FEITOS UM PARA O OUTRO: Para Sempre escrita por Denise Reis


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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Durante o trajeto até a casa de Richard, a conversa entre os três fluía animada sobre vários assuntos e Gustavo mostrava-se feliz e desembaraçado. Quando começaram a falar sobre Pirata, Rick o encheu de perguntas e o garoto respondia e elaborava comentários inteligentes e divertidos.

Já perto de casa, Richard puxou o assunto da filha — Gustavo, você sabia que eu tenho uma filha?

— Uma menina, é? – Gustavo franziu a testa e fez bico, como qualquer menininho faria — Sério!? Bem que podia ser um menino como eu, né? — Rick riu diante da sinceridade e inocência do garoto, no entanto, mostrando-se confiante e esperto ele aceitou e fez um monte de perguntas – Mas tudo bem. Ela é criança como eu? Ela é do meu tamanho? Como é o nome dela?

— Sim, ela é uma criança igual a você. O nome dela é Alexis. Ela tem seis anos.

A curiosidade natural do lindo menino não cessava — Ela também tem cachorro?

— Não! Apesar de morarmos em um apartamento grande, não dá certo ter cachorro, né, porque cachorros precisam de casa com quintal.

— Você falou igual a minha mãe. Ela disse que Pirata não pode morar no nosso apartamento, só na casa do vovô e da vovó. E o nosso apartamento não é grande.

— Entendi.  – Rick concluiu e logo sorriu e piscou para a namorada, indicando que adorou o garotinho.

— Mas ela gosta de cachorro, Rick? Se ela gostar eu vou deixá-la brincar com o Pirata. – Gustavo comentou todo prestativo — Mamãe, eu posso levar a Alexis para a casa da vovó para ela conhecer e brincar com o Pirata, não posso?

Satisfeita por conta de que seu filhotinho lindo estava totalmente à vontade com seu namorado, Kate estava feliz — Claro, meu bem. Se a Alexis gostar de cachorro nós a levaremos para casa dos seus avós para ela conhecer e brincar com o Pirata. Depois a gente combina isso.

O garoto irradiava felicidade e parecia não cansar de falar e de perguntar tudo e isso agradava muito, tanto a Richard quanto Katherine, pois mostrava que ele se sentia muito à vontade com a presença do “seu novo amigo” — A Alexis gosta de beisebol?

— Ela gosta sim e...

— Ela torce pelo nosso time, não é, Rick? Se ela torcer pelo nosso time a gente podia levá-la ao estádio, né, mas se ela não torcer pelo nosso time, tá fora! — Gustavo parecia um homenzinho e isso encheu o coração de Katherine de orgulho.

— Sim, garotão, a Alexis também torce pelo nosso time e vamos todos para o estádio, até sua mãe.

— Eu tenho a camisa do meu time. A Alexis também tem?

— Claro que tem!! Eu e ela temos camisas do nosso time e vamos comprar uma para sua mãe que, pelo visto, ela não tem.

O sorriso de Kate confirmou o que Rick falara, mas Gustavo não prestou atenção no detalhe do sorriso, pois a notícia inteira deixou Gustavo eufórico e ele comemorou — Êba!! Êba!! Êba!!

Passada a euforia do garoto, ele agora ia olhando o caminho por onde iam.

Sem perder a atenção na direção do carro, Rick acariciou a mão esquerda da namorada e sussurra — Adorei o Gustavo. Ele é autêntico, muito inteligente, divertido e tem opiniões e reações iguais a mim com relação a coisas que gosta. Estou pasmo! Se fosse meu filho talvez não parecesse tanto... Até fisicamente ele se parece comigo. – e para provocá-la, ele acrescentou — agora que eu não te largo nunca mais mesmo.

Katherine sorria feliz com comentário do namorado acerca do seu filho e assim, seguiram até o destino.

Chegaram ao apartamento de cobertura de Rick e assim que Rick abriu a porta da sua residência, Alexis veio em direção do pai e o abraçou apertado toda feliz — Papai! Que tal o passeio, eihm?

— Minha princesinha! O passeio foi ótimo! – Rick a carregou e deu um monte de beijos na garota, devolvendo-a ao chão.

Percebendo que a garotinha observava sua namorada e o filho dela, Richard se apressou em apresentá-los — Alexis, querida, lembra que ontem, por telefone, eu te falei da Katherine e do filho dela? – a garotinha aquiesceu sorridente — Pois é, meu bem, então esta é a Katherine e este é o Gustavo.

Katherine se agachou para ficar do tamanho daquela linda garotinha de lindos olhos azuis claros iguais aos do pai e com lindos e sedosos cabelos ruivos na altura do pescoço, levemente emborcados nas pontas.

— Hey, Alexis! — Katherine deu um beijo no topo da cabeça da garota que, apesar de sorridente, demonstrou uma timidez natural diante da desconhecida. — Você é linda e parece uma princesa da Disney. Eu estava muito ansiosa para te conhecer.

