FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Obrigada por todos os comentários. Amei todos. Coloquei em dia as respostas aos comentários até o capítulo 22 e estou devendo as respostas do capítulo 23. Perdoem-me. Amanhã eu atualizo. Mas não deixem de comentar, por favor, ok???
Gente, eu vou ser repetitiva, mas não me incomodo: EU ODEIO O JOSH e o ERIK e sou perdidamente apaixonada pelo amor que o RICK e a KATE sentem um pelo outro.
Viva o amor CASKETT!!!
Boa leitura e beijinhos.
Nos vemos nos comentários!!
Tá quase perto de acabar a fic, mas ainda dá tempo de me alegrar mais, então, Favoritem!!! Comentem!!! Recomendem!!!



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No final do capítulo anterior...

Kate aguardava o comparecimento das quatro suspeitos a serem interrogados.

Parou ao lado do Rick e do Josh para convidá-los para tomar café, no exato momento em que Josh a puxou para um abraço que além de indelicado era totalmente fora dos limites e na mesma hora ela o empurrou com rispidez. Como usara mais força do que ele esperava o detetive chegou a cair no chão, mas ela não se importou. Enquanto ele se levantava todo sem graça, Beckett fechou a porta e falando baixo, ralhou com ele de forma muito irritada — Josh, acho que você está com a memória fraca. Você ou é louco ou é desmemoriado? Sim, só pode ser isso, pois há mais de cinco anos que eu e você não temos mais nada. Mas deixe-me avivar sua memória: Acabou! Está lembrado agora?

Aquela declaração não pegou Rick de surpresa, pois Javier e Ryan haviam avisado que Josh era um ex namorado da Beckett. No entanto, apesar de ter detestado essa informação, apenas confirmou o que os amigos já tinham dito. A surpresa, no entanto, foi a época em que eles namoraram e, sem perceber demonstrou mais curiosidade do que queria. — Vocês namoraram há mais de cinco anos?

— Sim! – ele respondeu todo sorridente. Josh não tinha nenhuma vergonha na cara, pois depois de ter levado um empurrão de Katherine, ainda queria posar de ex-namorado feliz.

— Há mais de cinco anos? – Rick repetiu e reparou bem nos olhos azuis claros do Detetive e no seu tom de pele bem claro. Tudo levava a crer que aquele miserável era o pai do Gustavo e isso o irritou profundamente.

 

Capítulo 24

Até aquele momento, por considerar primordial a solução do caso Victor Vaughn, Beckett fizera um esforço sobre-humano para aturar a presença e os comentários inoportunos do Josh, só que sua paciência acabara de se esgotar e não iria conseguir mais um segundo suportar nem mesmo olhar para a figura dele, tampouco ouvir sua voz e ela o olhava com nojo ao responder ao namorado— Sim, Rick, esse sujeito foi meu namorado, mas este acontecimento está tão distante e tão turvo na minha mente que parece que foi em outra vida... E, vale ressaltar, uma vida nada boa, porque eu nem mais me lembrava dele. Nada do que eu faço, vejo ou vivencio hoje em dia na minha vida me lembra dele.

Richard recebeu com satisfação àquela informação, pois entrava em contradição com as suas desconfianças, ou seja, se nada que Kate via atualmente ela se lembrava do Josh, então o Gustavo não é filho do moço impertinente.

Olhando bem firme para Josh, Beckett foi ríspida — Eu não vi motivo para você ter aparecido aqui hoje, Josh. E agora, vejo menos motivo ainda. Será que nada do que eu te falei na época ficou guardado para aprendizado?

— Eu vim aqui hoje porque fiquei sabendo há pouco tempo que você tem um filho de quatro anos, quase cinco, então eu pensei...

Ao ouvir aquela insinuação do safado, Katherine virou uma onça de tanta raiva que ficou e logo o interrompeu e, com o dedo em riste, esbravejou — Não abra a boca para falar do meu filho, Josh Davidson. Eu nem vou me dar ao trabalho de negar esta sua desconfiança estúpida. Se você quiser saber alguma coisa, entre na Justiça e peça um exame de paternidade, mas daí você vai se arrepender de ter nascido, porque vou te processar por calúnia e difamação e, com certeza, você vai ficar me devendo até a próxima geração. – Katherine estava indignada— Deus me livre de ter tido um filho seu! – ela estava com muita raiva!

