FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 40
Capítulo 40




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No sábado, Kate e Rick saíram da cama e prepararam um café da manhã animado para os filhos. Martha saíra cedo para passar o dia com as amigas.

Castle fez panquecas e as enfeitou com frutas da estação e calda de chocolate. Kate fez bacon com ovos mexidos. Também havia iogurte, cupcake com cobertura coloridas.

Durante a refeição, Kate e Castle avisaram aos filhos acerca da programação que teriam naquele dia.

— Minha linda, - Kate se dirigiu à filha— Hoje nós duas teremos um dia de meninas. Agora pela manhã sairemos nós duas sozinhas e faremos coisas somente de meninas. O que você acha, meu amor? Dia de mãe e filha.

A garota não cabia em si de alegria— Mamãe! Mal posso esperar para sairmos. Adoro quando chega o nosso dia de meninas. Podemos fazer novamente coisas de menina, é?

— Isso que eu falei, meu amor.

— E nós dois, filho – Castle avisava ao Guga—, faremos coisas de homens! Eu e você somos os homens da casa, então, vamos sair sozinhos e... Nada de meninas...

— Acho bom mesmo! Mantenha as fãs bem longe de você, entendeu? Kate reagiu e sorriu feliz para o noivo, recebendo um sorriso igual.

— Para onde nós vamos desta vez, papai?

Fazendo um clima de suspense, Castle sorriu, sabendo que o menino iria amar a programação— Eu estava pensando em te levar para assistir ao treino do nosso time de beisebol, que tal?  Mas se você não quiser, podemos ir para outro lugar...

Ao ouvir tal proposta, traquinas, o menino saltou da cadeira para o chão e, como ele ainda era pequeno e a cadeira era alta ele caiu de mal jeito e quase se machucou, mas o pai o salvou a tempo de evitar uma queda.

— Hey, calma, garotão! – Castle o colocou de pé.

— Pai! Eu não acredito que você vai me levar para ver o meu time de perto.

— Mas nós já fomos assistir a vários jogos, rapazinho.

— Eu sei, pai... Mas assim, assistir ao treino de perto... Eu não acredito!!! Eu vou mesmo poder assistir ao treino?

— Sim, filho, e desta vez vamos poder entrar no campo e conversar com o seu craque favorito...

O menino vibrou, levantou e esticou o bracinho direito como se estivesse acabado de comemorar um ponto no placar— Irado!

— Maravilha! – Castle gostou de saber que o filho aprovara o programa.

— Mas a Alexis também gosta, pai. Podemos leva-la? – O menino era um fofo e tinha verdadeira adoração pela irmã, portanto, queria repartir com ela o momento de alegria.

Muito madura para a idade, a garotinha recusa e explica o motivo— Obrigada, Guga, mas eu vou sair com a mamãe e ter um momento de meninas. Outro dia eu vou, tá? Pode ser outro dia, papai?

— Pode, sim, Lex. – Castle respondeu de prontidão à filha.

— O que foi que a gente fez para merecer filhos tão doces, eihm? – Kate sussurrou para Rick, sem que as crianças ouvissem — Isso não existe... Parece história de amor, onde tudo é lindo e maravilhoso!

— Muito simples, querida, quem planta amor e respeito ao próximo, a colheita sempre é melhor. Então, vamos continuar espalhando isso que está dando certo.

 

.... .... .... ....

 

DIA DE MENINAS: MÃE E FILHA

Primeiramente, Kate e Alexis foram a uma loja de roupas infantis femininas. Lá Alexis experimentou muitas roupinhas que Kate e a vendedora indicaram e ela gostou. A loja era maravilhosa e ao lado do provador havia uma espécie de passarela para as crianças darem asas à imaginação. Alexis desfilou com muitas roupas lindas e aproximadamente uma hora depois saíram felizes da loja. Como não queria carregar sacolas, Kate pagou uma taxa para que a própria loja providenciasse a entrega das compras no loft.

Em seguida, seguiram para uma loja de maquiagem e foram para a seção infantil, onde os produtos eram atóxicos, sem nenhum risco para crianças. Alexis escolheu um brilho labial com sabor de cerejas, cuja cor era translúcida.

