Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 14
Que fofo esse rapaz!


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Olha, minha gentennn!! Como vão vocês?
Alguém viu o Capitão América por aí? Avisem ele, pois ele vai amar esse cap cheio das referências :) Além da fofura, é claro, mas quem acho que vai gostar disso é vocês kkkk
Boa leitura

Stelfs:
Oi, minha genten! ❤ Quem tá pronto pra morrer de fofura, diga eu! Kkk Bubiças á parte, espero que gostem.
Buonna lettura.

Bia:
Oiiee pessoas! Lá vem nosso querido vitoriano e sua parceira de shipp Ester xD
Boa leitura!

ps: Quarto da Ester na imagem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736807/chapter/14

Cheguei em casa e joguei a minha mochila no sofá, soltando um bufado de estresse. Exercícios, exercícios, trabalhos, trabalhos, provas, seminários, ah, já disse trabalhos? Vida de universitária não era nada fácil...

— Tudo bem, Ester? — Bia perguntou, de costas pra mim, mexendo numa panela no fogão.

— Tá sim. É só que tenho uma lista infinita de exercícios pra fazer e mais trabalhos. — Sentei no sofá e cruzei os braços irritada, esperando pelo almoço.

— Bem-vinda à vida real! — E ri do que ela disse.

Logo Stelfs chegou e almoçamos juntas.

Lá pelas três da tarde, enquanto lia alguns textos relacionados à língua inglesa, achei as xerox da aula de Escrita Criativa. Tinha que ir visitar o Lysandre pra explicar a matéria. Tadinho, será que ele continuava com dor?

Fechei os cadernos e peguei as xerox, junto das anotações dos slides na primeira aula.

Vi Stelfs cortando e passando geleia em uns pães na cozinha.

— Vai visitar os meninos de novo? — perguntei, apoiando no balcão. Ela tava indo lá quase todos os dias. Vai entender, né?

— Vou passar lá antes de ir pro trabalho. — Olhou pro relógio da parede. — Hmm.. Ester, será que você pode me fazer um favor? — Eu disse que sim ­— Leva esses pães pros meninos? O Caio me pediu pra ir um pouco mais cedo hoje.

— E sobra pra mim, né?

— Ué, você disse que faria o favor! — Ela riu e eu sorri junto. — Vou trocar de roupa rapidão e já tô indo. Obrigada. — Ela me entregou o papel toalha com os pães e foi correndo pro quarto dela.

E lá vamos nós...

Peguei o pão que ela preparou, meus papéis, o caderno e as coisas pra escrever e fui bater na porta do vizinho. Castiel atendeu:

— Que é? — perguntou, com cara de sono. Ele tava dormindo essas horas?

— Stelfs pediu pra entregar esses pães pra vocês. Não vai dar pra ela vir hoje. — E entreguei o negócio pra ele com meu sorriso de garota simpatia. Só que ele continuava com a cara de mal humor.

— Valeu. — E ia fechando a porta.

— Espera! O Lysandre tá em casa?

— Lysandre! Visita pra você — berrou pra todo mundo ouvir. — Vai entrando, ele tá no quarto. — Abriu a porta e eu entrei. Ficando parada no meio da sala. — Ele tá no quarto, pode ir entrando. É a última porta lá no fundo. Pode ir, garota! — exclamou ao ver que eu olhava ele com cara de tacho.

Me aproximei do corredor e Lysandre abriu a porta:

— Castiel, quem.... Oh, olá, Ester — cumprimentou ele. Estava com um moletom cinza de ficar em casa. Estranhei não vê-lo com roupas vitorianas e todo arrumadinho. Mas, bem... Ele tava na casa dele!

— Oi! Vim trazer as coisas da aula de escrita de hoje. — E ergui meu material, pra mostrar meu ponto.

— Obrigado, muita gentileza sua — agradeceu com um sorriso e eu quase esqueci o que ia falar. Ele devia ser garoto propaganda de pasta de dente com aquele sorriso.

