FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 28
Capítulo 28




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Após o café da manhã as crianças foram brincar na sala de jogos e Martha avisou que não almoçaria com eles, pois marcara de encontrar as amigas em um restaurante árabe.

Assim que ouviu Assim que ouviu o comunicado da sogra, Katherine olhou para o noivo, arqueou a sobrancelha como quem pergunta... “E agora, amor?”

Compreendendo o que o olhar da noiva queria dizer, Richard tenta dar um jeito. — Mamãe, que pena que você marcou com suas amigas... Eu e a Kate queríamos que todos nós almoçássemos juntos com os pais dela porque pretendemos fazer alguns comunicados importantes.

— Oh, crianças! – Martha lamentou e se dirigiu ao filho e à nora, no entanto deixou evidente que ficara curiosa para saber quais seriam as notícias — Oh, Deus! Porque vocês não me avisaram ontem... Seria menos complicado desmarcar.

— Mas é que decidimos isso ontem à noite na hora de dormir. Não foi nada planejado.

Animada para saber a novidade do jovem casal, Martha franziu o nariz e a boca de modo divertido e ainda piscou um olho na tentativa de conseguir arranca o segredo — Vocês não podem me adiantar nada?

Mas tanto Beckett quanto Castle balançaram a cabeça em negativa.

— Nada feito, mamãe! – Rick descartou a possibilidade de contar algo antecipadamente e sorriu.

— Eu tentei, né... – os três adultos riram, mas logo Martha teve um novo plano — Um momentinho... – Martha se levantou da mesa — eu vou me comunicar com as minhas amigas e tentar transferir o almoço para amanhã... Tomara que eu consiga. – ela se afastava um pouco a fim de falar com as amigas de forma mais reservada

Martha demonstrara disposição para ir almoçar com a família e saber as novidades

Depois de aproximadamente dez minutos Martha retornou toda sorridente cantarolando uma melodia em sinal de alegria — Consegui! Então, meus filhos, qual o local deste almoço? Vamos almoçar aqui em casa, em um restaurante ou na casa dos seus pais, Katerine?

— Por mim eu descarto o restaurante, pois é muito impessoal. Eu acharia melhor aqui no loft ou na casa dos meus pais. – Kate consultou o noivo e só de olhar ela viu que ele concordou, e logo deu uma sugestão mais firme — Acho até melhor na casa dos meus pais porque as crianças adoram brincar com o Pirata e como o dia está lindo, acho que vai ser o local ideal.

— Acho ótimo na casa dos seus pais, amor.

— Então vou telefonar para minha mãe para ver se ela mesma vai fazer o almoço ou se vão encomendar em algum restaurante.

— Querida, deixe que eu encomendo... – Castle tentou ajudar.

— Não precisa, amorzinho. Obrigada! Você sabe como são eles. Adoram receber convidados para almoçar ou para jantar e quando é a gente, então, é um prazer redobrado, segundo minha mãe.

Rick retirava da mesa tudo que fora usado no café da manhã. Guardava na geladeira ou nos armários o que sobrou ou o que permaneceu intacto e ainda colocava na pia para lavar o que estivesse sujo e Katherine usava a bucha com detergente e já adiantava o serviço quando ela chamou o noivo— Amor, vem cá.

— Diga. – ele respondeu ainda distante, pois retirava o remanescente das coisas do café da manhã.

— Não! Venha aqui perto de mim.

Assim que ele se encostou à noiva, ele a abraçou por trás — Huuumm!!! Está com saudades, é? – ele a provocou, beijando-a no pescoço e ela sorriu do jeito sapeca dele se portar.

— Eu até que estou com saudades, viu, mas é outra coisa.

— Ui! – ele gemeu simulando sofrimento— Fiquei magoado!

— Mas é bobo... – ela olhou para os lados e viu que estavam sozinhos e prosseguiu — Mas é bobo esse meu “noivo”! – a palavra “noivo” foi sussurrada para ninguém ouvir.

— Bobo e apaixonado pela noiva mais linda do mundo! – ele falou com os lábios colados no pescoço dela.