Ao saírem da loja de maquiagem, Alexis tinha planos— Mamãe, eu estava querendo uma sandália que eu vi na televisão... Minhas amiguinhas da escola têm...

— Hey, meu anjinho – Kate falou doce com a filha—, não é porque suas amiguinhas têm alguma coisa que você também tem que ter ou não é porque você tem, que elas também têm que comprar... – usava tom educativo.

— Eu sei, mãe... Você até já me falou disso. – a menina reconheceu que a mãe estava certa—... Senão a criança cresce e fica querendo tudo que os outros têm, não é? A criança fica invejosa e isso é muito feio...

— Isso mesmo, filha.

— Mas é que eu achei tão linda as sandalinhas, mãe...

— Como é esta sandalinha, filha?

— É uma sandália com saltinho, mãe.

— Filha, com saltinho? Mas aí é perigoso...

— Mas é saltinho próprio para crianças, mãe... São dois tipos, tem a sandália das Princesas Encantadas, da Disney e tem a sandália de saltinho da Barbie... Amei a cor de rosa e as duas são de amarrar aqui, olha, mãe... – garotinha se agachou e mostrou o tornozelo.

— Ah, sim... – Kate prestou atenção ao gesto da Alexis— São de amarrar no tornozelo, filha. O nome disso é tornozelo. – Kate meditou um pouco e avaliou que sua filha não era invejosa. Era uma criança normal e saudável e com relação ao tal saltinho, ele não deveria ser alto, então, iria analisar primeiro antes de negar— Vamos dar uma olhadinha, filha. Se não for alto, a mamãe compra, está certo? Igual como eu fiz com o brilho labial. A mamãe comprou somente porque não tem cor. Porque quando tem cor é para mocinhas maiores e seu pai não gosta de você com batom com cor forte. E sandália de salto são para mulheres... Crianças não podem usar salto porque faz mal para as pernas e para a coluna das crianças.

— Ah, tá, mãe. Entendi.

Foram à loja de calçados e Kate analisou que tais sandalinhas não causariam nenhum problema ortopédico à filha e ajudou a menina a calçar as duas para poderem analisar. Depois de desfilar pela loja com as duas sandalinhas, a favorita de Alexis foi a SANDÁLIA DE SALTINHO PRINCESAS ENCANTADAS, DA DISNEY.

E seguiram passeando no shopping. Compraram travessas e diversos enfeites para os cabelos da Alexis e a menina ficava mais feliz a cada momento, pois ela adorava sair com a mãe e fazer programa de meninas.

Ao meio dia, foram a um restaurante fora do shopping, onde Kate sabia que o alimento era muito saudável e lá almoçaram. Enquanto esperavam a refeição, Kate avisou a Lanie que não seria necessário que ela fosse busca-la no loft porque ela já estava na rua almoçando com a Alexis e que do restaurante iriam diretamente para a loja de vestidos de noiva.

Kate e Alexis chegaram à loja dos vestidos de noiva com vinte minutos de antecedência, pois Kate queria que a filha se ambientasse. Lá, uma moça muito gentil e doce foi designada para atender Kate e ela mostrou vídeos curtinhos para Alexis a fim de que a garotinha entendesse o que elas iriam fazer ali e a menina adorou cada segundo que passou naquela loja.

Quando Lanie chegou com Martha e Johanna, Alexis explicou para as três tudo que havia acabado de ouvir da vendedora e tanto a médica quanto as duas avós aceitaram a explicação com muita atenção, fazendo a garotinha feliz.

Como faltavam apenas dois meses para o casamento de Kate, a atendente só mostrou vestidos que fossem do tamanho de Kate, pois não teria tempo hábil para reforma.

Sem que Alexis percebesse, Martha e Jô lembraram que o vestido teria que ser adequado a gravidez e ao possível aumento de peso e mudança de manequim da noiva.

— Mas mamãe, eu duvido que a barriga apareça em dois meses. A médica falou que eu estou abaixo do meu peso e...

— Katherine, não custa nada você escolher um modelo que não marque a cintura. – Martha tomou o partido de Jô— Ou então, criança, escolha um modelo que o feixe traseiro tenha um dispositivo de elástico ou cadarço que possa ser alargado caso seu bebê queira crescer mais do que o esperado.

