Back to Home escrita por Ana


Capítulo 14
Imparcial


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma boa leitura.
Perdoem os erros que passam despercebidos.



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— Luna, acorda, você vai chegar atrasada no seu primeiro dia de aula. — mas a menina ne sequer se mexeu. — Luna!

— Eu não quero ir não, mãe. Por que não posso estudar a tarde?

— Você sabe o por que, agora levanta!

— Acordar cedo é muito chato. — disse se levantando a contragosto e indo para o banheiro.

— Você que ajuda?

— Não. — falou de entro do banheiro. — Mas é para lavar o cabelo?

— Ah, bem lembrado, e eu que vou lavar. — disse entrando no banheiro.

— Não mãe! — Luna bateu o pé.

— Você não quer ir com o cabelo sujo no seu primeiro dia de aula, não é?

— Não. — disse emburrada.

— Você vai gostar da escola, a Regina me falou que lá tem parquinho e que a professora é bem legal.

— A Luíza também me disse. — ouvir aquilo agradou Emma, queria dizer, então, que as meninas tinham conversado.

— Então, e lá também tem aula de dança e de música no turno oposto. Você vai gostar, tudo que tinha em Washington tem aqui.

— Menos as minas amigas.

— Mas aqui você vai fazer novas amizades, e a Luíza pode... Fecha os olhos. — disse quando começou a enxaguar o shampoo do cabelo de Luna. — Ela vai ajudar com isso, você não está sozinha.

— Mas e se ninguém quiser ser minha amiga?

— Acho isso muito difícil de acontecer, e você vai ter a sua irmã por perto, mas agora você precisa se vestir. — disse após terminar de dar banho nela. — A vovó está te esperando lá em baixo para tomas café da manhã.

Depois de tomar o seu banho, Emma também desceu para o café da manhã, e todos estavam a mesa, incluindo Killian.

— Killian, você pode vir aqui um minutinho? — disse indicando o jardim da frente com a cabeça.

— O que você quer? — perguntou cruzando os braços.

— Eu quero te pedir desculpas, por o outro dia, você sabe... — disse soltando o ar pela boca. — eu me excedi, passei dos limites, desculpa Kill.

— Ok, porém é muito triste você pensar um absurdo desses, eu jamais poderia, Emma!

— Eu não penso, não de verdade, perdi a estribeiras e foi mais fácil apontar qualquer outra coisa como motivo para Regina não aceitar a minha aproximação do que admitir que toda a culpa é minha.

— Você tem os seus problemas e eles não são poucos, mas não deixe que eles te seguem, você já passou tempo suficiente longe, e agora que está de volta, não afaste as pessoas, tá bom? — disse entrando de volta na casa.

Quando Emma chegou com Luna no colégio, Regina e Luíza já as esperavam na entrada da escola.

— Desculpa o atraso, alguém não quis sair da cama.

— Não estamos esperando a muito tempo, chegamos quase agora.

— Bom dia, Luíza — Emma disse sorrindo — acho que a Luna vai precisar da sua ajuda nesses primeiros dias.

Luíza e Regina guiaram Emma e Luna até a sala de aula, onde a professora já as esperavam aporta.

— Bom dia! — a professora disse ao recebe-las — Sou a professora Jasmine, e você deve ser a Luna. — quando a diretora falou que uma aluna iria entrar na sua sala, e que ela era irmã de Luíza que já era sua aluna, toda aquela informação pareceu girar na sua cabeça, mas agora vendo duas garotas e as suas mães, a situação pareceu ficar mais clara.

— Isso — Regina disse. — Bom dia.

— Bom dia, sou Emma. — disse estendendo a mão para a professora das meninas, que a apertou.

Luíza já havia sido sua aluna em outros anos, então já conhecia a sua mãe, mas a diferença física entre elas nunca fora tão gritante como era agora, em compensação, Luíza se parecia muito com a outra mulher, a cor do cabelo, pele e olhos era mesma, e a menina nova que entraria na sua turma se parecia ainda mais com Regina.

— Meninas, vocês podem entrar, a mesa do lado da sua está livre, Luíza, você pode mostrar a Luna onde fica?

— Tá bom, vem Luna. — e a garota seguiu a irmã.

— É... Geralmente são os avós ou a tia da Luíza que vem busca-la, a Luna também irá com eles? — Jasmine perguntou.

— Sim. — Emma respondeu.

— A minha irmã que virá busca-las hoje. — Regina disse.

— Amanhã eu posso levar a Luíza para minha casa depois da escola? — Emma perguntou ao chegarem a saída do colégio. — Para casa dos meus pais, na verdade. — se corrigiu.

— Pode, inclusive a Luíza tá sentido falta de lá, de ficar com a sua mãe.

— Ela não vai para lá desde quando eu voltei?

— Basicamente sim, bom, é... Preciso ir, tenho uma cirurgia agora pela manhã, e se eu me atrasar, me atraso para o almoço.

— Você vai almoçar com as meninas?

— É esse o plano.

— Até o hospital.

— Até. — Regina disse já de costas.