— E você fala estes assuntos na frente deste daí. – Josh apontou para Richard Castle— Daqui a pouco ele vai publicar tudo isso nos jornais e revistas de fofoca...

Rick partiu para esmurrar Josh, mas foi impedido pela namorada. — Rick, não suje suas mãos com essa pessoa imunda.

Kate fitou Josh com raiva nos olhos e continuou a reprimenda — Eu até tentei ser educada contigo quando você chegou aqui hoje, mas vejo que perdi meu tempo, Josh. — Ainda muito irritada, Katherine mostrou toda sua raiva, sem subir o tom de voz — Eu te ordeno que não abra a boca para falar do Castle. Você não tem noção de como ele é extraordinário e vou te dar uma notícia... Preste bem atenção: Nem se você nascer bilhões de vezes, você vai conseguir chegar perto do ser humano que ele é. E “este daí”, como você falou com voz carregada de inveja, é a integridade em forma de gente.

— Huuuummm! – ironizou — Pelo visto o jornalista tá pegando você, não é, Kate? – Josh cuspiu as palavras se mordendo de frustração.

Desta vez não houve tempo da Katherine impedir Richard de desferir um soco bem no meio do rosto do Detetive Josh Davidson. Até o próprio Josh que tinha dezenas de cursos de defesa pessoal, não conseguiu evitar nem mesmo desviar. O murro foi tão forte que o moço foi parar no canto da sala com o nariz sangrando.

Kate ficou apavorada com a cena e foi até o namorado e o segurou para a briga não prosseguir.

— Já chega, amor! – ela sussurrou seca.

Rick não deu ouvidos à namorada. Desviou-se dela e sem medo foi em direção do Josh e também num tom baixo, vomitou as palavras com muita raiva— Você deveria ter escutado a Kate, cara. Você é um burro... Muito mais burro do que aparenta. Muito burro mesmo, porque se fosse pelo menos um pouquinho inteligente, teria conseguido continuar namorando a Kate ao invés de tê-la deixado escapar. – Castle tomou fôlego e deu um sorriso irônico, carregado de satisfação — Mas foi bom. – Richard alfinetou — Graças a Deus você é um imbecil... Uma toupeira, porque assim, quando eu a conheci ela era livre e desimpedida e, obviamente, encontrei um jeito de desfrutar da extraordinária presença, participar da vida e do dia a dia dela. Você é um nojento!  – Castle frisou — E corrigindo o seu linguajar porco e vulgar, Josh, eu não estou “pegando” a Kate, eu estou namorando a Kate e vamos nos casar e formar uma família, coisa que você nunca vai poder fazer. Só lhe resta saber disso e morrer de inveja. E pode morrer de inveja mesmo porque eu e ela somos e continuaremos sendo muito felizes, enquanto você – Castle o olhou com menosprezo—, vai ficar por ai, rolando, rolando e quebrando a cabeça até nem sei quando. Se continuar imbecil, assim, vai ficar rolando eternamente.

Richard andou pela sala e retornou para junto da namorada, mas não tirava os olhos dele, morrendo de raiva. Ele viu que na mesa de Kate havia um copo d’água quase cheio, então, como estava com a garganta seca, o pegou e bebeu o resto do líquido, devolvendo-o imediatamente à mesa.

Não demorou muito e Josh se levantou do chão, ainda meio zonzo por conta do murro e, olhando para o casal, sem falar nada, se dirigiu à porta. Antes de se retirar murmurou, envergonhado, um pedido de desculpas — Peço perdão, Kate, eu não queria ofendê-la... Nem com relação a você ou seu filho.

Katherine mantinha-se calada, sustentava a expressão enfurecida com o olhar fixo no Josh e, com o tom de voz acanhado, o moço continuou — Seja feliz! – depois, olhando também para Rick, complementou visivelmente constrangido — Sejam felizes! Adeus!

Sem falar mais nada ele saiu da sala.

Ao ver-se sozinha com o namorado, Katherine o olhou cheia de amor e ternura — Meu amor! – ela estava emocionada com a cena que presenciou, mas tinha que se manter mais calma do que o normal, pois estavam na delegacia — O Josh não vale nada e você ainda foi bater nele. – ela demonstrou sua preocupação — Graças a Deus ele não é tão imbecil quanto eu pensava, porque ele anda armado e poderia, na hora da raiva, ter te dado um tiro e daí... Deus! Nem quero pensar no que poderia ter acontecido – ela conferiu a mão direita que o namorado usou para dar o murro em  Josh e conferiu as articulações dos dedos — Querido, ainda bem que você não machucou a mão quando bateu nele.

