Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 2
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:
Ciao, persone! :}
Bem, que dizer desse capítulo que mal conheço, mas considero pacas? - Não, pera.
Brinks à parte, nesse capítulo podemos pressentir quem será o "par romântico" da Stelfs (Aeeeeeee o/). Será que vocês podem deduzir quem é? (sim ou claro? xD).
Okay, vou parar de gracinha.
Buona lettura

Ester:
Bom dia, gente linda!
Sexta é dia de que?? Isso mesmo, cap novo, Uhulll!!!
Esse é um cap mais pra aproximar as amizades. Mas segurem-se aí, logo logo virão as tretas XD
Boa leitura

Bia:
Oi pessoas! Não tenho muito o que falar desse cap. -cofcof
Ah sim! Iremos postar toda sexta feira, ok? Então reservem um tempo da sexta de vocês para ler u.u
Espero que gostem e boa leitura!

Ps: Uma imagem do apartamento das meninas ~feita no The Sims mesmo porque gostamos MUITO desse jogo :B



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736807/chapter/2

Ester

Abri os olhos naquela manhã com os raios de sol entrando pela janela. O relógio da parede marcava sete e vinte. Criei coragem e levantei para me arrumar.

Dez minutos depois, estava pronta e Tamires ainda dormia. Peguei um travesseiro e bati com ele nela:

— Acorda, menina! — Ela grunhiu algo e cobriu a cabeça. — Sabe que dia é hoje?

— Sábado. Dia de dormir até mais tarde. — Teve sua voz abafada pelos cobertores.

— É hoje que eu mudo. — Não tive resposta. — Ah, vai, olha que dia lindo. — Fiquei quieta um pouco pra deixar os passarinhos cantarem. Tamires continuava calada. — Vou tomar café e te espero pra gente ir. — Ela murmurou algo em resposta e saí do quarto.

Emily também dormia e a casa estava em silêncio. Fui preparar o café. Ao começar a comer, Tamires apareceu na cozinha com cara de sono.

Tomamos o café juntas e depois fomos pegar minhas coisas.

Ajeitamos tudo, trancamos a porta da frente e saímos. Como não precisei me preocupar com móveis, coloquei minhas roupas e o notebook numa mala de viagem, ensacamos o resto e enfiamos no carrinho de feira.

O prédio ficava a uns quarenta minutos  de distância. Fomos conversando pelo caminho. Como Tamires já me enchera de perguntas sobre o apartamento e minhas novas colegas durante a semana, entramos em um bate papo leve e com risadas.

Minutos após, paramos em frente ao prédio. Era uma construção antiga, com tijolos avermelhados à vista e duas portas largas na entrada. Tamires observou o edifício e questionou:

— É aqui mesmo? Vai morar aí?

— Ah, vai. O prédio parece velho, mas nem é tão ruim. — Entramos e cumprimentei o porteiro, ele já havia sido avisado que me mudaria no fim de semana.

— Se você diz... Só que eu acho melhor você continuar lá em casa. — Dirigi um olhar a ela e cortou o assunto.

Chamei o elevador e arrastamos o carrinho e a mala assim que as portas abriram. Entramos, apertei o botão do segundo andar e expressei minha dúvida em voz alta:

— Será que eu bato pra avisar que cheguei?

— Você não tem a cópia da chave? Ela sabe que você ia mudar hoje? — O elevador abriu e arrastamos minhas coisas em direção ao número sete.

— Sabe. Só que é melhor avisar que cheguei. — Apertei a campainha.

Bianca abriu a porta enquanto mastigava alguma coisa.

— Chegou cedo! — Exclamou. Entramos e ela fechou a porta.

— Pois é! Achei melhor mudar logo de manhã, daí tenho mais tempo depois. Tamires observava o apartamento e apresentei as duas.

— Vou terminar de tomar café e depois te ajudo. — Disse Bianca. Agradeci e arrastamos minhas coisas até meu quarto. Tamires parou para observar o ambiente, enquanto eu estacionava a mala.

— Parece ser bom aqui. — Ela suspirou e começou a tirar as coisas do carrinho, colocando-as na cama. Em um minuto terminamos.

