Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 17
Flores e Abelhas


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Olá pra você, olá pra você também, olá pra você, fantasminha, olá pra todo mundo! Se eu estou empolgada? Talvez kkkk Mas esse é um dos meus caps favoritos. Entoonnn, não vou falar muito kkk
Boa leitura ;)

Stelfs:
Bom dia, gente! Que saudade de vocês :3
Então, vocês estão prontas para quase morrerem de fofura mais uma vez? Porque se não tiverem, sugiro segurar os cuore aí porque o capítulo tá de arrassar. Mas enfim, vou parar de falar e deixar vocês lerem.
Boa leitura :)

Bia:
Hey, pessoas! Tudo certo?
Vamos lá morrer um pouquinho? -q
Boa leitura!



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Acordei adiantada pra aula aquela manhã. Deu tempo de ir um pouco mais sossegada.

Sentei no meu lugar, atrás de Lorraine e no lado da janela. Ficamos conversando enquanto a professora Raquel esperava dar o horário pra fechar a porta.

Vi Lysandre chegar. Até porque era impossível não o enxergar de longe, com aquela altura.... Acenei pra ele, que foi sentar na carteira vaga atrás da minha, diferente da habitual.

— Lys, bom dia! Tá melhor pra voltar pra aula? — perguntei e ele começou a tirar o material da mochila.

— Estou quase bom, obrigado pela preocupação. Ontem também voltei a cantar no café.

Apresentei ele a Lorraine. Logo a professora fechou a porta e a aula começou.

Recebemos a nota pelo trabalho do conto. Eu e Lysandre tiramos dez. Comemorei com ele.

No final da aula, foi passada uma nova atividade. Pra não perder tempo descrevendo todo o diálogo e as perguntas dos alunos, resumidamente, foi: o conto da outra semana era apenas um teste, para ver as habilidades de cada um. Agora começaríamos a estudar a estrutura do texto. Por isso tivemos a atividade com as pessoas narrativas na semana passada e teríamos que descrever o ambiente em que estávamos e o parceiro de dupla. Ah sim, ficaríamos com a mesma dupla até o final do ano.

— Não aguento mais trabalho — Lorraine reclamou, apoiando a cabeça na carteira.

— Fazer o que. — Foi o máximo que pude confortá-la, dando um afago no ombro. Olhei pra trás e vi Lysandre guardando o material dele. — Lo, vou ir conversando com o Lysandre. Te encontro na outra sala? — Ela fez que sim, ainda meio deitada na mesa e começou a guardar as coisas dela também.

— Então, quando vamos fazer essa atividade? — perguntei pro Lysandre, que já estava de pé.

— Estou livre nessa tarde. A banda marcou o ensaio para amanhã à tarde. — Dei uma olhada de canto pra ele, enquanto guardava as canetas e o caderno.

— Vou querer ver o ensaio de vocês. Vai ter música nova?

— Estamos ensaiando algumas, sim. Mas prefiro que seja uma surpresa. — Terminei de arrumar as coisas e fiquei de pé. Ele empurrou minha cadeira no lugar.

— Isso não se faz — brinquei, tirando um sorriso dele. — Mas, tá. A gente vai fazer hoje à tarde, então?

— Se for mais conveniente para você.

E saímos da sala. Lorraine foi conversar com a garota que era a dupla dela.

— Por mim tudo bem. Vamos fazer lá no seu apê mesmo? — Entramos os dois no corredor, caminhando lado a lado e desviando das pessoas no meio do caminho.

— Bem, eu pensei.... Temos que descrever o ambiente ao redor. O que acha de fazermos a atividade ao ar livre? Assim a descrição ficará mais diversa. — Parei pra pensar no que ele falou. Era uma boa ideia.

— Gostei dessa. A gente vai fazer onde, então? — Saímos do corredor, embarcando no campus lotado na hora da troca de aula.

— Pensei em fazermos no parque que há aqui perto. O que acha?