A linda menina levantou os olhos para Kate e sorriu— Eu também estava querendo te conhecer, Kate... Posso te chamar assim? — Katherine assentiu e a menina continuou — Você também é linda, viu, e parece uma artista de cinema! Meu pai disse que estava em um resort com você, Kate. Os resorts têm muitas piscinas. Você também sabe nadar? Eu sei nadar. — Com delicadeza, Alexis deu a mão a Katherine e a levou para o sofá e indicou que ela deveria se sentar.

Richard analisava a cena e estava evidente que Alexis gostara de Katherine, pois além de sorrir e ter sido delicada, a garota desatou a falar e fazer perguntas, coisa que nunca acontecera quando ela encontrara com algumas das suas ex namoradas. Tudo isso era algo novo na vida dele e por isso não cabia em si de tanta felicidade.

Comunicativo, muito simpático e demonstrando que se sentia bem ali, Gustavo respondeu no lugar da mãe com o objetivo de se inserir na conversa— Eu também sei nadar e também sei montar à cavalo, Alexis. E você, eihm, você sabe montar à cavalo?

— Nunca montei à cavalo... – a garota se dirigiu ao garotinho e respondeu sorridente.

— Mamãe, podemos levar a Alexis também na casa de campo da vovó e do vovô. Eu vou deixar ela montar no meu cavalo. – Gustavo sugeriu sorridente.

— Sim, meu querido. Vamos todos à casa de campo.

Alexis se sentiu prestigiada pelo convite e pelo carinho do menino. – Ah, que maravilha, Gustavo! Eu gosto de cavalo, mas nunca montei.

— Eu vou cuidar de você para você não cair, viu, Alexis? – ele prometeu — Eu vou tomar conta de você e vou te ensinar. – o garotinho de quatro anos parecia um homenzinho, todo charmoso e cuidadoso com a menina.

— Eu vou adorar, Gustavo. Você anda sozinho à cavalo, é? Você não tem medo de cair?

— Quando eu era pequeno eu tinha medo, mas agora eu já cresci e não tenho mais medo. – Katherine se prendeu para não soltar uma risada ao ouvir seu filho mencionar “quando eu era pequeno” e “agora eu já cresci”..., mas logo o menino explicou — o meu avô e a minha avó me ajudam.

A conversa fluía agradável entre os quatro como se todos se conhecessem há muito tempo e as duas crianças gostaram rapidamente uma da outra.

— Você estuda na Escola Santo Antônio? – Alexis perguntou ao garotinho.

— Sim, eu estudo lá. Porque?

— Porque eu também estudo lá e já vi você no horário do intervalo. Eu vi você correndo com outros meninos do seu tamanho.

— Nossa Senhora! Que coincidência, amor. A Alexis também estuda na Escola Santo Antônio? – Katherine perguntou ao namorado.

— O Gustavo também estuda na Escola Santo Antônio? – Richard perguntou à namorada.

A simultaneidade das perguntas causou risada nos quatro e isso serviu para unir mais ainda as crianças que se afastaram um pouco até uma parte mais recuada da sala e começaram trocando informações preciosas para a idade delas. De onde Kate e Rick estavam, dava para ouvir as risadas inocentes.

— Onde está sua avó, Alexis? – Rick perguntou para a filha, mas ela não ouviu, pois estava mais distante.

Mas a garotinha nem precisou responder, porque a elegante Martha Rodgers entrava pela sala de modo triunfal e, com muita simpatia, imediatamente se dirigiu à Kate. — Até que enfim chegou o grande dia de te conhecer pessoalmente, querida! — a charmosa senhora pegou ambas as mãos da nora e dando um passo para trás, analisou-a de cima a baixo sem disfarçar e deu um sorriso enorme, chegando a brilhar os olhos — Deus! Katherine, como você é linda! – a sinceridade e simpatia dela eram visíveis— Eu a vi no programa de TV quando meu filho a entrevistou e vi também as fotos que ele me trouxe para eu vê-la melhor. – ela piscou de forma marota para a nora— e posso te dizer que a câmera é sua amiga, mas, preciso te confessar que pessoalmente, você também é deslumbrante! Ainda bem que além da beleza você também tem a inteligência e simpatia, viu, querida. Adorei saber que vocês estão namorando... Demorou um pouquinho, não foi? – ela torceu a boca divertida — Você deu um molho no meu filho... Mas tudo bem, eu a perdoo... – Martha Rodgers a puxou para um abraço apertado.

— Ah! Quantos elogios! Estou até sem graça, Sra. Rodgers...

— Ops! – a charmosa senhora a interrompeu o abraço cheia de sorrisos— Se quiser conservar a amizade, chame-me de Martha.

— Ah, então tá certo. Martha! – os três adultos sorriam felizes.

— O Richard me disse que você tem um filho, porque você não o trouxe, querida? Ele é quase da idade da minha neta. – Martha não escondia sua felicidade com a presença da nora.

— Ah, eu o trouxe, sim.

