FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

O relacionamento entre um casal pode até demorar para acontecer, mas quando chega e é sincero, vem para ficar. Portanto, um amor verdadeiro será eterno. Always!!! Assim é o amor de Katherine Beckett e Richard Castle. VERDADEIRO e ETERNO!!!
Quero agradecer a todos que estão me alegrando com os comentários tão lindos.
Espero que gostem deste capítulo.
Peço que me desculpem por eu ter demorado para postar, é que ....
Passou!!! Estou aqui e postei, graças a Deus!!!
Boa leitura, mas peço que leiam este capítulo como vocês leram todos os outros,ou seja, com muita atenção... CADA LETRINHA, CADA PENSAMENTO E CADA DIÁLOGO... TUDO SERÁ IMPORTANTE LÁ NA FRENTE...
Ah, já ia esquecendo de avisar: últimas oportunidades para favoritar e recomendar, viu, porque tá acabando.
Beijinhos e... se possível, vejo vocês nos comentários.



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Sorrindo de felicidade, assim que viu o jovem casal sair para passear, Martha comentou Johanna, sua filha é, em todos os sentidos, a mulher que eu sonhei para o meu Richard. Katherine é completa! – Martha enaltecia a nora.

Feliz com o elogio, Johanna concordou e retribuiu, com razão — Pois eu digo a mesma coisa com relação a seu filho. Richard, além de lindo e maravilhoso... – ela riu e piscou para a amiga — ..., ele é incrível! É inteligente, amoroso com minha filha e com o Gustavo. É um ótimo pai. Que Deus os abençoe.

— Amém!

— Eu nunca me intrometi na vida sentimental de minha filha, mas eu me preocupava. Uma moça inteligente, muito bem empregada, bonita, comunicativa, simpática... Sem um namorado! Qual a mãe que não quer ver sua filha feliz com um parceiro, né? Katherine dedicava a vida somente ao Gustavo e ao trabalho e eu nunca a via com algum rapaz, nem que fossem apenas amigos. Nada! De vez em quando eu até sondava sobre isso, mas ela desconversava e dizia que não pensava nisso e que o Gustavo era sua prioridade. Blá, blá, blá... Ela me dizia que quando o Gustavo crescesse... Imagina isso, Martha! Ah, tenha a santa paciência! Esperar o filho crescer para pensar em namorar novamente! – Johanna estava indignada.

— Não consigo nem imaginar, Jô. – Martha concordava com a amiga.

As duas retornaram à cozinha e, juntas, começaram a tarefa de separar a louça, talheres e os demais itens sujos para serem lavados na pia.

— Eu vou pegar as taças lá na sala. – Martha se prontificou e saiu.

Passados alguns minutos ela retornou trazendo o “balde de gelo” que a esta altura não havia mais gelo e sim água. Dentro dele ela havia acomodado as taças, a jarra de suco e os copos usados pelas crianças — Arrumei tudo por lá. Agora vamos lavar tudo isso aqui. Mãos à obra.

A cozinha era imensa e a bancada da pia era larga, comprida com duas cubas espaçosas. Enquanto uma lavava um tipo de utensilio, a outra se encarregava de outro e a tarefa fluía com o espírito de colaboração presente.

— Martha, agora que conheço o seu filho de perto, o dia a dia dele como família, eu posso dizer que já li nestas revistas de fofoca de celebridade muitas inverdades sobre ele, inclusive que ele era um mulherengo... Uma lista interminável de mulheres...

— Amiga... – Martha a interrompeu —, sem querer desfazer a bela imagem que você construiu do meu filho ao vê-lo com a sua filha, eu tenho que confessar que ele realmente era mulherengo. Não da forma exagerada que algumas revistas o descrevem, é bem verdade, mas era sim, um mulherengo... Não é que ele tivesse muitas namoradas... Não é isso. Mas era uma moça atrás da outra, sem qualquer compromisso com elas, entende? Resumo da ópera: Ele não era nenhum santo!

— Sério?

— Seríssimo! Pudera, depois de dois casamentos desastrosos.

— Esses dois casamentos dele...

