Back to Home escrita por Ana


Capítulo 12
Primeiro Passo


Notas iniciais do capítulo

Vamos a mais um capítulo de Back to Home, nos vemos nas notas finais
Tenham uma boa leitura.
Perdoem os erros que passam despercebidos.
Música do capítulo: Andreya Triana - Heart In My Hands
Música: https://www.youtube.com/watch?v=xZ8HjRKx_Cw



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Recentemente o quadro cirúrgico do Boston Hospital Center havia ficado desfalcado, com Ashley Boyd a cirurgiã pediátrica de licença maternidade, o hospital precisaria de uma substituta. Naquela manhã Regina conversava com a médica que assumiria a pediatria quando bateram na porta de sua sala.

— Pode entrar.

— Com licença, Regi... Kristin? — Emma disse surpresa

— Swan! Mas que mundo pequeno.

— Vocês se conhecem? — Regina perguntou.

— Pode ter certeza. — Kristin respondeu — Trabalhamos juntas no George Washington University Hospital. Quando saí de lá você estava com o projeto de codificação do genoma, trouxe ele para cá?

— Exatamente.

“É claro que elas se conhecem” Regina pensou “E para completar são amiguinhas, era tudo que eu precisava”.

— É... Desculpem-me atrapalhar vocês, eu vou sair e deixar que terminem, vou esperar lá fora.

— Já que você já entrou, não precisa Swan, eu e a Dra. Bauer já acabamos, acredito que você já tenha todas as informações e condições

necessárias para começar aqui no Boston Hospital Center, sim?

— Ah sim, claro. Depois de ouvir falar tanto sobre você, foi um prazer conhecê-la pessoalmente Dra. Mills. — disse estendendo a mão para Regina.

— O prazer foi todo meu. — falou apertando a mão de Kristin.

— Foi bom ver você também Swan. — Kristin falou dando tapinhas no ombro de Emma.

— Foi sim Bauer.

— Algum problema no laboratório, Swan? Falta de material? Reagentes? — Regina perguntou quando Kristin saiu.

— Na verdade não, tudo tem funcionado de acordo com o previsto, inclusive já estamos trabalhando com exames reais, sem mais teste com amostras.

— Isso é bom. Então, o que você quer?

— Queria saber como foi com as meninas.

— Eu acredito que Luna já tenha te contado como foi todo o nosso dia, tudo que nós fizemos.

— Sim, ela contou, mas eu queria saber de você... Como foi para você? Talvez pudesse me dar alguma dica de como lidar com elas... Do que fazer, de como me portar, eu não sei...

— Você está perguntando alguma coisa para mim, Emma? Que surpresa, geralmente você só faz sem se importar com a minha opinião. — Regina falou saindo de trás da mesa e se encostando em um aparador do outro lado da sala. — Não houveram dicas para mim. — faca cravada com sucesso

— Eu sei que não, você foi o experimento zero. — Emma disse caminhando até ela.

— Isso não tem graça alguma Emma.

— Eu sei que não, desculpa. A Luna adorou a casa, achou ela linda, quando eu cheguei ela me perguntou porque que a gente, eu e ela, não morávamos mais lá e se nós podíamos nos mudar de volta.

— Olha, essa é uma pergunta que eu adoraria ter respondido a Luna, bem que ela poderia ter feito a mim.

— Já sei até o que você responderia. Mas é sério Regina, quero saber como realmente foi, a Luna me contou que riscou sem querer um livro da Luíza e que claro que ela não gostou. Me diz o nome depois para que eu compre um novo para ela.

— Não precisa se preocupar com isso. Se você quer saber realmente como foi, foi difícil.

— A Luna botou banca para comer, não foi?

— Não por isso, crianças têm dessas... Foi como se eu tivesse de fazer uma cirurgia às cegas e com o centro cirúrgico pegando fogo, ou fazer malabares com tochas incandescentes, você escolhe. Fiquei receosa de correr para um lado e faltar no outro. Emma... — disse se aproximando da loira — Quando você estiver com elas, faça o possível para que a Luna não se sinta excluída e o impossível para você não magoar a Luíza.

— Isso é a última coisa que eu quero fazer Regina. Além de querer me entender com a Luíza, o que eu mais quero é que as meninas tenham uma boa ralação, assim como tenho com o Killian e você com a Zelena, que as meninas se sintam e sejam realmente irmãs. É sempre bom ter alguém com quem contar.

— Pena que você demorou tanto para querer isso.

— Regina...

— A Luna gostou? Gostou de estar comigo?

— Eu acredito que sim — Emma disse com um leve sorriso. — Como eu já disse, ela falou muito da casa, e que tem outra tia e avôs, disse que você fez pipoca e que assistiram O Rei Leão.

