Back to Home escrita por Ana


Capítulo 30
Repetindo a História


Notas iniciais do capítulo

Já vou ficando tão nostálgica com o final, que não sei nem mais o que postar aqui, haha - rindo de nervoso -
Música do capítulo: Ed Sheeran - Perfect Duet (with Beyoncé) - Escolhi ela porque acho que fala um pouco sobre a história desse casal , então peço que escutem.
Perdoem os erros que passam despercebidos.
Tenham todas uma boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736706/chapter/30

— Quanto sangue ela perdeu? — Emma perguntou ao chegar correndo na sala de trauma número dois da emergência.

— Ai meu Deus, tá doendo muito. — a paciente chorava enquanto se debruava de cuspia sangue.

— Um litro ou um litro e meio, Dra.

— Quando isso começou? — perguntou ao acompanhante.

— Há uns quarenta e cinco minutos.

— Me deem um tubo NG — pediu ao plantonista, vou entubar. — Comesse a transfusão sanguina.

— Claro Dra. Swan.

— Kit de cateter central, por favor.

— Ela está tendo taquicardia. — Ivy a interna avisou.

— Fique de olho nisso. Preparem a jugular e o cateter.

— Ela está perdendo a consciência.

— Belfrey, faça uma linha femoral, e vocês, preparem a bandeja de intubação. Droga, ela está sangrando de mais, mesmo com o endoscópio não consigo ver nada. Preciso do tomógrafo portátil. Mandem preparar o centro cirúrgico, nós vamos subir.

— A aorta dela parece uma rocha doutora. — no centro cirúrgico, a situação interna da paciente não era favorável.

— Continue tentando, precisamos costurar esse enxerto e descobrir de onde vem essa hemorragia. Mantenha a pressão estável.

— Ela tem uma fistula. Olha essas aderências todas, Dra. Swan

— Não tinha como prever, esses tipos de coisas não aparecem nos exames, Belfrey. E tem mais na parte posterior, eu preciso de mais exposição.

— Está pensando em aumentar a incisão?

— Eu preciso, não consigo enxergar o que tem aí. Aspirem. Ela fraturou a placa aterosclerótica, preciso chegar acima da hemorragia. Tirem todos as suas mãos.

— O que?

— Eu preciso ver a situação de outro ângulo... Vou dividir a veia renal, talvez nos leve acima da placa fraturada.

— Mas ela está perdendo muito sangue, Dra.

— Mas eu preciso tentar, ou ela vai morrer na mesa de cirurgia. Bisturi.

— Está aqui, doutora. — a instrumentista o entregou.

— Grampo três 3B, e continuem aspirando.

— A hemorragia, ela foi estancada, deu certo.

Após a cirurgia, Emma caminhava à passos largos e rápidos pelos corredores do hospital, se xingava mentalmente por não ter deixado o carro no estacionamento subterrâneo onde poderia apenas pegar o elevador e descer até lá, mas em vez disso, havia deixado ele no estacionamento externo, então teria que atravessar todo o hospital e parte do estacionamento. Colocava o tablet na estação das enfermeiras depois de atualizar o seu último prontuário, quando o celular no seu bolso de trás começou a tocar.

— Emma, onde você está? — a voz de Regina soou um pouco irritada do outro lado da linha.

— Ainda estou no hospital, mas já estou saindo.

— Ainda? Você já deveria estar vindo para casa, já deveria estar pronta, por que eu e as meninas estamos quase.

— Recebi uma paciente na emergência expectorando sangue, tive que conter a hemorragia e isso levou tempo, acabei me atrasando, desculpa, não consegui sair daqui tão rápido quanto você, mas assim que eu sair vou direto para o salão e depois vou para casa para pegar o vestido.

— Não vai se atrasar, a Zelena já está um pouco neurótica, e se ela achar que vai ficar sem uma madrinha, vai ser capaz de queimar o próprio vestido. E eu também estou precisando de ajuda com as meninas.

— Luna?

— As duas. Eu devia ter mandando tudo isso para a casa da minha mãe.

— Eu chego em breve, tá bom?

— Tá, te amo, não demora.

— Eu também te amo.

Terminada a ligação, voltou a caminhar pelo o hospital como se maratonasse em marcha, havia dito tantas vezes a Luna que ela não podia correr no hospital, que não queria fazer o mesmo, sentia que iria contra ao que tentava ensinar a filha, mas tinha tanta pressa que estava a um passo de fazer isso. Estava próxima da saída principal do hospital quando ouviu alguém lhe chamar.