Martha a interrompeu novamente — Eu vou te contar, Johanna. Temos tempo... Enquanto lavamos, vamos conversando... A pia tá cheia e as crianças estão brincando. – ambas riram — O primeiro casamento do Richard foi com a mãe da Alexis. Eles não estavam namorando... Uma atriz no começo de carreira. Ela era uma moça muito nova, entre vinte e vinte e dois anos, eu não estou bem certa da idade... Ele se encantou com a vivacidade dela. Uma moça linda e cheia de vida. Ele a conheceu em uma festa, entende? Passaram a noite juntos. – piscou o olho com malícia— Normal! Não vejo nada de estranho nisso... Jovens, cheios de vida, hormônios à flor da pele. Não recrimino mesmo. Tudo bem... Não sei como ela conseguiu o nosso endereço, mas ela foi até a nossa casa e disse que estava grávida. Eu que abri a porta e o meu filho disse que eu tinha que presenciar a conversa. Ela o procurou para comunicar que não tinha nenhuma intenção em continuar com a gravidez porque aquilo seria um empecilho para a carreira dela, blá, blá, blá... Uma fútil! – Martha a censurou — Como se fosse a coisa mais normal do mundo, nos comunicou que ela não poderia, jamais, perder a forma esguia do seu corpo lindo por conta de um bebê chorão. Ela queria dinheiro para fazer o aborto em um local que não houvesse perigo e que não estragasse a pele nem o corpo dela. Aquilo serviu para fazer desaparecer qualquer interesse que meu filho pudesse ter por aquela garota.  Não teve nada que o Richard falasse que tirasse da cabeça dela a ideia do aborto até que ele apostou na total falta de caráter que, àquela altura, ele viu que era o que ela tinha de mais forte. Ele disse que se casaria com ela e que após o parto ele faria um exame de DNA no bebê e se fosse confirmado ser filho ou filha dele, pagaria o melhor cirurgião plástico do mundo para reconstruir qualquer defeito no corpo e na pele ocasionados pela gravidez e qualquer outra melhoria no corpo que ela quisesse, dos pés à cabeça e depois da recuperação que seria na clínica, ele a apresentaria para um dos maiores e melhores diretores de cinema do mundo, mas tinha uma condição: ela não poderia fazer nada que interrompesse a gravidez. Richard fez isso pelo bem do bebê que ele nem sabia se era seu filho. Eu estava ao lado deles no momento da conversa e o ajudei a convencê-la dizendo que ela seria uma atriz de sucesso se aceitasse aquela oferta maravilhosa. E ela aceitou na hora, sem pensar duas vezes.

— Deus! Isso não é uma mulher... É um monstro! – Johanna estava horrorizada.

— Verdade! Ela é um monstro! Ainda bem que a Alexis não herdou o temperamento dela. E o Richard quis casar com essa criatura para que ela não ficasse desconfiada dos objetivos dele. Aí você me pergunta: Quais eram esses objetivos?

— Isso. Eu já ia te perguntar isso. Quais eram os objetivos dele.

— Pois vou te dizer. O Richard viu logo que se a moça não queria levar adiante a gravidez, quanto mais criar e cuidar do bebê... Então ele realmente conhecia o tal Diretor de cinema. Eram muito amigos e fez um contrato milionário com ele. Meu filho financiou o filme que o tal diretor sonhava fazer, uma comédia romântica, sob a condição de contratar a atriz que Richard indicasse para ser a protagonista do filme e o convite deveria acontecer após a recuperação do parto e da possível cirurgia plástica, que, aliás, nem precisou ser feita. Ou seja, Richard tinha a certeza que ela aceitaria o convite para participar do filme e sairia da vida do meu filho e do bebê, que até aquele momento não sabíamos que seria uma menina, muito menos se era realmente filho do Richard.

— E ela aceitou o convite e foi embora.

— Justamente! O Richard acertou na mosca. A moça aceitou imediatamente o convite e no desespero de não perder o contrato, ela assinou o divórcio sem direito a pensão e entregando para Richard a guarda exclusiva e definitiva do bebê.

— Estou embasbacada!

— Pois é! E ela nunca nem mesmo tentou reverter a guarda. – Martha comentou de modo ríspido — Hummm! Nem visitar a filha ela vem. O tal filme que Richard financiou e ela protagonizou foi um sucesso. Além de ter a guarda definitiva da filha, o Richard ganhou muito dinheiro com o filme e o amigo dele ganhou o Oscar de Melhor Diretor e ela, a desnaturada, ganhou o Oscar de Melhor Atriz pela interpretação da protagonista. Mas depois a carreira dela não emplacou... Ela só pegava papel ruim, porque o agente que ela arranjou era péssimo, mas ela continua a mesma pessoa sem coração de sempre. Já perdi as contas de quantas vezes o Richard telefona para avisar que vai mandar passagem aérea ida e volta para ela vim dar um beijo na filha e não adianta nada. Ela sempre adia e nunca vem. Graças a Deus que depois que o Richard começou a namorar a Katherine, ele nunca mais entrou em contato com essa mulher, pois viu que Kate e Alexis se apaixonaram imediatamente e eu dei graças a Deus por isso!