— Eu estou bem, amor. Estou com muita raiva dele ainda, mas vou ficar bem. E você, eihm? – ele acariciou os cabelos e o rosto da namorada — Está pálida, mas continua linda! – ele olhou pela vidraça e percebeu que ninguém olhava para eles, então deu um selinho nela e tornou a acariciar seu rosto — Eu te amo tanto, bela, tanto que nem sei dizer. E não suporto ninguém nem mesmo pensar ou falar mal de você, muito menos dizer besteiras a seu respeito.

— E aí, casal, quer dizer que quase tivemos outro caso de homicídio para solucionar aqui, né?

Mesmos tensos, Kate e Rick até conseguiram rir da forma divertida como Lanie entrou na sala e no assunto. – Só você para me fazer rir agora, viu, Lanie? – Castle informou torcendo a boca de forma divertida e se sentou em uma das poltronas da sala de Katherine.

— Ah, eu sou assim mesmo. Pra quer render um assunto tenso se podemos dar umas boas risadas, não é? – os três riram e ela continuou em tom debochado — Mas não vai ser isso que vai acontecer com o bonitão machucado que saiu daqui. Acho que o Josh vai passar um final de semana bem maçante e dolorido enfurnado em casa com uma bolsa de gelo na cara. Huumm! E vai ficar roxo, viu... – Os três riam do modo divertido que a médica falara. — Quem é que vai me contar com riqueza de detalhes tudo o que se passou aqui?

— Ninguém, amiga! Nem eu nem Rick vamos te contar nada, porque esse assunto já está morto e enterrado. – Kate piscou com carinho para a amiga e consultou seu relógio de pulso, ficando abismada com o horário — Agora eu e o Castle vamos estudar mais um pouco o caso. Temos que preparar os interrogatórios dos três suspeitos: André, Manoel e Jean Carlos e fazer um roteiro todo especial para interrogar o Michael, o irmão da vítima. E a senhorita – brincou com Lanie —, vai providenciar exame das digitais de Manoel e talvez um Raio X das mãos da criatura.

— Kate, meu amor – Rick chamou sua atenção —, sem querer desfazer do seu trabalho, eu já sei tudo o que vou perguntar para André, Manoel, Jean Carlos e também para o adolescente assustado, Michael. Vou apenas fazer algumas anotações e um roteiro para ficar melhor, ok?

Katherine escutava o namorado e concordou com ele com gestual.

— Para que eles respondam de forma certa, eu preciso que Lanie faça no Manoel os exames antes de eu interroga-lo. E preciso também que eles saibam que todos serão interrogados, mas nenhum pode entrar em contato com o outro, entende? Depois que eu finalizar os interrogatórios, é o tempo que Lanie vai entregar os resultados dos exames e daí é com você para fechar o caso. E aí o relatório será a porta de acesso ao nosso final de semana romântico.

Enquanto Rick falava, Lanie o observava atentamente e assim que ele terminou ela o questionou, caçoando — Desde quando você é Detetive e fica aí dizendo que vai interrogar, fazer e acontecer, eihm, Jornalista?

Com humor nos olhos, ele respondeu — Como hoje eu não tenho o meu programa de talk-show, ou seja não tenho quem entrevistar, então eu resolvi entrevistar os suspeitos aqui na delegacia... Tem até câmeras lá na sala, que eu sei. – ele brincou.

— Ah, fala sério, Rick! – Olhou para a amiga — Kate, o que foi que aconteceu por aqui para esse seu namorado querer interrogar suas testemunhas?

Para Lanie entender, Kate resumiu tudo o que havia acontecido, desde o fato de que ela sempre comentava sobre os casos com o namorado, passando pelo oferecimento dele em ajudar no caso tendo em vista que naquela sexta-feira ele não trabalharia na emissora e por fim, contou que tiveram uma reunião de emergência para repassar todos os dados, todos os vídeos, todos os depoimentos e tudo o que se relacionava ao caso, desde o início, onde filtraram e tentaram encaixar tudo o que tinha ocorrido.

— Ok, entendi, mas o que eu ainda não ouvi foi o pedido formal para eu ser madrinha desse casamento. – a médica zombou.