— Ah, é! Só que eu não pude tirar umas xerox pra você, sabe como é a vida — comentei e ele riu. — Então eu vim pra te passar a matéria e fazer os exercícios juntos. Tem algum proble...

— Oh, problema nenhum. Podemos fazer os exercícios na... — Apoiou a mão nas minhas costas e ia me guiando pelo corredor, porém mudou de ideia. — Acho que aqui não é uma boa ideia...

Castiel estava estirado no sofá, vendo um filme de ação num volume alto. Só se ouvia o barulho dos tiros vindo da TV.  Castiel ergueu as sobrancelhas pra nós dois, que estávamos lá parados.

— ... Se importa de estudarmos no meu quarto? É mais sossegado. — Lysandre corou um pouco nessa hora. Que bonitinho!

Falei que não tinha problema e voltamos pelo corredor. Tive a impressão de ouvir uma risada esganiçada, mas devia ser a TV.

Entrei no quarto dele. Esperava encontrar tudo arrumadinho e organizadinho, só que não era bem assim. A cama de casal estava desarrumada e com umas cobertas jogadas. A escrivaninha cheia de papéis e tinha um monte de roupas em cima da cadeira, além de sapatos espalhados no chão. Bem... Ninguém é perfeito, né?

— Não repare na bagunça. Não tenho conseguido arrumar muito as coisas — pediu, enquanto tirava as roupas da cadeira e colocava-as empilhadas em cima dos papéis na escrivaninha.

— Nada não. Até esqueci de perguntar, você tá melhor? Disse que tava com dor na madrugada passada, do incêndio. — Ele terminou de organizar as roupas e me fitou.

— Ainda sinto um pouco de dor, sim. Tanto que nem fui à aula hoje. — Assenti e ele puxou a cadeira da escrivaninha e colocou perto da cama. — Mas sua sugestão me ajudou a dormir melhor. Obrigado — agradeceu com um sorriso e eu retribui. Fez um sinal para que eu sentasse na cadeira. — Pensei em aproximar a cadeira da cama, para que assim nós dois pudéssemos ficar sentados...

— Daí você senta na cama e eu te explico? Boa ideia! — Me sentei na cadeira e deixei os papéis na cama. Fizemos o que eu falei e ele colocou uma das cobertas sobre o colo. — Bem, essa são as anotações que eu fiz do slide. A gente vai começar a estudar sobre tipos narrativos. Pra “encontrarmos nosso estilo” até o fim do semestre...

E assim os minutos foram passando e eu fui explicando a matéria pra ele, que assentia e fazia perguntas quando não entedia algo. Principalmente sobre o meu garrancho que chamo de letra.

— Então ela mandou tirar essas xerox, que vão ajudar a gente a fazer os exercícios — afirmei, quando ele me devolveu a última anotação.

— E você só tem essas cópias?

— Isso! Daí eu trouxe pra gente fazer... — Olhei pra ele e ficamos nos encarando meio “tá, e agora? ”.

— Bem, que tal você sentar aqui e nós lemos o texto juntos e nos ajudamos com as perguntas? — sugeriu normalmente.

— Pode ser. — Lysandre tirou as cobertas do colo e me sentei do lado dele com os papéis. — Então, esse texto é de uma apostila que ela arranjou pra gente... — Ele se aproximou de mim e minha respiração falhou por um momento. Oi, rinite, vai atacar logo agora, querida? Que estranho, não tinha nenhum cheiro estranho....

Fui explicando o que tinha entendido pra ele e uma hora acabamos os dois lendo as folhas. Ô negócio complicado!

— Então ela quer um pequeno texto de exemplo com cada pessoa narrativa? — Lysandre perguntou, interrompendo minha leitura.

