Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 16
Os rebeldes também têm sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:
Ahhhh, chegou o dia desse capítulo! Nem vou falar muito para vocês sentirem o gostinho :3
Buona Lettura

Ester:
Hello peps! Como vão vocês?? Prontos pra mais um (des) ventura com menino Castiel -qqqq
Boa leitura ;)

Bia:
Olá pessoas! Preparadas para o humor ácido do Castiel? :3
Mas eu terei uma participação especial no cap da Stelfs HAHA
Boa leitura!



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Bia fechou a porta e deixou os chinelos no móvel, se virando de repente pra mim e Ester, que já esperávamos por ela com cara de quem sabia que “ali tinha”. Ela olhou pra gente meio sem graça e eu cruzei os braços, arqueando as sobrancelhas e soltando um sorriso nos lábios.

— Conte-nos tudo e não esconda nada — disse divertida.

— O quê? — Começou a achar graça da minha pergunta e eu ri junto com ela, descruzando os braços.

— Falando sério agora. — Tirei minha pose, mas continuei com um sorriso no rosto. — Que que tá rolando entre vocês? — insisti, enquanto ia até a cozinha beber água, ainda olhando pra ela.

A pobre coitada ficou tão vermelha que acho que se os pimentões vissem a cara dela, iam ficar com inveja.

— Ih, olha só — Ester comentou olhando pra ela e depois pra mim, que voltava da cozinha e começamos a rir.

— Precisa falar mais nada, não — comentei, achando graça e já indo pra sala, quando Bia resolveu se manifestar.

— Tá acontecendo nada de mais, gente... — disse um pouco envergonhada, mas já rindo de tudo aquilo. — Mas... — fez uma pausa que quase me matou de ansiedade, apesar de ter durado 2 segundos. — Vocês sabiam que ele me abraçou ontem? — falou com empolgação. — E outro dia, ele me deu me deu chocolate quando eu tava de TPM e teve outro dia...

A Bia começou a contar cada momento que teve com o tal loi- (opa!) Nathaniel com tanta empolgação que eu só poderia concluir uma coisa: essa pessoa deve tá apaixonada.

— E as costas dele são lindas — finalizou com aquela frase, fazendo a Ester olhar pra ela com uma cara estranha e eu, rir horrores.

— Oxe — Ester soltou de repente. — Como assim? — perguntou, começando achar graça.

Eu dei uma gargalhada tão alta com isso que as meninas me olharam assustadas.

— Por essa eu não esperava! — falei, achando graça. — Mas ele tem costas largas mesmo — observei e as duas, de novo, me olharam. — Que que foi? — comentei ao ver que elas me encaravam. — É difícil não reparar — soltei de repente, tentando fingir que tava tudo bem, mas morrendo de vergonha por ter dito isso sem passar pelo filtro do meu juízo.

E elas riram daquilo.

— Mas sem segundas intenções, por favor — disse, brincando pra Bia, que só soube rir.

— Ah, na verdade, é o contexto todo — ela respondeu. — As costas, os ombros, a nuca — começou citando. — Tudo nele é harmônico — disse poeticamente.

— Já tá com crush nele, né? — Ester perguntou entre risos e a Bia a olhou espantada.

— Eu não — respondeu, ficando mais vermelha que qualquer vermelho que você imaginar na sua cabeça.

— Ahaaaaaaam — eu respondi e Ester riu.

— Mas gente, eu conheço ele há pouco tempo — comentou com cara de: “Isso não é óbvio?”.

— Hummm, então tá né. — Escutei Ester responder do meu lado.

— Ah, tá — comentei, começando a rir. — Fala com a minha mão, Bia — brinquei, mexendo a mão pra ela.

E mais uma rodada de risadas aconteceu.  

...

Me escorei no balcão, soltando um suspiro cansado, depois de conseguir atender os 9002187420357 clientes que vieram pedir alguma coisa. Esse domingo tava demais! Mesmo que a banda tivesse, esse tempo todo, capengando sem Lysandre e Castiel, os clientes não paravam de aparecer. Parecia até aqueles zumbis de jogo que brotam do chão. Tá doido...

Nivea se aproximou de mim com a badeja na mão, parando e me encarando.