Revirando os olhos, soltando ar pela boca com um bico, Katherine buscou paciência para lidar com a amiga — Lanie, eu estou falando de trabalho. É coisa séria!

— E eu também! – Lanie sorria do jeito como a amiga reagiu e arqueou a sobrancelha em direção ao jornalista — E aí, Bonitão, e eu que pensava que pra você começar a namorar com a Kate é que iria ser difícil, eihm... – ela pilheriou.

— Lanie – Castle entrou na sintonia da médica—, essa mulher é mais difícil do que você imagina. Ela tem um medo doido de casar e está me enrolando para me dizer o tão sonhado “sim”.

Katherine entrou na sintonia da zoação e respondeu à amiga— Eu queria só dar uma informação para a senhorita: Eu já disse esse tão sonhado “sim”, mas...

— “Mas” o que, Kate? Eu estou falando do “sim” oficial, querida! Você está esperando o que mais, eihm? – Lanie indagava — Está esperando o Gustavo conseguir a carteira de habilitação para te levar de carro à igreja, é? Porque se for isso, amiga, até lá o Bonitão aí vai desistir de você.

— Desistir eu não vou, mas esperar até o Gustavo completar dezoito anos? Ele tem quase cinco, então... Sério, Kate?

— Acho melhor você não ir na onda da Lanie, viu, Rick. – mesmo brincando, ela ralhou com o namorado — Você está indo pelo caminho errado, entendeu? Ela fica aí me apressando pra casar, mas agora pergunte a ela quando é que vai ser o casamento dela com o Esposito? – a médica arqueou a sobrancelha e mudou a expressão do rosto e Beckett usou isso para caçoar — Ah, aí ela fica sem resposta.

— Pois fique a senhora sabendo que eu e o Espo...

— Chefe, chegamos! – Esposito entrou na sala de Katherine e fez cara de surpresa ao encontrar sua namorada ali, pois raramente ela saia do Necrotério para ir à Delegacia — Hey, perdi alguma coisa?

— Você foi salva no último milésimo de segundo, Lanie – Kate riu — E chega de encontros de comadres. – sorrindo com a cara pasma do outro casal, Katherine cortou a conversa e começou a falar com o Detetive — Conseguiu encontrar o Michael, Esposito?

— Fácil, chefinha. O pai dele veio junto e trouxe um advogado porque não sabia no que o filho havia se metido. Ele já está tenso por conta do filhinho que morreu e agora o mais velho vem à Delegacia para depor. O garoto jurou para os pais que é inocente e que não fez nada. A mãe dele ficou chorando em casa e ela só não veio porque não tinha com quem deixar a pequena Rebeca.

— E o Manoel, o Jean Carlos e o André? Eles também foram localizados? – Richard perguntou.

— Sim, “chefe” – Esposito zoou do amigo.

— Deixe de onda, cara. – Richard ralhou com tom divertido.

— O André também veio com o pai porque é menor de idade e o advogado deve chegar a qualquer momento.

— Onde está o Josh, eihm?? – Ryan perguntou meio distraído ao entrar na sala.

— Ele foi cuidar da vida dele. – sem dar muita importância, Katherine respondeu de modo a encerrar o assunto “JOSH” e logo procurou saber sobre os suspeitos — Você colocou cada um dos rapazes em uma sala separada até a hora do interrogatório, não foi, Ryan?

— Sim, Beckett. Mas nós colocamos o Michael na sala de interrogatório número 1. Se você concordar, ele deveria ser o primeiro a ser interrogado porque a família está destroçada com a morte do filho, ainda mais agora com a vinda do rapaz para a delegacia.

Kate perguntou ao namorado — E aí, Castle, você não disse que ia fazer um roteiro para interrogar os suspeitos?

— Vou sim. Venha comigo para minha sala e traga sua pasta com os papéis. É o tempo que eles ficam ruminando e fervendo a cabeça.

— Sim, senhor! – ela ironizou.

— Garota obediente. Eu gosto assim! – Richard falou baixinho para a Lanie, sabendo que Kate iria ouvir a zoação.

— Eu ouvi, Sr. Richard Castle. – Kate falou baixinho, mas deu para todos ouvirem. Ela sorriu, demonstrando que estava na mesma sintonia da zoação, porém, voltou a falar de trabalho, pois precisava encerrar o caso que já se arrastava há três cansativos dias. — Então, vamos ao trabalho, não é, minha gente?

