FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Meu coração está cheio de amor CASKETT e de alegria ao saber que vocês estão lendo e entendendo minha ansiedade e minha tensão natural de quem escreve...
Continuo cansada, mas é natural, eu sei, até porque estou feito louca, correndo contra o tempo a fim de postar rapidamente para a minha própria satisfação de dever cumprido e também porque gosto de ver vocês lendo a minha fic e se deliciando com o amor desta linda família. Sim, estão com problemas a solucionar, mas nada que uma boa conversa, muitas explicações e muito respeite não resolva.
Continuo pedindo que tenham paciência e, por mais que pareçam repetições as conversas, as explicações, etc, leiam sem pular nenhuma parte. Numa conversa tensa, pode acontecer da pessoa ficar repetindo mesmo. Vale como reforço de lembranças e também de posicionamentos.
Confiem em mim!!!
Lembrem-se que eu sou apaixonada por CASKETT, ok???
Amo vocês e obrigada por estarem aqui e também obrigada pelos comentários que me animam muuuuuuuuito e me estimulam a continuar. AMO TODOS OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS. E hoje eu estou mais do que feliz porque mais duas pessoas incluíram esta minha fic nas suas relações de FAVORITOS. Essas pessoas lindas são Thais e MBALWAYS. Obrigada a vocês por terem favoritado. Para completar minha alegria, a fic recebeu outra RECOMENDAÇÃO. Sim, a Emylli Garcia postou uma recomendação linda de viver e eu pulei de alegria. Ainda não agradeci pessoalmente, mas vou fazer isso, viu??? Mais uma vez, obrigada.
Boa leitura e continuem comentando. Adoro!!! Preciso disso!!! Os comentários são os meus fortificantes!!! Rsrsrs
Beijinhos.



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Apesar de aflita, Kate precisava unir as peças do quebra-cabeça. Aliás, ela trabalhava com isso diariamente. — Gente, eu vou desvendar isso. Aliás, vamos desvendar juntos. Eu trabalho todos os dias investigando provas e fatos, mas nunca pensei que eu teria que resolver um caso que envolvesse a minha própria vida e a vida do meu filho... E que direta e indiretamente alcança meu noivo, minha filha, minha sogra e meus pais.

— Somos sua família, Katherine. – Martha a reconfortou, encorajando-a.

Kate deu um sorriso fraco, pois estava arrasada com tudo que acontecia. Seu mundo parecia estar se desmoronando — Sim, Martha, minha própria família... Pessoas que eu amo... Ainda bem que não é uma investigação de homicídio. Ao contrário, não é? É investigação de nascimento... ela agora chorava — Ai, gente, desculpa... Estou muito emocionada, mas vou me controlar. Preciso me controlar – Ela tentava demonstrar ser forte, assim como era nos casos do distrito que ela resolvia — Bem, preciso montar esse quebra-cabeça que está muito bagunçado.

Neste momento Richard ainda meio sem graça por conta do seu recente descontrole, abraça carinhosamente sua noiva e não é repelido — Então vamos começar. – Richard estava disposto a solucionar aquele caso — Estou aqui para ajudá-la a montar este quebra-cabeça e vamos conseguir. – Richard mais calmo a incentivou. – Quero aproveitar e mais uma vez pedir perdão a vocês quatro pelo papel de monstro que eu encenei. – ele olhou para Kate e acariciou seus cabelos. Seu olhar era de amor verdadeiro— Não sei o que deu em mim para te olhar, te tratar e falar com você de forma tão agressiva, Kate. São muitas perguntas sem respostas e eu me descontrolei. – ele olhava para os sogros, para a mãe e para a Kate— Gente, eu passei dez anos de minha vida rodando o mundo como Correspondente Internacional, fazendo documentários, reportagens e entrevistas para jornais, revistas e TV, vendo de tudo... Alegrias, tristezas, comemorações, miséria, guerras, terremotos, contendas entre povos de tudo que é espécie e até sequestrado eu já fui por grupo terrorista e nunca me exaltei da forma como agi com você, Kate, a única mulher que eu amo e com quem quero passar o resto da minha vida Não estou pedindo para você fechar os olhos, passar uma borracha e me desculpar, até porque sei que o cenário está conturbado. Eu apenas te prometo que jamais, em tempo algum, isso vai se repetir.

Kate o abraça e, por alguns segundos, acomoda sua cabeça nos ombros dele e fecha os olhos. Ao senti-la presente, ele passa seus braços pela cintura dela, aconchegando-a. Nenhum dos dois fala nada, mas os gestos falam por si só.

Passados alguns segundos, eles se afastam e se olham.

— Estamos todos aqui para ajudar, filha. – Jim falou com o objetivo de incentivá-la, pois aquele mistério precisava ser solucionado o quanto antes.