— Gostei! A gente pode aproveitar e comprar sorvete depois. — Claro que tinha que ter comida no negócio. Amo! — Que hora a gente vai? — Paramos no meio do caminho que ia pra cada prédio.

— Depois do almoço está bom para você? No mesmo horário de sempre?

— Por mim tudo bem. — Olhei pros lados e vi que o campus começava a esvaziar. — Agora deixa eu ir. Senão eu me atraso. Até depois, Lys! — Nos despedimos e cada um foi pro seu prédio.

...

Cheguei em casa rapidamente e eu e as meninas almoçamos juntas. Depois, troquei de roupa e dei uma ajeitada na aparência. Queria estar bonita na descrição, se é que isso faz sentido. E também seria meio chato deixar o Lys olhando pra uma pessoa descabelada e desarrumada.

Saí do quarto e as meninas estavam na sala, fazendo os trabalhos dos cursos delas. Stelfs com o note na mesa e Bia cheia de papéis no sofá.

— Onde você vai? Vai assistir série com o Lysandre de novo? — Bia perguntou, com um sorrisinho, fazendo Stelfs tirar os olhos da tela do note.

— Acho que ele vai gostar dessa roupa, hein? — Stelfs comentou e ela e a Bia riram. Revirei os olhos.

— Não é nada disso que vocês tão pensando, não. Só vou no parque pra fazer um trabalho com o Lys. — Elas me olharam com cara de “mas, hein?”. — A gente vai ter que descrever um ao outro e o ambiente. Daí ele quis fazer ao ar livre.

— A cara dele isso — Stelfs comentou e voltou a rir, Bia também entrou na dela. Fiz minha cara de “e u mereço”, mas na verdade eu queria rir delas. Não tinha nada de mais eu ir ao parque, arrumadinha, pra fazer trabalho.

— Tô indo, senão me atraso. Tchau pra vocês. — Peguei minha mochila, que tinha deixado em cima da cadeira e ia saindo.

— Juízo, viu? — Stelfs soltou mais essa ainda.

— Mas vocês, hein! Não deixam passar uma. — E sai. Certeza que elas iam comentar isso mais tarde.

Peguei o elevador e, calmamente, passei pelas portas do prédio e fui andando até o parque.

— Boa tarde, Ester. — Ouvi a voz de Lysandre ao meu lado e quase dei um grito, coloquei a mão na boca e comecei a rir.

— Menino! Não faz isso de novo, não. Quase me mata do coração. — O rapaz simplesmente brotou do meu lado lá. É pra assustar qualquer um.

— Perdão, não foi minha intenção — pediu cavalheirescamente. — A vi de longe e não quis gritar para chamar sua atenção. — Ele só estava com um caderno na mão. Colocou-as atrás das costas e fomos andando até o parque, que ficava a cerca de dez minutos dali.

— Foi nada, não. Só tomei um susto com você brotando do meu lado — afirmei, arrancando um leve riso dele. Passei a mão no cabelo, tentando arrumar alguns fios da franja, que sempre estavam fora de lugar.

— Você está encantadora esta tarde — Lysandre elogiou e eu fiquei olhando pra ele, de boca aberta. Certeza que eu já estava que nem um pimentão. Ele também parecia um. — Digo.. A sua roupa é muito bonita — emendou essa, mas continuou corado. Por que ele tinha que ser tão fofo às vezes?

— Obrigada — agradeci, sorrindo de lado. E tentei não deixar a conversa cair pra um momento “torta de climão”. — Então você entende de moda, é?

— Um pouco. Meu irmão trabalha com moda e tem uma loja, então, acabo aprendendo um pouco — explicou e tirou as mãos das costas, colocando a livre no bolso.

— Sério? Que legal! Onde fica a loja? Vou lá comprar roupas qualquer dia desses.

— Infelizmente eles moram em outro bairro, um pouco distante daqui — afirmou, enquanto esperávamos o sinal ficar vermelho pra atravessarmos a rua. Faltava pouco pra chegar no parque.