— Minha netinha! Tomara que o amor que ela e minha filha sentem seja capaz de apagar essa tristeza no coraçãozinho dela. – Johanna estava sensibilizada.— Mas o Richard nunca namorou nenhuma moça que cativou o coração da Alexis, como a minha filha cativou?

— Não! Infelizmente, não. – Martha negou— Todas eram mulheres lindas, não tanto quanto a Katherine, é bem verdade, mas todas de cabeça oca que só viam o sucesso na frente. A maioria delas via no meu filho um caminho para a fama, de aparecer nas revistas e fazer contratos milionários seja na carreira de modelo, atriz, jornalista ou qualquer outra coisa. Triste, mas é verdade. Apareceram algumas mulheres íntegras e que o via com amor, paixão e respeito mesmo, mas ele não conseguiu amá-las como ama a sua filha. Outras mulheres queriam seus próprios filhos e não uma enteada logo de cara, ou seja, não aceitavam Alexis. Então, já viu, né? Nada feito.

— Mas ele se casou uma segunda vez, que eu sei.

— Ah! – Martha riu— Foi um desses casos. A moça estava perdidamente apaixonada por ele. Ela era muito simpática, inteligente, linda e era de família abastada, ou seja, não estava de olho na fortuna do Richard. Era médica, igual aos pais. Família de cirurgiões plásticos e tinham uma clínica maravilhosa, um mini hospital, na verdade, e ela trabalhava lá com os pais, também como cirurgiã plástica. Muitos pacientes, ou seja, tinha uma carreira já estabelecida sem qualquer interesse financeiro no meu filho. Ele ficou encantado com a moça e em pouco tempo casaram, mas daí surgiram os problemas. Ela havia ocultado muito bem sua falta de interesse em Alexis e isso foi matando aos poucos todo o amor que meu filho pensava ter pela esposa.

— Como foi que ele descobriu essa faceta dela?

— Ela vivia falando em querer engravidar e ele estava animado, só que ela não suspendeu os contraceptivos e quando o Richard comentou sobre isso, ela disse que seria melhor que Alexis morasse com a mãe dela... Aquela lá... – Martha torceu a boca indicando descaso — Ou então que mandasse Alexis para morar comigo porque ela, a médica, não gostaria de criar seu próprio filho, junto com a outra criança. Essa “outra” é a Alexis.

— Não acredito que ela teve ousadia para falar isso com o Rick. Que mulherzinha insuportável!! Que criatura dissimulada!

— Foi o mesmo que o Richard pensou e depois de reunir todo esse conjunto de defeitos dela, que, com certeza superavam suas qualidades, ele pediu o divórcio. Foi Deus que fez com que meu filho conseguisse enxergar e identificar à tempo tudo isso. Uma mulher que omite do marido a sua falta de carinho e amor por sua filha, não tem caráter. O Richard disse a ela que ela não tinha capacidade nenhuma de fazer parte da família dele. Ela chorou muito, disse que se arrependia e que iria mudar seu modo de pensar, mas nada demoveu o interesse dele no divórcio. O casamento foi muito curto. Agora, veja como são as coisas, Johanna... Hoje ela está casada com um italiano. Ele também é um cirurgião plástico e é reconhecido mundialmente. Eles moram em Milão, onde têm uma clínica muito bem frequentada por gente de todo o mundo, inclusive pelos ricos e famosos. Quando ela o conheceu, ele era um viúvo por volta dos quarenta anos, com dois filhos pequenos que moravam com ele, contudo, depois do casamento, as crianças foram morar com a avó materna. Depois que os filhinhos do primeiro casamento saíram de casa o casal teve dois filhos. – Martha olhou com malícia para a amiga— Veja como ela não mudou em nada.

— Cada qual com seus problemas... - Johanna concluiu.

— Pois é e ainda bem que meu filho conseguiu se sair dos dele. – Martha queria tocar em um assunto delicado, mas não sabia como – Johanna, mudando de assunto... Eu queria te perguntar uma coisa... Nunca conversamos sobre isso...