Kate estava sentada em um canto do sofá quando Richard dá o start — Primeiro ponto: Apesar das semelhanças físicas e comportamentais entre o Gustavo e eu, como posso ter tanta certeza que sou o pai biológico do Gustavo se eu nunca tinha te visto antes de te entrevistar no meu programa? Bem, se eu nunca tinha te visto, impossível ter feito amor com você, concorda?

— Faz sentido! – Martha opinou— Até porque, vocês nunca frequentaram o tipo de festa que eu aventei, que tem drogas, álcool e sexo livre.

— Sim. Nunca fomos a esse tipo de festa. – Kate concluiu.

O casal analisava as peças do quebra-cabeça fictício e os pais estavam ao lado deles quando Richard teve uma lembrança.

— Está fazendo falta uma peça muito importante deste quebra-cabeça e você nunca mencionou, Kate. – Richard propôs aquele tópico e pareceu ficar mais tenso do que estava por vir.

— Sim... – Katherine quis saber.

— Kate, mais uma vez eu apenas preciso te lembrar que eu te amo e que também amo o Gustavo, independente de quem ele seja filho, entende? – ela fez que sim com a cabeça— Toda essa conversa é por conta do sinal de nascença em formato de coração que eu, Gustavo e o meu pai temos no mesmo lugar..., na sola do pé esquerdo. Os sinais são idênticos. E também pelo fato dele ser minha cópia fiel quando eu tinha a idade dele... Você e seus pais viram a fotografia. E ainda tem o fato de que minha mãe disse que o timbre de voz dele também é idêntico ao meu na mesma idade dele. Coincidência? Sim, pode ser coincidência e é por isso que estamos aqui nessa conversa que, apesar de difícil e repetitiva atinge a todos nós. Mas toda essa conversa é necessária e é exclusivamente com o objetivo de descartar ou não a possibilidade de ele ser meu filho biológico, porque meu filho ele já é desde ontem à noite. – Richard estava muito emocionado — Lógico que eu ficaria muito feliz dele ser meu filho biológico, só que não vejo como isso poderia ser possível. Portanto, meu amor, - Richard passou a falar tão baixo que somente Katherine podia ouvir, pois ele sabia que o assunto a seguir, ela mantinha sigilo — Amor, você já me contou que engravidou na Inglaterra e que não sabe o nome do homem que seria o pai biológico do Gustavo. Eu sei que é constrangedor, mas preciso que você faça um esforço para se lembrar dele... De onde ele é... – Richard foi minucioso. – Amor faça um esforço, iniciando, por exemplo do local onde o conheceu.

Neste momento Katherine perdeu a cor e se sentiu gelar. Ela fechou os olhos e se recostou no sofá e jogou a cabeça para trás.

Esta reação não só chamou a atenção de todos, como também gerou preocupação e Richard foi o primeiro a ampará-la — Amor! Fale comigo.

Katherine não desmaiou. Ela recomeçou a chorar.

Johanna, Jim e Martha se aproximaram da jovem.

Richard estava do lado direito dela, Johanna do lado esquerdo e Jim e Martha estavam sentados na larga e resistente mesa de centro em frente ao sofá onde a moça estava sentada.

— Quer um copo com água, filha? – Jim perguntou de forma carinhosa.

— Não, pai.

— Então, filha, responda a pergunta do seu noivo ou você quer descansar um pouco? – Johanna sugeriu com tom amoroso.

— Não, mamãe, obrigada. Vamos resolver tudo agora, pelo menos tentar.

Johanna prosseguiu — Querida, qual o nome do homem que seria o pai biológico do Gustavo? Filha, eu sei que quando você terminou o namoro com aquele cara insuportável, o Josh, você pediu licença da delegacia e foi fazer uma especialização na Europa... E mais ou menos nove meses depois, de Londres, você nos avisou que estava grávida. Estava bem no início da gravidez, sete semanas, estou certa, filha?

Katherine estava visivelmente abatida — Gente, esse é um assunto muito delicado que nunca tive coragem de contar para você, mamãe e para você, papai. – Kate olhou para os pais e se emocionou. Após passar as mãos nos olhos para enxugar as lágrimas, ela continuou— Eu só contei para Lanie porque precisava desabafar com ela não só porque ela é minha amiga desde criança, mas também porque ela é médica. Não que eu não confiasse em vocês, mamãe e papai, mas...

— Filha, não se preocupe com isso, querida – Johanna tentava facilitar as coisas para a filha.