— Eles? — perguntei, achando estranho o pronome que ele tinha usado.

— Oh, sim. Eles, meu irmão e a namorada. São eles que cuidam da loja. — Fiz um “ahhh, entendi” e atravessamos pro outro lado.

— Mas você mora tão longe deles, então? — questionei, fazendo-o olhar pra mim, de lado.

— Mudei-me com Castiel há um ano. Para poder ficar mais próximo da faculdade. — Só murmurei um “tendi”. — E você? Como acabou vindo para cá? Pelo seu sotaque, percebo que é de outra cidade.

— Eu sou sim. Dá pra perceber tanto assim? — Ele fez sinal de “um pouquinho” e eu ri. — Eu sou do interior do estado. Consegui uma bolsa de estudos pra cá. Na verdade, consegui pra algumas outras faculdades também,  só que escolhi vir pra cá, porque era a que ficava mais perto.

— Com isso, fica claro que é uma garota inteligente — comentou, enquanto subíamos na calçada do parque. Os portões já eram visíveis.

— Obrigada? — E ri, arrancando um sorriso dele. — Mas enfim, daí eu vi o aviso da Bia e agora tô morando lá. — Finalmente entramos no parque. — Nossa, que bonito esse lugar.

Era verde. Cheio de árvores e mais árvores.

Passámos por uma portaria e entramos. Havia um caminho de pedras, por onde as pessoas passavam, caminhando ou correndo. Uma pequena cerca a separava da grama. Havia também uma fonte, logo perto da entrada.

— Também acho. Venho aqui para encontrar inspiração de vez em quando.

— Por isso que sugeriu da gente vir aqui? — perguntei e ele concordou.

Mais pra frente encontramos bancos e um bebedouro. Nos sentamos em um embaixo da árvore, na sombra.

— Tá, por onde que a gente começa? — E comecei a tirar minhas coisas da mochila.

— Que tal começarmos descrevendo o ambiente? Temos uma boa vista daqui.

Era verdade. Dali víamos umas senhoras se exercitando ao longe, numa academia ao ar livre, as outras passando enquanto faziam caminhada, um cara passeando com o cachorro, crianças andando de patins, além da grama e das flores.

— Vai ser difícil descrever isso aqui — reclamei, abrindo o caderno na folha limpa e soltei um suspiro.

— Acredito que valha a pena. Esse parque dará uma bela descrição.

Concordei com ele e então começamos a trabalhar. Gastamos pelo menos uns quarenta minutos nisso. Na maior parte, porque eu achava alguma coisa pra fazer minhas piadas sem graça.

— Não vou descrever aquelas tias lá fazendo ginástica, não. Tem uma que parece que vai cair de cansada, coitada! Finge que elas tão mais pra lá e não dá pra enxergar daqui. — Vim com essa, fazendo ele rir. — Então, acabei.

— Tão rápido? — ele questionou, olhando pra mim por cima do caderno e levantando uma sobrancelha.

— Rápido? Já faz pelo menos meia hora que a gente tá aqui.

— Algumas coisas demoram um tempo, Ester. — Me veio com essa do nada. Foi a minha vez de levantar a sobrancelha.

— Tá bom, senhor escritor, me desculpe. Vou te esperar terminar. — Ele só sorriu e continuou com o texto dele.

Resolvi ficar olhando as senhoras fazerem os exercícios lá. Até que tinha algumas animadas! Alguns minutos depois, a “aula” devia ter acabado elas foram indo embora aos poucos.

— Acabei — Lysandre falou, tirando minha atenção da academia ao ar livre.

— Quer ler o meu? Pra ver se ficou bom. — Então trocamos os cadernos, pra cada um dar uma lida no que o outro escreveu.