— Tá – ela girou o corpo e deu um selinho nele— Mas voltando ao que eu queria te dizer...— ela falou em tom de segredo— Que tal você falar agora com a Alexis, eihm? – Katherine sugeriu — Ela está na sala de jogos com o Gustavo e para ele não participar da conversa, mande-o aqui para falar comigo. Diz que... – ela pensou em algo, mas nada lhe vinha à mente — Diz que eu quero a ajuda dele. Pronto! É isso. Quando ele chegar aqui eu o mantenho ocupado até você retornar. Ou melhor, quando eu terminar de lavar a louça e guardar tudo, eu vou com o Gustavo lá para o seu quarto ficar vendo desenho com ele.

— “Nosso” quarto. – ele a corrigiu.

— Isso, “nosso quarto”. – ela deu um selinho nele, toda contente, ao ser lembrada que agora o quarto era realmente deles. — Pois é, eu vou ficar lá no nosso quarto até você aparecer com a Alexis.

— Ok, amor. – ele foi saindo ao encontro da filha, mas não sem antes dar um segundo selinho em Katherine.

— Boa sorte, amor. – Katherine sorria enquanto o via se afastar.

 

...............................

 

Chegando à Sala de Jogos Rick encontrou as duas crianças concentradas, sentadas sobre o tapete, brincando de “Jogo da Memória”. Eram pequenas papeletas de papel cartonado duplo e rígido recortadas em círculos. De um lado havia uma estampa neutra e do outro era uma figura de animal, bem próprio para a idade deles.

— Olá, meus amores!

Diante da entrada do Castle, as crianças desviaram a atenção do jogo e ficou a espera do que ele iria falar.

— Que delícia brincar de jogo da memória! – ele comentou.

— Quer brincar também, Rick? – Gustavo ofereceu.

— Eu quero, sim, cara, mas eu vim aqui pra te chamar porque sua mãe quer falar com você. Vá lá ver o que sua mãe quer, depois nós jogamos.

— Mas estamos no meio do jogo. – o garotinho argumentou. — Quando terminar...

— Ops! – Rick o interrompeu e piscou para o menino, o repreendendo de forma muito branda e divertida — Rapazinho, vá atender sua mãe. Ela está te chamando e quando você retornar você continua o jogo.

Obediente, mas não muito contente por ter que interromper o jogo, o menino se levanta — Eu volto já, viu, Alexis.

— Tudo bem, Guga. – Alexis estava tranquila.

O garoto ia saindo, mas retornou e perguntou para Rick de forma nada discreta, torcendo os lábios e arqueando as sobrancelhas — É sobre aquele negócio, Rick? Você pediu pra ela?

Aquela pergunta o pegou desprevenido, pois não seria sobre isso que Kate conversaria com o filho, no entanto resolveu arriscar, até porque aquele já era um assunto conhecido dela e ela tinha costume de lidar com situações inesperadas, ainda mais quando não eram tão inesperadas assim, como era o caso. — É! – ele confirmou a pergunta do Gustavo que ao ouvir, saiu em disparada para ver a mãe.

Imediatamente após a saída do Gustavo, que se retirou correndo da sala de jogos e seguiu para a cozinha, Rick se sentou ao lado da filha e dobrou as pernas de forma confortável.

— Filha, eu preciso conversar contigo uma coisa muito importante. – ela o escutava e, sem falar nada balançou a cabeça de modo afirmativo e, sem rodeios, ele continuou — Meu amorzinho, você gosta da Kate?

A garotinha sorriu com os lábios e com os olhos e, como se fosse uma mocinha, começou a discorrer sobre a namorada do pai — Papai, eu amo a Kate. Ela é ótima comigo. Ela não é como aquelas mulheres e ex-namoradas que você trazia aqui pra casa... Eca! Alexis, de repente fez cara de nojo e logo justificou a careta — Todas elas eram chatas e metidas e me olhavam como se eu estivesse suja, fedendo ou como se eu fosse ataca-las, ou pior, como se eu estivesse atrapalhando. Deus me livre! Graças a Deus que você conheceu a Kate e começaram a namorar, papai. A Kate é diferente! – a garota sorria— Ela conversa comigo, me faz carinho, cuida de mim como uma boa mãe faz e me trata igual como trata o Gustavo. Ela é paciente comigo e ela é tão linda! – a garota fez cara de curiosa— Porque você está me perguntando se eu gosto da Kate, eihm? Porque, pai?