— Obrigada. Mãe e pai, eu agora vou ser direta... O tal assunto muito delicado que eu nunca contei a vocês é que... – Kate vacilava— Durante os meus exames anuais de saúde, a minha médica me avisou que eu estava com infertilidade precoce e que se eu pretendesse ter filhos, que me apressasse, porque aquele poderia ser minha última chance. – Katherine olhou para o noivo— Este fato eu te contei. – ele assentiu e ela continuou— Eu te amo com tamanha intensidade, Rick, tanto que contei somente para você sobre fatos que nunca falei a ninguém, exceto a Lanie. Quero que você se lembre disso quando eu terminar de contar a única coisa que você não sabe.

Os pais de Katherine e Martha continuaram acomodados próximo ao jovem casal para ouvir melhor o que a moça falava.

Kate continuou— Quando eu soube disso eu havia acabado o tal namoro conturbado com o Josh. Foi um período muito difícil, não por conta do final do namoro.. Não!! Eu não o amava e a presença dele me fazia mal, pois ele era egoísta, estúpido e um monte de coisas que fizeram o nosso relacionamento apodrecer. O momento difícil foi saber que eu não podia ter meus filhos. Eu fiquei muito abalada com aquela notícia. Eu, tão jovem... E estava à beira da infertilidade. Eu não tinha um namorado digno com quem eu pudesse ter um filho e fiquei meio perdida e sem saber o que fazer, pois eu era muito nova e sempre tivera o sonho em engravidar e ser mãe. Um sonho antigo. Nessa época, com tudo isso na minha cabeça, eu passei a trabalhar com muito esforço e por sorte eu fiquei sabendo lá na delegacia que eles tinham fechado um convênio com uma universidade da Inglaterra, mais precisamente em Londres, para um policial da ativa que quisesse fazer um curso de especialização na área de Direito e toda a viagem seria por conta do Estado. Lá eu ficaria no dormitório da Universidade e me alimentaria no refeitório de lá também e apesar de tudo isso eu ainda receberia uma bolsa com um valor muito bom. Tudo estava do meu lado, pois eu me encaixava em todos os requisitos: eu era formada em Direito e estava na ativa e isso sem contar que precisava de tempo fora da delegacia para pensar na minha vida longe de tudo. Ora, ora, ora... Nem tinha o que pensar. Fui me inscrever e para minha surpresa eu fui contemplada. Eu teria um ano longe da delegacia, longe do ex namorado estúpido que estava indo lá todos os dias esquentar o meu juízo. Teria tempo para pensar sobre minha vida, sobre a minha infertilidade precoce e nada melhor do que um lugar bem longe de casa e de todos esses problemas. Então, viajei para Londres. Tudo foi melhor do que eu pensava. Tudo corria às mil maravilhas lá na Universidade, onde eu fiz um monte de amigos e amigas, mas não queria namorar nem mesmo me relacionar amorosamente. Eu não queria nem mesmo me relacionar sem compromisso. Para ser mais explícita, eu nem mesmo beijei na boca. Eu estava bem e queria um tempo para mim. Eu quase não usava o dinheiro que eu ganhava da bolsa da Universidade porque minha vida social não era intensa. Minha vida era estudar, estudar e estudar e já havia conversado com o meu orientador para começar a escrever o Trabalho de Conclusão do Curso e ele permitiu. Então, todo tempo extra eu usava para isso. Por conta disto, eu saía raramente e quando o fazia, gastava muito pouco, pois não precisava comprar roupas nem sapatos porque eu tinha levado daqui e como não sou consumista, economizei bastante. Quando me ambientei em Londres e sabia andar sozinha, eu passei a frequentar a biblioteca, onde eu ia para adiantar minha monografia, mas também pegava jornais e revistas para ler notícias da atualidade para ficar por dentro do que acontecia no mundo e uma reportagem, em especial, me chamou atenção. Foi em uma revista de circulação mundial, de dois ou três meses anteriores. Pois é, eu encontrei um artigo muito interessante que tocava na minha alma. O artigo era sobre a dificuldade que muitos casais estavam tendo para engravidar devido ao estresse do dia a dia do mundo moderno e também porque eles estavam dando prioridade à carreira, deixando para ter filhos no momento em que estivessem estabilizados financeiramente e nesse período, muitas mulheres já não estavam tão férteis e muitos maridos, por conta de muitos outros problemas também apresentavam problemas que dificultavam a concepção. E havia ainda o caso de mulheres que queriam ter filhos, mas não tinham parceiros, que era o meu caso. A reportagem era maravilhosa e falava de muitos outros fatores que nem dá tempo eu falar aqui agora. Não lembro se olhei o nome do autor, mas tenho certeza que ele foi muito cuidadoso. Ele deve ser um gênio e um gênio muito sensível, pois abrangeu todos os lados da maternidade, da paternidade e da família como um todo! Como a revista não era tão nova assim, eu fui à editora que, por sorte minha, era perto da biblioteca e por mais sorte ainda, consegui um exemplar naquele mesmo dia e voltei para o meu dormitório na Universidade. Reli a matéria milhões de vezes chegando quase a decorar todo o texto. No final da reportagem havia a lista de mais de cinquenta melhores clínicas de fertilização em todo o mundo, com todos os endereços. Pois é, pesquisei na internet sobre aquelas que estavam sediadas em Londres e sobre valores do tratamento que... – Kate torceu a boca em sinal preocupação e continuou— até hoje todo mundo sabe não é barato. Ao contrário, é caro. Todas elas eram clinicas renomadas e os valores variavam um pouco de clínica para clínica, mas estavam dentro das minhas possibilidades, pois, além da bolsa da Universidade, eu tinha meu salário na delegacia e ainda minhas economias. E para melhorar, meus pais me mandavam dinheiro todos os meses com a desculpa de que eles estavam longe e que era para qualquer emergência. Só que o valor que eles me mandavam era incrível, mais do dobro da soma da Bolsa mais o meu Salário... – ela conseguiu rir para o pai e para a mãe— Ou seja, eu tinha o dinheiro. Dependia apenas de eu ter coragem de enfrentar uma gravidez sozinha, sem a presença do pai do meu bebê. E ainda por cima eu estava em um país estranho, sem meus pais e amigos verdadeiros para qualquer emergência. Eu não sabia nem se havia chance real de eu conseguir engravidar por conta do meu problema da infertilidade. Passei dias pensando sobre isso, pois, se desse certo, aquela seria a minha saída para engravidar. Não pensava em outra coisa e para minha sorte, chegou a quinzena de recesso escolar. Como eu não voltaria para casa, pois não queria desfalcar o dinheiro que eu tinha, fiquei por lá mesmo e utilizei o primeiro dia do recesso para pensar sobre o assunto e tomei coragem e comecei a visitar todas as clínicas de Londres indicadas na reportagem e ao chegar a cada uma delas eu perguntava sobre tudo, desde a técnica usada para eu escolher o pai do meu bebê até a implantação do embrião no meu útero. O que mais me chamou atenção foi o fato de que eu jamais saberia o nome e a profissão do pai do meu bebê, da mesma forma que eu também não seria identificada por ele. A única coisa que eu teria acesso eram as características físicas e intelectuais dele. E assim a clínica me disponibilizou dezenas de fichas com todos os dados dos pais dos bebês, tais como cor dos olhos, dos cabelos, da pele, personalidade, grau de instrução, altura e peso na época da doação do sêmen. E foram esses dados que eu pesquisei e escolhi o pai do Gustavo. Como por milagre, minha saúde estava perfeita, todos os exames foram ótimos e tudo foi muito rápido e eu dei sorte e engravidei na primeira tentativa. Foi tão fácil e tão rápido que cheguei até a duvidar dos exames feitos aqui, mas eu estava tão feliz que nem pensei mais nisso. Eu me concentrei na gravidez e no meu bebê e depois que o Gustavo nasceu, então, esqueci de vez. Assunto enterrado. Pois é, gente, então, respondendo a pergunta que vocês me fizeram, eu não sei nada sobre o pai biológico do Gustavo. Não sei nome, endereço, local de trabalho... A única coisa que eu sei, ou penso que sei, é que ele é de Londres ou pelo menos, mora ou morou em Londres. Talvez ele tenha uma família e seja um excelente pai e um excelente marido. Eu rezo todos os dias para que ele tenha saúde e seja um homem muito feliz. Rezo por ele porque ele me deu a oportunidade de realizar o sonho de ser mãe e criar uma família. Não nego que às vezes eu fico triste porque o Gustavo não conheceu o pai e também porque o pai não o conheceu. Tenho certeza que ele deve ser uma pessoa maravilhosa. Deve ter uma alma linda e muito sensível e por isso eu tenho certeza que os dois seriam os melhores amigos um do outro.

