A quinta-feira amanheceu praticamente igual a todas as outras anteriores na casa da família Castle desde que Rick e Kate passaram a morar juntos.

Kate acordou os filhos, os orientou no banho e na hora de vestir suas roupas e sapatos, enquanto Castle ficava na cozinha preparando o desjejum.

Martha o observava.

Só que durante o manuseio dos alimentos e dos utensílios domésticos naquela manhã, ele desabafava com sua mãe.

— Mamãe, eu estou sentindo necessidade de mais tempo com meus filhos. Eu só os vejo na hora do café da manhã e nos finais de semana, porque só posso retornar do trabalho depois que eles já dormiram.

Muito amorosa, porém realista, Martha o ouve e o aconselha— Ah, Richard, sem dramas, meu amor. Isso acontece com a maioria das famílias ao redor do mundo e aqui na sua casa não é diferente. A parte boa é que você tem uma mulher maravilhosa que está com eles o máximo que pode, com exceção dos dias em que ela tem casos complicados e difíceis de solucionar e fica trabalhando até tarde... Mas aí é exceção, filho, porque no geral, a Katherine é muito presente e muito amorosa com as crianças. Achei ótimo que vocês continuaram com a Soraia, porque é um apoio excelente e a moça é um amor, não somente com o Gustavo, mas também com a Alexis e eu nunca a vi fazendo cara feia porque agora cuida de duas crianças. Os três são ótimos juntos e ela fica aqui até a hora que a Katherine retorna para casa, mesmo eu estando aqui.

Sem deixar de prestar atenção no que fazia, pois não podia atrasar o preparo do desjejum da família, ele continua o desabafo com a mãe— Eu sei, mamãe, eu sei de tudo isso, mas eu tenho pensado em dispensar uma das minhas atividades a fim de dispor de mais tempo para me dedicar à minha família. Por exemplo, eu continuaria sendo o Âncora do “Jornal das 20 Horas” e às sextas-feiras, seguiria apresentando o “Conversando com Richard Castle”, que eu adoro, e abdicaria somente do cargo de Diretor Geral de Jornalismo, pois, por mais que eu ame tudo isso, por mais que eu adore essa tarefa de investigar e apurar os fatos jornalísticos, ser Diretor me toma muito tempo... Mamãe, é o dia todo lendo matérias, assistindo vídeos, ouvindo áudios e participando de reuniões para decidir como levar tudo isso ao ar e quais as matérias prioritárias e em quais jornais encaixar ou repetir cada notícia.

— Richard, isso só você mesmo para decidir. – olhou com amor para o filho — Mas um conselho de quem já viu e viveu muito: Não tome nenhuma decisão no calor do momento de tensão, de tristeza, de alegria, seja lá a emoção que o leve a agir por impulso, porque depois você se arrepende.

— Obrigada, mãe. Mas essa ideia já está na minha cabeça desde que o meu namoro com a Kate ficou firme... Desde que eu admiti para mim mesmo que queria formar uma família com ela. Outro dia eu estava pensando que por conta do meu trabalho, eu fiquei sem a Alexis por muito tempo. Eu sei que ela tinha a senhora, mãe. Aliás, graças a Deus que a senhora cuidou dela, muito bem, por sinal, mas eu não a vi fazer muitas coisas. Não vi muitas mudanças da vida dela e isso me faz falta e não quero perder isso com o Gustavo... Eu só o conheci com quatro anos... E agora, tem esse bebê... Eu também não quero perder nada e não quero ser o pai de finais de semana, entende?

— Entendo, filho. – Martha era uma mãe muito amorosa.

— Estou tendo este pensamento, mãe, porque eu estava analisando que a vida toda eu corri atrás de satisfação profissional e resultado financeiro para garantir conforto e segurança para minha família, só que eu já consegui isso, mãe. A fortuna que eu construí dá para viver com o maior conforto do mundo até este bebê ficar velhinho. – Castle reconheceu— Então se eu abdicar do cargo de Diretor de Jornalismo não vai abalar a minha situação econômica, que, graças a Deus, está muito organizada e segura. O que eu não quero, jamais, é deixar de escrever meus livros e parar de trabalhar como jornalista, até porque já cheguei à casa dos quarenta anos...