— A gravidez da Kate... Acertei? - As duas haviam terminado de lavar, enxaguar, secar e guardar a louça e foram se sentar na varanda para apreciar os netos correndo e se divertindo. — Acertei? – Jô repetiu.

— Sim! Johanna, a Katherine nunca te falou nada sobre o pai biológico do Gustavo?

— Não! – Johanna imprimiu um tom ressentido— Eu e o pai dela tentamos saber no início, mas ela disse que preferia não falar sobre isso. Eu e o meu marido, mesmo sem entender e aceitar o silêncio da nossa filha, nunca mais tocamos no assunto. Eu sei apenas que ela engravidou na Inglaterra. A Katherine tinha terminado um namoro conturbado com um detetive de polícia, um tal de Josh Davidson... Um grosseirão... E tirou licença da Delegacia e foi contemplada com uma bolsa integral para fazer Especialização em Direito Internacional lá na Inglaterra. Sempre nos falávamos por telefone e ela nunca me disse nada sobre estar namorando. Ela só descobriu que estava grávida quando estava preparando o Trabalho de Conclusão do Curso, quase nove meses depois que saiu daqui... ou seja, sem chance do bebê ser filho daquele ex-namorado. Como mãe da Kate, eu gostaria muito de ter participado disso mais ativamente, saber o que ocorreu, saber quem é o pai da criança e outras coisas. No entanto a minha filha me disse que ela não tinha o direito de me colocar em uma situação que ela própria criou. Jô, eu não sabia se a gravidez era resultado de um namoro conturbado, se o homem era casado ou mesmo se era uma pessoa ruim. Não sabia e ainda não sei de nada. Ela me disse apenas que estava feliz e que era uma vontade dela ser mãe, mesmo que não houvesse um homem do lado dela para apoiá-la. Ele me jurou que, apesar de tudo, foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela e que nunca se arrependeria.

— Acredito nisso. – Martha fez um breve comentário.

— Sabe, Martha, sempre me dei muito bem com minha filha, desde que ela era uma bebezinha. Na escola ela era o meu orgulho! Ela ficou mocinha, depois foi para a faculdade, se formou em Direito com honras e entrou para a Polícia onde tem uma carreira de sucesso e com muitas condecorações de toda a espécie e tudo continuou igual entre nós. Eu e meu marido confiamos muito nela. Sempre! Ela nunca nos deu motivo para duvidarmos dos seus propósitos. Nosso relacionamento não modificou nem mesmo porque nunca conversarmos sobre os detalhes da gravidez dela e nem por isso, eu e o pai dela ficamos fuçando. Muito pelo contrário. Deixamos claro que estávamos junto dela e assim aconteceu. Mesmo em outro continente, ficamos do seu lado desde o início da gravidez e quando o Gustavo nasceu... Deus do céu! Alegria total! No entanto, nós a deixamos livre e não interferimos na criação do meu neto e no dia a dia deles. Katherine sabe que estamos aqui para o que precisar... É só falar. E ela sempre nos convida até a casa dela e vem aqui quando quer. Nós quatro sempre fazemos passeios, viagens e nos damos muito bem.

A conversa seguia animada e a brincadeira das crianças também.

— Vamos tomara um chá de camomila! – Johanna se levantou e convidou a amiga e juntas foram até a cozinha. Pegaram a erva e puseram a água para ferver a fim de preparar a bebida calmante, o que foi feito muito rapidamente.

Enquanto saboreavam o delicioso chá de coloração dourada, as duas ouvem um barulho de tombo e logo em seguida, choro de criança que mesmo sem ver a cena, sabiam que era do Gustavo e as duas largaram tudo e correram para ver os garotos e o encontraram caído e chorando junto à bicicleta.

As duas senhoras e Jim chegaram ao mesmo tempo ao lado das crianças e os três se agacharam rente ao garoto. Mesmo sem ser médico, o avô começou a tatear com cuidado e com muita atenção os tornozelos, as pernas e os braços do garoto para ver se havia alguma fratura.

— O vovô te examinou e não tem nada quebrado, meu rapazinho. – Jim declarou deforma carinhosa.

O menino continuava chorando— Mas está doendo, vovô.

— Aonde, meu amorzinho? – Martha perguntava.

— Aqui e aqui, vovó. – Ele apalpou o punho e o joelho direitos.