Katherine fez uma pausa— Vocês já perceberam que o meu filho tem muito de mim, é verdade. Eu sou amorosa, estudiosa e gosto de cumprir com minhas obrigações. Eu não me acho uma pessoa chata ou desagradável. Modéstia à parte, eu sou simpática, pelo menos procuro ser... E sempre dou o melhor de mim para as pessoas, mas, gente, quando vejo o Gustavo tão inteligente, tão carinhoso comigo, com você, amor, com meus pais, com você, Martha, com meus amigos, com os coleguinhas dele, com a professora... Tão doce, espirituoso, divertido e maravilhoso em todos os sentidos eu acredito que estas características são do pai dele, pois eu reconheço que sou menos intensa em todas as qualidades que o meu filho tem. Por isso gostaria muito de ter conseguido avisar ao pai dele sobre a minha gravidez. Eu gostaria de ter vivido isso junto com ele, pois tenho certeza que ele é uma pessoa incrível, mas não foi isso que aconteceu. – Kate olhou para o noivo— Eu já te falei tudo isso, talvez com estas mesmas palavras, Rick. Desculpe se estou sendo chata... Mas é que mesmo se eu tentasse mudar o modo de falar, eu não conseguiria. Pois é, e como não foi possível ele ter o pai por perto, eu não fico fantasiando nem imaginando como poderia ter sido, entende? Minhas fantasias sobre isso não mudariam nada. Nunca o procurei, pois eu estaria violando a intimidade dele. E talvez se eu o procurasse, talvez nunca o encontrasse. Não saberia por onde começar. Quando meu instinto materno gritou e eu botei na minha cabeça que queria ser mãe mesmo sem ser casada ou mesmo ter um namorado, eu não perguntei a ele se ele queria ser pai, mesmo sabendo que ele fez a doação do sêmen na clínica,  por livre e espontânea vontade. Apesar de tudo isso, de todos os percalços, minha gravidez foi maravilhosa e o parto também. Ele nasceu perfeito, foi um bebê que nunca me deu trabalho e está crescendo e me dando alegrias que nem sei se mereço. Como eu já disse, eu rezo para que este homem seja muito feliz e tenha uma família, uma esposa amorosa e filhos que o façam tão feliz como o Gustavo me faz.