— Que que foi? — perguntei engraçada, começando a rir por ela aparecer, assim, do nada.

— Você, toda reflexiva — comentou, me levando a perceber que realmente tem minutos que estou olhando para o nada e de braços cruzados.

Soltei um suspiro.

— Estou sentindo falta dos meninos — disse, fazendo um bico engraçado e ela riu.

— Eeee Lysandre — brincou comigo.

— E o Castiel também — completei, olhando o movimento no interior do café.

— U QUÊ? — perguntou, visivelmente confusa.

Comecei a rir, dando gargalhadas altas a ponto do Caio me olhar.

— Ai, desculpa — pedi a ele em um sussurro, tampando a boca logo depois e me voltei pra Nívea, destampando a boca. ­— É isso mesmo — comentei baixinho com ela. — Por incrível que pareça — disse, descruzando os braços e me desencostando do balcão. — Estou sentindo falta do Castiel tocando aqui — comentei, percebendo o quão contraditório aquilo parecia.

— IIIIIIIIIIIhhhh. — Ela fez pro meu lado.

— Quê? — rebati em um instante, me virando para ela em um susto.

— Isso tem cheiro de. — Fez uma pausa. — Romance — completou, abrindo um sorriso.

Eu revirei os olhos.

— Olha a minha cara de quem quer romance numa hora dessas — falei com certa irritação e ela começou a rir.

— Ai, não. Rapidão um romancinho — disse com graça.

Eu balancei a cabeça, rindo daquilo. 

Vi a porta do café ser aberta e Lysandre entrou por ela, claramente atrasado. Ri daquilo e Nívea percebeu que eu observava o vitoriano platinado entrar apressado e também começou a olhá-lo. Ele foi até os outros integrantes da banda e conversou alguma coisa com eles, já ficando por ali mesmo. É, acho que o suco de maçã rodou.

A noite passou normalmente, como sempre, e dessa vez sem interrupções de Marcelo (Aee!). Desde daquele dia, ele simplesmente desapareceu daqui. Coincidência não? Enfim... Estava terminando de secar os copos, quando percebi que Lysandre vinha em direção ao balcão. Me voltei, com o melhor sorriso que eu tinha e ele reparou meu gesto, sorrindo discretamente.

— Bem-vindo! ­— Abri os braços, com uma mão segurando o copo e a outra o pano de prato.

Ele pareceu desconcertado com aquele gesto extravagante meu. Caramba, tinha me esquecido que Lysandre não é muito acostumado com meus acessos de espontaneidade. Apenas sustentou aquele sorriso “sou misterioso, mas gente boa” e chegou mais perto do balcão.

— Obrigado — me agradeceu com seu tom habitual de lorde inglês.

— Ainda vai querer o suco de maçã? — perguntei fazendo piada e guardando o copo, mas ficando com o pano de prato na mão.

— Hoje não — me disse com graça na voz e um sorriso no rosto. — Vim para saber se você vai para casa sozinha. ­— O escutei dizer, enquanto pendurava o pano no gancho.

— Então, — comentei, olhando para ele de repente. — Na verdade, o Armin, namorado da Nívea, tem sido muito gentil de me deixar no ponto de ônibus esses dias antes — falei, me debruçando no balcão ao lado do Lys. — Mas fico um pouco preocupada porque eles moram praticamente do outro lado da cidade — expliquei.

— Fico tranquilo que não tenha ido sozinha esses dias — me disse com um tom seriamente preocupado. — Por isso vim sugerir de pegarmos o ônibus juntos — me convidou.

— Ué — soltei impulsivamente. — Levando em conta que você mora no mesmo prédio que eu e no apartamento do lado — disse, fingindo considerar as questões. — Me parece uma boa opção — falei com um riso e ele retribuiu ao ver que eu concordei. — Vou só terminar umas coisas aqui e a gente se encontra lá fora, pode ser? — o encarei.

Ele concordou com um aceno de cabeça e começou a se distanciar do balcão, enfiando as mãos no casaco.

...

Saí da cafeteria apressada e me despedi do pessoal lá dentro, tentando não fazer Lysandre esperar muito. Já tinha comentado com a Nívea sobre a mudança de planos e avisei ao Caio que não o esperaria fechar a cafeteria por conta do rapaz. Encarei aquela figura alta encostada cheia de classe na parede do café e ri, indo ao encontro dele.