 Ainda na sua sala, à porta fechada, com o namorado, Lanie e os dois Detetives, Beckett desabafou. — Minha gente. Ainda bem que vocês estão comigo. Uma criança foi brutalmente assassinada. Três dias em um único caso, estamos todos cansados... Eu quero agradecer a vocês pelo empenho. Ainda bem que o Castle encontrou estas teorias. Eu vou com o Castle até a sala dele para fazermos um roteiro de perguntas e em pouco tempo retornamos para ouvir os suspeitos. Enquanto isso, Lanie, providencie com o seu pessoal colher as impressões digitais do Manoel e também Raio X ou ... Aliás, você que é a médica aqui e sabe o que será necessário para constatar se ele está ou não com mãos e dedos quebrados, fissurados, fraturados, ou seja lá o que...

— Não precisa mais o Raio X, chefinha – todos olharam para o Ryan no momento em que ele deu aquela importante informação—, porque quando a viatura chegou na casa dele, os policiais o encontraram jogando bilhar no quintal da casa e as mãos estavam sem gesso, faixa ou qualquer curativo que indicasse machucado.

Rick arqueou a sobrancelha na direção da namorada — Bingo! Bem que eu suspeitei, não foi? Minha teoria até agora está certa. Está ficando mais fácil.

— Com certeza! – os Detetives confirmaram ao mesmo tempo.

— Seria bom se vocês comentassem com cada um dos quatro que todos vão ser interrogados. – Rick sugeriu — Eles não podem se comunicar, não é?

— Eles estão sem comunicação com os outros! – Esposito respondeu— Estão separados e eu e o Ryan já comentamos com eles sobre isso e eles estão desesperados.

Esta última informação deixou o jornalista contente.

— Que Deus nos ajude! Venha! – Kate se dirigiu a Rick e saíram na direção da sala dele.

Na sala do Castle, ele e Beckett iam discorrendo sobre o caso de homicídio e montando no computador o roteiro de perguntas para cada um dos suspeitos, inclusive o Michael. Richard usava sua memória e os apontamentos de Kate e ainda os dados contidos nos depoimentos e exames médicos. Finalizaram o roteiro com uma informação que valia ouro, trazida por um Auxiliar: O exame das impressões digitais que a equipe de Lanie fez no Manoel, comprovou que ele tocou dezenas de vezes no tonel de lixo onde o garotinho fora encontrado morto e isso, com certeza, no ponto de vista da Beckett e pela experiência dela, facilitaria a sua condenação.

Depois de finalizado, Rick e Kate releram o roteiro e ficaram satisfeitos com o resultado.

..........................................................

O caso foi encerrado com sucesso.

Como Castle suspeitara, André arquitetou tudo e, como tal, foi o mandante do crime e ajudou o Manoel e o Jean Carlos na execução da tarefa de matar a criança. Todas as providências jurídicas e processuais foram tomadas, inclusive no tocante à apreensão do André, visto que não poderia seguir para o presídio, por se tratar de menor de idade.

Parecia fácil, no entanto, os interrogatórios foram exaustivos para todas as partes, tanto os suspeitos, quanto a polícia, inclusive para Richard Castle, Michael Vaughn e seu pai, que, ao final, estava muito emocionado com o desfecho. Erik Vaughn levou o filho para casa, mas antes de ir, a equipe médica deu-lhe um sedativo moderado, pois ele estava à beira de um colapso nervoso.

Faltando exatamente vinte e cinco minutos para às vinte horas o relatório ficou pronto e Beckett o encaminhou online para os setores e órgãos competentes.

Com o objetivo de desacelerar, todos foram conversar na sala da Beckett.

— Dispenso o café. – Kate recusou com polidez a oferta de Castle. – A cafeína vai me deixar mais ligada do que eu já estou, amor. Obrigada.

Ela estava pasma — Eu já vi muita coisa horrível nestes anos, mas ainda não consigo acreditar que um garotinho de seis anos... Deus do céu, da idade da Alexis!... Ele foi assassinado por conta do egocentrismo de André. Como é que pode um garoto de quinze anos ser tão egocêntrico a ponto de matar o vizinho... Um menininho de seis anos... Meu Deus! Somente porque queria ser titular no time infanto-juvenil no lugar do Michael, eihm?