Ele abraçou a filha e deu um beijo na testa e voltou a se afastar — Espera só um pouquinho, meu amor, que eu te digo. Agora me fale do Gustavo, filha? Você também gosta dele?

A garota fez a mesma expressão de felicidade e amor — Pai, ele é como se fosse meu irmãozinho. Eu adoro o Guga. Ele é um fofo. E o melhor, pai, é que ele não é como alguns irmãos pequenos de minhas coleguinhas da escola que perturbam elas, quebram os brinquedos e quebram as bonecas e não gostam de brincar com elas. – ela fez uma pausa e uma pequena careta engraçada — Ele é perturbado e muito traquinas, eu sei. Não estou dizendo que ele é um santo, até porque eu também não sou. – ela riu e piscou o olho para o pai — Mas eu adoro o Guga. Papai, vou falar uma coisa... – ela deu uma pequena pausa para ver a expressão do pai, mas logo continuou — eu sei que é assunto de gente grande, mas se você se casar com a Kate eu vou ficar muito contente, não só porque eu gosto muito dela, mas também porque o Guga vem morar aqui e a gente vai poder ser igual irmãos, né? Vamos poder brincar e conversar mais...

Richard a interrompeu — E discutir também, né, que às vezes eu vejo vocês com divergências.

— Mas é normal, né, pai, os irmãos também discutem, que eu sei.

— Ok! Então, meu amor, já que você falou que você ama o Gustavo, gosta de brincar e conversar com ele e que ele é como se fosse seu irmão, você gostaria que ele fosse seu irmão de verdade?

A garota fez cara de quem não entendia o que o pai dizia — Mas como assim ser meu irmão? Então você seria também o pai dele, é isso? Eu adoraria isso, mas como isso seria possível, pai? Eu não entendi.

— É assim, filha. Eu vou contar como começou esta história. Ontem à noite o Gustavo disse que gosta muito de mim. Disse que eu sou carinhoso com ele. Ele também disse que adora você e a sua avó Martha e me pediu para eu ser pai dele. Eu disse que eu gostaria muito de ser pai dele, mas que ele teria que pedir para a Kate, entende, Alexis, pois a Kate é a pessoa responsável por ele. Só que além de ele ter que pedir para a mãe dele, eu também tenho que pedir a você, pra ver ser você deixa ele ser seu irmão e meu filho. – Castle falava pausadamente e de forma repetitiva para que a filha, de só seis aninhos, entendesse a conversa que, com certeza, era complicada para a idade dela— Se a Kate ficasse grávida, filha, seria diferente, pois ninguém precisaria pedir nada a ninguém, pois o bebezinho ia nascer do namoro do papai com a Kate, mas estamos falando de eu ser pai de um garotinho que já tem quatro anos, entende? Por isso eu só posso aceitar ser o pai do Gustavo se você também aceitar. Se você aceitar, filha, então eu, Kate, Gustavo e você vamos à Juíza para dizer que queremos ser uma família e o Gustavo seria meu filho também.

Fez-se um silêncio.

— Eu aceito, pai. – ela sorria indicando que estava contente.

Como não queria iludir a filha, ele precisava perguntar se ela havia realmente entendido— Você entendeu mesmo o que o papai quis dizer, filha?

— Entendi, pai. O Guga disse que ama a gente e pediu para você ser o pai dele e você aceitou porque também gosta dele. Mas você só pode ser realmente o pai dele se eu e a Kate deixarmos. A Kate porque é a mãe dele. E eu, porque sou sua filha. Acho que é isso, não é?

— Que ótimo que você entendeu e aceitou, filha! – Ele a colocou no colo e a encheu de beijos no rosto e na testa. – Mas você nem pensou muito, filha.

— Mas e se eu também quisesse isso, eihm?

— Isso o que, filha?

— E se eu quisesse que a Kate fosse minha mãe?