— Onde isso? — Levantei os olhos da folha e percebi-o me fitando. Ele sorriu do nada. Ai, não vai dizer que eu corei nessa hora! Às vezes me dá uma raiva isso, mas vida que segue.

— Nessa parte aqui: “faça um pequeno texto para exemplificar cada pessoa da narrativa”.

— Sempre tem que pedir pra exemplificar o troço — comentei irritada com o exercício e ele riu.

— Bem, os exercícios servem para nos treinar e nos fazer entender o assunto não? — Fiz minha cara de “mas o que? ” pra ele.

— Tá bom, né. Só não quero ser sua aluna nunca, porque desse jeito... — Lysandre riu e continuamos lendo a xerox.

Ele se aproximou de mim de novo. Senti-o perto do meu ombro e dei uma suspirada. Calma, concentra, não é nada de mais.... Percebi que ele estava concentrado e resolvi ler também.

Chegou a hora dos exercícios e cada um começou a escrever no seu caderno. Ele fazia o negócio bem sossegado, enquanto eu ficava encarando a folha, tentando pensar em alguma coisa. Sabe aquele dia que você tá meio estressada e parece que o cérebro não funciona direito? Tava bem assim.

— Lysandre, me ajuda com o exercício? — Olhei pra ele e percebi que estava sendo observada pelo mesmo. Ele corou e eu sorri um pouquinho. Não é fofo esse rapaz?

— Algum problema? — perguntou, se aproximando de mim.

— Eu não consigo pensar em nada! — E fiz um bico, incomodada com a situação.

— Por que não tenta descrever o que já conhece? — Só consegui soltar um “hã?”. Então ele explicou. — Tente descrever algo que aconteceu com você.

— E eu faço isso pra todas as pessoas narrativas?

— Em momento algum estava dizendo que deveria ser um texto diferente pra cada pessoa. — Peguei a folha e li o parágrafo.... É mesmo.

— Credo, que lerdeza! — Coloquei a xerox de volta e arrumei o lápis no dedo.

— Você não é lerda. Só está um pouco estressada.

— Também, com o tanto de coisa que tenho para fazer! — Bufei e ele riu. — Não ri não que o negócio é sério. Quero nem ver quando chegar o fim do semestre...

— Se estressar com isso não vai levar a nada.

— Quero ver se você vai dizer quando a gente chegar no final do semestre. Vai ficar mais estressado do que eu. — Dei um olhar de canto, em brincadeira e ri.

Voltamos a fazer o exercício e eu lembrei do dia do café, onde a banda dos meninos tocou. Hum.... Acho que me decidi sobre o que escrever.

Ficava dando umas olhadas pra ele, enquanto tentava lembrar aquela sexta-feira e descrevê-lo também. O jeito como a franja caia em frente aos olhos quando abaixava a cabeça. Então ele ia lá e afastava-a com a mão, o tempo todo concentrado no que fazia. As sobrancelhas quase unidas, conforme tentava pensar sabe se lá o que pra escrever. O rosto tomado por uma expressão de concentração.

— Conseguiu escrever algo? — Virou pra me perguntar e então percebeu que estava sendo observado.

Devo ter corado muito ao ser descoberta no que fazia. Tentei fazer a voz sair num tom normal.

— Consegui. Só falta passar essa cena pra segunda pessoa. — E dava umas batidinhas no caderno com a lapiseira, quando parei pra ler o que tinha escrito.

— Quer ajuda com essa? Normalmente é a mais difícil. — Mordi o lábio enquanto pensava. O que será que ele ia pensar sobre eu escolher justo aquele dia do café pra descrever?

— Pode ser. — E dei o meu caderno pra ele ler. Fiquei cutucando as cutículas da unha enquanto esperava, só pra tentar disfarçar e não encará-lo pra ver qual seria sua reação.

— Você escreve bem — comentou, devolvendo o meu exercício. — Poderia lhe perguntar por que escolheu essa situação para descrever?

