Back to Home escrita por Ana


Capítulo 3
A Volta III


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e perdoem os erros que passam despercebidos.



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Regina só lembrou que tinha de comer quando um amigo lhe lembrou entre o intervalo de uma cirurgia e outra.

— Você já comeu alguma coisa depois que chegou aqui hoje? — Robin perguntou quando Regina saiu da sala de cirurgia.

— Não, não tive tempo.

— Sei! Vou mandar deixarem o seu almoço na sua sala.

— Eu vou para outra cirurgia agora.

— Eles ainda vão preparar o paciente, dá tempo, Regina.

— Se eu me atrasar, a culpa vai se sua. — falou entrando no elevador com Robin vindo atrás dela. — E a nossa visitante, já está instalada?

— Já, eu a deixei no laboratório de genoma.

— Ok.

— Porque? Vai evitar aquele corredor também?

— O que? — perguntou incrédula. — Não lembro de ter dado essa liberdade a você, Locksley.

— Desculpa, mas eu não sou hipócrita.

— Ok não hipócrita, estou esperando o meu almoço na minha sala. — falou quando o elevador chegou ao andar e as portas se abriram.

Almoçando sozinha em sua sala, Regina podia ver através das persianas entreabertas o movimento fora, médicos, amigos de trabalho conversavam, internos passavam às pressas... E de repente sentiu uma imensa vontade de falar com filha, pegou o celular e olhou a hora, naquele horário, Cora já teria pego Luíza na escola, e então ligou para o telefone da casa dos seus pais.

— Alô? — a voz masculina soou do outro lado da linha.

— Sou eu, Regina, pai.

— Oi minha filha.

— Oi! A Luíza já chegou né? Você pode passar para ela?

— Ela está com a Zelena, ela veio almoçar em casa hoje. Vou chamar ela.

—Tá bom.

— Regina?

— Oi?

— Está tudo bem?

— Está sim, pai. Você pode por favor chamar ela?

— Vou chamar.

“Luíza, a sua mãe está no telefone” Regina pôde ouvir.

— Oi mamãe.

— Oi meu bem.

— Você não está operando agora?

— Não, estou em um intervalinho. Você está bem? Já almoçou?

— Estou, e eu acabei de comer. A tia Zelena tá aqui.

— Eu sei, o seu avô me disse. E o que vocês estão fazendo?

— Estávamos brincando com a torre do equilíbrio, mas eu perdi.

— Vou te contar um segredo, se você espirrar quando ela estiver tirando um bloquinho, ela perde.

— Mesmo? — Luíza perguntou com os olhos brilhando, diante da possibilidade de ganhar da tia.

— Mesmo! Eu sempre ganhava dela.

— Mãe?

— Oi.

— Quando você chegar hoje eu já vou estar dormindo?

— Eu não sei... — falou lembrando das cirurgias que tinha colocado para si. — Não! Eu vou chegar antes da hora de você dormir, eu prometo. Agora vai lá vencer da sua tia.

— Tá bom. Tchau mamãe.

— Tchau minha luzinha.

Regina voltou para o centro cirúrgico e fez mais uma cirurgia que levou quase setes horas, mas de acordo com o quadro, entraria noite a dentro, então conversou com Ruby Luccas, a outra cirurgiã geral do departamento, que aceitou pegar as suas cirurgias.

Apesar de não ter começado o trabalho propriamente dito, foi um dia produtivo para Emma, ela se familiarizou com ambiente, conheceu a equipe com quem trabalharia e deu as primeiras instruções, e o mais importante, não cruzou com ela. Emma sabia que isso só tinha acontecido porque ela também estava evitando-a. Sabia que não se evitariam para sempre, mas ali não era lugar para que isso acontecesse.

Regina tinha acabado de entrar no corredor quando ouvi um grito, “— MÃÃE”, e no corredor a sua frente surgiu uma menina correndo, ela parecia ter mais ou menos a mesma altura da sua filha, a menina que vinha em sua direção tinha cabelos escuros, lisos e um pouco abaixo do ombro, porém, em nada mais lembrava Luíza, mas mesmo assim sentiu o seu coração apertar. Regina acompanhou cada passo dela, que parecia correr em câmera lenta, e quando a menina pareceu que se chocaria contra ela, passou direto. Regina se virou para ver para onde ela tinha ido, e o que viu, fez com que todo o ar saísse de seus pulmões. A garota que antes corria, havia se jogado nos braços de uma mulher que tinha acabado de sair do elevador. Depois de se abaixar um pouco para abraçar a menina, a mulher se endireitou, e Regina pôde ver perfeitamente quem era. Aqueles olhos que agora olhavam para ela, eram os mesmos que lhe olhavam toda manhã ao acordar.

Assim que as portas do elevador se abriram, Emma pôde ouvir o chamado que reconheceria em qualquer lugar, e mesmo sem poder vê-la, pois havia alguém parado no meio do corredor, Emma já sabia que Luna vinha aí. Imaginou que sua mãe tivesse trago a menina. Queria repreender a filha, pois era mais do que sabido que ela não podia correr dentro dos hospitais, mas como passara um dia inteiro sem ver a filha, resolveu que faria isso depois. Quando a menina alcançou a mãe, mal conseguiu frear e logo se atirou nos braços dela. Quando Emma levantou a cabeça para procurar a mãe no corredor, seus olhos foram de encontro a figura que antes estava de costas, mas que agora olhava para ela.

Mary, quando viu Regina surgindo no corredor e a neta correndo, imaginou que Regina fosse parar a garota ou que fosse pegá-la ou abraçá-la, mas tudo que Regina fez foi se virar, e a tirar pôr a sua falta de ação, elas ainda não tinham se visto.

Regina sentiu que estava pregada no chão, não conseguiu se mexer e nem desviar o olhar das duas. A última vez em que viu garota, ela não tinha mais que dois anos, e a palavra “mãe”, ainda era direcionada a ela também.

Emma mal teve tempo para pensar, pois logo a filha começou a puxá-la.

— Vamos mãe! — Luna disse puxando a mãe. — A vovó falou que vai me levar para tomar sorvete antes do jantar.

— Luna...

— Vaaaamos! — e continuou puxando ela.

Quando passaram por Regina, Emma falou o seu nome, mas os ouvidos de Regina estavam ocupados ouvindo o bater do seu próprio coração, forte e acelerado.

No final do corredor as duas encontraram com a mãe de Emma e saíram do prédio.

Regina ainda continuou parada no corredor, pôr o que para ela pareceram horas, até sentir que precisava ir para casa, precisava ver a sua filha.


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Notas finais do capítulo

Essa foi a primeira reação que tiveram após seis anos sem se verem, mas de antemão aviso que nos próximos encontros nenhuma delas será mais tão passiva assim, vai ter lavação de roupa suja sim!
Bjus e até o próximo capítulo .