Enquanto Katherine discorria sobre sua gestação, todos estavam atentos e comovidos a cada palavra que ela dizia e ao final, Richard lacrimejava, indicando que estava muito emocionado com a narrativa dela. Por fim, falou um nome e o sobrenome de um homem.

— Você o conheceu, Rick? – ao ouvir o nome do homem que Castle tinha dito, Beckett perguntou ao noivo, admirada porque ele conhecia o médico e proprietário da clínica onde ela fizera o tratamento de fertilização, que, até aquele momento, mantivera o nome em sigilo.

— Sim. – Richard estava emocionado e foi monossilábico.

— Que coincidência!

— Eu diria que é a maior coincidência do mundo. – Richard olhou para os sogros e para sua mãe e por fim para Katherine— Esse homem é o médico e dono da clínica onde você fez o tratamento e eu o conheci pessoalmente. Um médico muito inteligente e uma pessoa incrível! – Richard respirou fundo para controlar a emoção e voltou a falar — Kate, alguns meses antes de você ir fazer esta especialização eu estava em Londres e produzi um documentário sobre fertilização in vitro. Fiz tudo sozinho. Um assunto intenso, maravilhoso e muito emocionante! Aquilo mexeu comigo. Eu tinha um vasto material e por isso também escrevi uma reportagem sobre o mesmo tema. Eu vivia disso, então, como acontecia com todos os meus documentários, eu o vendi para dezenas de emissoras de TV e também para os canais fechados desta natureza. As reportagens foram mais além, eu vendi para revistas do mundo todo. Se você guardou a revista...

— Eu guardei. – ela o interrompeu, já comovida.

— Pois é, então você poderá ver que a matéria foi escrita por mim e todas as fotos também foram feitas por mim.

— Que coincidência, amor! – ambos estavam emocionados.

— Mas as coincidências não param por aí... – a voz de Richard estava embargada— Depois que eu concluí o documentário e a reportagem eu fiquei tão impressionado com os relatos dos médicos, das enfermeiras e dos psicólogos que eu havia entrevistado e também com a situação e com os sonhos dos casais e das mulheres que eu conversei que, muito sensibilizado com o quadro, eu fiz uma coisa que nem mesmo minha mãe ficou sabendo. Eu participei do projeto de doação de sêmen nesta clínica onde você, meses depois, fez o seu tratamento, Kate. – Richard olhava para a mãe e para os sogros — A doação de sêmen, gente, é um ato voluntário e anônimo de quem é sensível o bastante para conceder algo sem esperar nada em troca com o objetivo singular de ajudar mulheres e casais a realizar o sonho de formar uma família. – ele explicava — Ao doar o meu sêmen, Kate, eu senti que ofereci esperança para casais que desejavam ter uma família e, no caso das mulheres sozinhas, a oportunidade de ter um filho... A oportunidade de engravidarem e serem mães.

Katherine estava muito emocionada ao perguntar — Então... Mesmo sem te conhecer, tem uma grande possibilidade de eu ter escolhido você para ser o pai do meu bebê?