— Pronto — falei, ficando ao seu lado e ele se desencostou, se preparando para andar. — Demorei muito? — perguntei, começando a caminhar pela calçada com ele.

— Não tanto — me respondeu.

— Ah, falando nisso... — eu comecei a dizer, abrindo a bolsa e tirando de lá uma garrafinha de Coca-Cola de dentro dela. — Leve essa lembrança minha ao Castiel — perguntei, entregando o presente pra ele, que olhou para a coca e depois pra mim, intrigado. — Só pra ele não desacostumar — comentei com um sorriso alegre e descontraído.

Lysandre continuou olhando a garrafa que tinha na mão e sorriu.

— Por que você não entrega pessoalmente? — me devolveu a garrafa.

— O quê? ­— Foi a primeira palavra de susto. — Não, não, não, já é tarde e... — falei com tanto desespero e mexendo tanto as mãos que me senti uma idiota. — Eu não quero incomodar vocês.... — comecei a pensar em um desculpa esfarrapada.

— Não será incômodo nenhum. — Lysandre rebateu tão tranquilo que eu fiquei olhando pra ele. Como pode? — Além disso, geralmente jantamos quando retornamos do show — me explicou. — Com certeza está acordado a essa hora. — Tudo isso pra justificar minha visita, Lysandre?

Olhei para ele meio suspeita, meio tentada a aceitar e suspirei, fazendo um bico. E em segundos, tirei a garrafa da mão dele, que ainda a mantinha inclinada na minha direção e sorri divertida:

— Tá bom — concordei e ele abriu o sorriso do “mistério”. — Mas só se eu puder levar pizza — falei com graça e Lysandre pareceu gostar da minha resposta.

...

— Chegamos, Castiel. — Escutei Lysandre dizer ao abrir a porta do apartamento e entrar nele primeiro.

Eu fiquei ali, esperando a hora da minha entrada triunfal. Mentira.

Abre parêntese. Sejamos claros aqui: uma coisa é você visitar seus amigos de tarde. Outra coisa é você chegar de supetão, no meio da noite, enquanto a pessoa tá ali confortavelmente na casa dela, não esperando você chegar. Eu sinceramente não sei com que trajes Castiel pode tá nessa sala. Fecha esse parêntese.

— Chegamos? ­— escutei Castiel lá de dentro. — Trouxe a nerdizinha pra assistir série com você de novo?

É engano meu ou ele tá falando da Ester?

— Dessa vez não — Lys rebateu, caminhando até a bancada e levando a sacola com o refrigerante.

Ele se voltou para a porta, percebendo que eu ainda não tinha entrado e fez um sinal com a mão pro meu lado.

— Pode entrar, Stelfs.

— Quem? — Castiel rebateu e entrei no apartamento, carregando a embalagem da pizza.

— Oi — cumprimentei parecendo meiga e fui até a bancada também, deixando o nosso jantar por ali.

Castiel olhou pra mim e abriu o sorriso debochado que ultimamente ele faz quando me vê. Tá se tornando hábito já! E se levantou do sofá vindo em nossa direção, enquanto Lysandre fechava a porta.

— Já não basta vir aqui todas as tardes, vai passar a fazer plantão também? — Castiel comentou, sustentando o sorriso, enquanto se aproximava de mim.

O olhei e devolvi o sorriso.

— Eu preciso me certificar de que você vai continuar vivo, não é? — o alfinetei com meu sorriso like a garçonete feat. Piscada das colegagens.

E ele riu.

— Você não consegue passar um dia sem mim, né, garota? — Lançou sua pergunta egocêntrica, enfiando o braço dentro da tipoia pra cruzá-los. Ele tá usando esse troço direitinho? É isso mesmo produção?

— Sai fora, Castiel — soltei, começando a rir dele, enquanto destampava a pizza.

Lysandre passou por nós, claramente se divertindo com a nossa conversa. E foi até a geladeira, pegando alguns limões, trazendo-os até a pia e se virou pra mim.

— Quer nos dar a honra? — brincou, me mostrando os limões e comecei a rir, dando as costas para Castiel, que virou parcialmente a cadeira, se sentando nela e apoiando o cotovelo na bancada.