 A pergunta deixou Rick sem palavras, mas logo despertou — Filha... – mas logo foi interrompido pela garota.

— Pai, eu nem lembro da cara daquela mulher... Aquela mulher lá que é minha mãe... Eu nem gosto de olhar para as fotografias que você me deu dela. Olhar pra que? Ela nunca vem aqui. – a garotinha se referia a Meredith, mãe biológica— Eu não sinto nada por ela. Ela nunca me faz carinho, não conversa coisas de mãe comigo, não brinca comigo. Papai, quando eu tenho pesadelos, é você quem me acalma e ultimamente é a Kate também e ela é uma fofa e me abraça tão forte que eu me sinto protegida. E quando você ficava viajando, a vovó me protegia de tudo e de todos. E aquela mulher, pai? O que é que ela faz por mim? Nada! Ela nem sabe qual a minha comida preferida, já a Kate, sabe. Quando você viajava pelo mundo para fazer as reportagens, você era mais presente do que aquela mulher. Ela nunca me protegeu e a Kate faz tudo isso comigo. Então, pai, quando é que a gente for falar com a Juíza, eu vou falar que eu não quero mais ser filha daquela mulher. Eu quero ser filha da Kate, porque ela sabe ser mãe e ela até parece que é minha mãe de verdade, pois tudo que ela faz com o Gustavo ela faz pra mim também. Até quando estamos fazendo coisas erradas, ela reclama com ele e comigo também, mas eu sei que ela está certa e só quer o meu bem. Portanto, papai, se eu falar tudo isso para o Juiz eu tenho certeza que ele vai deixar a Kate ser minha mãe.

Rick apertou a filha nos seus braços, confortando-a, pois ela começou a chorar — Papai, eu até acho que aquela mulher nem vai se incomodar de eu ter outra mãe, até porque acho que ela nem lembra que eu existo. Eu amo a Kate, pai e quero que ela seja minha mãe. Para sempre. – a garota falava entre lágrimas.

— Oh, meu amor! Eu fico preocupado com você, filha. Eu sempre telefono para que sua mãe venha te ver e participar do seu crescimento, mas ela nunca pode. Desculpa, filha. – ele a apertava forte nos braços.

Soluçando, a menina esclareceu — Não é sua culpa pai.

— Filha porque você nunca falou desse seu sofrimento? – ele estava devastado com o sofrimento da filha — Meu amor eu peço que você me desculpe. Eu não percebia que você sofria tanto.

— Eu já te disse, pai. Não é sua culpa – ela agora estava mais calma e não chorava —, mas você pode me ajudar, é só você reforçar meu pedido para o Juiz e também me ajudar na hora que eu for pedir para Kate. Você me ajuda, pai? Aí vamos ser uma família de verdade: Você é o pai, Kate é a mãe e eu e o Gustavo somos os filhos.

— Prometo que vou te ajudar, filha. Você é minha princesa e nunca mais quero vê-la chorar por este motivo e eu não vou medir esforços para fazê-la feliz. E se para isso acontecer depende de eu falar com Kate e com a Juíza, eu falo com elas. – Rick refletiu sobre um empecilho revoltanteMas Lexi, e se quando você pedir para a Kate ser sua mãe, a sua outra mãe, chegar e não deixar? É, filha... Sua outra mãe pode se opor.

— Ah, papai! Primeiro que ela não vai se opor. Acho até que ela vai gostar. Mas caso ela se oponha, eu peço ao Juiz para perguntar para a Kate e para a outra mulher qual é a minha comida preferida, qual o meu filme e o meu desenho animado preferido, qual o meu brinquedo preferido, qual a cor que eu mais gosto e peço para ele perguntar também se eu sei andar de bicicleta e de patins. Ele também deverá perguntar o nome da minha escola e qual a série que eu estudo e ainda os nomes das minhas amiguinhas. Quem acertar tudo é a minha mãe. Claro que aquela mulher não vai saber de nada e a Kate sabe de tudo e o Juiz vai dizer que a Kate que é minha mãe. – Alexis ria feliz com a saída que teve— E aí, pai, que tal minha ideia?