Quando Regina chegou ao quadro cirúrgico para checar a equipe que a acompanharia na cirurgia daquela manhã, Cassid da ortopedia e Locksley conversavam.

— A lista de colocação deve sair por esses dias. — Neal disse levando o copo de café à boca.

— Acho que o hospital deve subir mais algumas colocações.

— Em qual colocação ele ficou no ano passado?

— Quinto, mas acho que esse ano deve chegar a terceira colocação, o programa de mapeamento génico que chegou esse ano deve nos dar esses pontos. — Regina ouviu Robin dizer.

— Top três, será?

— Nos últimos anos o hospital investiu muito em pesquisas em quase todas as áreas, mas acho que o primeiro posto sai para o George Washington University Hospital.

— Você sabe quando o resultado da classificação do Ranking Hipócrates de Inovação Hospitalar vai ser liberado, chefe? — Neal perguntou ao perceber a proximidade de Regina

— Recebi informações de que sairia no início da semana que vem, a comissão passará e-mails para os hospitais e divulgarão no site do pela manhã.

— O que você acha das nossas chances? — Robin perguntou.

— Não é o primeiro ano que você está aqui comigo como chefe do departamento, então sabe que não gosto muito de criar expectativas, mas temos trabalhado duro aqui, e investimos muito e pesquisas.

— Estamos apostando na terceira colocação. — Robin falou.

— Isso agradaria muito os anciões. — Neal disse.

— Com toda certeza, mas só não deixe que Gold ou Granny Luccas ouça você chamá-los de anciões.

— Não está mais aqui quem falou, vou levar as crianças para serrar alguns ossos para começar bem essa manhã. — Neal falou saindo.

— Você pode dizer que não gosta de criar expectativas, mas sabe que temos boas chances.

— Podemos subir uma colocação ou nenhuma, há chances para os dois lados, vamos só esperar a lista.

— Como vocês já devem saber, farei uma esplenectomia total hoje. — disse aos dois internos que iriam assistir a cirurgia de perto

— Porque não uma parcial? — August, um dos internos que assistia perguntou.

— O paciente sofreu um traumatismo esplectonico causado por um tumor, o baço está perdido, caso eu retirasse só a metade, em menos de um mês ele estaria aqui para que o restante fosse retirado, o tumor teria entrado em metástase, teria voltado a crescer novamente. Lâmina dez. — Regina pediu a instrumentista, e em seguida fez um corte no hipocôndrio esquerdo — O baço está ligado ao estômago através do ligamento gastroesplânico, então eu vou fazer a ligadura deste ligamento e de outros vasos que irrigam o órgão, é necessário que eu tenha uma boa visão dele. Coloquem a luz mais para a esquerda, por favor.  — e alguém da equipe a atendeu. —  Isso, aí. Observem, há muita metástase aqui, qual seria melhor conduta?

— Retirar o baço de imediato? — disse a outra interna que assistia

— Você está me dizendo isso ou me perguntando.

— Dizendo, eu estou dizendo!

— Resposta errada, e você, qual seria o procedimento certo? — perguntou ao outro interno.

— Ressecar as metástases adjacentes para o alívio sintomático.

— Alguém fez o dever de casa. Aspiração aqui. — Regina pediu quando sangue começou a invadir a cavidade aberta devido ao rompimento de um dos vasos. — Continua aspirando.

— O que está acontecendo? — o interno perguntou.

— Hemorragia, não se assuste, ela pode ocorrer em qualquer procedimento. Aspiração. — falou mais alto. — Observem bem, ele precisa entrar em hemostasia, devo esperar a natural ou intervir cirurgicamente? — mas a interna que acompanhava estava nervosa demais para responder qualquer coisa.

— Qual intervenção deve ser feita? — perguntou com mais ênfase. Aquela era uma situação corriqueira no meio cirúrgico, não admitiria comportamento amador, por mais que fosse uma interna, em sua cirurgia.

— Hemostasia cirúrgica, Dra. Mills — o outro interno respondeu.

— E como eu po... — Regina começou a dizer, mais fora interrompida por a histeria da interna.

— A pressão está caindo Dra. Mills. — a interna que acompanhava disse começando a entrar em pânico.

— Acalme-se ou saia da sala. Como eu estava perguntando, como eu posso forçar a hemostasia? — mantinha-se calma, aquele era um hospital escola, devia ensinar aos novos médicos, pelo menos ao que queriam, e além do mais, tinha todo o controle da situação.

— Eletrocauterização, sutura, ligaduras ou agrafos. — o interno respondeu.

— Mas ele vai desfibrilar, você não vai fazer nada? — a interna disse.

— Fora da minha cirurgia, saia agora!

— Mas... — tentou argumentar.

— Agora!

Na salinha do púlpito por onde outros internos e residentes assistiam a cirurgia, o burburinho tomou conta no momento em que a interna saiu pisando forte e batendo a porta atrás de si. Antes de se tornarem residentes, e principalmente aqueles que pretendiam escolher a cirurgia geral, sabiam que antes teriam que passar por uma cirurgia com a Dra. Mills, o que muitos temiam.