Ele parou de falar porque Martha achou graça ao ouvi-lo falar da idade.

 - Hey, mamãe, não me olhe assim. Eu sei que diferentemente do que se pensava no passado, ainda estou muito novo e ainda tenho muita coisa para fazer e para produzir. – Castle justificou — Vou continuar na emissora..., no entanto o tempo em que eu ficar aqui em casa, além de assistir mais de perto minha família, eu posso me organizar para começar a escrever outro livro. A Editora até já tem me cobrado sobre isso.

— Filho, você passou a vida toda escrevendo e editando matérias, fazendo reportagens e documentários sozinho por este mundo de meu Deus. Sua vida era descobrir furos jornalísticos... criando, criando, criando... Então eu te pergunto: Você vai suportar apenas ser o Âncora do telejornal e ficar somente lendo as notícias preparadas por outros jornalistas, sem ao menos dar seu aval? Pense nisto. Vou te dar mais uma dica: O trabalho é seu, eu sei, mas nada de tomar decisão sozinho... Peça a opinião da sua mulher. – Martha foi até o filho e o abraçou— Ah, Richard! Eu tenho tanto orgulho de ser sua mãe e ver o homem digno e amoroso que você e tornou.

A família se reuniu e tomou o café da manhã na companhia de Martha.

— Lex e Guga, vamos! – Kate chamou os filhos ao perceber que já estava na hora das crianças irem para a escola— Beijem o papai e a vovó porque já vamos.

Abraços e beijos foram trocados e Castle agachou para ficar da altura dos filhos e facilitar os abraços e os beijos.

— Papai, eu te amo. – Guga se declarou para o pai e aquilo encheu o coração do Castle de alegria.

— Eu também te amo, pai. – Lex agarrou pescoço do pai e o abraçou bem apertado.

Já na porta e pronta para sair, após beijar o noivo a fim de se despedir, Kate apertou os lábios, demonstrando preocupação e pôs a mão na cabeça, pois acabava de se lembrar de que estava sem a sua viatura da polícia. Lanie a trouxera na véspera.

— Deus! – ela arqueou as sobrancelhas— Somente agora eu me lembrei que estou sem carro, Rick. Foi a Lanie quem me trouxe ontem para casa. Vou pedir um taxi...

— Hey! – ele a interrompeu amoroso e prestativo— Que agonia é essa, eihm, mocinha? Não precisa pedir taxi. Olha... – ele fez um gesto para o seu próprio corpo ainda de pijama e roupão — Eu nem posso me oferecer para levar vocês, porque eu ainda nem tomei banho nem me arrumei, já que eu só preciso chegar ao trabalho apenas às nove horas da manhã... Então, vá com meu carro.

Kate o olhou de um jeito engraçado— Você quer que eu vá levar as crianças para a escola e depois para o distrito com a sua SUV branca ou com a Ferrari vermelha, Bonitão?

Atentas a tudo, as crianças reagiram animadas— Ferrari, pai!!! Ferrari, mãe!!!

Gustavo fazia uma cara muito engraçada e gestos divertidos com os braços — Que irado, mãe! Vamos de Ferrari para a escola.

— Êba!! Vamos de Ferrari para a escola! – Alexis adorou a ideia.

Castle observava a reação da noiva e dos filhos e respondeu bem-humorado para as crianças— Então vocês querem a Ferrari, não é?!

— Não, Bonitão! Eu não vou levar meus filhos de Ferrari... – Kate recusou, mas foi interrompida pelos filhos e pelo próprio Castle.

— Ah, não, mãe... Por favorzinho... Vamos de Ferrari!! Papai, fala com a mamãe... – Gustavo implorava.