— Tem certeza que não precisa de ajuda? — Perguntou ela.

— Tenho, não é muita coisa pra arrumar.

Nos encaramos e ela me puxou para um abraço de urso.

— Boa sorte! — Nos separamos e ela me deu um tapinha no ombro. — Vou te visitar sempre que der. — Rimos um pouco e a acompanhei até a saída, onde nos despedimos. Fechei a porta e suspirei: por conta própria pela primeira vez.

Bianca saiu da cozinha enquanto secava as mãos no pano de prato:

— Precisa de ajuda?

...

Stelfs

— Stefany, você conhece essa menina? — escuto minha tia me perguntando preocupada, enquanto penso na vida olhando pela janela do ônibus.

O que responder? "Não, tia, a gente se conheceu na segunda-feira quando ela me mostrou o apartamento MARAVILHOSO onde ela mora!". Melhor não.

— Conheço sim, tia — respondo não muito convencida disso.

Okay, é uma mentira mascarada. Eu simplesmente odeio fazer isso tipo de coisa... Mas como minha tia é um pouco... preocupada... nunca sabemos o que pode acontecer.

— Você sabe se ela é uma boa pessoa? De quem ela é filha? O que ela faz? — começou o serial de perguntas que deve ter aprendido com meus pais.

É disso que eu tava falando.

— E se essa menina usar drogas? — continua em uma ladainha contínua — E se ela levar homem pra dentro do apartamento? — QUÊ?! — Você já pensou nisso, Stefany? — vejo de canto de olho ela me encarar, esperando uma resposta.

Droga, eu simplesmente odeio quando ela começa com essas coisas. Não que eu não entenda a preocupação dela, mas... às vezes minha família exagera um pouco. Paro de olhar a paisagem que passa na janela e a encaro.

— Tia, a Bianca não usa drogas, não tem namorado e é uma boa pessoa — falo com segurança, sentindo que minhas palavras parecem surtir efeito.

Só espero que essa menina seja tudo isso mesmo.

— Bem, se você tá dizendo, — sinto seu olhar sobre mim — Então, eu confio em você — a escuto dizer, aliviada por aquele interrogatório terminar — Vai morar só vocês duas? — ela recomeça o serial, ainda bem que dessa vez com perguntas mais breves.

Finalmente o sábado chegou e eu pude me mudar. Se fosse por mim, teria me mudado na terça-feira mesmo, mas minha tia ficou me enrolando pra eu não ir embora, que acabou ficando pra hoje mesmo. Além disso, consegui esse dia de folga e queria aproveitar a noite pra poder desfrutar do novo apartamento e conviver um pouco mais com as meninas. Tô tão animada com isso!

— Não — respondo, começando a dar atenção pra conversa — Vai ser eu, a Bianca e a Ester -— falo. Só espero que ela não me pergunte nada dessa Ester. A única coisa que eu sei é que a menina tem cabelos castanhos e longos.

— Entendi — a escuto soltar sem muita emoção (Eu ouvi um 'aleluia, irmãos'?).

Eu sei que ela está triste por isso e indignada pela minha decisão. Mas, sabe aquela sensação de liberdade? Pois é, é o que eu sinto agora. Não que eu não goste da minha tia e não que eu não gostasse dos meus pais, mas eu precisava... Disso. Dessa independência. Pagar minhas próprias contas, cuidar da minha própria casa, ter meus próprios horários, me virar sozinha. Ah, cara, sério mesmo, eu sonho com isso desde meus quinze anos.

— É aqui — indico, me levantando e puxando a corda, dando sinal de que íamos descer no próximo ponto.

Vejo minha tia olhar pelo vidro da janela, analisando a rua. Provavelmente ela está pensando se o lugar é bom, se é bem habitado, se não tem pontos de drogas... Acha que eu estou exagerando?

— Até que o lugar é bonitinho, né, Stefany? — ela comenta, enquanto andamos em direção à porta dos fundos.

Tá vendo? Não tô dizendo?