 — O Rei Leão foi um palpite de sorte.

— Não foi não. — falou avançando o restante do espaço que existia entre elas. — Você sabia que ela gostava porque sabe que eu gosto.

Enquanto mordia a parte interna das bochechas, Regina se perguntava onde Emma queria chegar.

— Não é porque você gosta, que a Luna tem que gostar, ela poderia odiar.

— A Luna iria ser deserdada desde cedo, então. — falou sorrindo — Lembra que eu disse isso quando você estava grávida?

— Lembro. — Regina falou balançando saudosamente a cabeça.

— A Luíza fez mais alguma pergunta sobre o porquê de eu ter ido ou sobre eu ter levado a Luna?

— Não, talvez ela tenha gostado de ver a foto dela no seu pingente, não sei, mas eu estou preocupada com ela. A Luíza tem amigos na escola, adora brincar com os tios e com os avós, mas ela é quieta, é muito na dela, tenho medo de que ela se isole, se feche e que eu não consiga alcançar ela, e eu estou falando isso para você porque você também é a mãe dela, e se eu não puder falar disso com você, acho que não posso falar com mais ninguém.

— A Luíza é você.

— E isso não é muito bom.

— A Luna é uma espoleta, não para quieta e normalmente não cala a boca nunca, sei que elas tiveram um pequeno atrito na sua casa, mas talvez, serem opostas pode ser bom, para as duas.

— Espero que sim, espero muito que sim.

— Tenho medo de falar algo ou de agir de uma maneira errada que dê a entender a Luíza que eu não a amo, por causa das perguntas que ela fez a você, sabe?

— Então não fale e não faça. Emma... A Luna nunca te perguntou de onde ela veio, Emma? — Perguntou finalmente olhando Emma nos olhos.

— A Luna sempre perguntou de onde ela veio.

— E o que você respondia?

— Que ela tinha sido um presente de algum muito especial para mim.

— Emma...

— Regina, você... Você gostaria de jantar comigo? Assim a gente poderia conversar melhor sobre as meninas e com mais calma, longe das paredes desse hospital. Poderíamos nos articular melhor.

— Emma... — Regina dizia quando o seu pager soou. — Preciso ir agora, Emma.

— Não vai me responder?

— Eu não acho que seja uma boa ideia, e além do mais eu não quero.

— Tudo bem. — falou com o fio de esperança se esvaindo.

Quando Emma voltou para o laboratório Lilith fazia a leitura a de algumas amostras.

— Chegaram materiais de pacientes de outros hospitais para serem analisados.

— Separe eles por grau de urgência. — disse jogando o seu corpo sobre uma cadeira.

— Isso já está feito.

— Certo, bom você já sabe como proceder, pode começar as leituras.

— Está tudo bem?

— Está. — disse sem olhar para ela.

— Não parece. Não gostaria de passa na Taverna no final do expediente?

— Faça o seu trabalho, Page.

— Não gostou da minha companhia na outra vez?

— Lilith, não confunda as coisas.

— Não estou confundindo nada, Dra., achei que iria gostar de ir, afinal, aceitou da outra vez.

— Apenas faça o seu trabalho, ok?!

Heart In My Hands ♪

Ao final do expediente, depois que Lilith saiu, Emma continuou no laboratório, não que ainda tivesse trabalho a ser feito, mas ela só não sabia que passo dar depois dali. Sentada, ficou olhando para o monitor do computador, não estava vendo ou fazendo nada de importante, só estava ali, enquanto sua mente vagava, pensava nas meninas e em Regina, pensava onde levaria as crianças e o que fariam, pensava no que poderia fazer para contornar aquela situação e se reaproximar de Regina. Já tinha visto que contato direto não daria certo, Regina negava qualquer aproximação a mais e qualquer contato além das conversas no hospital.

Quando chegou em casa, Luna e os seus pais já dormiam, só Killian estava acordado e fazia um lanche na cozinha.

— Ainda acordado?

— Estava resolvendo alguns assuntos por telefone até que me deu fome. Quer um sanduíche?

— Essa hora? E não, obrigado, vou tomar só um chocolate quente.

— É, por causa desse fuso horário maluco. Vai ser com canela?

— Com toda certeza.

Killian comia o seu sanduíche em silêncio quando Emma falou: — Convidei ela para jantar, mas ela não aceitou.

— Sabe que isso não me surpreende, de jeito nenhum.

— Porque não?