— Sim, amor. – Richard afirmou, também muito emocionado— E eu não diria que tem uma grande possibilidade... Eu arrisco dizer que nem precisa de exame de DNA para confirmar que eu sou o pai biológico do Gustavo, porque além de você ter feito o tratamento de fertilização na mesma clínica onde eu fiz a doação do sêmen, há muitas coincidências envolvidas, inclusive as coincidências físicas, como por exemplo, o sinal de nascença no pé esquerdo dele e também no meu e ainda outra tão importante quanto, ele é uma cópia fiel minha quando eu tinha a idade dele. E ainda o timbre de voz dele ser idêntico ao meu, segundo minha mãe.

Richard se levantou e andou de um lado para o outro e puxou Kate e a tomou nos braços e a abraçou e deu vários beijos no rosto dela.— Deus!!! – ele estava em êxtase de tanta alegria— Parece um sonho! O Gustavo é meu filho! – Ele puxou Kate novamente para um abraço e depois foi abraçar a mãe e depois Johanna e depois Jim. Richard não cabia em si de felicidade e Katherine também. Aliás, os cinco estavam felizes. Muito felizes.

Castle pegou Beckett pela mão e foram correndo para a sala de jogos e entraram fazendo um estardalhaço. As crianças não entenderem nada ao serem abraçadas e beijadas. Como gostavam de farra, adoraram e entraram na folia, mas depois, como qualquer criança, falaram que queriam continuar assistindo ao filme. Os pais saíram e retornaram para a sala de estar.

— Katherine e Richard – Martha estava emocionada e falava —, eu já vi e vivi muito e nunca vi nada igual, nem mesmo em livros ou filmes. Vocês dois nasceram para ficarem juntos. Foram feitos um para o outro... Para sempre.

— Pois eu digo a mesma coisa que a Martha, minha filha. – Johanna estava tão comovida quanto Martha — Eu sou advogada há mais de trinta anos e nunca vi ou li nada nem mesmo parecido. Estou emocionada.

Richard colocou a noiva no colo e a abraçou forte — desculpa aí, sogrão, mas eu preciso abraçar minha mulher.

— Hoje está liberado – Jim brincou contente.

Sentada sobre as pernas do noivo, Katherine estava morrendo de alegria não só por ter encontrado grande o amor da sua vida, mas também por este amor ser o pai biológico do seu filho— Quer dizer que pela segunda vez eu te escolho... Você já reparou isso, Rick? Primeiro eu te escolhi pelas fichas e depois, pela vida...

— É, mas como a senhorita não era nada acessível, eu tive que me esforçar ao máximo para conseguir chegar até você. Mas não importa... Estamos aqui, juntos, nos amando muito e com um filho lindo e maravilhoso que, pode não ter sido gerado em um ato de amor carnal, mas tanto eu quanto você o fizemos com muito amor. Então, Kate, o Gustavo, foi sim, gerado com muito amor. – eles se beijaram. Um beijo emocionado.

Ao final do beijo, Richard teve uma ideia— Kate, por mim eu nem faço o exame de DNA porque tenho certeza que o Gustavo é meu filho...

— Não, meu jovem. – Jim o interrompeu.

Ao ouvir tal negativa, Richard retirou a noiva do colo e junto a ela ficou a ouvir a explanação do Jim.

— Mais cedo vocês nos pediram para que eu e Johanna cuidássemos do processo de adoção do Gustavo, então, como Advogado, eu sugiro a vocês que ao invés de “Adoção de Menor” o processo seja de “Reconhecimento Voluntário de Paternidade” de forma conjunta, ou seja, vocês dois, de forma espontânea, querem acrescentar o seu nome como pai legítimo do Gustavo na certidão de nascimento do garoto. – Jim falava agora diretamente para o genro— A Kate é comprovadamente a mãe do Gustavo e somente você poderia rejeitar o reconhecimento que você espera, Richard, mas como ambos vão entrar juntos nesta ação, então ninguém mais poderá contrariar a vontade de vocês. No entanto, por mais que o reconhecimento voluntário da paternidade não dependa de prova da origem genética, eu não vejo impedimento de vocês anexarem ao processo o exame de DNA. Servirá para confirmar o que todos nós já sabemos, ou seja, que o Richard Castle é o pai biológico de Gustavo Beckett que, passará a se chamar, Gustavo Beckett Castle e muito antes do que vocês esperavam, estarão em mãos com a nova certidão de nascimento do filho de vocês.

— Sogrão, você é o máximo! – se levantou para abraçar o sogro e agradecer pelo apoio — E mais uma vez eu peço desculpas pelo meu descontrole. Eu fiquei nervoso e desrespeitei sua casa e sua família.

— Que nada, meu jovem. No seu lugar eu acho que teria feito pior. Por ser reservado, eu pareço ser tranquilo, quando, na verdade, eu sou controlado, mas na hora que eu fico nervoso eu perco toda a educação.