O motorista parou, fazendo as portas se abrirem e nós descermos. Caminhamos com dificuldade, carregando as duas malas de mão que eu levei e mais uma IMENSA de rodinhas, que eu deixei pra minha tia carregar. Ainda bem que esse ponto de ônibus é bem perto do prédio (é pra glorificar de pé, igreja!). Me aproximei da portaria, olhando pra minha tia e indicando o lugar com a cabeça, a fazendo olhar pra aquela arquitetura acabada que o prédio tem. Ai, meu Deus, é agora, quer ver?

Mas ao contrário do que eu pensei, ela ficou quieta, me seguindo escadarias acima, tentando carregar a mala nos braços. Deixo as minhas malas no último degrau, perto da porta de vidro e me viro, preparando pra ajudar minha tia, quando escuto a porta abrir e alguém passar por mim com tanto ímpeto que quase desci as escadas rolando mesmo. Levo um susto, me escorando na parede e minha tia acompanha a figura descer as escadas, começando a correr pela calçada.

— Sem educação — ouço ela xingar baixo, indignada com a atitude dele.

Olho pra aquela figura que lá vai longe. Parece que vai correr. Está vestido com uma calça de moletom, tênis e camisa preta. Ele coloca os fones no ouvido, guardando o celular no bolso. O que me chama a atenção é seu cabelo vermelho sangue, parcialmente preso. Dou um sorriso pensando que nem tive tempo de ver se ele era bonito.

— Será que a senhorita pode vir me ajudar? — ela interrompe meus pensamentos, me deixando com vergonha por estar ali "secando" o garoto na frente dela.

— Já vou, tia — falo com pressa, correndo escada abaixo e ajudando ela a subir a mala.

...

Ester

Eu e Bianca ficamos mais ou menos uma hora organizando minhas coisas. Fato: mais conversamos do que arrumamos.

Paramos pra comer alguma besteira na hora do almoço e Stefany chegou com sua tia. Foi meio difícil não perceber que elas estavam por ali, já que falavam alto pelo corredor. Bia (que pediu pra ser chamada assim) abriu a porta e as elas entraram trazendo duas malas de mão e outra gigante de rodinhas.

Estacionaram perto da porta e Stefany começou a insistir para que a tia fosse embora, que daria um jeito sozinha e tudo mais. No fim, terminamos as quatro conversando no sofá a tarde toda enquanto víamos séries na TV a cabo.

No começo, estávamos meio sem graça com a enxurrada de perguntas que iam desde: Quantos anos você tem? Quem são seus pais? O que você faz da vida? Tem namorado? Já usou drogas? E mais um questionário enorme. Tenho pena quando a Stefany levar um namorado pra conhecer a tia.

Depois que as perguntas acabaram, ficamos mais à vontade. Tia Simone, que pediu pra ser chamada assim, chegou a fazer café e comprar pão pra gente. Bia até pediu pra ela aparecer lá mais vezes! Fiquei em dúvida se ela só estava sendo simpática ou falando sério mesmo.

Lá pelas seis da tarde, tia Simone foi embora e Stefany parecia que ia sair pulando de felicidade. E então fomos todas arrumar nossas coisas, certo? Errado! Continuamos jogadas no sofá da sala jogando conversa fora e assistindo Friends.

Às 21hrs, ficamos com fome e resolvemos pedir pizza.

— Eu quero pizza de brócolis. — Gritou Bia para Stefany, que estava pegando o telefone.

— Brócolis? Quem come pizza de brócolis? — E entramos numa pequena discussão sobre pizza de calabresa ser melhor do que pizza com vegetais. Sério, quem põe brócolis na pizza?

— Chega, chega, chega. — Stefany interrompeu. — Vou pedir pizza de quatro queijos. Todas felizes com isso? — Concordamos com a cabeça e ela discou o número da pizzaria. — Então tá bom.

Comemos e, finalmente, eu e Stelfs (que pediu pra ser chamada pelo apelido) fomos arrumar nossas coisas, enquanto Bia lavava a louça.

 Entrei no quarto e fechei a porta. Trabalhei em silêncio por algum tempo, até que cansei e quis colocar alguma música. Peguei o celular de cima da cama, abri o player e cliquei no aleatório.

