Back to Home escrita por Ana


Capítulo 8
Aquela Seria a Hora


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou e com postagem regular /
Tenham todos uma boa leitura e perdoem os erros que passam despercebidos, o capítulo de hoje promete fortes emoções #aloca.



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Depois do jantar, Regina e Luíza ficaram sozinhas em casa, Zelena tinha saído para aproveitar a noite com alguns amigos. Aquela seria a hora.

— Como foi hoje, filha? — Regina perguntou quando Luíza entrou em seu quarto e se sentou na cama com um livro um em mãos.

— Eu fiquei com o vovô, porque a vó Cora tinha saído e tia Zelena estava trabalhando.

— Vocês se divertiram?

— Uhum!

— Brincaram de que hoje?

— De esconde-esconde, mas o vô Henry nunca me achava. Ah, o tio Killian já chegou de viagem?

— Eu não sei meu bem, mas acho que ele ainda está viajando.

— Amanhã eu posso ir para a casa da vó Mary? Tô com saudade.

— É.. Que livro é esse, Luíza? — disse mudando de assunto e se sentando ao lado da filha.

— É A Princesa Encantada, mamãe.

— Você gosta dessa história, não é?

— É a minha preferida.

— Porque?

— Porque ela se transforma em um lindo cisne, e eu sou um cisne.

— Um cisne...? Ah, Swan. Sim meu amor, você é um gracioso cisne, o mais belo de todos.

— Você pode ler ele para mim? Eu gosto quando você ler para mim.

— Claro que posso, mas primeiro eu queria conversar com você. Luíza, você... Você ainda lembra da Emma?

— Aquela loira da foto na casa da vó Mary?

— É, ela mesma.

— Lembro.

— Você também lembra de quando eu falei sobre quem ela era?

— Lembro mamãe, e também lembro que você falou que ela não morava mais aqui, que ela tava longe. — a garota falou um pouco cabisbaixa.

Ver Luíza assim doía em Regina tanto quanto, se não mais, ter espetos quentes enfiados em sua pele, Luíza era sua vida, e tudo que a afetasse, também afetava Regina.

Infelizmente para Regina apagar Emma da vida da sua filha não tinha sido uma opção viável, e por isso teve que lidar da melhor maneira que pode com aquela situação, com a verdade, ou pelo menos o que Luíza poderia entender.

— É, por motivos que eram dela, só dela, ela precisou ir. Mas... Mas agora ela está de volta, meu amor, a moça das fotos na casa da vovó está na cidade  — e percebendo a expressão confusa da filha, continuou. — A Emma está na casa dos seus avós. Você consegue entender o que isso quer dizer? — séria, Luíza fez que sim com a cabeça. — Mas tem uma outra coisa que você não lembra porque você era muito pequenininha quando ela precisou ir. Quando a Emma foi embora, digo, quando ela se mudou, ela não foi sozinha, ela foi levando uma outra bebêzinha que se chamava Luna, Emma levou com ela a sua irmã.

— Eu tenho uma irmã? — perguntou direcionando aquelas duas esmeraldas brilhantes que tinha em formato de olhos para a mãe.

— Tem... Tem sim, Luíza, você e ela são gêmeas, não se parecem muito, mas... — Regina dizia, mas Luíza a interrompeu 

— E a minha... A minha outra mãe levou ela, foi isso?

 — Foi...

— E porque ela levou a outra bebê e não eu? Ela não me levou com ela porque ela não gostava de mim, não foi? Foi por isso que ela foi embora, ela não gostava de mim — os primeiros indícios de choro já surgiam no rosto de Luíza. — Ela deixou a gente por minha causa.

— Meu amor... — Regina falou puxando a menina para dentro do seu abraço. — Ela amava você sim, amava a duas, e você não é a culpada. — falou afagando os cabelos filha que soluçava em seus braços. — A culpa de tudo isso é minha e dela. Ela só levou a sua irmã para nem eu e nem ela ficássemos sozinhas.

— Ela não me queria. — as lágrimas escorriam livremente lavando a face da menina que afundava o rosto no colo da mãe.

Luíza não entendia, se a sua outra mãe a amava, porque ela tinha levado a sua irmã em vez dela? Porque ela tinha ido embora? Em sua mente de criança, ela era a culpada, era a culpada de sua mãe ter ido embora.

Abraçada com a filha, Regina também chorou. Emma tinha voltado, e junto dela, além de Luna, também tinha trago toda mágoa, a dor e o sofrimento de volta.

— Vem cá, vem. — disse se deitando e chamando Luíza para que se deitasse em seu peito.

— Eu sou um patinho feio, mamãe, não sou um cisne — disse entre o choro

 — Não, não é, você um cisne, e nesse mundo todo, não há quem não apreci a beleza de um cisne, e você sem dúvidas é um.

Naquela noite, as duas, Luíza e Regina, choraram até caírem no sono.

 

À noite, depois do trabalho, Emma veio o caminho inteiro se perguntando como contaria para Luna, que palavras usaria para não confundir a filha e até que ponto deveria contar. Quando chegou em casa que procurou por a filha, viu que ela já dormia, o que fez com que um peso imenso fosse tirado de seu peito, dessa forma poderia pensar mais um pouco, pensar nas palavras que usaria, mas ela sabia que aquele tempo não duraria muito, que o amanhã chegaria e que logo teria de contar a Luna.