— Amiga, eu estou pensando igual a você. – Lanie concordou com Kate— Martha e Jô, eu concordo com a Kate. Acho que a barriga dela não vai saltar até o casamento.

Ao contrário de Alexis a atendente da loja entendia tudo o que a noiva, sua amiga, sua mãe e sua sogra conversavam e, se dirigindo para a Kate, ela opinou — Eu vou pegar dois vestidos ideais para o seu corpo atual, mas que, caso seu bebê realmente queira crescer – ela sorriu— você não vai passar apuros e o vestido vai servir.

A moça saiu e em menos de cinco minutos e retornou com dois vestidos belíssimos que deixou a todas com queixo caído. Kate experimentou os dois e ficou sem saber qual dos dois era o mais bonito e todas também estavam pasmas, exceto Alexis e Kate notou a fisionomia da filha.

Emocionada, Kate pediu opinião— Lanie, mamãe, Martha e Alexis, eu amei os dois. Mas não dá para levar os dois, não é? Somente um. – Kate sorriu— Então, qual dos dois é o mais bonito?

— Está muito difícil, amiga. Você ficou excelente nos dois. – Lanie opinou.

— Filha, eu também não sei qual dos dois eu gostei mais. Os dois são belíssimos! – Jô expôs sua opinião.

— Katherine, querida, meu voto também está empatado, pois com qualquer um dos dois você parece uma princesa. – Martha avaliou com sinceridade.

Ouvindo os comentários, a atendente ficou feliz, pois os dois vestidos agradaram— Então, Kate, seria melhor você desfilar mais com o vestido e talvez vestir o primeiro novamente para sua mãe, sua sogra e sua amiga poderem fazer uma análise final.

— Ainda falta minha filha dar a opinião dela. E aí, meu anjinho? – Kate indagou para a Alexis — Você achou mais bonito o primeiro vestido que eu vesti ou este, eihm, meu amor? – Kate continuava emocionada.

Alexis se levantou da cadeira e andou em volta da mãe. Tocou na cintura e na saia do vestido de noiva, como fez também no primeiro vestido. Depois se afastou um pouco— O outro tinha separação da cintura e tinha uma faixa com pedrinhas coladas que brilhavam e já este é inteiro, o tecido é mais firme e eu achei mais bonito. Eu amei mais este porque é tomara que caia e o bordado desce parecendo uma cachoeira... E estas luvas, mãe. Amei!!! Você ficou linda com os dois, mamãe, mas com este daí você parece uma princesa da Disney. Eu estou me sentindo como se eu estivesse vendo uma história de contos e fadas. Você é a princesa e o papai vai ser o príncipe e vão se casar, né? Só que é de verdade.

Todos sorriam e se emocionaram diante da analogia fofa que a Alexis fez e, então, a atendente se aproximou e pôs uma singela tiara e um véu sobre os cabelos de Kate e, entregando-lhe um buquê simbólico, indagou— Então, Kate, este é o seu vestido ideal?

Emocionada com a opinião da mãe, da sogra, da amiga e da filha e diante da imagem que via de si trajando aquele belíssimo vestido de noiva, com buquê, tiara e véu sobre a cabeça, Kate ficou com lágrimas nos olhos e um nó na garganta— Depois de ouvir a linda opinião de vocês e de minha filhinha, sim, este é o meu vestido ideal.

Todos aplaudiram e a alegria tomou conta do ambiente e a Alexis não cabia em si de contentamento por ter sido dela a opinião que prevaleceu e resultou na compra do vestido.

Como o vestido não precisava de nenhum ajuste, a Atendente se comprometeu disponibilizá-lo dois dias antes do casamento.

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Após saírem da loja dos vestidos de noiva, todas foram fazer um lanche em uma conceituada casa de chá e lá Alexis contou para suas avós e para Lanie sobre o seu dia de meninas com sua mãe, narrando cada detalhe das compras, inclusive que ela havia desfilado com suas roupinhas, igual como sua mãe fizera com os vestidos de noiva.