— Filha, você é menina mais inteligente do mundo! – ele, realmente, estava encantado com a esperteza da Alexis — Vamos falar agora?

A garota se animou com a disponibilidade e a disposição do pai em ajuda-la naquela missão.

Rick ficou de pé e ajudou a menina a se levantar e juntos seguiram até a cozinha e viram que estava vazia. Então foram para a suíte principal e lá estavam mãe e filho na cama deitados e assistindo desenho animado.

Assim que entraram no quarto, Rick fechou a porta.

Quando Gustavo viu Richard entrar no quarto saiu da cama e correu na direção dele não se importando para o fato de que a TV exibia seu desenho favorito.

Ao ver vê-lo se aproximando, Rick se abaixou ao perceber que a intenção do garoto era ser carregado e assim aconteceu.

— Papai! – Aquela palavra mágica encheu de amor o coração de Rick — A mamãe deixou você ser meu pai! – Gustavo abraçou o pai pelo pescoço, contudo, apesar de feliz, ele era inquieto como qualquer criança de quatro anos e logo pediu para descer, pois queria falar com Alexis — Alexis, você sabia que agora eu sou seu irmão? Eu pedi para seu pai ser o meu pai e ele disse que só poderia ser meu pai se minha mãe deixasse e ela deixou. Isso não é ótimo? – ele falava tudo de vez, quase embolado, e tudo muito rápido de tão contente que ele estava— Mas minha mãe estava explicando que pra seu pai ser meu pai, não bastava ela permitir, pois você também teria que deixar. Você deixa, Alexis? Por favorzinho! – ele fez uma cara de cachorrinho perdido na mudança.

— Eu adorei a notícia, Guga. – a menina abraçou o irmão — Eu deixo meu pai ser seu pai, mas você também tem que deixar sua mãe ser minha mãe, você deixa?

— Claro que eu deixo! – ele olhou para a mãe e disse todo feliz — Está vendo, mãe, que maravilha! A Alexis deixou.

Aquela pergunta e o comentário tão inocentes vindos de Alexis e do Gustavo chegou como uma bomba aos ouvidos de Katherine, só que não era uma bomba de guerra e sim uma bomba de festejos de Ano Novo, onde os fogos de artifício são de alegria e de comemoração por motivo maravilhoso.

— Alexis! – Katherine stava emocionada e se esforçava para não chorar, contudo suas pernas estavam trêmulas devido ao momento comovente e, por isso, nem ia se aventurar a andar, pois podia cair — Vem cá, meu amor. Vem dará um beijo na mamãe, vem.

Ao ouvir aquele pedido, a garotinha voltou a chorar e correu até onde Kate estava.

Kate recebeu a menina de braços abertos e a colocou no seu colo — Hey, filha, não chora, senão eu vou chorar também. – não adiantou prevenir, porque Kate já chorava— Já viu que somos duas choronas, não é? Tal mãe, tal filha.

— Então você aceita mesmo ser minha mãe?

— Eu aceito, meu amor. Claro que eu aceito. Eu te amo, filha e saiba que adorei saber que você quer que eu seja sua mãe. Te amo tanto e tudo o que eu sonho é ver você feliz. Você e o Gustavo. Eu durmo e acordo pensando em ver vocês felizes e com saúde e até parece que você nasceu daqui – ela tocou sua própria barriga —, igual o Gustavo. Mas fique sabendo, meu amor, que isso não faz a menor diferença, entendeu? Porque o amor sai daqui, veja bem, filha – Katherine tocou no próprio coração—, sai do meu coração, do mesmo coração, o mesmo amor que eu sinto por Gustavo e por você. É um amor infinito. Eu juro!

— Eu também te amo, Kate... mãe – ela corrigiu e ao fazer isso Kate a abraçou bem apertado.

— Deus! Quanta emoção você me chamar de “mãe”, meu amor.

Abraçaram-se apertado.

Depois de um tempo, Kate controlando a emoção, falou com a garotinha— Mas filha, não basta eu querer ser sua mãe... – Kate olhava para a filha e para o noivo— Você sabe que você tem uma outra mãe...