— Bem... — Ai, o que falar pra ele? Devia estar um pimentão de novo. Droga droga droga. — É porque eu gostei da banda de vocês tocando e... Você disse pra descrever o que eu conheço...

— Fico lisonjeado por ser tão bem descrito no seu trabalho — agradeceu e ficamos um pouquinho em silêncio. É o que eu chamo de momento climão.

— Mas, então, o que você ia dizer sobre o texto em segunda pessoa?

E ele me ajudou a terminar a atividade. Não preciso nem dizer que fiquei morrendo de vergonha de descrevê-lo sendo observada pelo mesmo, né? Já dá pra imaginar.

— Lys, vê se tá bom pra mim? — De tanto Stelfs chamá-lo pelo apelido, acabei acostumando e uma hora saiu. — Não tem problema eu te chamar assim, né? A Stelfs vive te chamando pelo apelido... — Fiquei pensando um pouco nessa frase... Falando assim até parecia que eu tava com ciúmes!

— Não há problema algum — respondeu abrindo aquele sorriso dele. Que lindo! — O que gostaria que eu lesse?

— Meu texto em segunda pessoa. Pra ver se ficou bom. Não tenho prática nessa narrativa.

Entreguei meu caderno e Lysandre começou a ler.

— Acho que você deveria tirar um pouco a repetição de “você”. Acaba ficando um pouco cansativo.

Concordei com ele e me aproximei pra apontar uma linha:

— O que você acha dessa parte aqui? Achei que ficou um pouco corrida demais.

Nessa hora, Castiel entrou no quarto, pois a porta estava aberta esse tempo todo:

— Lysandre, você sabe onde.... — E parou, olhando pra nós dois.

Foi então que eu reparei como estávamos: eu, inclinada pro lado dele, braço a braço e os rostos próximos. Bem... Não tinha nada o que se pensar dali, mas era o Castiel!  Certeza que ele ia ficar tirando uma com o Lys até se a senhorinha do andar de baixo for gentil com ele.

— Liga não. Eu procuro. — E abriu aquele sorriso dele que a Stelfs tanto fala, meio de canto e sarcástico.

Nessa hora, nós dois ficamos da cor do cabelo do Castiel e eu me afastei um pouco.

— É... Então, o que você tava falando? — Tentei manter a voz num tom neutro. Acho que tive sucesso.

— É, — deu uma pigarreada — estava comentando sobre esse parágrafo aqui.

E apontou alguns pontos no meu texto. Preciso nem dizer que ficou o resto do tempo aquele momento torta de climão.

— Acho que é isso, né? Tá tudo certinho? — perguntei e finalmente terminamos aqueles exercícios. Obrigada, Senhor!

— Sim, pelo momento, é isso. — Arrumei as minhas coisas e comecei a me levantar da cama. — Obrigado por ter vindo até aqui.

— Nada. Eu vim ver se você tava bem também. Fiquei preocupada depois daquela madrugada do incêndio. — E sorri gentil.

Ele respondeu um “agradeço a preocupação” e ficamos naquilo enquanto caminhávamos pelo corredor do apartamento.

— Você vai voltar semana que vem? ­— perguntei e paramos pra conversar perto da porta.

— Sim. Voltarei a cantar na banda na próxima semana. Stelfs mencionou que ajudamos a aumentar o movimento.

— É, ela disse. Mas na verdade, acho que ela tá sentindo falta de tretar com o Castiel por lá. — Ao ouvir o nome ser mencionado, o mesmo fez um sinal de “beleza” pra gente. Estava na mesa, comendo um pão.

— Não duvidaria de algo assim vindo desses dois —  brincou em um tom mais baixo, pro Castiel não ouvir e eu ri.

— Então, acho que é isso, né? Até segunda? — questionei, quando ele colocou a mão na maçaneta e abriu a porta.