Cantarolava baixinho enquanto arrumava as coisas. Até que ouvi uma voz vinda do outro lado da parede.

— I can’t live, with or without you... With or without you.

A voz era grave, profunda e parecia acariciar os ouvidos do ouvinte. Parei o que fazia para admirá-la melhor. Sorri encantada. A pessoa devia conhecer a música, acertando cada nota, sem desafinar nem uma vez.

Fiquei ali, na minha admiração muda. Até que um guincho agudo começou do nada.

Alguém estava tocando guitarra do outro lado. Acho que entendi porque a Bia não quis esse quarto... O som era tão alto, que sentia as vibrações no chão.

Escutei uma batida na porta.

...

Stelfs

São 23:00 e eu ainda estou aqui, tentando colocar todas as minhas coisas no lugar. E eu achando que tinha pouca coisa. Ledo engano. Parece que a Ester tá no mesmo processo porque escuto uma música soar do quarto que agora é o dela. Rio, achando aquilo super divertido. Em contrapartida, no quarto da Bia (como agora combinamos de chamá-la) o silêncio reina. Ou ela tá com os fones ou ela tá desmaiada dormindo. Bem, ela disse que tinha um trabalho de sei lá o quê pra fazer. Talvez seja isso.

Até que o dia foi legal. Achei que minha tia ia criar muito caso com a Bia (porque a pobre coitada tem cabelos coloridos), mas até que não. Elas conversaram tanto que eu achei que a tia era dela e não minha. A Ester ficou mais calada, mas quando minha tia começou a fazer aquele interrogatório, ela começou a se entrosar. No fim, minha tia tava fazendo café pra todo mundo e comprando pão pra gente comer.

Resumo da história: as meninas querem que ela volte mais vezes aqui. É osso, não?

Rio disso, enquanto termino de pendurar minhas roupas no guarda-roupas. Já estava carregando as calças dobradas para colocá-las nas gavetas, quando um barulho agudo e alto cortou o ar, me fazendo virar todas no chão ao mesmo tempo.

Mas que negócio é esse?

Abro a porta e saio no corredor, sentindo que o som ecoa por todo o apartamento. Quem diabos toca guitarra numa hora dessas? Bati na porta do quarto de Ester e ela abriu, aparecendo no batente com uma cara serena. Será que ela não tá incomodada com essa barulheira toda?

— Tá escutando isso? — pergunto espantada pra ela que concorda com a cabeça, ainda segurando a porta — Eu não acredito que essa pessoa não tem um pingo de desconfiômetro — reclamo, indignada com essa situação.

— Vem aqui pra você ver — ela me sugeriu e entrei no quarto, sentindo as vibrações que o chão fazia com o barulho.

— Meu Deus... — solto meio bobada, olhando pro chão e depois pra Ester — Acho que a Bia esqueceu de dizer que nosso apartamento sofre abalos sísmicos de vez em quando — disse divertida e ela riu com o comentário — Mas como você vai dormir com esse som todo? — me preocupei.

— Bem, levando em conta que meus antigos vizinhos faziam festa até às 4h da manhã — falou dando de ombros e se sentou na cama.

— Mesmo assim — digo revoltada, cruzando os braços e olhando para Ester — Isso é um absurdo — balanço a cabeça, ainda incrédula com a situação — Eu vou lá falar com ele — decidi, saindo do quarto.

Caminhei até saída do apartamento e abri a porta com ímpeto, batendo ela pra fechar.

Ele vai se vê comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Stelfs:
Prevejo tretas. E das bem malignas - UUUUUUUUUUU. Obrigada por acompanharem essa aventura divertida dessas três garotas universitárias da pesada! ~narradorsessãodatardefeelings

Ester:
Quem adivinhar quem são esses vizinhos, ganha um bolinho da Bia-q. Mas acho que já tá bem na cara quem é kkkk.
Até sexta que vem!

Bia:
O que acharam? Nem precisa falar que já vai vir treta, é assim que trabalhamos :~
Até o próximo o/