 

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DIA DE MENINOS: PAI E FILHO

Primeiramente, Rick e Guga foram ao campo de treino do seu time de basebol favorito. Já saíram de casa vestidos com as camisas do time, mas assim que chegaram foram diretamente para a boutique no time e lá os dois escolheram novas camisas.

— Papai, eu também posso escolher um tênis idêntico ao que meu jogador favorito usa no campo? – Guga indagou com o desejo na voz infantil e isso atingiu o Castle.

Castle pensava igual a Kate e não eram favoráveis em encher as crianças de presentes caros e desnecessários só porque não tinham dificuldades financeiras. No entanto, como não faziam isso todas as semanas, achou que não havia nada demais atender aquele desejo do filho— Ok, filhão! E que tal o boné também, eihm?

O menino experimentou tudo e, como qualquer criança que ama seu time, pediu ao pai para sair da loja usando as coisas novas e o pai deixou. Criança é tudo igual, só muda o nome e o endereço. Castle aproveitou e comprou também uma bola de beisebol para o garoto, com o logotipo do time deles. Guga nem pediu a bola, mas ele comprou. Castle, como sempre, parecia uma criança de nove anos e estava mega contente em poder presentear o filho.

Como escritor e jornalista de prestígio e ainda como âncora do melhor telejornal na maior emissora de TV do país, Castle conseguiu uma credencial para si e para o filho a fim de ter acesso ao campo de treino do seu time e assistir de perto ao treino dos jogadores.

Quando Castle e Guga entraram no local destinado aos jogadores, o treino ainda não havia começado e assim que os jogadores os avistaram, alguns atletas e a equipe técnica vieram até Castle e o cumprimentarem.

— Richard Castle! Que prazer ver você aqui.

— Castle! Que bom revê-lo.

— Richard! Bom te ver aqui novamente.

— Rick! E este garotão! É a sua cara... Deve ser seu filho.

E assim, muitos os cumprimentaram, só que Guga não tinha noção que seu pai era famoso, então, o menino olhava e ouvia tudo com atenção e arqueava a sobrancelha e não sabia se estava mais abismado por ver de perto os jogadores ou se por saber que todos eles conheciam seu pai.

Percebendo que seu filho estava atento a tudo, Castle apresentou Guga aos jogadores.— Rapazes, eu quero apresentar meu filho. Este garotão aqui é o Gustavo Beckett Castle.

Houve cumprimentos joviais dos jogadores com o garoto, com tapinhas e leves soquinhos com as mãos e isso fez com que Guga ficasse muito contente. Outros passavam a mão sobre os cabelos do garoto e Guga pediu para tirar fotografias com cada um deles e com o grupo. Pediu também que eles autografassem a sua nova bola de basebol.

Tal e qual o pai, Gustavo era muito simpático e contagiava a todos com seu encantamento natural, cheio de sorrisos e expressões divertidas e, após cinco minutos de papo descontraído, foi necessário o responsável técnico, os preparadores físicos e o próprio técnico chamaram os atletas e todos foram fazer exercício porque todos estavam fascinados com a simpatia do Gustavo.

Castle e Gustavo sentaram-se na primeira fileira das cadeiras próximas ao gramado e lá ficaram por cerca de uma hora e meia assistindo ao treino. Os atletas corriam, faziam exercícios deitados e em pé, treinaram chutes e fizeram dezenas de variedades de treinos com ou sem bola até que o Castle notou que o garoto já estava impaciente.

— E aí, filho! Já quer ir embora ou quer ficar mais um pouco.

Gustavo logo saltou da cadeira e foi para chão — Já vi tudo, pai. Eles são feras! – o garoto elogiou— Mas já podemos ir. Outro dia a gente vem de novo, não é?

Na saída do campo, Guga acenou para os jogadores e os rapazes responderam ao aceno e isso encheu o menino de alegria — Tá vendo, pai, eles deram tchau pra mim.

Pai e filho foram almoçar e enquanto esperavam os pratos escolhidos, Castle comentou sobre o time e sobre os jogadores— Os jogadores gostaram muito de você, filho.

— Eu adorei ter ido vê-los treinar, pai. Obrigada! – com a fisionomia desconfiada, Gustavo olhou para o pai— Pai, eu ainda não entendi como é que todos os jogadores falaram seu nome e te cumprimentaram como se fossem seus amigos. Você é amigo de todos eles, é?