— Swan.

Pensava em continuar andando e fingir que não tinha ouvido, mas quando a chamaram pela segunda vez reconheceu de quem era aquela voz, então achou melhor parar.

— Gold. — girou nos calcanhares.

— Imaginou que está com pressa.

— Um pouco. — tentou ser o mais simpática que a pressa e o medo de Regina lhe estrangular permitia.

— Garanto que não vai demorar, sei que hoje é o casamento do seu irmão com a irmã da Dra. Mills.

— É, eu e a Regina seremos as madrinhas.

— Então não vou fazer com que perca tempo. Gostaria que você lembrasse a ela da bolsa, o Dr. K. Leopold tem pressa devido a toda documentação e o tempo de mandar os requerimentos. 

— A bolsa? — Emma perguntou sem compreender do que Gold falava.

— Sim, na Universidade de Stanford em Califórnia, o Dr. K. Leopold vai trabalhar com clonagem de órgãos para uma espécie de transplante autólogo, ou autotransplante, e ele quer ela porque a acha boa, e depois dos últimos transplantes que ela fez ou que participou, esse seria um passo importantíssimo para carreira dela como pesquisadora. Convenhamos que ela é uma médica de gabarito e que investiu muito em pesquisas aqui nesse hospital, mas que deixou a própria pesquisa dela para trás, mas eu não a culpo, a administração e a atuação médica sugam muito.

— Ah... — acenou com a cabeça fingindo já saber do que ele estava falando.

— Você não acha que essa seria uma ótima oportunidade para ela?

— Acho, claro que eu acho.

— Então me ajude a convencê-la, porque ela tem procrastinado desde que recebeu o e-mail.

— É... Eu vou falar com ela sim, acredito que em breve você e o Dr. K. Leopold saberão da resposta dela, não dá para ela ficar empurrando com a barriga algo assim, não é? — respondeu mecanicamente, sem demonstrar emoção alguma.

— Obrigado, Swan.

— Disponha.

 

Como madrinhas, Zelena e Killian haviam escolhido apenas Emma e Regina, para eles eram o suficiente, eram as suas irmãs e pessoas nas quais confiavam, e eram família, além do sentido genérico que era empregado a isso.

Com o sutil atraso de Emma, que resultou no pequeno estresse da noiva e a leve raiva de Regina, por querer que aquele fosse um dia maravilhoso para sua irmã mais nova e que foi tão importante em tantos momentos da sua vida.

Enquanto Zelena esperava na limusine dar o tempo do charmoso atraso da noiva com Cora, Regina estava do lado de fora com o celular na mão e impaciente, com o pai, Luíza e Luna, que também impaciente, resmungava por não aguentar mais estar com todas aquelas saias por baixo do vestido.

— A mamãe ainda vai demorar? — Luíza perguntou se postando ao lado da mãe.

— Não, ela disse que já está a caminho. — era a terceira vez que repetia aquilo. — Ela ficou presa no hospital, acontece.

— Ela não sabe que é a noiva que atrasa?

— Vamos perguntar isso quando ela chegar, Luna.

Alguns minutos antes de Zelena e a mãe saírem do carro, Emma chegou praticamente cantando pneus.

— Até que fim. — disse assim que Emma desceu do carro.

— Você podia ter me dado folga hoje, não é?

— Eu não sabia que você ia ter uma contenção de hemorragia aórtica na emergência.

— Eu sei. — selaram os seus lábios e se afastaram, mas não sem antes de Regina morder o lábio inferior de Emma um pouco mais voraz do que do que deveria.

— Aí, primeiro a bolada, e agora isso, doeu. —  disse levando a mão aos lábios.

— Isso é para você não andar mais de carro desse jeito.

— Ué, mas eu precisei, e quem se atrasa é a noiva, não a madrinha.

— Viu Luna, ela sabe.

— Garotas, a noiva está pronta para entrar. — Henry disse ao ajudar a filha e a esposa a descer da limusine.