No dia seguinte no hospital, imaginou que Regina logo apareceria no laboratório ou a chamaria em sua sala, e que colocaria o hospital abaixo quando soubesse que Emma ainda não tinha conversado com Luna, mas nem uma coisa e nem outra, ela não apareceu.

Emma continuou trabalhando com Lilith até que a curiosidade e que o receio se fizeram maiores e ela resolveu dar uma volta nos corredores para supostamente esticar as pernas, mas o que Emma realmente queria era ver Regina. Sabia que discutiriam e que Regina falaria um monte sobre ela ainda não ter contado a Luna, mas ao menos teria ela por perto. Não encontrando Regina no hospital, imaginou que ela estivesse em cirurgia.

Em seu horário de almoço em vez de almoçar no hospital Emma resolveu ir para casa, iria conversar com Luna e esperava que Regina tivesse feito o mesmo com Luíza, não iria deixar passar dessa vez, seis anos haviam sido mais que o suficiente, não manteria a sua família separada por mais tempo.

— Olá. — Emma falo ao chegar em casa.

— Oi mamãe, eu tô aqui. — Luna falou da cozinha. Ela almoçava com a avó.

— Você está comendo brócolis? É isso mesmo que eu estou vendo? — falou beijando o topo da cabeça da menina e se sentando com elas.

— Isso é bom, mãe! Quer dizer, o da vovó é.

— O que? Você está desdenhando da minha comida, por acaso?

— Ela falou que não comia legumes porque os seus não eram bons, Emma. — Mary revelou.

— Luna!

— Mas é verdade! Os da vovó, sim, são bons.

Após o almoço, Luna subiu para o quarto e foi jogar no vídeo game enquanto Emma foi tomava banho.

— Luna, senta aqui para a gente conversar. — falou quando saiu do banho e se sentou na cama.  — Eu estou jogando, mãe! Espera só essa partida acabar.

— Luna, pausa o jogo e senta aqui. — a menina que estava com o olhar vidrado na televisão, se virou para ver se a mãe falava sério, e ao se deparar com a expressão de Emma, achou melhor fazer o que ela estava pedindo e se sentou ao lado dela. —Você sabe onde você nasceu, Luna?

— Em Washington?

— Não. Você nasceu em Boston, Luna.

— Aqui?

— Exatamente. Eu sou daqui... Nó somos daqui, eu e você. Mas quando você tinha dois anos nós nos mudamos para Washington, você era muito pequenininha, por isso não lembra.

— Então é por isso que a vovó, o vovô e o tio Killian moram aqui?

— Isso.. — Emma respirou fundo buscando palavras para continuar e contar a Luna sobre o restante da sua família, porém Luna não deu mais tempo para que ela pensasse.

— Porque a gente se mudou, mamãe, já que todo mundo mora aqui?

— É... Agora eu preciso que você preste muita atenção no que eu vou te contar, certo? — a menina fez que sim com a cabeça. —Há muito tempo eu encontrei uma pessoa aqui em Boston.

— Uma mulher?

— É, uma mulher, e nós já conversamos sobre isso, sobre a mamãe gostar de mulheres e não de homens. Essa mulher, ela também era médica, nós trabalhávamos juntas no mesmo hospital, e conversando, nós descobrimos que os nossos pais também se conheciam, porque eles também já tinham trabalhado no mesmo hospital, nós conversamos muito, todos os dias, e sobre todo tipo de assunto, e entre tantas conversas, a gente acabou... Acabou...

— Se gostando?

— É, se gostando, e nós namoramos, casamos e depois decidimos ter filhos — Luna olhava curiosa para mãe, se perguntava quem era aquela mulher de quem ela falava. — ela engravidou e tivemos gêmeas, duas lindas menininhas. Uma era parecida comigo e a outra muito parecida com ela. Mas aí as coisas ficaram difíceis e bem complicadas, e no mesmo período surgiu uma oportunidade maravilhosa para mim, e eu decidi ir para Washington, e levei uma das meninas comigo.

— Eu?

— Sim, você. E enquanto isso, a sua outra mãe ficou aqui com a sua irmã.

Luna ficou em silêncio pensando no que sua mãe tinha dito, e enquanto isso, arqueava as sobrancelhas e enrugava a testa, lembrando ainda mais Regina.

— Você tem alguma pergunta, Luna?

— Eu tenho mesmo uma outra mãe? E uma irmã? De verdade?

— Tem, tem sim, e a sua mãe, a Regina, mal pode esperar para te conhecer.

— Você vai me levar pata ver ela?

— Você quer?

— Uhum. Mamãe?

— Oi.

— A gente ainda vai embora? Vai voltar para Washington.

— Eu acho que não, filha.

Naquela tarde, Luna fez muitas perguntas a mãe, fazendo com que ela se atrasasse para o trabalho. Quando Emma voltou para o hospital, antes de ir para o laboratório, procurou por Regina em sua sala, mas não a encontrou, então olhou no quadro cirúrgico e viu que Regina nem sequer havia entrado no hospital naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Agora as garotas já sabem sobre suas outras mães, a Luna teve uma reação mais positiva ao contrário de Luíza.
Vocês acreditam que essa reação será um empecilho para Emma?
Bjus até o próximo