Castle sorriu diante da ingenuidade do garoto— Ah, filho! Não é isso. É que o papai apresenta dois programas na TV...

Gustavo arqueou as sobrancelhas— O que!? Você aparece na TV e eu não sabia?

Castle pegou seu aparelho celular e acessou um site de buscas onde havia imagens suas e vídeos apresentando o “Jornal das 20 Horas” e também o “Conversando com Richard Castle” e o garoto ficou pasmo e, com um jeitinho todo engraçado de mini-Castle, fez um trejeito nos olhos e na boca— Eu vou falar para todos os meus coleguinhas da escola que meu pai aparece na televisão.

— Ah, filho, mas seus coleguinhas também dormem cedo igual a você e nunca assistem ao jornal. – Castle não queria passar uma ideia de que era uma pessoa diferente das outras — E aparecer na TV, filho é um trabalho como outro qualquer. Tem coleguinha seu que o pai é médico, outro que é Garçom, Engenheiro, Cozinheiro, outro que é Mecânico, Enfermeiro, Professor... Todas as profissões são maravilhosas, meu amor.

Mesmo depois da explicação do pai, o garoto ainda estava eufórico com aquela novidade, mas de repente ficou com ar de dúvida— Eu nunca te vi na TV, pai.

— É como eu já te disse, meu amor, você e sua irmã nunca me viram na TV porque os programas que eu faço começam depois que vocês já dormiram.

Como o garotinho ainda não sabia ler, ao ver o sobrenome do seu pai no logotipo do talk-show, ele fez um comentário que fez o Rick rir— Olha, pai, essa palavra aqui é igual ao meu novo nome, né?

— É, filhão. Esse aí é o sobrenome do papai que agora também é o seu sobrenome. Ali tá escrito, “Conversando com Richard Castle”.

— Eu agora também sou Castle, né?

— É, meu amor.

— Meu nome agora é Gustavo Beckett Castle. Eu adorei! Eu ainda não sei escrever, mas a Lex disse que vai me ensinar a escrever antes que a professora me ensine.

— Ah, bom saber.

Feliz, Castle consulta o filho— Hey, meu amor, que tal nós dois comprarmos um presente para a mamãe, eihm?

— Um presente para a vovó Martha?

Castle riu— Não. Um presente para a sua mamãe.

— Ah, que legal! Eu topo! A gente vai comprar o que para a mamãe, eihm, pai?

— Eu quero sua opinião. Dê uma ideia...

— Huuummm! Deixe-me pensar... – ele colocou a mãozinha no queixo e ficou a pensar. Entortou os lábios, franziu o nariz e a testa até que, de repente, arregalou os olhos, e Castle pode perceber que ele teve uma grande ideia— Ah, já sei. Que tal uma “Bancada de Ferramentas”, eihm? Eu vi na TV, no intervalo do desenho animado... Ela é toda colorida, pai. É bem grande... Do meu tamanho... E as ferramentas não machucam as crianças porque são de plástico. É irado! – sem fazer pausa, ele continua— Ou então, pai, podemos comprar um “Transformer” enorme – ele abriu os braços indicando que era bem grande mesmo— Pode ser um “Transformer” que vira um caminhão ou um carro bem bonito e amarelo, pai. Qualquer um, papai, mas tem que ser amarelo.

Castle não conseguiu conter a risada ao ouvir o filho enumerar os presentes para a mãe — Hey, eu falei um presente para a sua mãe e não para você, garotão.

Sendo um mini-Castle, além de lindo e carismático, ele tinha resposta para tudo e queria convencer o pai— Fica tranquilo, pai, que a mamãe gosta de brincar comigo e ela vai gostar, você vai ver. A mamãe vai adorar.

— Ah, tá certo. – Gustavo não convenceu o pai, contudo, Castle ficou pensativo— Você até que me deu uma ótima ideia, rapazinho.

O garçom serviu o almoço e eles encerraram o assunto para se deliciaram com o alimento e, ao final, com as guloseimas servidas na sobremesa.

