E ele tá parecendo uma rave com o "seu som" — fiz aspas com as mãos, soletrando aquelas palavras, deixando ele ainda mais nervoso.

— Isso não é problema meu — ele falou as palavras dando pausas, imitando o que eu tinha acabado de fazer, me deixando ainda mais nervosa.

— Olha aqui, garoto — comecei a dizer, quando escutamos a porta do meu apartamento se abrir.

— Será que já não deu de avisos na portaria? —Bia apareceu calmamente no hall, olhando diretamente pra ele — Ou você quer fazer coleção? — arrematou a conversa, terminando de encostar a porta e indo em nossa direção.

Cara, agora foi.

...

Bia

O sorriso do vizinho aumentou ao me ver.

— Ah, claro que você tinha que estar por trás disso. Você sempre está. —Parei ao lado da Stelfs e encarei o guitarrista seminu. — Exagerado como sempre. Por que você não consegue agir como adulto? — Cruzei os braços, falando calmamente.

— E por que você tá se intrometendo?

— Eu avisei para ela que o vizinho fazia barulho, mas não disse que eles eram à noite. Então eu preciso dar um jeito.

Ele olhou para Stelfs de cima a baixo. — Então você trocou de coleguinha? — perguntou para mim.

— Pois é. Você pode fazer o favor de abaixar esse som? Finja que é um bom vizinho pelo menos essa primeira semana.

Cruzou os braços e olhou para cima, parecendo pensar. Então me olhou novamente. — Garotinha, você sabe que hoje é sábado? É dia de festa.

— Se quer fazer festa, fica à vontade para ir pro salão lá em baixo — O encarei.

Ele riu e, quando estava prestes a falar, outro rapaz apareceu na porta.

— O que está acontecendo, Castiel? — perguntou ao amigo.

— Nada. Nossa vizinha nova veio se apresentar — Sorriu para a Stelfs, cinicamente.

— Olha — falei para o platinado —, seu amigo sempre perde a noção da hora. Eu, ao contrário da minha antiga colega de apartamento, acho que podemos resolver isso na conversa antes de ligar na portaria.

— Puxa, obrigado — Castiel disse, sarcástico, com mais drama do que o necessário.

Seu amigo lançou um olhar de reprovação para ele. — Sinto muito, irei fazê-lo abaixar o som.

Descruzei os braços. — Obrigada — disse a ele, e me virei para voltar.

— Não é a primeira vez que te vejo de pijama — Castiel disse alto, querendo me provocar.

Ri internamente. Ele e essa mania de querer arranjar briga.

Revirei os olhos e nem me dei ao trabalho de olhá-lo.

— Por que será, né? — falei alto.

...

Stelfs

— Não é a primeira vez que te vejo de pijama — escutei o tal de Castiel quase gritar no meio do corredor pra Bia quando ela estava voltando pro apê.

É O QUÊ?! Estou chocada. Será que eles tiveram alguma coisa?

— Por que será, né? — ela respondeu alto, entrando no apartamento e me deixando no meio do hall sem entender o que tinha sido aquela conversa.

Olhei de um para o outro, tentando entender que conversa é essa deles. Meu Deus, será que é isso mesmo que eu tô pensando?

Bia deu meia volta, entrando no apartamento e me deixando ali, parada no hall, olhando para os dois garotos. O amigo de cabelos brancos e olhos duas cores do Castiel me cumprimentou com um aceno de cabeça e também fechou a porta, me fazendo correr de voltar pra casa. Quando entrei, ainda encontrei a Bia no tapete de entrada, tirando os sapatos. Fechei a porta e tirei os meus também.

— O que aconteceu? — Ester veio andando apressada pelo corredor, olhando pra nós duas com curiosidade.

— Aquele garoto acha que é dono do prédio — ela soltou, se jogando no sofá e colocando a cabeça no encosto.

— Eu me lembro que você disse que a menina que dormia na suíte não gostava deles — Ester veio se sentar com Bianca no sofá, interessada na conversa.

— Vocês ficaram ou algo assim? — perguntei na lata, extremamente intrigada com a última conversa entre eles.