Dirigindo-se agora para sua mãe, Richard falou — Mamãe eu devo isso a você. A sua insistência e o seu imenso amor a mim e ao Gustavo.

— Eu também quero te agradecer, Martha – Katherine se levantou e foi correndo abraçar a sogra — eu sei que você me ama. – Katherine deu um abraço apertado em Martha. – Sogrinha, obrigada por tudo. Obrigada por ter visto cada detalhe. Obrigada por ter guardado aquela foto linda do Richard. – Katherine piscou para o noivo — Obrigada por ter reparado imediatamente a semelhança do seu neto com o seu filho. Até na voz dele você reparou. – Katherine beijou a sogra— Obrigada por ter visto o sinal de nascença no pé do Gustavo... ai, meu Deus, eu vou chorar...

— Um abraço coletivo – Richard sugeriu e chamou os sogros e todos se abraçaram.

Após o abraço coletivo Katherine olhou para a mãe e torceu a boca de forma tímida, em sinal de quem queria pedir desculpas — Mamãe, você me perdoa por eu nunca ter te contado nada sobre a minha infertilidade precoce e também sobre eu ter feito inseminação artificial?

Johanna se aproximou da filha e fez um suave carinho na face e nos cabelos dela, pondo uma mecha para trás da orelha — Meu amor, no dia em que uma mãe não souber perdoar os filhos, essa mulher não merece ser mãe. – Ela abraçou a filha e deu um beijo e depois a soltou e voltou a falar — Filha, eu te criei para ser independente, saber pensar, saber tomar atitudes, agir e andar com as próprias pernas. Não existe nada que você tenha feito que eu não tenha aprovado, então, meu amor, parabéns por ter tido essa ideia maravilhosa e por ter sabido escolher as características corretas para o pai do meu neto. Você é especial, filha! Deus sempre faz tudo certinho.

Após o final da conversa o jovem casal foi para a varanda, e estavam acomodados em uma poltrona próxima à piscina, num recanto mais encoberto pelas plantas.

Richard voltou a colocar a noiva no colo, enchendo-a de carinho— Amor, que tal mudarmos nossos planos de comemoração do noivado?

— Depende do que você vai propor... – ela o instigou.

— Ah, é? Bem, o plano inicial era sairmos somente nós dois e comemorarmos nosso noivado – ele sussurrou ao ouvido dela— com muito amor e sexo, do jeitinho que a gente gosta. – eles riram e ele voltou a falar em tom normal— Mas agora aumentaram os itens da comemoração e eu estou ansioso para contar as novidades para os nossos filhos. – Rick estava em êxtase e falava como se aquilo fosse difícil de acreditar— Deus, eu ainda não acredito! Isso é tão bom que eu ainda estou pasmo, Kate. O Gustavo é meu filho biológico. – ele se beliscava os dois riam com isso — Temos que pensar em como fazer isso... Temos que pensar em uma forma de contar... Para não deixa-los confusos. Vamos pensar em um jeito bem bacana de fazer isso. Podemos nem contar a eles hoje, amor... Não importa... Mas hoje, eu quero ir pra nossa casa ficar grudadinho em vocês. Eu já amava aquele moleque como filho, só que agora ele é realmente meu filho... Nem sei explicar. Eu quero ficar colado nele também.

— Eu topo! Também quero ir pra nossa casa ficar grudadinha em vocês dois e também naquela minha filhinha linda que eu amo tanto.

— E amanhã, qual será nossa programação? – ele questionou. – Seremos nós quatro ou nós sete?

— Amanhã vamos ter um lindo domingo de sol... E seremos nós quatro: você, eu e nossos filhos. – Kate sorriu do modo como ele perguntou— Então, que tal nós quatro irmos passear no Jardim Botânico ou no Zoológico, eihm? A gente passeia à pé com as crianças. Podemos também andar de bicicleta. Podemos comer algodão doce e pipoca. Quando eles se cansarem de andar, vamos até o local onde tem parquinho. Eles ficam brincando com outras crianças e nós ficamos no banco do parque de olho neles e eu até deixo você me fazer carinhos e me encher de beijos. – ela riu feliz— E depois vamos almoçar em um restaurante que você, meu noivo lindo e gostoso vai escolher.

— Aprovado!

— Ah, uma coisa muito importante. Na segunda feira antes de ir à Delegacia eu vou passar na escola dos nossos filhos vou fazer uma nova autorização para você poder pegá-lo. Esta que eu te entreguei hoje eu vou rasgar e jogar fora, e a nova eu vou colocar que você é o pai... Não pai em processo de adoção. Eu vou falar com a minha amiga, a Diretora, que em breve eu levo a nova certidão de nascimento do Gustavo, onde você vai constar como pai.