— É, mãe. Vamos de Ferrari... – Alexis também pediu

— É, por que não, eihm? – Castle provocou Kate — Até porque, hoje é sexta-feira e você sempre vem de taxi para casa porque não gosta de ficar com a viatura durante o final de semana, então, já indo trabalhar de carro você já volta de carro...

— Hoje ainda é quinta-feira, gatinho! – Kate refutou, fazendo graça.

Castle torceu os lábios, divertido — Então, você vai de Ferrari hoje e amanhã.

— Não, senhor. Hoje eu até posso ir de Ferrari, mas amanhã eu vou com a SUV, porque é muito mais seguro para os nossos filhos. – ela finalizou e os filhos reagiram não muito felizes, mas aceitaram.

Castle entregou a chave da Ferrari para Kate, recebendo de volta um selinho ao som de um “Eca!” vindo dos filhos.

Antes de sair, porém, ele a puxou para o lado e a advertiu baixinho para os filhos não ouvirem — Amor, hoje, mais do que nunca – ele acariciou a barriga dela— tenha cuidado. Eu já ficava morrendo de preocupação sabendo que você estava nas cenas de crime e correndo atrás de criminosos... E agora, amor, você não estará mais sozinha... Acho até que você nem deveria sair do distrito...

— Sério, Castle!? – ela indagou em tom divertido, mas depois, em tom amoroso ela o tranquilizou e pôs sua mão esquerda sob a mão dele que ainda estava sob sua barriga. — Eu vou ter cuidado, amor. Verdade! – com a mão direita ela fez um carinho no rosto dele e deu um selinho— Eu estou muito alegre com a gravidez e ainda nem consigo acreditar. Amorzinho, eu juro que não vou pôr a minha vida em risco e muito menos a do nosso bebê. – Castle sorriu ao ouvir aquela promessa dela, mas, apertou a boca, fazendo birra e em resposta à expressão dele, ela o tranquilizou— Pode acreditar, amor. Eu juro!

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Kate levou os filhos ao colégio e seguiu para a delegacia.

A quinta-feira de Beckett foi agitada e logo no início da manhã apareceram dois crimes interligados e ao visitar uma das cenas de crime, ela passou mal ao ver os corpos dilacerados.

Após ser socorrida pelos paramédicos que, por sorte, se encontravam no local, ela foi medicada e se recuperou rapidamente.

Não foi bem isso que Kate tinha em mente, mas foi assim que ela anunciou aos colegas acerca da sua gravidez e, apesar de vê-la passando mal, todos ficaram contentes com a feliz notícia.

Já completamente revigorada e disposta a continuar trabalhando, Kate voltou para a Delegacia e aproveitando a oportunidade, decidiu que aquele seria o melhor momento para comunicar à Gates acerca da sua gravidez. Kate sabia que a partir da próxima segunda-feira, ela própria seria a Capitão daquele Distrito, mas mesmo assim preferiu falar com sua chefe, antes que a notícia chegasse pela “rádio-fofoca”.

Às onze horas da manhã, Kate deu três batidinhas leves na porta da sala da Gates e entrou. Antes mesmo de falar alguma coisa, a chefe falou em tom seco— Soube que você passou mal na cena do crime, Detetive Beckett.

— É, Senhora. Creio também que te falaram que eu estou grávida. – Como nunca esperou nenhuma atitude sensível por parte da chefe, Kate deu a notícia de vez.

— Sim. – Gates a olhava sem ao menos emitir nenhum gesto ou expressão de carinho ou alegria. Somente secura.— Parabéns para você e para o Sr. Castle. Com esta gravidez, acredito que agora você deverá tomar mais cuidado e evitar as cenas de crime. – sem esperar resposta, ela continuou— Como Capitã do Distrito você poderá resolver as coisas da sua sala, com telefonemas e com o seu computador. E deve começar hoje, já que passou mal. Boa sorte.

Sem um sorriso ou nenhuma feição efetivamente gentil, Gates voltara a escrever nos seus papéis, indicando que Beckett deveria sair da sala.