— Gostaria de vir aqui mais vezes? ­— convidou e corou um pouco. Perdi as contas de quantas vezes ele foi fofo assim só naquela tarde. — Digo... Gostei da sua companhia quando veio com Stelfs na quinta. Tivemos uma conversa agradável. — E me fitou nos olhos, pra tentar reforçar a afirmação. Ah, não me olha assim diretamente, não, rapaz!

— Bem, se você tá convidando... Eu aceito. — E sorri pra ele, que retribuiu. Acho que tenho que parar com essa frase, tá me parecendo repetitivo já.

— Amanhã está bom para você?

— Se eu não tiver nenhum trabalho ou exercício pra fazer, eu venho. — Ele pareceu meio chateado e eu consertei a sentença. — Mas eu posso tentar vir mais perto da noite. Tem problema?

— Não, problema algum — afirmou com um sorriso.

Nos despedimos e eu fui embora pro meu apartamento do lado. Gostei da tarde com ele.

...

No dia seguinte, resolvi deixar as atividades pra fazer mais tarde e ir visitar o Lysandre.

Fui procurar Stelfs pra ir comigo e ela estava na mesa, fazendo algo do curso dela:

— Não vai dar pra eu ir hoje, Ester. Tenho que terminar essa droga de trabalho — respondeu, tirando os olhos do notebook.

— É aquele que o Castiel ajudou? — perguntei, apoiando as costas na bancada e olhando pra ela na mesa.

— Ajudou o quê? Só atrapalhou, né? — Eu comecei a rir da resposta dela. — Para de rir! — Ela tentou ficar brava, mas só acabou rindo junto. — Por que que você tá me perguntando isso? — questionou fazendo bico.

— Lys me convidou pra ir lá hoje. — Fui ver se tinha alguma coisa na geladeira. Lá vem.

— Lysss? Já tá assim é? — Eu só ri disso. Sabia que ia vir uma dessas.

— Ué, mas é você que vive chamando ele assim — joguei no meio da conversa e peguei um bolo que tinha lá. Coloquei em cima da pia e comecei a cortar alguns pedaços.

— Não sou eu que tenho um crush nele. — Veio com essa pra cima de mim.

— Eu não tenho um crush nele! — Parei o que fazia e olhei pra ela, que começou a rir.

— Se você diz... — Fez um sinal de “então tá, né” com as mãos e começou a rir. Eu mereço....

Arrumei o pedaço de bolo e deixei a Stelfs lá rindo, enquanto terminava o trabalho.

Bati na porta e Lysandre atendeu.

— Olá, Ester — cumprimentou feliz e abriu a porta pra que eu entrasse. — Achei que viria mais tarde.

— Só tenho uma atividade ou outra, dá pra terminar depois. — Ele fechou a porta e eu entreguei a sacola com o doce. — Trouxe bolo pra vocês.

— Vocês tão querendo nos engordar, é? — Ouvi a voz de Castiel e vi que ele estava deitado num dos sofás, com o celular na mão livre.

— Castiel, não fale assim com ela — Lysandre reclamou e foi guardar o bolo na geladeira.

Castiel riu:

— Ela não é tão sensível assim, Lysandre. Não vai chorar só por causa de uma piada. — Dei um revirar de olhos pra ele. — Olha só, não disse!

Lysandre voltou pra perto de nós.

— Vou pro quarto e deixar vocês dois aí, vendo esse troço chato. — Castiel se levantou e depois só ouvimos a porta bater.

— Que troço? — perguntei e ele fez um gesto pra eu ficar à vontade. Sentei no sofá, like a lady.

— Downton Abbey. — Passou a mão nos cabelos e pegou o controle remoto pra mudar de canal.

— Você gosta de Downton Abbey? — soltei do nada e ele parou com o dedo no botão.

— Conhece a série?

— Claro. Amo ver umas séries britânicas. Fiquei até triste quando soube que ela acabou. Que episódio você tá vendo?