Comecei a lavar os limões e Lysandre me entregou uma faca para cortá-los.

— Stelfs havia me pedido para lhe trazer uma Coca-Cola de lembrança – Lys começou a contar e foi até o armário pegar pratos e talheres. — Mas pedi-lhe que viesse pessoalmente lhe entregar — comentou desinteressadamente, enquanto os punha na bancada.

Eu parei, fazendo todas as caretas que você imaginar nesse processo. Caramba, Lys, isso não se faz.

— Ah, é? — Senti o olhar de Castiel cair diretamente pra mim.

Ainda bem que estou de costas. Fiz um bico meio emburrado, meio engraçado, pensando no que diria.

— Só pra eu não perder o costume — falei, inventando qualquer desculpa, terminando de cortar os limões e permanecendo de costas pra ele.

A-POS-TO que ele abriu aquele riso meia boca dele.

— Ou será que uma garçonete aí sentiu minha falta? —  jogou essa pra cima de mim.

Levei um sobressalto de repente com aquela pergunta. Como sair dessa agora, Stefany? Admitir que sentiu falta dele ou... fingir que nada disso é com você, mas com seu eu lírico?

Eu coloquei os limões em uma bacia de alumínio que Lysandre tinha deixado ali e me virei, a colocando sobre a bancada com muita classe.

Como diria minha mãe: montei no porco.

Suspirei.

— Eu senti mesmo — admiti com sinceridade e ele afastou um pouco o corpo da bancada, surpreso. — E sinceramente, quero que você volte logo — falei com um riso fraco e meio entristecido, fazendo Castiel desviar seu olhar do meu. 

Pera. Que que tá acontecendo aqui? Castiel se intimidando? Me desconcertei de repente e fui abrir o refrigerante pra fugir desse momento, enquanto fingia estar tudo bem. E está, não está?

— Aqui. — Lysandre se manifestou no meio de nós, trazendo os copos e acabando com esse momento esquisito que acabamos de viver.

Ele enfileirou três copos devidamente arrumados com as rodelas de limão e as pedras de gelo em cima da bancada. Ao ver aquela cena, sorri engraçada, balançando a cabeça.

— Lys, tu é demais — soltei, tentando descontrair o ambiente e olhei pra ele, começando a servir os copos.

Ele olhou para mim, enquanto Castiel pegava um pedaço de pizza em silêncio. Terminei de encher o último, empurrando um deles para o ruivo, enquanto Lys pegava um e eu o outro. Me escorei no fogão, tomando minha Coca-Cola e Lysandre ia até a mesa buscar outra cadeira. Ele a trouxe, oferecendo-a a mim e virou a cadeira na lateral, ao lado de Castiel e começou a comer também.

— Não vai comer? — Ouvi Lys perguntar pra mim, enquanto se servia e balancei a cabeça.

— Daqui a pouco — comentei, abrindo um sorriso e tomei minha Coca de novo.

A verdade é que ainda estava pensando no que havia acabado de acontecer.

— Aposto que ela tá de dieta. — escutei Castiel me alfinetar.

Ele foi dar uma mordida em sua pizza, mas seu cabelo entrou no meio do processo. Segurei minha risada, senão ia colocar todo meu refrigerante pra fora. E ele tentou tirar os cabelos do rosto, jogando-os pra trás com um movimento de cabeça. Lysandre olhou pra aquilo, tentando entender que negócio era aquele, quando eu não me segurei e ri alto. Castiel bufou, estressado, ao ver que o cabelo havia voltado pra cara dele e, colocando a pizza no prato, já ia levando a mão engordurada no cabelo, quando eu o parei:

— Não! — falei de forma desesperada e ele congelou, me olhando espantado.

— Que foi? — perguntou irritado.

— Vai engordurar seu cabelo todo — comentei, deixando meu copo na bancada e saí de lá, tirando o elástico do meu cabelo, soltando meus cachos.

— Vocês me dão licença? — Escutei Lysandre dizer, enquanto eu caminhava na direção de Castiel. — Vou ao meu quarto um instante — comentou, se levantando e saindo.