Kate não estranhou pela forma rude como Gates a tratou, nem mesmo se chateou com aquela atitude, pois ela sempre fora assim e não iria ser hoje que mudaria. Nenhuma atitude ríspida ou seca de Gates alteraria a sua alegria por estar grávida do amor da sua vida.

Kate pensou em telefonar para o noivo para falar sobre o mal-estar que lhe acometera, mas desistiu de imediato, pois sabia que ele não podia se afastar novamente do trabalho. Quando Castle chegasse em casa depois do telejornal, ela relataria tudo para ele.

Beckett não voltou a passar mal, mesmo assim ficou no Distrito o resto do dia acompanhando o caso apenas por telefone e por mensagens via celular, fazendo, ainda, pesquisas online utilizando-se dos programas de informática exclusivos do governo, que davam acesso às contas bancárias, operadoras de telefone fixos e móveis, dentre outros recursos, sendo assessorada por Tory Ellis, a Analista de Sistemas, que averiguava todas as imagens da cena do crime ligadas ao caso.

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Na emissora de TV durante um intervalo depois do almoço, Castle continuou meditando sobre a conversa que tivera com sua mãe durante o preparo da refeição matutina.

Castle sabia exatamente como andava sua vida financeira, pois acompanhava todos os detalhes, tanto que nem precisava consultar o gerente do banco onde tinha conta-corrente e outras aplicações. Além disso, ainda tinha investimentos em diversas outras áreas, portanto, tomou a decisão. Iria abdicar de seu cargo de Diretor de Jornalismo e aquilo não afetaria em nada seu lado emocional e profissional. Mas não faria nada sem antes consultar seus advogados e depois, a depender do que ouvisse deles, iria conversar com a Kate.

Ele já havia contratado formalmente o escritório de advocacia de Jim e Johanna Beckett e já lhes havia entregue as cópias de todos os contratos com a Editora e também os três contratos casados que ele tinha com a Emissora de TV: o contrato onde ele era “Âncora” do telejornal das 20 horas, o que ele era “Diretor Geral” de jornalismo da editora e o que ele era “apresentador” do talk-show. Apesar de serem contratos interligados, os advogados estudariam o caso deles, individualmente.

Somente depois de seus sogros/advogados aprovarem sua nova ideia é que ele comentaria com a Kate A última coisa que queria era levar preocupação desnecessária para ela. Muito pelo contrário, queria levar somente notícias boas.

Aproveitando o intervalo, Castle telefonou para o celular de Jim Beckett e deu sorte, pois ele podia falar. Naquele momento seu sogro e advogado não estava em audiência ou atendendo outro cliente. Depois dos cumprimentos de praxe, Castle contou sobre seus planos.

Como um bom profissional, Jim ouviu tudo com muita atenção e ao final da narrativa, o tranquilizou.— Meu jovem, eu vou analisar seu contrato com a emissora. Não se preocupe mais com isso. Deixe que agora eu me encarrego deste assunto. Fique tranquilo que se eu perceber uma possibilidade eu te aviso e daí, sem afetar seus outros contratos com a emissora, a gente faz um Distrato do contrato onde você é Diretor ou, se for o caso, um Aditivo aos outros Contrato, e, como eu já te disse, sem afetar em nada sua situação com a emissora.

— Ok, sogrão!

— Castle, mudando de assunto... Eu estava mesmo querendo falar com você e também com a minha filha. Aproveitando que você telefonou eu vou te adiantar o assunto. Veja bem, eu e a Johanna já demos entrada no processo de reconhecimento de paternidade do Gustavo e também no processo de adoção da Alexis. Com relação ao processo de adoção da Alexis, eu já havia prevenido vocês, mas vou repetir... O Juiz vai notificar todos os envolvidos acerca do processo. Ou seja, vai notificar a Kate, como interessada em adotar a criança, vai notificar você como pai e o guardião da menor e, obviamente, também vai notificar a Meredith. Mesmo que a Meredith seja a pior mãe do mundo, ela é a mãe da garota. Espero que o endereço que você me forneceu, filho, esteja atualizado. Se ela for encontrada tudo bem, o processo vai andar, mas se não for localizada, o processo vai demorar.