— O oitavo da terceira temporada. — Ele se sentou no outro sofá. Com cuidado por causa das costelas.

— Ihh, vai ver o especial de natal também?

— Se você quiser ver comigo...

— Eu quero! Chorei tanto por causa do final. — Sorri, me lembrando de quando assisti. — Mas sou daquelas que vê várias vezes, só pra sofrer de novo.

— Vou pegar os lenços. — Brincou e nós dois rimos. Ele deu play pra continuar o episódio. — O que acontece no final?

— Como diria River Song: spoilers... — cantarolei a palavra e ri. Ele pareceu não entender. — Nunca viu Doctor Who?

No fim, vimos os últimos dois episódios da temporada de Downton Abbey, e chorei no final do último. Só não vou contar, porque vai que dou spoilers pra alguém...

Depois, acabamos conversando sobre séries e ficamos lá a tarde toda. Convenci-o a começar a ver Doctor Who e ele até que gostou. Achei que a série não fizesse muito o estilo dele, porém pelo visto me enganei.

— Espera até você chegar na nona! Pra mim é uma das melhores temporadas e tem o meu Doutor favorito. Daí, quando você chegar na décima, pode acompanhar comigo. — Sorri quando disse isso, fazendo ele olhar pra mim. — Queria amigos whovians pra poder sofrer junto comigo.

— Você acompanha sempre? — perguntou em um tom curioso.

— É. Todo sábado sai episódio novo. Daí você pode ir lá assistir comigo. — disse, olhando pra tela. Estava acabando o episódio três, com a Gwyneth se sacrificando pra matar os fantasmas. Eu queria ver a cara dele quando chegasse no próximo!

— Vou tentar ver as outras temporadas. Para poder aceitar o seu convite. — Sorriu e eu fiz o mesmo. Tá ficando repetitivo isso aqui.

Senti meu celular vibrar sem parar no bolso. Era Tamires mandando mensagem desesperada. Não era nada de mais, ela fazia isso quando queria alguém pra conversar. Respondi e olhei as horas.

— Nossa, Lys! Já é quase sete horas. — E fiquei de pé, enquanto ele pausava o episódio. — O Castiel não veio reclamar de eu ficar aqui até agora?

— Também acho estranho ele não ter aparecido. — Olhou pro corredor, que estava em silêncio. — Talvez tenha dormido.

— Mas como esse menino dorme! — Ele riu com isso. — Eu tenho que ir. — Comecei a me afastar do sofá.

­— Não gostaria de ficar para o jantar?

— Não posso. Tenho que fazer umas atividades da facul. ­— Ele ficou meio triste, mas me acompanhou até a porta. — Prometo que qualquer dia desses venho provar sua comida. — Lysandre colocou a mão na maçaneta pra abrir a porta. — É você que cozinha, né?

— Sim, sou eu. Castiel normalmente tem preguiça. — E eu ri. Tinha bem a cara dele mesmo.

— Então é isso. Obrigada pela tarde? — disse rindo. — Depois me diz o que você achou do episódio. Quero só ver a sua cara quando aparecer os Slitheens.

— Bem, acho que agora você achou um amigo para conversar sobre as suas séries — comentou e eu soltei um “aeeeeeee”, de brincadeira, fazendo ele rir. Ficamos assim, olhando um pra cara do outro, sem saber o que falar.

— Então... Até um dia desses? — perguntei, já entrando no corredor.

— Até. — E eu me despedi e ia indo embora. — Que tal vir amanhã para terminar de ver a temporada comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ester:
Hummm, será que agora esses dois finalmente se aproximaram, hein? Pelo menos acharam gostos em comum kkkkk
Até quarta o/

Stelfs:
Awn ❤ Tô sentindo cheiro de romance? Já disse: eu shippo xD
Até quarta, queridos

Bia:
Como não shippar, gente? É muita fofura :3
Até quartaaa o



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.