Back to Home escrita por Ana


Capítulo 22
Terceira Filha


Notas iniciais do capítulo

Música: Phillip Phillips - Home
Perdoem os erros que passam despercebidos
Tenham todas uma ótima leitura.



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Quando entrou no laboratório, viu que Emma estava de pé atrás da cadeira e apontava para algo na tela, indicando pontos para pessoa que estava sentada na cadeira, Regina não precisou de muito para saber quem estava sentada ali.

— Dra. Swan? — falou alto e pigarreando.

— Pois não, Dra. Mills. — Emma disse se virando e falando no mesmo tom que Regina.

A pessoa que estava sentada na cadeira também se virou.

— Dra. Belfrey?

— Sim Dra. Mills, posso ajudar em algo?

Sua boca se abriu, gesticulou, mas nenhum som foi emitido.

— Ah Dra. Mills esqueci de lhe contar, mas eu e o Dr. Cassid trocamos de internos. A Dra. Page foi para ortopedia, ela estava precisando assistir mais cirurgias para formação dela, e a Dra. Belfrey manifestou o desejo de investir em pesquisas e queria conhecer o trabalho que é feito aqui, então eu a trouxe. E até acho que seja bom que mais pessoas no hospital saibam fazer as leituras. Espero que essa troca não nos traga problemas, ou nos trará?

— Não, creio que não, Dra. Swan. Depois eu troco as papeladas delas.

— Ah, e eu estou aqui hoje por que o trauma está tranquilo, assim que for bipada corro para lá.

— Tudo bem. Dra. Belfrey, você poderia nos dar licença por um instante?

— Claro. — Ivy se levantou e saiu do laboratório.

— Alguma coisa sobre as meninas? — Emma perguntou a Regina, mas dirigindo a sua atenção ao monitor, onde antes trabalhava com Ivy.

— É, eu folgaria hoje à tarde para plantonar a noite, mas vou precisar inverter, é uma cirurgia de emergência, e eu tinha marcado hora no salão para meninas, a Luíza tá pensando cortar um pouco daquele cabelo todo, e a Luna disse que também queria aparar o dela, e como o horário já está marcado...

— Quer que eu vá com elas?

— Quero, mas só se puder. O Neal cobre o trauma enquanto eu estiver em cirurgia, depois eu assumo.

— Tudo bem, pego as meninas depois do almoço na casa da sua mãe. Mais alguma coisa, chefe?

— Não, era só isso mesmo.

— Bom, agora eu vou terminar de ensinar algumas leituras a Ivy, se não se incomodar.

— Claro.

Despois de sair do hospital, quando foi buscar Luna e Luíza na casa de Cora, quem lhe recebeu a porta foi Henry.

— Boa tarde Sr. Mills. — depois de tanto tempo, achava não ter mais a intimidade necessária para chama-lo pelo primeiro nome.

— Boa tarde, Emma. — disse estendendo a mão, que Emma a apertou. — Elas irão descer em alguns instantes, a Cora está ajudando elas a se vestirem. Não quer entrar?

— Não, obrigado. Posso esperar aqui fora mesmo. Como elas foram hoje?

— Me parece que tudo correu bem, sem choro, briga ou discussões.

— Que bom, — falou contente.

— Já não era sem hora para a sua volta.

Emma se articulava em uma resposta, e quando estava pronta para responder, as garotas chegaram correndo e abraçando pelas pernas e Cora atrás.

— Cadê a mamãe, não era ela que vinha hoje? — Luna perguntou.

— Era, mas ela precisou ficar para fazer uma cirurgia de emergência, então eu vou levar vocês.

— Nós vamos poder passar no hospital depois para ver ela? — foi a vez de Luíza de perguntar.

— Bom, se vocês quiserem e se ela não estiver muito ocupada, podemos.

Cora sabia dos últimos acontecimentos e assistia as três com atenção.

O salão que Regina tinha passado o endereço por mensagem para Emma não era muito longe, e ainda era relativamente perto do hospital.

— O que elas vão fazer, Sra. Mills?

— Swan. — corrigiu o compreensível erro da cabelereira, afinal, era Regina quem tinha marcado o horário em seu nome. — Mas são elas que vão escolher.

— Ah, perdão, você é tia delas?

— Mãe.

— Oh, claro, me desculpe. — Emma apenas sorriu.