— Ah, gostei da notícia sobre os processos, sogrão! Eu vou falar com a Kate. Obrigado. E quando ao endereço da Meredith, este é o último endereço que eu tenho dela.

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Os dias iam passando sem novidades na vida do casal.

Kate tomou posse como a nova Capitão do Distrito e não teve nenhuma dificuldade em se adaptar com a nova função, tendo em vista que o pessoal já a respeitava e a amava muito e ela própria já tinha hábito de chefiar a equipe e tinha conhecimento de todas as responsabilidades que envolviam o novo cargo. Para não dizer que estava tudo igual, a única dificuldade que Kate encontrou foi em não precisar investigar os casos “in loco” e não sair fazendo diligências atrás dos criminosos, pois, ficar na delegacia e fazer somente serviços burocráticos a irritava um pouco. Mas, com o passar dos dias, ela foi se acostumando.

O Distrito agora estava mais leve, pois ninguém mais precisava olhar para a cara feia e sisuda da Gates. O fato de todos na Delegacia amarem a Kate ajudou e muito o andamento dos serviços, pois o local onde há respeito entre todos, o serviço flui com mais harmonia e celeridade.

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A consulta à Ginecologista-Obstetra, Dra. Hadija Slim-Mooi, amiga da Lanie, foi um sucesso. A médica, além de ter todas as qualidades pessoais e intelectuais que a Lanie descrevera, durante a consulta, como é muito normal, até porque tinham uma amiga em comum, convesaram muito. Ela era uma loira belíssima e muito simpática e tinha, aproximadamente, a idade da Kate e ela comentou que era casada com um médico oftamologista e tinham um filho lindo e esperto de quatro anos e uma bebezinha gostosinha de quase um ano de idade.

 Depois de fazer todos os exames necessários e de obter, da própria Kate, informações de como ela estava se sentindo nasqueles dias, a médica foi muito segura ao afirmar que a gravidez da Kate, ainda muito no início, estava maravilhosa e sua saúde estava perfeita e que, realmente, não havia o que se falar em infertilidade. Ela apenas prescreveu fortificantes e alguns outros medicamentos simples e necessários para o crescimento saudável do bebê e outros para que a nova mamãe não tivesse novos episódios de náuses ou desmaios, nada do que se preocupar.

Ao final da consuta, Castle, curioso e preocupado, perguntou à médica — Dra. Hadija, porque a senhora não fez a ultrassonografia na Kate?

— Ah, Sr. Castle – a médica respondeu naturalmente, com muita simpatia  —, fizemos muitos exames na sua mulher, inclusive de laboratório, e tanto ela quanto o bebê estão perfeitos, tanto que não vi necessidade de fazer a ultrassonografia, mas se ela e o senhor quiserem...

— Não precisa, Hadija. – Kate respondeu.

— Mas Kate, eu queria tanto ver o nosso bebê.

— Amorzinho! Para que fazer um exame de imagem, se os exames de laboratório já apontaram que está tudo bem comigo e com o bebê, ainda mais que ainda não tem um bebezinho para ver e sim, um pontinho... – Kate falou toda melosa com o noivo na intenção de tirar a preocupação da cabeça dele, já que a própria médica disse que não havia necessidade.

Não muito conformado com a decisão da noiva, Castle indagou à médica— Diga-me uma coisa, Dra. Hadija. Com quanto tempo de gestação poderemos ver o nosso bebê.

— Olha, Sr. Castle, atualmente a maioria dos casais quer fazer milhões de ultrassonografia, mas eu não vejo a menor necessidade, uma vez que os outros exames já atestam a saúde do bebê e da mamãe. Todavia, a gravidez estando maravilhosa, como é o caso desta daqui, eu entendo e até aceito que sejam feitas ultrassonografias a partir do momento em que os bracinhos, perninhas e a cabeça do bebê estejam com formas que qualquer um possa identificar, mesmo que não seja da área de saúde, como vocês. Eu mesma, nas duas vezes em que eu fiquei grávida só fiz ultrassonografia a partir da 13ª semana e isso responde a sua pergunta, Sr. Castle? 13ª semana. Mas entenda bem: Eu não estou me negando a fazer a ultrassonografia, acho apenas que não é necessário.