— Logo vai passar, viu, Guga? – A irmã estava atenta e tentava consolá-lo com carinho.

Johanna seguiu a indicação do neto e viu que os dois locais estavam um pouco esfolados, mas nada grave. Ele chorava mais de susto do que propriamente do machucado.— Ah, meu anjinho. Feriu só um pouquinho, e a vovó vai fazer um curativo lindo.

O garotinho foi parando de chorar— Vai ser um curativo grandão de esparadrapo, vovó? E eu vou poder desenhar no curativo?

Os três avós se entreolharam e viram que o curativo de esparadrapo resolveria tudo e que o garotinho estava bem. — Você vai poder desenhar no esparadrapo, meu amor. Vou fazer um curativo bem grande para você desenhar.

— Dois curativos, vovó. Dois. – o garotinho salientou— Um aqui no meu punho e o outro no joelho, tá certo, vovó? Dois esparadrapos bem grandões. – Gustavo estava muito interessado nos curativos grandes de esparadrapo.

— Eu também tenho um machucado aqui, olha vovó! – Alexis mostrou um arranhão milimétrico na coxa, já em fase de cicatrização. — a garotinha também queria atenção.

— Vou te fazer um curativo também, meu anjo. – Johanna percebeu que a menina também queria ter um curativo para desenhar. Que mal fazia, né? Jô deu um sorriso amoroso para a neta.

Martha riu e comentou para Johanna — Não sei quem parece mais o pai! Parece que estou vendo o Richard na idade deles. Adorava curativos grandes para desenhar.

— Crianças! – Jim sorriu todo bobo com as peraltices dos netos.

Aliviadas por nada de grave ter acontecido com o netinho, Johanna convocou as duas crianças para banho, pois estavam imundos e suados. — Chega de brincar aqui fora por hoje. Agora é banho.

— Pra que banho, vovó? – Gustavo passou rapidamente as mãos pela roupa e pelo corpo para pelo menos tentar tirar a sujeira e enxugar o suor. — Eu estou limpo! Tomei banho quando acordei. – o menino travesso falava com a certeza de que não precisava de outro banho. — Eu ainda estou cheiroso do perfume que a mamãe colocou na gente. Cheira aí, vovó!

— Perfume? O perfume já foi embora há muito tempo e o pouco que tinha se misturou com sujeira e com suor. – as duas senhoras riam— Vocês dois estão suados e sujos de terra. – Johanna avisou.

— Mas o suor daqui a pouco seca, né, Alexis? – o menino buscava apoio na irmã.

— É. Também acho, vovó, o suor vai secar e eu também estou limpa e cheirosa. – Alexis arriscou.

— Não me convenceram. – Martha comunicou.

— Mas vovó! – Gustavo já implorava.

— Meu lindo! Vamos logo. – ela o ajudou a levantar— Vamos andando para o banheiro.

— Eu nem posso andar, vovó... Eu... – ele tentava inventar rapidamente uma desculpa — Eu estou muito machucado e não posso andar nem tomar banho. – O menino pensou ter encontrado um ótimo argumento.

— Ok! – Johanna fingiu acreditar e piscou o olho para o marido e começou a encenação bem teatral — Jim, vá pegar a chave do carro, meu bem, porque nós vamos ter que levar o Gustavo ao hospital para o médico ver os ferimentos dele. Talvez ele precise tomar injeção e...

O garoto a interrompeu na mesma hora e muito esperto e sapeca, arranjou um jeito de suspender a ida ao hospital — Olha vovó. Milagre! Eu já posso andar...— ele levantou e começou a andar e saltitar e por pouco Martha, Jim e Jô não caíram na gargalhada. Tiveram que se segurar para seguir a farsa do hospital.

— Graças a Deus! – Johanna entrou no jogo dele, pois viu que a história do hospital havia dado certo.

— Mas você ainda vai fazer dois curativos bem grandões para eu poder desenhar, né, vovó? – o garoto perguntou com receio de ter perdido a oportunidade de ganhar dois curativos grandes.

Os adultos se entreolharam e prenderam o riso — Sim, meu amor. A vovó vai fazer dois curativos enormes.

— Em mim também.

— Eu acho que eu também quero um curativo, viu? – Jim brincou. — Quero curativo e carinhos da vovó Jô.

Jô riu do modo safado que o marido falara com ela e respondeu na mesma sintonia— Seu carinho eu faço à noite, amor. –

— Aonde é o seu machucado, vovô? – Gustavo quis logo saber.