Durante a sobremesa, Castle conversa com Gustavo— Filho, vou seguir a dica sobre o presente para comprar para sua mãe.

— Eu sabia! – o garotinho estava sorridente— Vamos comprar a “Bancada de Ferramentas”, o “Transformer” que se transforma em um caminhão ou um carro, pai? Ou vamos comprar tudo, eihm?

— O carro, filho.

— Irado, pai! Amarelo, viu...

— Mas não vamos comprar o “Transformer”, filho. Vamos comprar somente o carro.

— Meio sem graça... – Gustavo não escondeu seu desapontamento.

— Mas não é um carro de brinquedo, filho. Eu estou falando em carro de verdade.

— Ah, tá... – Guga respondeu ainda meio sem entusiasmo, mas logo se animou, pois teve outra ideia – Então a gente podia comprar uma Ferrari igual a sua, pai. Só que a sua é vermelha e a da mamãe vai ser amarela.

— Hummmm!!! – Castle também não concordou com o filho e tentou dissuadi-lo da ideia — Acho que sua mãe não iria gostar muito, mocinho, até porque, aquele dia ela até levou vocês de Ferrari para a escola, mas foi cheia de receio, pois não é um carro próprio para levar crianças... Tanto que no dia seguinte, ela os levou de SUV, lembra?

— Ah, pai... – ele lamentou— Então...

— Veja bem, mais tarde nós vamos a uma concessionária de veículos e lá vamos escolher um carro que sua mãe vai gostar e que ela possa transportar todos os filhos com segurança. E se tiver amarelo, como você quer, a gente compra, ok, filho?

— Tá certo. Mas depois do almoço a gente vai fazer o que, pai?

— Que tal a gente ir ao shopping para fazer uma coisa que sempre fazermos nos nossos dias de “pai e filho”... E você adora! E eu também adoro, é claro... – Castle deu uma risada gostosa.

— Yuppy!! Já sei!!! Vamos à pista de kart. – ao ver a resposta positiva na cara do pai, Gustavo reagiu com alegria — Pai, você é irado!

 

.... .... .... ....

 

Gustavo acertou. Foram a uma pista de Kart.

Era difícil saber quem estava se divertindo mais... Se era o Castle ou se era o mini-Castle.

Como Guga não tinha idade para guiar o Kart, então ele ficava no colo do pai e aí, era só alegria. Ficaram lá por mais de uma hora e só saíram porque tinham que ir comprar o carro para Kate.

À caminho da concessionária de veículos, Castle ficou pensativo, pois Alexis poderia ficar magoada de não participar da compra do presente para a mãe, mas sabia que a garota estava no dia de meninas..., mesmo assim resolveu arriscar e telefonou para o celular da noiva.

— Hey, bonitão! Está com saudades? – Kate brincou com o noivo assim que atendeu a ligação.

— Muita. E você?

— Morrendo. – Kate sorriu toda feliz— Você está se comportando direitinho, mocinho? Huuuummm!!! – ela o provocou.

— Com certeza! De vez em quando vem umas moças pedir o número do telefone do Gustavo, mas...

— Richard Castle! – Beckett o repreendeu, mesmo sabendo que ele a estava provocando.

— Brincadeiriiiinha!!! Eu até estou achando que estou invisível...

— Acho melhor mudarmos de assunto... Diz aí o que é que você quer, amor da minha vida.

— Inicialmente para te dizer que te amo e quero também perguntar se está de pé nosso encontro às dezessete horas, eihm?

— Também te amo, querido e, sim, está de pé nosso encontro às dezessete horas. – eles conversaram um pouquinho e indicou a sua localização naquele momento e onde estaria na hora em que ele fosse busca-la— Você pode passar aqui e nos pegar.

— Ok! Combinado. Você pode passar o celular para a Lex? Mas não deixe o celular em viva-voz porque quero te fazer uma surpresa e se você ouvir não tem graça, ok, amor?

— Ok! Veja lá o que você vai me aprontar... – ela o preveniu— Ai, ai, ai. – dirigindo-se para a filha, entregou-lhe o telefone celular— Amorzinho, seu pai quer falar contigo.

— Oi, pai. – Alexis cumprimentou o pai.