— Pois é, mamãe, o papai disse que temos que falar para o Juiz. Temos que pedir para ela deixar que o papai seja o pai do Gustavo e você seja minha mãe, então você tem que me ajudar e explicar para o Juiz que você não é igual àquela outra mulher – ela torceu a boca e olhou para o pai como forma de pedir ajuda para explicar.

Alexis repetiu para Kate todos os argumentos que falara ao pai.

Mas Katherine já sabia de tudo a tal respeito e nem precisava de explicação, mas mesmo assim ouviu tudo que Alexis tinha a dizer. Depois ela mesma falou com a filha — Meu amor, pode deixar comigo que eu vou falar com o Juiz. E sabe quem é que vai nos ajudar com todos esses assuntos? O vovô Jim e a vovó Johanna. – a menina ficou intrigada com aquilo e fez cara de quem não estava entendendo e Kate explicou. — Querida, seus avós vão nos ajudar e também vão falar com o Juiz e explicar tudinho, mas no dia em que houver uma reunião do Juiz com você, Gustavo, eu e seu pai, você tem que falar tudo isso que você me falou agora. Vai falar tudo o que o seu coração mandar. Você vai falar todas essas suas mágoas e suas dores com relação a sua outra mãe e o seu desejo de me ter ao seu lado. Vai falar também sobre o modo como eu te trato e como você me trata. Vai falar que me ama e que eu te amo. Vai falar sobre todas as coisas que fazemos juntas. – Katherine olhou para o filho — E isso serve para você também, mocinho. No dia da conversa com o Juiz, você tem que deixar seu coração mandar, como sempre faz, ok? Vai também falar para o Juiz sobre o modo como você e Rick se relacionam, sobre o amor que vocês sentem um pelo outro, sobre como vocês se dão bem, como ele te ajuda e te apoia. Crianças, o Juiz vai perguntar um monte de coisas e vocês têm que prestar muita atenção, mas até lá, conversaremos mais sobre isso. Mas o importante é não mentir para o Juiz. Ele não é inimigo. Ele é uma pessoa do bem e devemos somente falar a verdade para ele e a verdade é que todos nós nos amamos, não é isso?

Houve consenso geral e todos disseram sim.

Tem outra coisa – Richard os chamou— Outra coisa que eu e a mãe de vocês queremos falar é que... – ele fez suspense.

— Fala papai! – Alexis pediu.

Rick pôs Gustavo na cama, tirou a filha do colo da noiva e a colocou sentada ao lado do filho e trouxe Katherine para o seu lado e, de pé, em frente para os filhos, ele cochichou ao ouvido dela— ao mesmo tempo, ok?

Ela assentiu e ambos deram a notícia— Nós vamos nos casar.

As duas crianças se levantaram e começaram a pular de alegria sobre a cama.

— Êba!! Êba!!

— Oba!!Oba!!

De forma divertida e bem teatral, Rick os interrompeu— Ops! Esperem um minutinho. Ainda falta algo muito importante... Algo essencial.

As duas crianças pararam e olharam alarmados para o pai.

— O que é pai? – Alexis quis saber.

— É, o que é? Porque temos que esperar um minutinho, eihm, papai? Falta o que? – Gustavo estava assustado.

— Bem, faltou eu perguntar algo muito importante para vocês. A pergunta é: Gustavo e Alexis, vocês permitem que eu me case com a mãe de vocês?

— Pois é, eu tenho que fazer a mesma pergunta: Alexis e Gustavo, vocês permitem que eu me case com o pai de vocês?

Gustavo fez uma expressão divertida nos lábios e nos olhos, balançando a cabeça falando um sonoro— Dããnnhhh!! Dããnnhhh!! Dããnnhhh!! – como se aquela pergunta fosse completamente desnecessária— Claro que nós permitimos né, Alexis?

Alexis riu com a atitude e o modo do irmão falar. Apesar de só ter seis anos, ela deu uma resposta bem madura— Claro, que vocês podem se casar.

— Então, eu encontro vocês mais tarde na casa do vovô Jim e da vovó Johanna, porque eu tenho que sair mais cedo de casa, tipo, agora – ele riu— porque quero passar em uma joalheria para comprar o melhor e maior anel de noivado do mundo.