— Que que você vai fazer? — Castiel perguntou meio nervoso, “cruzando” os braços (daquele jeito que a gente já sabe).

— Espera — falei, indo até as costas dele.   

Toquei de leve em seus cabelos com medo e vergonha.

Calma, Stefany... É... Só um favor pro amiguinho...

Juntei algumas mechas do cabelo dele com cuidado pra não ser estabanada demais e não machucá-lo. Ai caramba, isso é tão... desconcertante...

E os trouxe pra trás com os dedos. Senti o cheiro do shampoo e fiquei ali tentando pensar qual seria, porque tem um cheiro tão bom. Penteei seus fios com os dedos, sentindo o quanto eles eram macios. Nossa, ficaria horas mexendo no cabelo dele. Isso é tão relaxante. Fiquei ali alguns segundos, distraída naqueles fios, quando me dei conta de onde estava e quem era eu. Arrumei seu cabelo em um rabo de cavalo e tirei o elástico da boca, amarrando.   

— Terminei — anunciei, contemplando o penteado. — Vou só lavar minha mão e já volto — disse, nem dando a oportunidade dele falar qualquer coisa de tão envergonhada que eu tava.

Tudo bem, não é nada de mais, mas... sei lá.  

Entrei no banheiro social e lavei as mãos com a porta aberta mesmo. Enquanto esperava minhas bochechas deixarem de ficar rosas. Soltei um suspiro, encarando minhas próprias mãos por alguns instantes e levantei o rosto de novo, dando de cara com o reflexo de Castiel no espelho.

— Que susto! — exclamei ao sentir meu coração acelerado.

Ele riu, se escorando no batente da porta.

— Vim saber se você é boa cabeleireira — disse, ainda com um risinho nos lábios, me encarando e se encarando no espelho.

— Gostou do resultado? — Terminei de secar minhas mãos e me virei pra ele, cruzando os braços e abrindo um sorriso desafiador.

— Não tá nada mau — comentou com seu sorriso meia boca, tirando os olhos do espelho e os voltando pra mim.

— Você deveria prendê-lo mais vezes. — simplesmente soltei, olhando pra ele e percebendo que ele parecia mais bonito assim.

QUÊ?! Pera. Muita calma, nessa hora. É isso mesmo, Stefany? VO-CÊ! Falando que o Castiel tá bonito?

— Por quê? — ele rebateu com essa pergunta.

Sai dessa agora.

Simplesmente dei de ombros, fingindo que era algo indiferente.

— Combina com você — joguei como se fosse palavras ao vento.

Ele sorriu. Aquele sorriso. Como sempre, né?

— E você deveria soltar o seu — comentou de repente. — Fica bem melhor — disse, saindo da porta.

Espera, é engano meu ou ele estava.... com vergonha?  

Eu olhei para o buraco na porta em um susto.

É isso mesmo? Castiel está... me elogiando?

Sai do banheiro ainda intrigada com aquilo, quando olhei para a porta entre aberta de um dos cômodos. E me surpreendi, indo até lá.

— Quer dizer então que é aqui... — comecei a falar alto, entrando naquele lugar de repente. — Que você arruma aquela barulheira? — perguntei, acendendo a luz e me deparando com a guitarra que tinha visto desde o corredor.

Escutei Castiel caminhar até o lugar e entrou também, me vendo pegar a guitarra e colocar no meu pescoço.

— Toma cuidado com isso, garota — ele falou preocupado, indo na minha direção.

— Nossa, você é alto — comentei, vendo que ao pendurar a guitarra em mim, ela chegava nos meus joelhos.

Ele riu com aquela cena e pegou o instrumento pela alça com uma mão só.

— Me dá isso aqui, antes que você quebre — brincou, abrindo seu riso costumeiro.

— Até parece — reclamei, enquanto ele a tirava do meu pescoço e colocava sobre seu ombro. 

Eu cruzei os braços e olhei pra aquela cena. A guitarra caía tão bem nele e combinava tão perfeitamente com aquele rabo de cavalo, que não fiz outra coisa a não ser sorrir. Ele continuou encarando o instrumento, deslizando os dedos por ela e de repente, um sorriso triste se formou nos seus lábios. Eu o fitei, sentindo um peso no estômago.