Enquanto as cabelereiras cuidavam das meninas, que reclamaram quando receberam aventais da Barbie e das princesas da Disney, e que preferiram usar o do Hulk e do Batman, Emma folheou algumas revistas e mexeu no celular. Luíza não se mexia, ficava quietinha e não dava trabalho algum a cabelereira, já Luna, a todo instante se mexia e se virava na cadeira para falar com Emma ou com a irmã.

— Luna, fica quieta só um pouquinho, por que se não você pode acabar ficando com o cabelo torto, filha. — Emma falou ao ver o cansaço na cabeleireira que atendia Luna.

— Você acha que a mamãe vai gostar? — Luíza perguntou a Emma quando acabou.

— Você gostou? — sorrindo, Luíza fez que sim com a cabeça. — Então ela também vai gostar.

— A mamãe não querer fazer nada? — a cabelereira que tinha confundido Emma com Regina perguntou.

...

Regina e Kristin conversavam enquanto caminhavam por os corredores próximo a entrada de visitas do hospital, tinham acabado de dar a uma mãe o parecer sobre o seu filho, o mesmo tinha sido o motivo de Regina permanecer no hospital. O menino de sete anos tinha precisado passar por uma cirurgia de remoção de aderências abdominais, que consistia na retirada de tecidos fibrosos que se formaram e obstruíram o intestino do garoto, fazendo com que fosse necessário ser feita uma colectomia, a retirada de parte do colón.

— Eu estava pensando, será que não podíamos usar um ducto biológico ou fazer um transplante de colón? Nós tiramos uma parte considerada grande do intestino daquele garoto, ele vai viver a vida inteira com incontinência intestinal, antes dos trinta já vai estar precisando usar uma fralda geriátrica, fora a baixa absorção de nutrientes.

— Bem-vinda a pediatria, todos subestimam o meu setor por tratar de criancinhas, mas as minhas criancinhas são todas punks. — Regina sorriu. — Os transplantes de intestino tem aumentado, mas a rejeição ainda é bastante frequente, as infecções devido à flora bacteriana do intestino delgado e grosso servem como um grande reservatório de patógenos, e ainda tem as altas taxas de perdas de enxerto a longo prazo, as infecções oportunistas, doenças linfoproliferativas pós-transplante e a doença do enxerto contra hospedeiro, e o óbito. Eu particularmente nunca fiz um.

— E eu nunca assisti um.

— Tem um bom motivo para isso.

— Achei que você fosse punk como as suas criancinhas. — Kristin ponderou.

— Regina...! Mas talvez eu possa ler alguns artigos, ler sobre alguns estudos.

— Isso quer dizer que...?

— O transplante pode ser uma possibilidade para esse menino.

— É assim que se fala.

— Mas a ideia foi sua, acho justo que componha a equipe comigo.

— Meus planos eram assistir.

— Seria mais legal participar, além do mais, não posso sair do Boston Hospital Center sem ter feito uma cirurgia menos que incrível com a Dra. Mills, posso?

Como resposta, sorriu balançando a cabeça. Achava surpreendente como se sentia à vontade ao lado de Kristin, como o riso, por mais singelo que fosse, vinha fácil. Não tinham mais tocado no assunto do beijo, e Kristin também não insistia, o que não tornava desconfortável estar na presença dela.

Continuaram falando sobre quais seriam os próximos passos e quando conversariam com a mãe do garoto, quando entraram em uma encruzilhada de corredores, e o coro de vozes que ela conhecia muito bem se fez presente.

— MÃE.

Ali parada, Regina lembrou do dia em que vira Luna depois de todos esses anos, e a dor que sentiu ao não ser reconhecida pela filha. No corredor vinham correndo Luíza e Luna em direção a mãe. Cada uma vinha com algo na mão, algo que Regina só percebeu o que era quando elas a abraçaram e quando viu Luíza de perto.

— Ai meu Deus, Luíza, o que você fez?

Luna e Luíza balançavam o que traziam em suas mãos, dois rabos de cavalo de cabelos loiros cortados.

— Olha, agora eu tô parecendo mais com você e com a Luna. — Luíza disse balançando a cabeça e movendo os cabelos agora curtos cortados na altura do ombro de um lado para o outro. — Você gostou?

— Você está linda! — os olhos da filha brilhavam tanto, que a sua resposta não poderia ser outra — Mais e esse outro? — pergunto olhando para o maço de cabelos que Luna trazia na mão.