Depois de tudo explicado e entendido, Kate e Rick se despediram da médica.

Tomando corretamente os medicamentos, Kate não voltou a passar mal por conta da gravidez e isso deixava a todos felizes.

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Conforme Jim e Johanna Beckett previram, o processo de reconhecimento de paternidade do Gustavo foi julgado muito rapidamente.

Por iniciativa de Jim e Johanna Beckett, foi anexado aos autos o exame de DNA de Gustavo e do Castle e, como Jim havia anunciado para a filha e para o genro, ninguém poderia contrariar a vontade do casal, pois a Kate poderia contestar o reconhecimento da paternidade, visto que era comprovadamente a mãe do garoto e isso, obviamente, não seria feito, até porque ela, juntamente com o Castle, era parte autora do processo.

A nova Certidão de Nascimento do garoto foi lavrada e seu novo nome agora era Gustavo Beckett Castle.

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O casamento se aproximava. Faltavam somente dois meses e a empresa organizadora de casamento cuidava de tudo e comunicava diariamente ao casal acerca das providências adotadas e sempre pedindo informações sobre as predileções e preferências de Kate e Rick.

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Era final de tarde de uma sexta-feira no Distrito quando o telefone da mesa de Kate toca e ela atende — Capitão Beckett.

— Olá, amiga! – era Lanie— Tudo bem por aí?

— Oi, amiga! Eu estou aqui presa dentro do meu próprio distrito e isso de vez em quando me deixa louca... Até que estou me acostumando, mas ainda sinto muita falta de ir à cena de crime e de ir aí ao Necrotério. Sinto falta de movimento. Estou às voltas com esta minha nova vida. Muitas novidades...

— Minha querida, eu sei que você tem muitas coisas na sua cabeça, muitas atribuições nesta sua nova função, uma casa nova para cuidar, com dois filhos maravilhosos, um bebê a caminho e um noivo bonitão para dar conta, mas meu amor, na condição de Madrinha, que aliás, nem formalmente você me convidou ainda... – Lanie sorriu com bom humor—, eu quero te perguntar uma coisinha... Como faltam apenas dois meses para o seu casamento, que dia mesmo você pretende escolher seu vestido de noiva, eihm?

— Ah, Lanie... – Kate colocou a mão na cabeça, literalmente — Meu Deus!!! É mesmo, amiga. Eu me esqueci completamente... Acho que está perto... Mas eu não me recordo assim, de cabeça da data exata... Deixe-me consultar aqui na minha agenda do celular...

Lanie logo a interrompeu— Pois, na condição de Madrinha eu estou aqui, amiga, para te lembrar que é amanhã, sábado, o dia em que você vai escolher o seu vestido de noiva, querida. Treze horas, Kate. – Lanie concluiu— Treze horas. – e repetiu, fazendo graça.

— Ah, Ok! Obrigada, amiga! Eu tinha me esquecido completamente mesmo. O que seria de mim sem você, eihm, Lanie? Vou telefonar urgente para minha mãe e para Martha para lembra-las. E eu também vou levar a Alexis. Eu também quero muito a opinião dela.

— Não precisa telefonar para ninguém, garota. Eu já liguei para Martha e para a Jô. Elas estavam lembradas. Quanto a Alexis, amiga, acho mais fofo você mesma chama-la. Papo de mãe e filha... Vou pegar vocês todas com meu carro.

— Ah, Lanie!! Eu te amo!!

— Eu sei! – as duas riam muito.