— Michael está inconsolável. – Castle comentou — Eu estava conversando com ele e com o Erik... Ele me disse que nunca vai se perdoar porque o irmão morreu por culpa dele. Ele não parava de chorar. Uma cena terrível! Até que a equipe médica foi atendê-lo. Você o ouviu, não foi, Kate... Ele disse que não acreditou nas ameaças do André. O Michael disse que se soubesse que André iria cumprir a ameaça, ele abriria mão da vaga do time...

— Nem sei se o Michael vai querer continuar jogando no time. – Esposito opinou.

Lanie os interrompeu — Na condição de médica, eu aconselhei ao pai do Michael que ele deve procurar ajuda psicológica não só para o garoto, mas para todos da família, porque a história é dura e difícil de assimilar e na hipótese da família não procurar um tratamento adequado essa culpa que o rapazinho carrega vai aumentar a cada dia. Se não derem atenção agora, amanhã as coisas podem sair do controle e toda a família vai entrar em colapso... Um vai ficar culpando o outro até estourar a bomba.

— E o pior, gente, é que o André não se sente culpado. – Esposito concluiu muito irritado. — Ele disse que o culpado é o Michael. Disse que se o Michael cedesse seu lugar, o Victor estaria vivo.

— Ainda bem que André, Manoel e Jean Carlos, separadamente, confessaram o crime. Disseram que André arquitetou, mas que os três executaram tudo em conjunto. – Ryan comentou cheio de pesar — André remunerou Manoel e Jean Carlos com presentes que recebia dos próprios pais e prometeu dar mais coisas todos os anos.

— O André é quase um homem, mas o cérebro é de uma minhoca. – Richard comentou — Um garoto mimado e idiota. Só tem tamanho e músculos, mas juízo que é bom, não tem nenhum. E os dois homens, Manoel e Jean Carlos conseguem ser ainda pior.

— Três monstros! Manoel recebeu a tal mesa de bilhar grande e desgastada onde estava jogando esta tarde com os vizinhos. O Jean Carlos recebeu uma moto já rodada de baixa cilindrada. Tudo para acabar com a vida de um menininho de seis anos. É o fim do mundo, viu? – Ryan estava arrasado e passou a mão nos cabelos, demonstrando cansaço — Gente eu já vou. Minha mulher está em casa me esperando para jantar e me telefonou dizendo que o pequeno Nicholas Javier já dormiu e que Sara Grace não para de chamar pelo papai. – ele deu um lindo sorriso ao falar da mulher e dos filhos — Depois de tanta miséria eu estou louco para ver meus filhos. Verei o meu bebezinho acordado amanhã, mas vou correr para encontrar a Sara Grace acordada.

— Por falar nisso... Chefinha, teremos final de semana ou estaremos de plantão? – Esposito quis saber.

Beckett torceu a boca contente — Também somos filhos de Deus! Eu já conversei com o Capitão e disse que estamos exaustos... – ela fez um suspense bem teatral, mas logo acrescentou — Bom final de semana, rapazes... – olhou para Lanie — E você também, amiga. Nós voltaremos à delegacia somente segunda feira, completamente renovados. – Kate foi até a porta da sala onde todo o pessoal do andar poderia ouvi-la— Eu quero aproveitar a presença de todos da minha equipe e agradecer a vocês pelo empenho. Vocês são ótimos! Obrigada! – A turma aplaudiu, feliz com o resultado positivo e Beckett continuou — Quero também agradecer a Richard Castle pela ajuda fundamental para o encerramento do caso. Sem ele acho que estaríamos ainda quebrando a cabeça. – Houve novo aplauso e aos poucos as pessoas foram se despedindo e o salão ficou vazio.

— Ah, cara! É mesmo. Kate está certa. – Esposito estava visivelmente grato ao jornalista e estendeu-se a mão para cumprimentos – Obrigado! E desculpe as brincadeiras sobre isso, tá certo? Você é o cara!

— Eu também quero agradecer e tomara que você continue por perto pra nos dar um apoio. – Ryan concluiu.

— Pronto! – Lanie fez graça — Com tanta bajulação, agora é que eu não vou mais suportar esse seu namorado, viu, Kate. Ele está todo cheio! Está todo convencido! Ele é o bom! Não é somente o “Bonitão”. Ele agora também é o “Bom!”.

— Eu não falei nada, Dinda! – Castle se defendeu e piscou para Lanie, provocando-a. — Vocês é que estão me enchendo de elogios.