A resposta veio a Regina antes que as meninas pudessem responder.

— Oi. — Emma disse adotando um tom mais sério, tamanho o desconforto que a presença de Kristin agora lhe trazia.

— É da mamãe, e nós viemos doar para as crianças que perderam os cabelos aqui do hospital, mãe.

Luna falou, mas Regina só havia capitado fragmentos da resposta, seus olhos, seus ouvidos e seus sentidos estavam todos concentrados em outro ponto. Assim como Luíza, Emma agora também tinha cabelos mais curtos, mas além do novo comprimento, ela também havia mudado a cor. Ela estava ruiva, completamente ruiva.

Regina só saiu de seu conflito interno quando ouviu a voz de Ruby próxima de si.

— Hey Luíza. — Ruby falou cumprimentando a menina.

Desde quando entrou no hospital, ela e todos do staff tinham um carinho por a menina, que era trazida por Regina para ficar na creche do hospital quando era mais nova.

— Oi tia Ruby, você já conheceu a minha irmã? — Luíza falou se aproximando de Luna.

— Ainda não, mais sei que se chama Luna. Tudo bem com você, Luna?

— Tudo. — respondeu sorrindo.

— Vamos meninas, acho que a mãe de vocês ainda está ocupada, e nós precisamos deixar esses cabelos lá em cima. — Emma disse pondo a mão no ombro de Luna.

 — Ei, eu conheço você — Luna falou olhando para Kristin antes que saíssem. — Conheço você de Washington, você trabalhava com a minha mãe, não era?

— Sim Luna. — Kristin que permanecia ao lado de Regina, respondeu se pronunciando pela primeira vez — E hoje eu trabalho com a sua outra mãe, inclusive você se parece muito com ela.

— Eu sei. Você sabia que aqui eu tenho uma irmã?

— Uhum, oi Luíza.

— Oi. — Luíza respondeu se aproximando de Emma. — Vamos levar os cabelos, mãe.

— Claro, vamos. Vem Luna. Espera agen... As meninas, se não estiver muito ocupada. — Emma disse quando passou por Regina, depois que as meninas se despediram.

Seguiram pelo o corredor até o elevador mais próximo, deixando Regina, Kristin e Ruby para trás. Com os olhos, Regina acompanhava cada passo dado por elas.

Depois que fizeram a doação dos cabelos, Emma aproveitou para mostrar as meninas algumas das crianças que faziam tratamento no hospital, e que seriam as possíveis recebedoras dos cabelos, mas sem se demorarem muito, afinal, acreditava que aquele não era o local adequado para crianças.

Quando desceram, Regina as esperava no saguão do hospital sozinha.

— Mãe, a gente pode ir para o parque? — Luíza perguntou a Regina.

— Que parque? — Luna perguntou.

— Acho que a Regina ainda está trabalhando, meninas. — Emma falou.

— Não estou, meu plantão foi substituído por a tarde, nós podemos ir de vocês quiserem. Ah, é um parque arbóreo que tem aqui perto do hospital, Luna.

— Eu quero ir!

— E nós vamos.

— Então vamos. — Luíza disse pegando na mão de Emma e puxando ela para fora do hospital, antes que ela disse que sim.

— Acho que eu não vou meninas, como a tarde fiquei com vocês, acho que vou trabalhar a noite.

— Vamos mãe. — Luna choramingou.

— Posso mudar a sua escala, Emma, o dia de hoje pode ser pago em outro dia, além do mais, você saiu para atender um pedido meu. Não precisa se preocupar. — Regina disse ao ver a expressão de descontentamento das filhas, pelo menos era no que queria acreditar.

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Tudo bem então.

Home ♪

No parque, Luna e Luíza saíram correndo na frente pela a grama, brincavam do pega ou apostavam quem era a mais rápida, já Regina e Emma apenas caminhavam atrás, não conversavam ou falavam muito, a menos que fossem para pedir que as meninas esperassem ou que fossem com mais calma, no geral só observavam. Estavam tão imersas seus próprios pensamentos, em suas próprias lembranças.

— Mãe, vem aqui ajudar. — ouviram alguém gritar.

A essa altura, sendo chamadas de longe, já não conseguiam mais identificar a autora do grito, já olhavam no automático para onde o som tinha vindo.