Quando a marcha nupcial teve início, todos na igreja se colocaram de pé. Na entrada, primeiro entrou Killian com a sua mãe ao seu lado esquerdo, ele mal podia se conter enquanto os sorrisos floriam sem que percebesse, Mary nunca havia visto o filho tão feliz, após se posicionarem no altar, David e Cora entraram juntos, quando as madrinhas entraram dando continuidade ao cortejo, cada uma trazia em mãos um quadrinho negro, o de Emma dizia “Ela está linda, irmão”, enquanto o de Regina “Aí vem o amor da sua vida”. Quando as portas da igreja tornam a se abrir mais uma vez, Luna surgiu por ela usando um vestido branco com uma faixa rosa na altura da cintura presa em um laço nas costa e flores em tons rosáceos na barra, em uma das mãos trazia empunhada uma cesta, e dela tirava pétalas de rosas vermelhas, rosas e brancas, que jogava no tapete formando uma passarela para a passagem da noiva. Quando a porta se abriu mais uma vez, a marcha soou mais alto e um “O” coletivo foi dado. O vestido branco e com mangas compridas de ombro a ombro, era todo em detalhes de renda; sem grinalda, uma calda generosa, mas não exagerada, caminhava passo à passo com Zelena, os cabelos ruivos estavam presos em um coque com alguns fios soltos propositalmente, eram adornados por uma tiara que só não brilhava mais do que os seus próprios olhos. Sentia que o seu coração poderia romper do seu peito, finalmente viveria a sua própria história.

Ao deixar a filha no altar aos cuidados do noivo, Henry depositou um beijo em sua testa lhe desejando tudo que poderia haver de melhor nesse mundo, e antes que se posicionasse ao lado da esposa, apertou a mão do genro, um aperto forte o suficiente para dizer “Eu estou aqui!”, e um olhar sugestivo o bastante para pedir “Por favor, a faça feliz”.

A cerimonia procedeu sem uma missa ou distribuição da eucaristia aos noivos, pais ou padrinhos, por uma escolha deles, e após a acolhida dos noivos como manda os prescritos, a porta tornou a se abrir mais uma vez, e por ela emergiu Luíza. Ela vestia um vestido similar ao da irmã, mas nas cores branco e perolado, e trazia consigo uma caixa com os dizeres: Mr. Mrs., na tampa. Quando chegou ao altar, se posicionou ao lado da irmã, após a confirma dos noivos perante as testemunhas e convidados, e o desejo de ambos em contrair o matrimônio seguido do tradicional do “sim”, e do rito das promessas, onde foi feita a bênção das alianças, Luíza abriu a caixinha expondo as duas alianças, que foram tomadas por os seus tios.

— Eu vos declaro, marido e mulher. — e então foi dado o tão esperado beijo.

Regina procurou a mão de Emma e apertou.

Tudo que estava trancado por fora das portas da igreja parecia não existir, Emma e Regina estavam felizes por os seus irmãos, que mesmo sem que quisessem ou esperassem, foram atingidos pela horda de incidentes que a vida delas tinha se tornado, mas que agora faziam as suas escolhas pensando apenas em serem felizes.

Na saída da igreja, os noivos foram recebidos por o cortejo final e saudados por a típica chuva de arroz.

A recepção aos convidados foi feita em um enorme salão com janelas de vidro em quase toda a sua estrutura, da mesa decorativa, um bolo de seis andares com rosas de glacê que iam do vermelho ao branco surgia imponente rodeado de inúmeros doces de formas e sabores diferentes, os quais eram uma tentação para qualquer um que passasse por perto, inclusive as crianças, essas principalmente. Sobre as mesas haviam jarros com rosas nas cores vermelho, rosa e branco, mais à frente havia um espaço livre para pista de dança e o palco, onde a banda já tocava os seus primeiros acordes, no extremo lado oposto a ele, estava o bar lounge.

Após muitas fotos tiradas, levaram as meninas para as salas que ficavam atrás do salão principal, onde as noivas costumavam ficar quando a cerimônia ocorria ali, para que pudessem trocar os seus vestidos por outros mais leves e mais frescos que permitissem com que brincassem. Zelena também trocou o seu por algo mais curto, e que a deixasse aproveitar a sua festa.

Depois de drinks, shots e muita bebida, a banda havia acerto o ritmo, o jogo de luzes piscava e girava, todos queimavam pista, depois do aniversário das gêmeas, o casamento de Zelena e Killian era a continuação de mais um momento de descontração, pois mais uma vez eram todos uma grande família. Com todos na pista, Luna no colo de Henry e Luíza no David, dançavam como sabiam ou conseguiam entorno e com os noivos, mas Emma não havia esquecido do pedido de Gold.

— O Gold pediu para que eu te desse um recado.

— O que? — Regina precisou gritar para se fazer ouvida sobre a música.

 — O Gold pediu para que eu te desse um recado. — falou próximo ao ouvido de Regina, música alta impedia que fossem ouvidas.