Ele deve sentir muita falta de tocar. Sentir falta da banda e dos shows.... Não pude deixar de me sentir culpada.

Até que uma ideia brilhante surgiu da minha mente.

— Vamos tocar — disse decidida e ele me encarou meio confuso.

— Oi? — perguntou surpreso, virando o rosto pra mim.

— Eu posso fazer as notas e você o batido — comentei divertida.

— Você nem sabe tocar, garota, tá achando que é fácil assim? — me alfinetou, mas abriu um riso tão sincero que contagiou meu coração.

— Anda, Castiel — disse animada, me posicionando ao lado dele e observando o “braço” da guitarra. — Você me ensina algumas. — parei de olhar o instrumento e olhei pra ele. — As mais simples — falei com humildade. Vai que é difícil mesmo? — Só pra gente fazer um sonzinho — brinquei, ainda o olhando.

Ele abaixou a cabeça com uma risada gostosa e tirou a palheta presa nas cordas da guitarra, olhando pra mim.

— Se aquela maluca vir bater na minha porta, a culpa é sua — disse zombeteiro e eu soltei uma gargalhada, fazendo ele sorrir novamente.

— Eu me viro — respondi, fingindo levar aquilo a sério e percebendo a alegria nos olhos dele.

Estava feliz por vê-lo assim.

Castiel me olhou e começou a me explicar algumas notas, pedindo que eu a fizesse, vez ou outra, rindo quando meus dedos não chegavam até o lugar que ele indicava. Eu ria junto, achando aquilo muito divertido. A cada nota que eu conseguia fazer, ele tocava as cordas da guitarra para eu escutar o som. Ficamos ali nem sei quanto tempo. Entre notas, músicas malfeitas e Lysandre, que chegou mais tarde, tentando cantar no meio daquele desarranjo.

Rimos, nos divertimos e conversamos até que eu percebi que já tinha passado demais do meu horário. E me toquei.

— Gente, preciso ir — comentei, me levantando do Puff em que eu estava sentada. — Foi muito legal ficar aqui com vocês — comentei, olhando para os dois e abrindo um sorriso, indo até a porta do lugar. ­— Boa noite — me despedi, começando a caminhar pelo corredor, indo em direção à porta de entrada.

Bem, geralmente Lysandre me acompanha até ela e a abre pra mim, mas eu havia chegado até lá e ninguém tinha vindo ainda. Coloquei a mão na maçaneta e eu mesma a abri, já começando a sair do apartamento, quando senti alguém me segurar pelo cotovelo. Me virei em susto e vi Castiel olhando pra mim.

Ele desviou o olhar por alguns segundos, soltando meu cotovelo com calma. E me veio com essa:

— Obrigado por hoje — disse com a voz meio baixa, encarando o chão de repente e vi que suas bochechas coraram.

O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ?

Fiquei rápidos segundos estática, observando aquela cena muda e perplexa.

Não é que ele fica fofo assim, com vergonha?

Abri um sorriso, também olhando para o chão com aquele momento de sinceridade e desconcerto dele.

— Não há de quê — soltei com um riso bobo nos lábios e os olhos fixos no chão. — Disponha — completei, sentindo que ele erguia a cabeça.

E tomei coragem de levantar a minha também, encontrando os olhos cinzentos de Castiel e um sorriso satisfeito em seu rosto.

— Então, boa noite — completou e eu ri, sentindo que a vergonha comia meu estômago na cara dura.

E fui embora, caminhando pro apê com aquela imagem na cabeça.


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Notas finais do capítulo

Stelfs:
AHHHHHHHHHH ~lesurto.
E aí, que acharam? ❤
Eu sinceramente não consigo ver o Castiel corando, mas ele faz isso no jogo e segundo a Bia, cora quando expressa os sentimentos dele. Oun ❤ E eu amei ele de cabelo preso! - Bem, é isso. Até quarta!

Ester:
Castiel sendo fofo? O queeeeeeeee? Só a Sfelfs pra conseguir essa proeza, né kkkkk
Até quarta, gente o/

Bia:
aaaaaaaaaaaa Castiel envergonhado. Gente, quem diria que ele sentia isso :p
Mas o bicho é fofinho assim, hein? Não posso negar kkkk
Até quarta o



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