Ester me olhou estranhamente (acho que entrei no assunto do nada né?) e Bia ergueu a cabeça de repente, corando um pouco (será que fui muito intrometida?). Ué, gente, eu PRECISO matar essa curiosidade. Logo depois, desatou a rir, fazendo eu e Ester olhar ela dar acesso de risos.

— Você tá locona? — escutei ela me perguntar e Ester caiu na gargalhada, me deixando com cara de tacho.

Elas começaram a rir de novo, me fazendo olhar pra elas confusa e intrigada. Que que tem de tão engraçado na minha pergunta, gente? E me sentei no tapete, me encostando na porta da varanda.

— Ué... — soltei, meio aérea, olhando pras duas — Só perguntei porque ele disse que não era a primeira vez que te via de pijama — expliquei — Aí eu fiquei curiosa — encolhi meus joelhos, abraçando-os — Só isso.

— Sério que ele disse isso? — Ester olhou pra Bia surpresa com aquilo.

— Agora você entende minha curiosidade.

— Ah, se você for levar a sério tudo que ele diz, você fica maluca — Bia soltou com naturalidade — Castiel sempre gosta de arrumar confusão — comentou.

Nisso vou ter que dizer: ela tem razão.

Bia olhou de Ester para mim e soltou uma risada engraçada.

— Lembra, — ela se ajeitou no sofá, colocando as duas pernas sobre ele, dobrando-as em borboleta — que eu disse que a Amanda ligou pra portaria algumas vezes por causa do barulho deles? — ela olhou pra nós e concordamos com a cabeça - Então, as meninas viviam discutindo com ele no corredor à noite e acabava que todo mundo se via de pijama - escutei Bia esclarecer e fizemos cara de "Ahhh" — Nossa, falando nisso — ela se empolgou de repente e nos encarou com diversão — Teve uma vez...

...

Bia

... em uma sexta à noite, que está"vamos aqui vendo filme. Poderíamos estar na balada? Sim, mas eu nunca gostei muito disso, e minhas amigas não estavam afim de sair. Estávamos as três de tpm, então vocês imaginam, né?

Começamos a ouvir um barulho baixo, mas que foi aumentando. Logo reconhecemos que era uma guitarra. Mas como se não bastasse, logo começou outra guitarra.

A Amanda já estava meio nervosa, então percebi que ela começou a bufar, como se isso fosse fazer o barulho parar... Eu já estava prevendo o que ia acontecer.

Então ela levantou, jogando uma almofada no sofá com força. — Estou cansada dessa merda! — disse alto, indo para a porta.

— Espera, onde você vai? — perguntei, indo atrás dela.

— Quebrar essas guitarras nas cabeças desses caras.

— Você tem que ligar na portaria pra reclamar — A segui pelo corredor.

— Pra quê?! Eu ligo, eles falam que vão ligar lá e o som para. Mas no dia seguinte essa palhaçada continua! Tô cheia disso — Parou na frente da porta dos vizinhos e começou a bater nela.

Passei as mãos no rosto, nervosa. Eu detestava brigas.

Amanda bateu mais umas cinco vezes — ou devo dizer que esmurrou a porta? — E só depois de um tempo é que a porta foi aberta.

Castiel apareceu, vestindo apenas calças jeans pretas. Ele nos olhou com ar de tédio.

O som de uma guitarra ainda estava enchendo nossos ouvidos, e como estávamos em frente à porta, o som era ainda mais alto.

— Será que dá pra você tocar essa merda mais baixo? — Amanda quase gritou.

— Isso é uma guitarra, não um baixo para o som sair baixo, garota — disse, calmamente.

— Eu estou pouco ligando para o quê você tá tocando, eu quero que você toque mais baixo.

— E você é quem? A síndica? — Deu uma risada irônica.

— Eu sou sua vizinha, que você devia pelo menos respeitar — falou irritada.

— Vizinha? — A olhou dos pés à cabeça. — Ah, puxa. Eu esqueci que moro em um prédio, que cabeça a minha! — Colocou a mão na testa, fazendo um péssimo teatro. Então, sorriu. — Eu não ligo.

— Ah, não liga? Será que vai ligar quando o síndico vier aqui?