— Você mesma disse que conhece ela, mas você não precisa ser casado com Regina Mills para esperar essa atitude dela. Eu estive aqui, esqueceu...? Dá um tempo, Emma, sério. Você voltou não faz nem dois e já está esperando que tudo se resolva, já está esperando voltar a morar com ela e as crianças. Isso não vai acontecer Emma, não assim tão cedo.

— Para quem disse não ia tomar partido, você está muito inclinado, não acha, não?

— Eu tentei, mas não dá para ficar vendo você fantasiando assim.

— Não estou fantasiando, tivemos uma vida juntas, elas são a minha família, e como assim isso não vai acontecer? A menos que você esteja me dizendo isso por algum motivo... O que é que você está deixando de me contar?

— O que?

— Ela tem alguém e eu não sei? Ela está com alguém, Killian, e vocês não me contaram?

— Não, não que eu saiba, Emma.

— Como assim não que eu saiba? Você esteve aqui, você mesmo disse isso.

— O que não quer dizer que eu tenha convivido 24h com ela.

— Você dormiu com ela, Killia? — Emma perguntou com os olhos fixos nos do irmão.

— O que? Você enlouqueceu? Ela é a mãe das minhas sobrinhas e a sua ex-mulher, Emma! Isso é tão absurdo por tantos motivos que você nem pode imaginar.

— Então porque você está tão do lado dela? Na verdade, todos parecem estar! Eu voltei para casa depois de seis longos anos e esperava receber o apoio da minha família, mas parece que um por um vai me virando as costas!

— Tem razão, você está voltando para casa depois de muito tempo, mas está voltando depois que toda a bagunça foi arrumada por nós que ficamos aqui. A mulher com quem você está insinuando que eu dormi, ficou tão destruída quanto você, eu sei que você foi embora sozinha com a Luna, mas eu também sei que escondido da família da Regina e da própria Regina, nossos pais sempre te mandavam fotos e vídeos da Luíza, enquanto a Regina muito esporadicamente recebia algo da Luna, o que para mim era horrendo com aquela mulher. Então não venha me dizer que está desamparada. Você é a minha irmã mais nova e eu sempre protegi você e estive do seu lado, e agora você me vem com um absurdo desses? Que pariu, Emma, eu esperava bem mais de você. E quer saber, eu não estou do lado de nenhuma das duas, estou do lado das minhas sobrinhas, da Luna e da Luíza, que estão completamente perdidas no meio disso tudo. Hoje, por mim, você e a Regina podem se matar, contanto que isso não atinja as meninas. Boa noite para você. — disse deixando o resto do sanduíche no balcão da cozinha e indo para o seu quarto.

— Killian...

Por um tempo que Emma não soube determinar o quanto, ela permaneceu na cozinha, com a xícara de chocolate quente em mãos. Com um nó em sua garganta, ela engoliu o choro e a vontade de gritar, sabia que estava fazendo tudo errado, mas quanto mais tentava consertar, mais quebrado ficava, mais peças faltavam, era um verdadeiro tapa aqui, descobre ali.
Como se já não bastasse todos os problemas que tinha, ainda tinha brigado com irmão, pelo simples de fato de conseguir não se controlar, Emma estava perdida, não sabia para onde ir ou o que fazer, e apedrejar o irmão daquela forma era a prova do seu descontrole.
Ela sabia que precisava encontrar um rumo, algo em que se agarrar, ou então nadaria e nadaria para morrer na praia, teria voltado apenas para causar mais caos, danos e confusão, independentemente de qualquer ação tomada no passado, amava Regina e amava suas filhas, e infelizmente não era a esse amor que estava se agarrando, mas sim ao seu ego ferido há tantos anos.
Deixado de sentir pena de si mesma, despertou de seu transe e decidiu que era a esse amor, ao amor que tinha por aquelas três mulheres que deveria se prender, e se prenderia. Emma passou a se concentrar nas atividades de que faria com as meninas, se empenharia com Luíza e tomaria todas as precauções necessárias quanto ao que Regina tinha dito, aproximar as meninas e se aproximar de Luíza seria o primeiro passo.

A xícara de chocolate quente que estava em suas mãos já não era mais quente, assim como certas coisas, mas Emma estava começando a despertar.


Can't blame no one else, I did it all alone


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Notas finais do capítulo

-> Kristin Bauer é a atriz que interpretou a Maleficent em OUAT, como na minha história não cabia usar um nome tão fictício, optei por o nome real da atriz, inclusive queria dizer que ela veio para agregar e que é um personagem em potencial na minha fanfic, fica aí no ar como ela será engajada na história.

Agora é a vez de vocês, me contem o que vocês acharam desse comportamento da Emma com o irmão, e se vocês acreditam que a partir de agora ela vai agir diferente, como pareceu que seria no final do capítulo.