Luna estava sentada em uma das pontas de uma gangorra, enquanto Luíza se esforçava para conseguir subir na ponta mais alta.

— Alguém pode me ajudar? — perguntou quando as mães se aproximaram.

— Espera, vou colocar você em cima. — Emma disse pegando Luíza pela cintura e sentando ela no brinquedo, mas a gangorra se manteve no mesmo lugar.

— Vai, vai, via. — Luíza dizia fazendo força para baixo, mas era inútil.

— Vou ficar com a Luna do outro lado e você sobe com a Luíza aqui. — Regina disse antes de sair correndo para perto de Luna.

— Posso subir? — Emma gritou.

— Pode!

Quando subiu, lentamente a gangorra foi descendo, que foi recebido com animação pelas as meninas, então foram alternando, ora Regina e Luna subiam, ora Luíza e Luna desciam.

— Luíza, segura forte, que agora eu e a mamãe vamos descer com força. — Luna gritou para a irmã. — Vai mãe!

Quando Regina aliviou a pressão em suas pernas que as mantinham no alto, ela e Luna desceram de uma vez, fazendo que Emma e Luíza subissem, e assim continuaram, com as meninas vibrando enquanto brincavam.

Depois da gangorra as meninas correram para o gira-gira, e fizeram questão de que as mães também brincassem.

— Mais rápido!!! — Gritavam enquanto Regina e Emma giravam o brinquedo.

Luna e Luíza sacudiam os braços no alto e tinham os seus cabelos ao vento, principalmente Luíza, que agora com o novo corte, sentia algo que o cabelo grande a impossibilitava, algo que não sabia que era tão bom e libertador, a brisa suave na nuca.

Depois do gira-gira, brincaram no trepa-trepa, com as mães sempre de olho e por perto, para que ninguém caísse ou se machucasse.

Praticamente obrigadas por Regina, pararam para fazer um lanche, queriam brincar, correr, aproveitar tudo que o dia podia lhes oferecer, não tinham problemas em brincar em casa, mas era a primeira vez em que saiam, que brincavam fora de casa ou do jardim.

Depois de comerem, as meninas decidiram que tomariam os seus sorvetes sentadas nos balanços perto da laguna, Emma e Regina se sentaram lado a lado em um banco próximo a elas e perto do corpo d’água. Ficaram vendo as meninas brincarem e acenarem, ora se balançavam sozinhas, ora Luíza empurrava Luna e depois invertiam. Luna gritava extasiada sempre que a irmã a balançava.

Era final de tarde e as luzes do parque já estavam acesas, o sol já se rendia ao poente, dando ao céu tonalidades de laranja e rosa, algumas gaivotas voavam em bando cruzando-o em direção a marina, as copas das árvores balançavam suavemente sob a regência da brisa do fim da tarde, e tudo isso era refletido no espelho d’água da laguna, que parecia jogar imitação e repedir todos os movimentos do ambiente.

Regina estava em silêncio, olhando para as filhas, sentindo a brisa em seu rosto e encher os seus pulmões quando Emma falou.

— Quando você perdeu o seu primeiro paciente você fugiu para cá, você lembra?

— Lembro, nós já fazíamos parte do staff, e você veio atrás de mim. — disse finalmente olhando para Emma desde que tinham sentado ali, o que achou ser um erro.

A nova aparência de Emma tinha lhe deixado sem reação no hospital, a achava linda até mesmo depois de 48h ininterruptas de trabalho no hospital, e agora o vermelho parecia vibrar em seus olhos.

— Achei você bem aqui nesse banco. Você nunca se permitiu errar, nunca se deu a esse luxo.

— A nossa profissão não permite isso.

— Não falo dela.

— Eu não sou perfeita, Emma.

— Realmente algumas coisas mudaram por aqui, a Regina que tinha entrado a pouco tempo no conselho jamais admitiria isso tão facilmente.

— Nem tanto assim, bem menos do que eu gostaria.

Regina não havia desviado os seus olhos de Emma, mas ela, Emma, tinha voltado a olhar para a laguna, pensava no que tinha acabado de dizer, mais uma vez tinha falado sobre lembranças, sobre o passado, e isso era tudo que pareciam ter, lembranças, fossem boas ou ruins, eram só lembranças.

— MÃE!!! — logo buscaram com o olhar o balanço onde as meninas brincavam, automaticamente imaginaram que alguém tinha caído. Mas em vez disso, mais uma vez as meninas estavam correndo, só que em direção a elas.