— Seu avô está brincando, Gustavo. — Johanna disse isso e deu um selinho no marido.

Ao verem o selinho trocado pelos avós, as duas crianças imediatamente fizerem um trejeito sapeca no rosto ao dizerem em uníssono, um “Eca!”.

— Já que meus dois netos já estão sendo muito bem atendidos, o vovô vai voltar a ler o jornal. – Jim foi saindo sorridente.

 

.... .... .... .... ....

 

As duas avós e os dois netos foram em direção ao grande banheiro de hóspedes. Lá chegando Martha propôs ela própria dar o banho nos netos.

— Johanna, eu dou o banho nas crianças enquanto você vai pegar os itens necessários para fazer os curativos, porque somente você sabe onde encontrá-los aqui na sua casa.

— Você está certa. Eu espero vocês no quarto.

Martha retirou as roupas das crianças e as colocou no chuveiro. Fechou a porta de box de vidro e ficou, pelo lado de fora.

Mesmo com a visibilidade prejudicada por conta do vapor do chuveiro que embaçara o vidro, supervisionava o banho dos netos, indicando os locais para lavar. Ao terminar os levou para o quarto para enxuga-los e vesti-los.

— Vovó eu sei me enxugar sozinha! – Alexis avisou e a avó aceitou.

Martha passava a toalha no netinho. — Vamos enxugar bem essas dobrinhas do pescoço, da orelha, nos braços, nas pernas e por último os dedinhos do pé pra não ficar com chulé? – O menino riu.

No momento em que foi enxugar os dedinhos do pé esquerdo do garoto, Martha levou um susto e se não se sentasse na cama teria caído e isso não passou despercebido pelas crianças — Vovó! Você quase caiu.

— Vovó Jô! Vovó Jô! Vovó Jô! – Alexis saiu correndo para chamar a outra avó que chegou aflita, diante da agitação da neta.

— O que houve? – Jô perguntou tentando manter a calma e logo a mãe de Richard já estava melhor e segurava o pé esquerdo do neto.

— Johanna, o que é isso? – Martha mostrou com cuidado a sola do pé esquerdo do garoto.

— Ah, isso não é sujeira, vó, eu lavei bem o meu pé... Eu nasci assim. – Gustavo explicou risonho.

Johanna sorriu com a explicação do netinho— O Gustavo está certo, Martha. – Jô ainda sorria— É um sinal de nascença, amiga. Ele já nasceu com isso.

— Um sinal escuro, sem relevo, no formato exato de um coração, parecendo que foi desenhado e colorido à mão.

— Sim. É lindo, não é!

— É. É realmente lindo! – Martha deu um sorriso tímido e não prosseguiu com o assunto.

A partir daquele momento as duas vestiram, arrumaram e pentearam os netos e prepararam os curativos enormes e deixaram as crianças com canetas hidrográficas coloridas próprias para desenho, deixando bem claro que os desenhos seriam apenas no esparadrapo e não na pele.

Elas entenderam e ficaram sozinhos no quarto de brinquedos.

Antes de deixar os netos desenhando e sair do quarto, Martha abraçou e beijou Alexis e ao pegar o Gustavo para fazer o mesmo, ela se emocionou. Ela o apertou nos braços e chorou e o menino indagou — Porque você está chorando, vovó?

— Porque a vovó ama vocês dois. Vocês dois são os netos que toda vovó gostaria de ter e eu amo muito vocês dois. – Ele abraçou forte o menino e o beijou nos cabelos e em seguida saiu com a amiga, deixando os netos se divertindo no quarto de brinquedos.

— Johanna, preciso de um novo chá de camomila para ter uma conversa muito importante com você.

— Eu percebi o modo como você abraçou o Gustavo... Huuummm!!! Senti que tem algo estranho no ar... Você está me deixando aflita.

— Pode ficar aflita mesmo, Johanna. A coisa é séria!

 

 

 

 

Continua...

 

 

 


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Notas finais do capítulo

IMAGEM DO CAPÍTULO - Eu também fiz esta montagem especialmente para este capítulo. Eu montei as capas das revistas e tudo o mais. rsrsrs Os nomes das moças eu inventei todas, com exceção de Kyra Blaine que foi personagem da série. Lembra dela?
https://n1.picjoke.org/useroutputs/3324/2019-08-27/1-pt-73507906cb6b45685a78caff6d286a01.jpg



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