— Garota, por que você não vai curtir sua vida? Você não devia estar em uma baladinha eletrônica? Me deixa aproveitar a minha sexta, já que você não quer aproveitar a sua. — Começou a fechar a porta.

Amanda avançou para cima da porta e a abriu com um soco.

Ela era pequena, mas fazia karatê. Sorte da porta que ficou inteira.

— Escuta aqui seu idiota, eu não tô pedindo nada demais. Estou pedindo pra você ABAIXAR e não DESLIGAR.

Ele a olhou assustado por um momento, mas recuperou sua cara sarcástica.

— Pra mim é a mesma coisa.

— Eu não quero saber nada de você. Eu quero que você abaixe esse som.

Nesse momento, o som do elevador apitou, indicando que alguém desceria dele.

E logo, o sindico, também de pijama, apareceu.

— É sério que você chamou ele? — Castiel fechou a cara.

Olhamos para o sindico, que parecia mais irritado por ter sido acordado do que pelo barulho.

— O que está acontecendo? — Ele perguntou.

— Está acontecendo que esse ser idiota não quer abaixar o maldito som dele — Amanda disse, quase gritando de novo.

— Vamos resolver isso na conversa, sim? — Ele perguntou, parecendo cansado.

— Não, porque resolver na conversa não adiantou até agora. Agora eu quero que ele tome uma multa!

— Calma aí, garota — Castiel falou.

— Calma aí, minha vó! Multa agora! — Olhou para o sindico. — Ele está infringindo a lei do silêncio, faça o favor.

— Se acalme — Ele disse para ela. — Vamos conversar.

— EU NÃO QUERO CONVERSAR. Se resolva com ele, agora. Ou eu chamo a polícia.

Castiel olhou espantado para ela e depois para mim. — Vai ficar só olhando?

Levantei os ombros. — E eu vou fazer o quê? Você é o errado aqui.

— Cala a boca! — Apontou o dedo para ele.

— Não me manda calar a boca — disse, ficando irritado.

— Já chega — O sindico ficou entre eles. — Pode voltar para o seu apartamento, eu vou resolver as coisas com ele.

— Eu acho bom mesmo. Vou ficar com o telefone na mão para ligar para a polícia.

— Não será necessário. Pode ir.

Amanda deu um olhar cheio de ódio para Castiel, antes de se virar e me puxar de volta pro apartamento.

~~

— E bom, foi nossa outra amiga que ligou para o síndico. A Amanda estava vermelha de raiva quando voltamos, e um pouco depois o barulho acabou.

— Esse Castiel é um egoísta, hein? — Ester disse.

— Sim, o único que tem bom senso ali é o amigo dele. Mas olha, essa não foi a primeira e nem a última vez que a Amanda reclamou deles. Nas primeiras dez vezes, ela ligou pra portaria. Então aconteceu isso, e sempre que eles tocavam alto, ela ia lá no apartamento deles e reclamava. E se ele se recusasse a abaixar o som, ela ligava pro sindico. Eu acho que ele até agradeceu quando ela saiu daqui — Dei risada.

— Será que eu vou me tornar uma segunda versão da sua amiga? — Stelfs perguntou, rindo.

— Esperamos que não, né? — Bocejei e me espreguicei. — Bom, depois dessa treta toda, preciso dormir — Levantei.

As duas concordaram e levantaram também.

Parei na frente da porta do meu quarto. — Boa noite.

— Boa noite! — disseram juntas, ambas indo para seus quartos.


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Notas finais do capítulo

Stelfs:
Pra vocês que sentiram falta do nosso guitarrista preferido desse jogo, aí está. Arriverdeci e bacio :}
Bia:
Quem diria que o Castiel era "treteiro" não é meixmo? HAHAHA. Espero que tenham gostado, porque eu adorei xD.
Até o próximo.
Ester:
Mas que que é isso, Castiel? Pra que tanta raiva no coração? D: Pelo menos tinha um Lysandre ali pra acalmar os ânimos kkkk.
Vemos vocês na próxima sexta, nesse mesmo lugar, nessa mesma fic ;)
Até, minha gente o/