— Lanie, querida, foi até bom você me telefonar, mas eu já ia mesmo te ligar. O Castle acabou de me mandar uma mensagem. Ele pediu para te lembrar que é hoje à noite o jantar que preparamos para você e para o Espo. Vai ser lá em casa, viu? Você estava lembrada, amiga? Eu confesso que não... Mas nada como ter um noivo com boa memória... E uma amiga também, né?

— Ah, sim, eu estava lembrada... Vou telefonar para o Javi para lembra-lo.

— Mas vou te pedir um favorzinho, amiga. Não comenta nada com ninguém, porque será um jantar privado... Somente a gente... Se não pode pintar aquele ciuminho básico dos outros colegas, entende?

— Ah, tá certo. Estaremos no loft às dezenove horas... Hey, mas hoje é sexta-feira... Dia do Talk-Show do Bonitão...

— Ah, não. Hoje a programação da emissora está destinada aos jogos da final do campeonato e ele nem foi trabalhar. Está em casa preparando tudo para o jantar.

— Huuuummm!!! Isso que é um partidão...

— Se não fosse assim, amiga, eu não ia aceitar casar com ele... – as duas caíram na risada diante da piadinha da Kate.

— Quanto a nossa saída de amanhã para procurar o vestido de noiva, eu vou pegar vocês todas com meu carro.

— Como eu não tenho carro, eu ia pedir a SUV do Castle...

— Eu bem que disse que você deveria ter aceito o carro que ele quis te dar de presente de noivado, mas você ficou cheia de mi-mi-mi, não querendo aceitar...

— Lanie, esse homem me enche de presente que eu até...

— Kate, hoje a noite eu continuo esse papo com você porque chegou agora um laudo necroscópico importante que eu tenho que conferir e assinar. Até à noite, amiga. – Despediram-se e finalizaram a ligação.

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À noite no loft...

Javier Esposito e Lanie Parish chegaram pontualmente às dezenove horas e estavam tomando drinks quando a campainha tocou. Castle foi atender e Lanie ficou sem entender quando viu os novos convidados: Kavin Ryan e sua esposa, Janny.

A expressão de surpresa também apareceu nas fisionomias de Ryan e Janny, mas todos entraram e se cumprimentaram, até porque, todos eram muito amigos.

— Vocês devem estar se perguntando por que eu e a Kate omitimos que o outro casal também viria, não é?

— Sim... – Lanie respondeu. — Mas amei ver vocês também aqui. – Lanie sorria para os amigos.

— É que eu e a Kate queríamos surpresa... – Castle esclareceu.

Castle saiu da sala e retornou com duas caixas e as colocou sobre a mesa de jantar. Cada caixa tinha aproximadamente 40x40 cm por 15 cm de altura. — Venham, amigos.

Ao lado do noivo, Kate entregou a cada um dos casais um envelope — Abram os envelopes e as caixas.

Os casais atenderam ao pedido de Kate e Rick e ficaram boquiabertos e emocionados com o que viram.

Em cada uma das caixas havia uma gravata na cor prata para o Padrinho usar no dia do casamento CASKETT e uma caixa com uma pulseira linda em ouro branco e diamantes para a Madrinha usar no dia em que quisesse, não necessariamente no dia do casamento. Castle também trouxe do seu escritório quatros frascos prateados de perfume Chanel nº 5, nas versões femininas e masculinas.

— E aí, amigos, agora vocês já estão formalmente convidados para serem nossos Padrinhos do nosso casamento? – Kate provocou.

Emocionados com a formalização do convite para padrinhos, todos se abraçaram e a conversa seguiu aninada e o assunto dominante era o casamento e a gravidez. A certa altura, os amigos começaram a pegar no pé do Esposito porque só ele ainda não tinha se casado e não tinha filhos, mas ele disse que a Lanie que o estava enrolando e que o casório estava demorando por culpa dela. Claro que a Lanie disse que Javi estava errado e a conversa rendeu boas risadas.

O jantar correu maravilhosamente bem, só que não pode ser demorado porque o dia seguinte seria corrido, inclusive com a procura de vestidos de noiva e, para isso, a noiva deveria estar disposta.

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Continua...