— Filha, o que eu vou falar com você é surpresa para sua mãe e se você falar para ela ou der qualquer dica, deixa de ser surpresa, não é? – a garota respondeu afirmativamente e o pai continuou — Então, filha, eu, você e o Gustavo vamos comprar um carro de presente para sua mãe e você e o seu irmão vão escolher a cor. O seu irmão quer amarelo, e você, filha?

— Ah, adorei o que o Guga escolheu. Eu concordo com ele. Vai ser lindo!

— E se não tiver amarelo, Lex?

— Ah, pai, procura bem até achar.

— Ah, tá. Entendi. Segredo nosso, viu, filha?

— Sim, pai.

A ligação foi desfeita e Kate não aguentava de curiosidade— Você não pode me contar nadinha mesmo, filha?

A garota passou as pontas dos dedos pelos lábios como se fosse um zíper e a mãe sorriu— Muito bem, filha. Segredo é segredo, né?

Castle e o mini-Castle foram à concessionária de veículos e encontraram a SUV que o Rick tinha em mente e, por sorte, tinha uma amarela do jeitinho que os filhos desejavam e ele próprio achou o máximo, mesmo tendo uma vaga ideia de que Kate não iria apreciar muito. Depois de tudo assinado e pago, Rick foi pegar as duas mulheres da sua vida, combinando com o vendedor que estaria de volta às dezessete e trinta horas.

No local e no horário marcado, os dois “meninos” pegaram as duas “meninas” e seguiram até a concessionária, mas tanto Castle quanto os filhos pediram para que Kate fechasse os olhos a fim de não estragar a surpresa. Ao chegar ao destino, ele estacionou seu carro— Amor, continue de olhos fechados que eu vou abrir a porta do carro.

— Eu dou a mão à mamãe para ela não cair – Guga se prontificou, todo cavalheiro.

— Eu também. Eu dou a outra mão.  – Alexis reagiu de forma doce.

— E eu fico olhando... – Castle brincou, fingindo tristeza e todos sorriram.

Em pouco minutos os quatro pararam em frente ao carro que haviam comprado para Kate e, de forma bem divertida e teatral, Castle e os filhos anunciaram ao mesmo tempo...

— 1, 2, 3 e já!

— Kate pode abrir os olhos.

— Mãe, pode olhar.

— Mamãe, surpresa!

No momento em que abriu os olhos ela ficou embasbacada com o que viu e não conseguiu nem mesmo falar, pois na sua frente estava uma SUV esportiva amarela de alto luxo. Assim que Kate conseguiu falar, se virou para o noivo e sussurrou— Rick, você é louco! Eu não posso aceitar... E...AMARELO!? Sério, Castle!?

Com o mesmo tom de voz que Kate usou, ele objetou sorridente— Ah, você vai aceitar, sim... Desta vez, amor, não existe a possibilidade de você recusar o presente. Eu e o Gustavo escolhemos o modelo e ele e a Alexis escolheram a cor. É um presente meu e de seus filhos. Você não ia fazer uma desfeita dessas com duas crianças inocentes... – Castle sorria maroto e apertou os lábios e indicou os filhos que os olhavam com ansiedade.

— E aí, mãe, gostou do nosso presente? – Gustavo estava eufórico.

— Mamãe, eu escolhi a cor. – Alexis pegou a mão da mãe para ambas se aproximarem mais do carro.

— Eu também escolhi a cor, mãe. Amarelo é irado!

O vendedor se aproximou de todos e começou a fazer a exposição das qualidades e das características do carro e como os acessórios funcionavam. Todos os comandos, etc. Por fim, informou que já estavam instalados os assentos específicos para a idade de Alexis e Gustavo.

— Mãe, você ainda não falou se gostou do nosso presente – Gustavo insistiu.

Kate girou o corpo para ficar de frente para sua família — Claro que eu amei o presente de vocês, meus amores. – Kate se abaixou um pouco para beijar os filhos e depois, ao parar em frente ao noivo ela piscou o olho— Agora não tem como não aceitar, não é, Bonitão? Mas que você os induziu ao presente...

Castle sorriu igualzinho a uma criança que faz peraltice e fez um sinal de “negativo” com a cabeça.