— Wayne — falou para o interno. — acha que está pronto para suturar?

— Sim, Dra. Mills, estou.

— Então não perca tempo, ou então precisaremos usar o desfibrilador.

Com mão habilidosas, em poucos minutos August Wayne suturou os vasos de onde o baço havia sido retirado.

— Muito bem, muito bem. Agora eu vou usar o desfibrilador em uma baixa voltagem, apenas para o coração voltar a bater normalmente e para o sangue irrigar a área, se essa região aqui onde você suturou ficar corada, quer dizer que fizemos um bom trabalho.

Em instantes, após desfibrilar o coração, a região onde o baço havia sido retirado, voltou a receber oxigenação. Com o aval de Regina, ele também fez sutura externa, fechando assim a operação.

— Você foi muito bem hoje, Wayne, se manteve calmo, soube quais procedimentos fazer, realmente fez o dever de casa. — disse enquanto se lavavam.

— Obrigado Dra., tenho me dedicado à prática.

— Continue assim.

Regina caminhava em direção a sua sala quando foi abordada por a interna que a pouco tinha sido posta para fora da sua cirurgia.

— Dra. Mills, me desculpa por o que aconteceu lá dentro, eu não sei porque agi daquela maneira, eu...

— Você não me deve desculpas alguma, Page! Afinal, não era eu que estava aberta naquela mesa, e eu sei porque você se descontrolou, porque você não está pronta, — disse ao menos piscar. — ou talvez você não estivesse pronta para trabalhar comigo. Tente outras áreas, trabalhe com o restante do staff, porque enquanto você for interna, você só vai voltar a entrar em uma sala de cirurgia comigo, no seu exame para residente, isso é, se você continuar aqui. Agora se você der licença, eu preciso ir.

Ao chegar na casa dos pais, Regina foi recebida por Zelena.

— Como que está tudo por aqui, está tudo bem?

— Está sim.

— Onde elas estão?

— Estão no banheiro com a mamãe, estão lavando as mãos para almoçar.

O almoço foi tranquilo, Henry não estava em casa, então só as Mills estavam em casa. Zelena e Cora, buscavam não deixar com os assuntos morressem, perguntaram a Luna como foi o primeiro dia de aula na escola e se ela tinha gostado, perguntaram o que a professora tinha passado e se tinha tarefa de casa, durante a refeição, Regina se absteu um pouco da conversa. Após a sobremesa, Zelena, Luna, Luíza e Regina foram para a sala brincar com a torre de equilíbrio, enquanto Cora arrumava a cozinha.

Se dividiram em times, Regina e Luna, Zelena e Luíza, porém o time de Regina e Luna começou a ter sucessivas derrotas, o que fez com que a menina se irritasse.

— Você é muito ruim nesse jogo, a gente só perde.

— Porque a gente não troca então? — Regina sugeriu.

— Você joga comigo, e Luíza com Regina, o que vocês acham? — Zelena falou

 — Não! — Luíza respondeu enfaticamente. — Não quero jogar com você não, mamãe.

— Mas que ingrata, eu que te ensinei como ganhar da Zelena.

— Você tá muito ruim, mamãe.

— Então eu jogo com a Regina, e vocês duas jogam juntas, tá bom?

Zelena jogava dando uma grande vantagem às meninas, o que claro era proposital, ao contrário de Regina, ela não estava deixando as que meninas ganhassem porque queria, mas sim porque estava distraída, e muito. Aquele comportamento não era comum, pois se as garotas gostavam se ganhar, Regina gostava ainda mais, e por mais que estivesse brincando com crianças, ela não entregava o jogo de mão beijada.

À tarde, quando fizeram uma pausa e Cora serviu o lanche para as garotas, Zelena chamou Regina de canto.

— O que foi dessa vez, você e a Emma discutiram de novo?

— Não, só vi ela quando fomos deixar as meninas na escola.

— E o que foi então? Você está aérea desde quando chegou.

— Eu preciso mais motivos ainda pata ficar aérea? Já não basta a minha vida por si só? — falou em um tom cansado.

— É o trabalho? Alguma coisa no hospital.

— Também, semana que vem sai a colocação dos hospitais no ranking de inovações hospitalares, e se o hospital não subir, é a minha cabeça que vai a prêmio.

— Ano após ano, desde que você assumiu o cargo, ele vem subindo colocações. Só que eu acho que ainda não é isso, você confia no seu trabalho, sabe o que faz e faz bem. O que aconteceu hoje?

— Eu expulsei uma interna da minha cirurgia.

— Acho que isso é mesmo que ser expulsa da sala se aula, não é?

— Basicamente.

— E você está distraída porque expulsou essa interna?

— É, e porque eu também não tenho certeza se eu mandei ela sair por causa do descontrole dela, ou se por uma razão pessoal. Acho que não fui imparcial, não foi uma boa professora, não sei.

— E qual razão pessoal você teria com uma interna, Regina?

— Essa interna, a Lilith, ela está saindo com a Emma.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por os comentários, obrigado mesmo.
Bjão e até a próxima.



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