— Ah, gente, mas o que é que eu posso fazer se ele salvou o nosso final de semana, eihm! – Kate concluiu toda feliz.

— Já que ficou comprovado que André, Manoel e o Jean Carlos foram os assassinos do garotinho, eu agora vou revelar a vocês que teve um momento em que eu pensei que o Erik Vaughn fosse o culpado da morte do filho, viu? Mas eu não tinha nenhuma prova, então fiquei calado.  – Esposito expôs suas suspeitas.

— Nossa Senhora! Porque você pensou assim? – Ryan quis saber.

Espo olhou para o Castle e para a Beckett — Gente, sem brincadeira... Sem querer provocar vocês dois, eu vou dizer uma coisa que estava me incomodando bastante. – ele fez suspense.

— Diga logo, Esposito. Porque você pensou que ele fosse o assassino, eihm? – Castle pediu.

— Eu estava achando muito estranho o Erik ficar aqui o dia todo, dando palpite em tudo, ouvindo nossa conversa, nossos telefonemas, querendo escrever no quadro de evidências e também acessar nossos computadores, e pra piorar, não tendo nem a discrição de dar em cima da Kate, elogiando a beleza dela, o modo dela trabalhar, a inteligência dela e mais um monte de elogios, até a convidando para almoço, etc, mesmo que ela desse um corte atrás do outro, não o incentivando a continuar. Ela o expulsou da delegacia e o aconselhou a ficar com a família, mas não teve jeito, ele era incansável! – Espo fazia cara de quem estava intrigado — Ah, gente, qual o pai que fica flanando por aí, paquerando, logo depois de perder seu filhinho em uma morte tão trágica, eihm, ao invés de demonstrar estar sofrendo ou ficar em casa ajudando a família a suportar a dor?

— Com toda sinceridade do mundo, eu vou dizer uma coisa... – Castle tentava explicar — Lógico que apesar de confiar muito na Kate, eu fiquei com ciúmes. – Rick deu um leve sorriso e piscou para a namorada, mas logo voltou a falar com seriedade — Eu vi que o Erik Vaughn estava dando em cima da Kate... Aliás, vi e ouvi, mas, mesmo sem ser médico ou psicólogo, eu creio que ele está passando por um transtorno afetivo pós-traumático que o fez pensar que estava apaixonado pela Beckett, quando, na realidade, ele estava muito grato por ela estar cuidado com muito zelo do caso de homicídio do filho dele. E o fato de ele ter se encantado com a beleza, a simpatia, o empenho e a inteligência da Kate o ajudou a confundir os sentimentos. Não sei se vocês perceberam, mas no final do dia, apesar de todo o sofrimento, ele já olhava a Kate de outro modo. Talvez só eu tenha percebido isso por conta do meu envolvimento pessoal com ela. Mas, amigos, juro que em nenhum momento eu o vi como assassino. Ele estava perturbado com a perda e agora, mais ainda, pois, o filho mais velho estava envolvido no caso... De forma inocente e indireta, mas estava envolvido...

— Entendi. – Javier concordou com o amigo jornalista, mas depois fez uma zoação — Sim, tudo bem que ele estava confundindo os sentimentos, mas o cara não parava de elogiar a beleza da Beckett. Tudo que ela fazia era lindo... – ele fez trejeitos divertidos, levando todos a rirem.

Nem o Castle nem a Beckett se aborreceram com a brincadeira do amigo, muito pelo contrário, os dois riram muito.

— Vocês vão ficar aí brincando, é? Vocês não estão cansados? Porque eu estou exausto e já vou. – Ryan brincou com os amigos e se dirigiu à porta da sala indo na direção do elevador e atrás dele estavam os dois casais, Rick com Kate e Lanie com Esposito.

— Parece que eu não vejo as crianças há séculos! – Kate falou se referindo ao filho e a Alexis. — Estou morrendo de saudades.

Na garagem, todos se despediram.

— Boa noite!

— Bom final de semana!

— Até segunda-feira.

Mais um caso de homicídio encerrado com sucesso.

 

 

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

IMAGEM DO CAPÍTULO:
https://n1.picjoke.org/useroutputs/3324/2019-08-26/1-pt-96c958d70c6385eaac2b3a663e18a508.jpg

Cena em vídeo que não consegui postar no capítulo:
http://pbs.twimg.com/tweet_video/CILlQE1UEAQwBL0.mp4



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