— Que recado? — perguntou sem entender.

— Para você decidir logo quanto a bolsa de Stanford. Decidir se aceita ou não.

Regina se afastou o suficiente para poder olhar Emma nos olhos, e foi recebida com uma expressão ilegível no rosto dela.

— Não é hora e nem lugar para falarmos sobre isso, Emma, é o casamento dos nossos irmãos, não é sobre nó... — interrompeu o que dizia quando Luíza e Luna se soltaram dos avós passaram correndo para brincarem com outras crianças.

— Como você pode dizer que não é? — indicou com a cabeça as garotas.

Respirando fundo e rolando os olhos, Regina se afastou, caminhando e alargando a distância entre toda a multidão e indo em direção ao bar, queria fugir de uma incisiva Emma, mas que não deu muito certo, já que Emma a seguia de perto.

— Regina, nós precisamos conversar sobre isso! — Emma segurou em seu braço sem apertá-lo ou machucá-lo, queria apenas fazer com que ela parasse, e de repente se sentiu como quando voltou para Boston, insistindo em conversar com Regina, quando tudo que ela fazia era se esquivar do assunto.

— Não, não temos o que conversar, porque eu não vou participar desse estudo, não vou aceitar a bolsa, porque para isso, eu precisaria me mudar, precisaria ir para outro estado. A Califórnia é tão longe quando Washington, Emma, então eu não vou, eu não posso. — já não precisava mais gritar, o som da banda havia diminuído.

— E mesmo assim, mesmo com essa convicção de não ir, você não me contou. E por a forma com que o Gold me pediu para falar com você, me pareceu que você já havia recebido o convite há algum tempo.

— Te contar como você não me contou sem o mínimo de antecedência antes de ir? — e imediatamente fechou os olhos e mordeu a parte interna das bochechas pelo o que disse.

Dizer aquilo não se encaixava mais em sua filosofia de vida de deixar tudo aquilo para trás.

— Não, Regina, me contar justamente para não cometer o mesmo erro que eu. — respondeu da maneira mais calma que pôde. — Porque não me contou, hum? Porque não me disse que tinha recebido esse convite? — segurou as mãos de Regina nas suas.

Olhando para as suas mãos unidas, Regina se manteve em silêncio, talvez nem soubesse a resposta para aquilo, ou soubesse, mas não tivesse a coragem de assumir para si mesma ou para Emma.

— Você achou que eu fosse me irritar por você ter recebido a proposta? Se o Dr. K Leopold buscou você para participar do estudo em Stanford, quer dizer que ele te acha boa, boa não, incrível, é Stanford. Eu já passei por isso, como você já bem lembrou, então eu meio que sei o motivo de você não ter me contado.

— Emma... — largou as mãos dela.

— Temos que falar sobre isso, evitar não vai fazer ele sumir.

— Vai, porque eu já disse que não vou aceitar.

— Não vai, não. — a sua voz soou mais alta quando os músicos pararam de tocar e o cantor anunciou que a noiva jogaria o buquê.

— Nós precisamos ir, somos as madrinhas, precisamos estar lá. 

Regina caminhou de volta para a pista e Emma a seguiu.

Quando a multidão feminina se aglutinou, as meninas também se juntaram as mães que estavam à margem.

— Mãe, a Luíza disse que também vai tentar pegar o buquê.

— Não, eu não vou, não. Eu nem quero casar! — falou com a voz afetada.

Sorriram da pirraça das meninas, mas não passou disso, infelizmente estavam imersas em uma outra atmosfera.

— Estão todas prontas? Quem será a próxima a subir no altar? — Zelena nunca fora de trocadilhos e piadelas comuns, mas tantas haviam sido as vezes em que pensou em quando finalmente conseguiria viver aquilo, que agora estava muito feliz e cheia de clichês.

Ainda em cima do palco, Zelena procurou Emma e a irmã com o olhar, mas Regina olhava para as mulheres que riam e arriscavam a palpitar quem iria conseguir pegar o buquê, enquanto Emma, olhando fixamente para cunhada, negou sutilmente com a cabeça, acompanhado por um sorriso brando de lado, da mesma forma Zelena acenou com a cabeça.

— Eu vou jogar, então lá vai. — virou-se de costas para todos que estavam embaixo.  — É um, é dois, é três, e... Lá vai. 

O buquê cai no meio da multidão, que se agitou e por pouco não deixou o arranjo de flores em frangalhos, para no final, uma amiga de trabalho conseguir pegá-lo.