— Richard Castle! – Katherine estava assustada diante daquele comentário dele— Não se atreva a aparecer na casa dos meus pais com uma jóia gigante, tipo celebridade, que me impossibilite de usar por medo de assalto, sequestro ou sei lá o que mais. Eu quero um anel para usar no dedo e não guardar na gaveta.

Diante da reprimenda, Rick simulou ser atacado por um tiro e fez cara de dor e isso divertiu as crianças e até Katherine deu risada da encenação muito engraçada do noivo— Katherine Beckett, esta sua exigência foi cruel. Como assim não pode ser um anel grande?

— Acho melhor eu ir com você... Até porque você não tem a medida do meu dedo...

Ele negou— Primeiro, você não vai comigo. Segundo, eu vou levar o seu anel de noivado provisório para servir de medida. – ele continuava falando engraçado e fazia todos rirem.

— Rick!

— Amor, eu já te dei alguma jóia que você não pudesse usar sozinha ou com as crianças?

Ela o puxou de lado para as crianças não ouvirem a conversa e sussurrou— Já! – ela o mirou com os olhos semicerrados e o acusou — Um conjunto com esmeraldas em ouro branco cravejados de diamantes que você me deu quando completamos seis meses de namoro, lembra? Colar, brinco e anel. Não foi comemorando seis anos de casamento. Rick! Seis meses de namoro... Eu nem queria aceitar alegando que aquilo era uma fortuna. O conjunto deve ser mais caro do que um carro de luxo. Mas aí você se fez de vítima, se ofendeu e me convenceu. E só pude usar uma vez no coquetel de lançamento do seu último livro.

— Ah, mas esse conjunto não conta, porque não é para uso diário. Você vai usar novamente somente...

— Se for acompanhada de seguranças, estou certa?

— Rá, rá, rá – ele imitou o som de uma risada forçada — Claro que não. Você vai usar em grandes festas ou eventos na Delegacia ou na emissora de TV onde eu trabalho ou novamente em lançamentos de meus livros. Mas eu te falei que eu escolhi esmeraldas para combinar com seus olhos verdes.

— Porque você sempre me convence, eihm? – ele olhou para ele apaixonada.

— Até parece que você não sabe... – Rick piscou o olho para Katherine e riu— Simples! Porque você me ama, não resiste ao meu charme e é louquinha por mim.

Ela riu do jeitão todo especial com que ele falava aquelas coisas. E olhando para o noivo ficou a meditar que ele tinha razão, — Ok! Ok! Ok! Então, tudo bem. – ela o abraçou de forma amorosa e o advertiu de forma bem doce — Amor, você está certo... Eu te amo e sou mesmo louquinha por você, mas ponha na sua cabeça que o tamanho do anel não vai medir o tamanho do nosso amor, ok?

— Aí eu vi mulher inteligente! Kate, nosso amor não tem como a gente medir... – e fazendo graça ele completou— igual ao meu charme.

Ele mesmo ria dos seus próprios gracejos e ela ria junto.

— Quando você nasceu, Rick, Deus te deu doses extras de inteligência, caráter, charme, simpatia e de beleza, mas esqueceu de acrescentar modéstia. Sua mãe mesmo fala isso...ela rebateu a brincadeira e o enlaçou pelo pescoço — Meu Bonitão charmoso que eu amo tanto. – ela deu um leve beijo nele, mas logo retomaram a conversa com os filhos.

A conversa dos quatro durou mais um pouco e ficou decidido que ficaria a cargo de Kate e Rick falarem todas as novidades aos seus pais e que as crianças não comentariam nada sobre o assunto. Seria sigilo total e eles prometeram que guardariam segredo.

Rick tomou um banho, se arrumou e rapidamente se despediu de todos e foi à joalheria para comprar o anel de noivado.

...............................

Continua...

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

IMAGEM DO CAPÍTULO
https://n12.picjoke.org/useroutputs/3324/2019-08-27/12-pt-f1714ff38cc05babf32275b6f483bf32.jpg



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