Lysandre era um ótimo escritor. Mesmo descrevendo um parque, o texto passava sentimento e delicadeza. Sorri com isso. Tinha a cara dele mesmo. Na última linha ele descrevia o banco que estávamos sentados e... Bem... Corei um pouquinho com as últimas palavras, mas resolvi deixar quieto.

— Seu texto está perfeito, Lys — elogiei. Só esperava não estar com meu cosplay de pimentão ainda. — Sério, mesmo descrevendo uma praça você consegue ser tão... Sensível nas palavras. — Ele abriu um sorriso com o elogio. Que lindo!

— Agradeço seu elogio. Apesar de que seu texto também seja merecedor deles. — E então trocamos os cadernos de novo.

Eu olhei pra baixo, brincando com a espiral do caderno. Era a hora da descrição do parceiro de dupla. E agora?

— Agora só falta a gente se descrever, né?

— Sim. Gostaria de começar primeiro? — ele ofereceu. Eu não tava preparada pra isso! Acho que nem estaria mesmo, mas resolvi ir primeiro. E vamos que vamos!

— Deseja que eu fique em alguma posição?

— Hmmm, não. Só seja você mesmo — soltei essa, arrancando riso dele.

Lysandre então tirou um bloquinho de notas do bolso e começou a escrever nele.

— Mas ué? Vai escrever aí agora? — perguntei e ele parou, me encarando. Menino, não me olha diretamente assim. Já falei isso antes... Não, pera, eu não falei não. Pra ele, não.

— Esse é meu bloco de notas. O que você levou por engano aquele dia. — Fiz um “hummm”. — Você pediu para que eu “fosse eu mesmo”, então resolvi fazer algo que estou acostumado.

— Escrever no bloquinho. Agora entendi porque você tá na aula de escrita — comentei e ele sorriu. — Tá, agora deixa eu começar.

Ele voltou a escrever no bloquinho e eu fui tentar descrever ele. Fiquei um tempinho só observando e tenho certeza que ele percebeu, pois deu uma olhadinha de canto.

Tá, vamos lá. Olhei pro caderno e tentei escrever as primeiras linhas. O cabelo que refletia a claridade daquela hora (sério, qualquer dia precisava perguntar a cor da tintura pra passar pra minha mãe). Como ele olhava concentrado pro papel, às vezes brincando com o lápis, quando parava pra pensar. Os olhares perdidos que ele dava ao redor vez ou outra. O jeito que o cabelo caía pra frente, quando ele se inclinava um pouco. E ele ia lá e tirava. As roupas vitorianas, super chiques, diga-se de passagem.

Não sei exatamente quando tempo passou, só:

— Terminei! — exclamei e ele parou de escrever, fechando o bloquinho e colocando no bolso de novo. — Demorei muito?

— Não muito. Posso ler? — pediu e estendeu a mão. Eu afastei o caderno.

— Não! — Ele arregalou um pouco os olhos. Se controla aí, Ester! — Er... Vamos fazer que nem no outro? Quando você terminar também, a gente troca os cadernos e cada um lê o que o outro escreveu. — Ele comentou que era justo. — Então... Quer que eu fique em alguma posição específica?

Ele se levantou e foi pegar uma das flores mais pra frente. Não entendo de plantas, então não faço ideia qual seja. Mas era de um amarelinho bem claro. As pétalas iam em uma espécie de espiral, clareando e chegando quase no branco naquela parte central da flor, a qual não me lembro o nome.

— Obrigada. Quer que eu fique segurando a flor?

— Exatamente. Pode ficar à vontade. Somente gostaria de te descrever segurando uma flor — ele afirmou e eu sorri. Que fofinho isso.

Aproximei a flor um pouco do rosto. Só que ela era um bem perfumada, então fiquei segurando ela um pouco de longe, como se estivesse admirando-a. O perfume deu uma coceirinha no meu nariz, porém não chegou a atacar a rinite. Ainda bem!

Olhei pro lado e vi que Lysandre começou a escrever, então me concentrei na flor de novo.