Durante todo o restante da festa, não tocaram mais no assunto e fingiram que ele nunca tinha existido, Emma porque caso insistisse, poderiam perceber o clima pesado entre elas, e Regina, porque preferia que ele realmente não tivesse existido.

Passava um pouco da meia noite e festa seguia firme, menos para Luna e Luíza, que mesmo com a música alta, haviam adormecido no colo das mães, que resolveram deitá-las em um dos cômodos que ficavam atrás do salão, onde mais cedo tinham ido trocarem-se. Estavam na sala de espera voltando para o salão quando Emma disse: — Regina, espera.

Perfect

Eu encontrei um amor para mim

Querida, mergulhe de cabeça

E me siga

Bem, eu encontrei uma garota, linda e doce

Eu nunca pensei que você era

A pessoa que me esperava

Pois nós éramos apenas crianças

Quando nos apaixonamos

Sem saber o que aquilo significava

Eu não desistirei de você desta vez

Mas querida, me beije devagar

Seu coração é tudo o que eu tenho

E em seus olhos, você guarda os meus

 

— Já disse, aqui não, Emma... Oh-meu-Deus, o que você está fazendo? — ao virar, se parou com Emma ajeitando o vestido e ficando de joelhos no chão. — Emma...

— Não era bem assim que eu pretendia fazer isso, mas eu imaginei que você não estaria mais no clima para o que eu planejava.

— Emma, se levanta. — pediu.

— Eu tinha tudo combinado com a sua irmã. — disse quando em suas mãos mostrou a caixinha de veludo vermelha que trazia consigo, que ao ser aberta, mostrou conter duas de alianças de ouro branco cravejas com delicadas pedras que brilhavam ao serem atingidas por a luz. — No momento em que ela fosse jogar o buquê, em vez de jogá-lo, ela desceria do palco e o entregaria a você, e então eu ficaria de joelhos como estou agora, e te pediria para renovar os nossos votos na frente das nossas famílias e das nossas filhas. Eu achei que seria lindo, mas depois de mais cedo, achei que você não estaria mais no clima.

Querida, estou dançando no escuro

Com você entre os meus braços

Descalços na grama

Ouvindo nossa música favorita

Quando você disse que estava desarrumada

Eu sussurrei sob minha respiração

Mas você ouviu, querida

Você está perfeita esta noite

— Emma, levanta, por favor. — pedindo, Regina a pegou pelo braço e fez com que ela se colocasse de pé. Seus olhos já começavam a lacrimejar.

— Eu sei o porquê de você não te me contado da proposta, foi porque você considerou ir, porque em algum momento você quis aceitar, quis ir. E isso não me causa raiva, nem nada do tipo, eu não te culpo, é Stanford.

— Não importa se quero, eu não vou aceitar. — disse cansada de repetir aquilo.

— É claro que importa, tudo sobre você importa para mim, mas porque não? Porque não aceitar?

— Eu não vou fazer isso com a gente. Você não ver que parece que a história vai se repetir, que dessa vez eu estou no seu lugar, e que o trabalho e esses projetos vão nos separar de novo?

— Só vai se nós deixarmos, Regina, nós erramos, e como erramos, mas esses erros devem nos servir de alguma coisa, devem nos servir ao menos de aprendizado. Não quero que desista, quero que reconsidere e aceite, se for o que você quer.

— E quanto a nós e a Luna e a Luíza? E quanto a isso? — apontou para as alianças na caixinha que lhe intimidavam com o seu brilho.

O peso que vinha carregando consigo era tanto, que sentia que as lágrimas brotavam em seus olhos por pura pressão.

— Califórnia não é tão longe assim, é só na outra ponta do país, sempre há os finais de semana para voltar, e se o gasto for muito dispendioso, nós nos mudamos.

— O que? Não dá, não podemos.

Eu encontrei uma mulher mais forte

Do que qualquer pessoa

Ela compartilha os meus sonhos

Espero um dia compartilhar seu lar

Encontrei um amor, para guardar

Mais do que meus segredos

Para levar amor, carregar

Nossas próprias crianças

Ainda somos crianças

Mas estamos apaixonados demais

Lutando contra todos os obstáculos

Sei que ficaremos bem desta vez

Querida, segure minha mão

Seja a minha garota, serei sua mulher*

Eu vejo meu futuro em seus olhos

— Claro que podemos, você pode ir primeiro para se adaptar ao lugar e para começar o estudo, enquanto eu fico e espero o ano letivos das garotas acabar. E enquanto você estiver lá, você pode procurar uma casa para gente, uma escola para elas e um emprego para nós, apesar de achar que a bolsa te garante um emprego no Stanford University Medical Center, e eu vou resolver a transferência das meninas aqui, vou segurar as pontas no hospital e arranjar um deposito para deixarmos o que não formos levar da casa na mudança, e a casa a gente pode alugar, meus pais ou os seus podem ficar responsáveis.