— Eu sou completamente inocente, Kate, eu juro. – ele continuava com cara de menino traquinas— Aliás, eu queria apenas te dar um presente e pedi opinião ao nosso filho, daí ele deu três sugestões. – ele chamou o filho— Hey, Gustavo, diga aí quais foram os presentes que você sugeriu comprar para sua mãe...

— Foi assim, mãe, eu sugeri uma “Bancada colorida de Ferramentas de plástico”Kate já começou a rir—, um “Transformer Caminhão” e um “Transformer Carro amarelo”.Kate já dava gargalhadas.

Mas aí ao tentar demovê-lo destas ideias, pois as sugestões eram para ele próprio, ele se defendeu dizendo que você iria adorar brincar com ele.

— Você iria adorar mesmo, né, mãe? – Gustavo estava eufórico para que a mãe confirmasse.

— Meu Deus! Mas ele é todo um mini-Castle, viu. Ele herdou tudo de você. – o casal trocou um olhar fofo, mas logo Kate chamou o Gustavo— Hey, filho, eu iria adorar brincar com a “Bancada de Ferramenta” e de“Transformers”.

Alegre com aquela informação, o mini-Castle vibrou— Tá vendo, pai. Eu te disse! Mas depois eu tive outra ideia, mãe. Eu sugeri uma Ferrari amarela.

Kate, o vendedor e a assistente dele riam muito com a simpatia, simplicidade e o jeito divertido do Gustavo falar e o garoto continuou — Mas daí o papai disse que você não gostou muito de levar a gente para a escola com a Ferrari dele porque não é muito seguro para mim e para a Alexis, não foi, pai?

— Foi, filhão. Então eu te trouxe aqui, não foi, - Guga fez que “sim” com a cabeça e o pai continuou a falar— e...

— E já que não podia ser a “Bancada de Ferramentas”, os “Transformes” ou a Ferrari, então eu escolhi este carro, mãe. Eu e o papai escolhemos o carro e eu e a Alexis escolhemos a cor. Só podia ser amarelo.

Alexis estava no outro lado do carro, examinando alguns detalhes quando a assistente do vendedor, depois de ouvir toda a narrativa do Guga, ficou apaixonada pelo garoto, falou em tom de brincadeira— Meu Deus! Que menino mais fofo! Acho que eu vou roubar você para ir morar comigo – ela anunciou simulando realidade.

— Ah, mas não vai mesmo! – o garoto reagiu e fez bico, pois não entendeu que era brincadeira — Meu pai é muito forte e não vão deixar você me levar... – Gustavo levantou o queixo e olhava atravessado para a moça, desafiando-a — E ainda tem a minha mãe. Você tá vendo ela assim, linda... Tudo bem, ela é linda mesmo. Ela é até mais bonita e mais forte do que a Mulher Maravilha. Você sabia que ela sabe lutar? Você sabia que ela é Capitão da Polícia e anda armada? Se você me roubar ela vai te prender, né, mãe?

Os quatro adultos sorriam diante do modo como o menino enfrentou a assistente do vendedor.

Alexis retornou ao grupo e neste momento Kate chamou os filhos— Não pode ser outra cor, filhos? Que tal branco, eihm?

— Claro que não, mamãe. Amarelo é a melhor cor. – Gustavo foi enfático.

— Ah, não, mãe. Amarelo é muito lindo! – Alexis também não aceitou alterar a cor.

— Então, que tal preta, eihm? Azul escuro! - Kate insistia, pois achava que amarelo chamava muita atenção.

— Branca? Muito sem graça! Igual a do papai. – Gustavo não abriu mão do amarelo.

— Preta é igual a sua que você usa na Polícia, mãe. – Alexis argumentou.

— E azul escuro está em falta, sem previsão para chegar. — O Vendedor respondeu.

.... .... .... ....

A família saiu da concessionária no carro do Castle com a promessa de que o novo carro de Kate seria entregue em cinco dias.

As crianças não aceitaram nem compreenderam porque a mãe não pôde levar o seu novo carro para casa. Somente depois que Castle explicou que faltavam documentação e outros detalhes é que eles entenderam.

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

IMAGENS DO CAPÍTULO:
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