Fiquei um tempinho observando a cor. Gostei daquele amarelo. Foi então que eu vi uma abelha se aproximando de mim. Tentei tocar ela com a mão.

— Algum problema, Ester? — Lysandre tirou os olhos do papel, intrigado por eu estar abanando o ar.

— Nada não, só uma abelha. — Eu estava com a flor ainda na mão, afastada do rosto.

Foi então que senti uma dor aguda na junta do dedo indicador. A desgraça daquela abelha me picou! Soltei um silvo de dor.

— O que foi? — Lys perguntou preocupado.

— A droga da abelha me picou! — exclamei, trocando a flor pra outra mão. Não sabia que uma picadinha doía tanto.

— Deixe-me ver. — Ele pegou minha mão e aproximou dos olhos. — Você tem que tirar esse ferrão. — Puxei minha mão de volta e enxerguei um pontinho preto na pele.

— Mais essa ainda!

— Acho melhor irmos para casa e retirar isso com uma pinça. — Ele continuava com aquela expressão preocupada no rosto.

Sem eu pedir, ele guardou meus materiais na mochila e me ajudou a colocá-la no ombro. Quase que Lysandre esqueceu o caderno dele no banco. Ainda bem que eu lembrei ele de pegar. Levei a flor na mão boa.

Nos levantamos e seguimos no mesmo caminho de antes, só que dessa vez andávamos mais rápido.

— Está doendo muito? — ele perguntou, ainda com a mesma expressão de antes.

— Liga não, dá pra aguentar.

Fui tentando puxar assunto no meio do caminho, pra abaixar um pouco toda aquela preocupação, só que não deu certo. Ele continuava um pouco inquieto por causa de mim. Gente, eu sei que dói bastante, mas eu não ia morrer por causa de uma picada de abelha!

Comentei isso com ele, quando já estávamos chegando no prédio.

— É perigoso infeccionar, devido o ferrão. Ele deve ser retirado e o ferimento limpo.

Nós dois tomamos o elevador.

— Sério? Vou dar um jeito lá em casa.

— Bem, eu iria sugerir irmos para o meu apartamento, para que eu possa cuidar da sua mão. Afinal, foi minha culpa a abelha ter te picado. — O elevador parou e ele empurrou a porta de segurança, deixando eu passar na frente.

— Não foi sua culpa! A culpa é da abelha que me picou. — Saímos no hall e, em seguida, entramos no apê dele.

— Se eu não tivesse te dado a flor, a abelha não teria ido até você. — Ele retirou a minha mochila do ombro e a colocou no sofá, onde eu também me sentei, deixando a flor ao meu lado. — Vou pegar uma pinça. Já volto. — E sumiu apressado no corredor.

Suspirei. Ele tava exagerando um pouco, mas resolvi deixar que ele cuidasse da minha mão.  Olhei pra onde tinha sido picada. A junta estava inchada e vermelha, com o pontinho preto, o ferrão, bem lá no meio.

Lysandre voltou e se sentou do meu lado, pegando minha mão, com todo o cuidado.

— Vai doer um pouco. — Tentou me confortar.

— Já tá doendo! — Com a pinça, ele puxou o ferrão de uma vez. Mordi o lábio e só vi estrelas na minha frente. Começou a sair um pouco de pus (?) da picada.

— Esse é o veneno da abelha sendo expelido. Tome. — Me deu um lenço, pra limpar o líquido que escorria. — Você tem que lavar a mão com sabão. — Olhou pra minha mão com as sobrancelhas quase unidas em preocupação.

Nos levantamos e ele me guiou até o banheiro. Também era limpo, tirando uma toalha úmida pendurada no box. Será que tinha alguém que limpava a casa pra eles?

— Vou pegar um pouco de gelo pra você. — E ele saiu.

— Não precisa de tudo isso, Lys — disse um pouco alto, pra ele ouvir.