Regina piscava um pouco atônica e boquiaberta enquanto ouvia tudo aquilo.

— E quando que você pensou em tudo isso?

— No salão enquanto eu fazia a maquiagem. — deu de ombros — Por isso que eu disse que nós precisávamos conversar. Ah, e quanto a isso — deixou a caixinha na altura dos olhos dela. — eu espero que você aceite ela e o meu plano.

— Eu aceito, eu aceito os dois. — e dito, puxou Emma para um abraço apertado, mas versado nas palavras mais lindas que ela poderia escolher para dizer.

Quando se afastaram, fungando, Emma pediu a sua mão e ela a estendeu.

— Desta vez, para nós os meus votos são: a busca constante por a compreensão e diálogo. — disse pondo a aliança no dedo anelar da mão esquerda de Regina e a beijando.

Fazendo o mesmo que Emma, Regina fez os seus votos: — Em meus votos, tudo que peço é lealdade, que possamos respeitar os princípios uma da outra, e fidelidade ao nosso compromisso.

— Você tem toda a minha lealdade.

Querida, estou dançando no escuro

Com você entre os meus braços

Descalços na grama

Ouvindo nossa música favorita

Quando te vi naquele vestido

Tão linda

Eu não mereço isso, querida

Você está perfeita esta noite

Emma pegou Regina um pouco a baixou do glúteo, a suspendeu do chão e giraram. Seus olhos aguados sorriam muito mais do que as suas próprias bocas, seus toques conversavam, seus silêncios declaravam. Quando enfim Emma colocou Regina no chão, selaram os seus lábios em um beijo que dessa vez parecia ter gosto de algo a mais, algo além de lar e de abrigo, dessa vez havia serenidade, solidez, segurança, alicerce e gratidão.

Enquanto envolta pelos os braços de Emma, Regina deixou que o seu corpo relaxasse, deixou que a tensão que se apoderou dela saísse. No exato momento em que abriu o e-mail e leu a proposta e a pesquisa, e o que teria que fazer caso decidisse aceitar, disse a si mesma por que não deviria e decidiu que não aceitaria, pois caso o fizesse, independente dos meios, estaria fazendo o mesmo que Emma, mas mesmo pensando assim, não respondeu o e-mail de volta, não disse que sim, mas também não disse que não. Porém quando Gold, amigo de longa data do Dr. K. Leopold, soube do convite que a sua interna mais promissora da época havia recebido, adotou como missão fazer com que Regina visse todas as possibilidades que o estudo poderia trazer. O estudo da clonagem terapêutica e a produção de órgãos era o próximo passo para excelência em autotransplantes, e a pessoa que tivesse seu nome ligado a qualquer parte da pesquisa, teria o seu nome eternizado no meio cientifico. Então Regina passou a considerar, talvez não pelo o renome, mas por as vidas que poderiam ser salvas quando você mesmo pode ser o seu próprio doador e com risco de rejeição nulo, e então, mesmo já sabendo que decisão tomaria, a ideia continuou a vir em sua mente, fazendo com que se sentisse culpada, e não contando para Emma. Mas agora, depois de tudo tinha ouvido, qualquer resquício de dúvida que existisse, por menor que fosse, havia abandonado o seu corpo e evaporado, deixando apenas o sentimento de que ela e Emma seriam capazes de tudo, mas desde que estivessem uma ao lado da outra.

Querida, estou dançando no escuro

Com você entre os meus braços

Descalços na grama

Ouvindo nossa música favorita

Eu tenho fé no que vejo

Agora eu sei, conheci um anjo em pessoa

E ela é perfeita, eu não mereço isso

Você está perfeita esta noite

— Você é meu final e o meu (re)começo, Emma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso gente, se tudo correr dentro do esperado, volto no final de semana que vem com o último capítulo - malditos ninjas cortadores de cebolas -
Um beijo enorme para todas , até a próxima.

Twitter @xnxruth, https://twitter.com/xnxruth
IG: anxruth, https://www.instagram.com/anxruth/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Back to Home" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.