— Será que eu poderia ir com você?

— Claro. Vai ser bom porque e vou te apresentar à Diretora...

Ele a interrompeu— Eu a conheço, Kate. Esqueceu que a Alexis também estuda lá e eu resolvo tudo?

— Ah, tá... Mesmo assim, vou dizer a ela que você é o pai do Gustavo e depois eu vou te apresentar a professora do seu filho.

— Vou aproveitar e fazer lá uma autorização para você poder pegar a Alexis. – Castle acrescentou.

Eles se beijaram.

Ao final do beijo, Castle informou — Bem, já temos programação para domingo e o início da segunda feira.

— Certo.

— Mas na verdade, o que a gente não tinha percebido ainda, Kate, é que nós dois juntos já temos programação até o fim das nossas vidas.

Ela franziu a testa e ficou a refletir sobre o que o noivo falara.— Você tem razão, amor.

— Eu também estava meditando sobre isso agora. Depois de tudo que já vivemos, mesmo sem nos conhecer, sempre fazíamos coisas parecidas. Até pusemos nossos filhos na mesma escola. – ele concluiu.

— Com certeza, se não nos encontrássemos no seu programa de entrevistas, nos encontraríamos nas festinhas da escola deles...

— E eu ia me apaixonar por você, sem sombra de dúvidas. Eu ia ficar louco e nem sei o que seria capaz de fazer para namorar e depois casar com você e, obviamente você ia ficar louquinha por mim. – Castle riu cheio de charme

— Adoro esta sua autoconfiança, sabia? – Kate riu e deu um selinho nele. – É tão viril!

— E eu adoro tudo em você... Adoro aquela sua capa de mulher durona lá na delegacia diante do seu pessoal e principalmente diante dos acusados e das testemunhas e quando tá comigo é a mais fofa do mundo. – ela riu do jeito como ele falava— É birrentinha e mandona, quando quer... Mas eu adoro assim mesmo. – ele deu um sorriso maroto e selinho nela— Sim, mas voltando a falar sobre o meu charme – ele fez graça e continuou pilheriando, como de hábito para provocá-la, porque sabia que ela gostava quando ele brincava assim— Claro que você não ia resistir ao meu charme.

— Não duvido! Como também não duvido que você ia correr atrás de mim igual como fez na delegacia por meses e ia ficar me dando chocolates e convites para shows e peças de teatro. Acho que você ia descobrir onde eu trabalhava e ia fazer a mesma coisa... Ia dar um jeito de trabalhar lá e ia me paquerar... E eu ia adorar, aliás, como adorei, não foi? – ela riu— Ah, como eu te amo!

— Pois é, amor - ele continuou —, estava escrito que tínhamos que ficar juntos. Podemos não ter a agenda cheia agora, neste exato momento, mas nós dois juntinhos temos programação para o resto das nossas vidas, amor. Não importa em que parte do mundo a gente esteja, sempre estaremos juntos: Eu, você, Alexis e o Gustavo.

— Com certeza. – Katherine fez um chamego no noivo— Deus te ouça, Rick. Mesmo quando a Alexis e o Gustavo encontrarem seus respectivos parceiros, eles também vão casar, terão seus filhos... Nós sempre estaremos juntos e nossa família, como hoje, vai estar cada dia mais unida.

Eles se olharam. Um olhar cheio de paixão, desejo e amor. Um amor verdadeiro que, com certeza, veio de outras vidas. Os olhares se fixavam nos olhos e nas bocas. Olhares profundos que arrepiavam os pelos das nucas, dos braços e todos os poros, enfim...

— Que tal se a gente fosse para a nossa casa agora, eihm? – Kate fez um convite com entonação de malícia e ao final, piscou o olho de forma sedutora.

— Convite aceito! – Rick acatou a ideia dela — Mas antes, que tal um beijo bem gostoso para aproveitarmos os últimos minutos aqui neste cantinho tão reservado, eihm?

Com olhares cheios de amor e paixão, os lábios se atraíram naturalmente. Um beijo entusiasmado, demorado, carregado de amor, emoções, desejo e promessas.

 


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se que esta é uma obra de ficção, então, por mais que eu tenha pesquisado, eu viajei na minha imaginação com relação a termos que fogem do tema literário, ok??? Tudo em nome do AMOR CASKETT.

Ainda dá para favoritar e recomendar.
Que tal um retorno, eihm??? Preciso saber o que vocês acharam.
Vejo vocês nos comentários???

IMAGEM DO CAPÍTULO:
https://n1.picjoke.org/useroutputs/3324/2019-08-27/1-pt-44b00d5eff86cd89e9991c9195d7e14c.jpg



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