Joguei o lenço de papel no lixo. Abri a torneira e comecei a lavar o machucado com o sabonete que tinha lá.

E o negócio ardia. Fiquei xingando a abelha mentalmente.

Fechei a torneira e vi Lysandre aparecer na porta, segurando um saquinho com gelo. Ele me deu a toalha e eu sequei as mãos, com cuidado.

— Obrigada. Se eu fosse fazer sozinha, ia ficar com medo de tirar o ferrão. — Devolvi a toalha e ele pendurou-a no suporte da parede. Me entregou o gelo e eu agradeci de novo.

— Foi minha culpa você ter sido picada, então é responsabilidade minha cuidar de você — disse, meio protetor (?).

— Já falei que a culpa não foi sua — insisti nisso, só que tinha certeza que ele ia continuar se culpando. Coisa de Lysandre, fazer o que.

Voltamos pra sala e eu parei ali.

— Acho que vou pra casa. — Me aproximei do sofá pra pegar a mochila, ainda segurando o gelo na junta.

— Quer que eu leve sua mochila?

Então ele a pegou e fomos até o apartamento do lado. Fiz sinal pra que ele abrisse a porta e entrasse.

— Pode deixar a mochila no sofá mesmo. Depois eu guardo.

Ele a deixou cuidadosamente onde eu orientei. Ficamos ali parados, sem saber o que dizer.

— Se você continuar sentindo dor, seria aconselhável tomar um antibiótico — orientou cuidadoso.

— É, eu tô sentindo a mão meio dormente por causa da dor. Se precisar, depois eu tomo. — Tirei o gelo de cima pra ver e a situação da minha mão e continuava a mesma.

— Mais uma vez, eu sinto muito. — Não ia nem tentar retrucar dessa vez. — Bem... Falo com você amanhã? — Concordei com um “pode ser”. — Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar. — E deu aquele sorriso lindo dele. Não evitei retribuir.

— Pode deixar. — E ele foi caminhando pra porta, pra nos despedirmos. — Obrigada, Lys. Foi muito gentil da sua parte, cuidar do machucado. — Ele abriu a boca pra responder, só que eu não deixei. — E não vem com essa de que foi sua culpa, não. Já passou.

E ficamos os dois, sem saber o que falar.

— Até amanhã, Ester — ele se despediu de mim sorrindo e foi embora.

Fechei a porta e tirei o gelo da mão. Continuava vermelha e inchada. Deixei o saquinho na pia e resolvi tentar tomar um banho.

...

Depois que desliguei o secador, fiquei um pouco quieta, pra tentar ver se tinha alguém em casa. Achei estranho a Bia não aparecer a hora que eu cheguei. Ou ela tinha saído ou tava quieta no quarto dela. Naquele momento, parecia que ela tava fazendo a janta.

Guardei o secador e sai do meu quarto.

Estava certa. Bia já tinha terminado a janta e colocava comida no prato dela. Ao me ver, ela parou o que fazia e virou de frente pra mim:

— Conta tudo.

E lá vamos nós...


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Notas finais do capítulo

Ester:
Picada de abelha é uma mísera de tanto que dói, mas pelo menos ela teve o Lys pra cuidar, né não? Ai ai ~suspira.
Bem, alguém aí ficou curioso pra saber o que o Lys escreveu que deixou ela corada? Bem... Deixo isso a cargo da imaginação de vocês kkkk
Uma curiosidade: o parque desse cap (e que ainda vai aparecer mais vezes) foi inspirado no Parque Santos Dumont, aqui na minha cidade. Pra quem quiser ver um pouco mais: https://youtu.be/zl5k8EtI2_k

Stelfs:
Mas que coisa mais cheia de amor ❤ Lysandre sendo Lysandre, né? Muita gracinha :3
Até sexxxta, moçada.

Bia:
Cooooonta tuuudooooo dona Ester! Porque aqui só trabalhamos com fatos :D
Obrigada a quem está acompanhando! Até sexta o



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