— Cuidado Luna, vai machucar ele. — ouviram Luíza dizer, e só então se atentaram ao a menina trazia nas mãos.

— Um gato? Vocês pegaram um gato? — Regina falou quando pararam em sua frente.

— Ele não é lindo, mamãe? — Luíza disse fazendo carinho no bichinho que a irmã trazia nos braços.

— Luíza...

— Onde vocês acharam ele? Deixa eu ver. — Emma perguntou.

— Nós achamos ele quando fomos jogar o guardanapo fora, ele estava miando baixinho perto da lata de lixo. — Luna disse entregando o gato a mãe.

— Ele está com a pontinha das orelhas machucadas, e com um probleminha de pele bem aqui. — falou mostrando as meninas onde alguns pelos tinham caído.

— Ele é menina ou menino, mãe? — Luíza perguntou.

— É uma gatinha, filha.

— Emma, não! Eu já sei onde isso vai dar. — Regina falou.

E em coro as meninas começaram a implorar: — Mamãe, por favor, deixa.

— Ela pode ficar na casa da minha mãe, Regina.

— Aí a gente só vai ter ela quando estiver na casa da vovó? — Luna perguntou.

— Não, deixa a gente levar ela, mamãe. — Luíza choramingou.

— Eu sou a favor. — Emma disse quando Regina buscou apoio.

— Vocês vão ter que cuidar muito bem dessa gatinha, vão ter que dar banho, dar comida e limpar a sujeira que ela fizer, vocês estão prontas para essa responsabilidade? Acham que estão preparadas?

— Sim! — responderam em coro.

— Então agora nós temos que escolher um nome para ela. — Emma disse para meninas.

Mesmo que Regina não permitisse que as meninas levassem o animal para casa, Emma levaria ela para casa dos seus pais, sabia o quanto Baldo, um gato de pelo curto inglês que tinham ganho dos avôs, tinha sido importante para relação dela e do irmão, as garotas já dividiam o quarto, os livros e os brinquedos, estava na hora de dividirem as responsabilidades.

— Lucy! — Luíza se apressou em responder.

— Lucy? — Luna perguntou.

— Sim, Luíza, Luna e Lucy.

— Acho que agora temos uma terceira filha. — Emma disse para Regina, que em resposta riu negando com a cabeça. Contra três, ou melhor, quatro agora, seu voto era voto vencido, e olhando para as meninas que faziam carinho no bichano enquanto Emma o segurava, não tinha como dizer não.

Lucy era uma filhote siamês com menos de um mês, era uma gatinha de rua que vivia do que encontrava no chão, e que agora teria um lar.

O sol já tinha dado adeus quando decidiram que era hora de ir para casa. Caminharam de volta ao hospital para que pudessem pegar os seus carros, Emma vinha com Lucy no braço, que cochilava com o caminhar, enquanto Luna e Luíza falavam sobre tudo que iam fazer com o novo bichinho de estimação quando chegassem em casa.

— A gente pode adestrar ela como faz com cachorro? — Luna perguntou a Regina.

— Eu não sei, mas eu acho que não, e fora que ela ainda é novinha, acho que vai precisar de alguns cuidados, filha.

Quando chegaram no carro de Regina, prenderam as meninas nas cadeirinhas e deitaram a nova integrante da família no banco vazio.

— Você vai para casa com a gente? — Luíza perguntou a Emma antes que Regina fechasse a porta do carro.

— Hoje vocês vão dormir com a Regina.

— Mas você não vai com a gente?

— É... — ponderou, por mais que as suas filhas estivesse lá, a casa agora apenas de Regina, tinha perdido o direito de estar quando bem quisesse.

— Bom, se você não tiver nada para fazer, Emma... Porque não vem conosco?

— É mãe!

— Tudo bem, vou atrás no meu carro. — falou sorrindo.

— As meninas gostaram de hoje — disse erguendo os ombros quando fechou a porta de trás do carro — O dia para elas não precisa acabar agora.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...
Sem spoiler, mas no capítulo 23 vai acontecer algo que eu acho que vocês vão gostar, e que algumas talvez já estivessem esperando por isso desde os primeiros capítulos.
Agora é com vocês.

Muito obrigado por os comentários no capítulo passado.
Beijo grande e até a próxima.