— Então, onde está o seu garotinho? – Martha indagou curiosa.

Katherine tentou explicar— Ele se afastou..., conversando com a Alexis.

— Então daqui a pouco eu o vejo...

Mal terminou de falar Martha ouviu risadas infantis e ao olhar na direção das crianças que se aproximavam, a encantadora senhora ficou pálida e se não fosse o Rick para ampará-la e ajudá-la a se sentar no sofá, ela teria caído no chão.

— Mamãe, o que houve? – Castle ainda segurava as mãos da mãe – Você está pálida e gelada! – ele constatou – Você está passando mal?

Mesmo sem ter intimidade com a localização das coisas da cozinha, Kate correu e conseguiu um copo com água, o trazendo rapidamente para a sogra que, após beber alguns pequenos goles, devolveu-o quase cheio.

Com o objetivo de tirar as crianças dali para não assustá-las com o mal-estar da Martha, Rick sugeriu que Alexis levasse Gustavo para o quarto de brinquedos e a garota gostou da ideia.

— Vamos, Gustavo. Eu vou te mostrar um monte de brinquedos.

— Quarto de brinquedos de menina? Mas não é somente Barbie, Poly e princesinhas da Disney, né? — Gustavo perguntou, espirituoso, fazendo a garotinha rir.

Alexis adorou o jeito divertido de Gustavo e riu muito com aquela pergunta — Não, Gustavo, eu tenho outros brinquedos. Eu tenho, por exemplo, dois sabres de luz do Darth Vader, do filme Guerra das Estrelas... Um é meu e o outro é de meu pai, porque ele adora brincar dessas coisas comigo. Tenho também o escudo do Capitão América! Tenho um monte de brinquedos de Super-Herói. O papai adora todos.

— Uaaauuuwww!!! – o garoto estava nas nuvens de alegria — Vamos logo pra lá que eu quero ver isso.

As duas crianças saíram correndo em direção ao quarto de brinquedos a tempo de ouvir advertências de Kate — Cuidado!

Assim que os três adultos ficaram à sós, toda a atenção ficou voltada para a encantadora senhora. — Martha, você quer que eu te faça um chá?

— Não, querida, eu não quero chá, obrigada. – ela estava sentada e recostada nas almofadas do sofisticado sofá. — Eu estou bem, apenas tomei um susto. Desculpe, querida!

— Um susto? – Rick revirou os lábios indicando que estava sem saber o motivo do susto. — Levou um susto por conta de que, mamãe?

Katherine ficou tensa, pois tinha a impressão de que a mãe do Rick se assustara com as brincadeiras do Gustavo. — Eu que tenho que pedir desculpas, Martha! O Gustavo é muito brincalhão, sorridente e simpático, mas eu reconheço que meu filho é um pimentinha e tagarela e acho que ele está se sentindo tão bem aqui que estava falando um pouquinho alto... E você, acostumada somente com menina delicada... A Alexis é uma fofa! – Katherine estava muito envergonhada com a situação e falando baixinho, tentava se desculpar — Perdão mesmo, Martha! Eu vou repreendê-lo mais tarde e explicar que não se deve falar alto. – ela mostrou-se constrangida — E o pior que foi logo no primeiro dia em que nós viemos aqui. E quando ele está à vontade, como é o caso de agora, ele fica elétrico, parecendo que conhece vocês a vida toda... Como se fosse da família... Ele está se sentindo em casa. Desculpe! Estou tão envergonhada — olhando para o namorado, ela anunciou — Querido, você pode, por favor, ir pegar o Gustavo? Eu vou embora... Não precisa me levar... eu vou de taxi... Marta, outro dia eu volto... Melhoras! E mais uma vez, desculpe-me.

Martha já refeita do mal-estar, sentou-se direito no sofá. Olhou para o filho e sem ser rude, ordenou — Richard, você vai se sentar aqui agora. – ela estava séria — E você, Katherine - pegando a mão da nora, apertou-a com força indicando carinho e confiança – Você também não vai a canto nenhum. – olhou de um para o outro — Deixem as crianças brincarem. Criança é assim mesmo... Risadas, travessuras..., são tagarelas, são espontâneas e, com toda sinceridade, minha querida, não vi nada que qualquer criança normal não faça. Se fizerem menos que isso, pode se preocupar porque estão doentes. E só para te tranquilizar, eu garanto que ele não estava falando alto. Seu tom de voz estava ótimo! – Martha sorriu O Richard era assim mesmo. Igualzinho ao seu filho em tudo. – ela deu um sorriso saudosista e completou— Aliás, igual até demais. – Martha respirou fundo por conta da situação delicada e olhou profundamente para Katherine - Minha criança, o que eu estou querendo dizer é que eu levei um susto, não por conta das brincadeiras inocentes do Gustavo e sim, porque ele é cópia fiel do Richard nesta idade. A semelhança não é só comportamental, é também física. O Richard era assim mesmo. Um doce, um fofo, lindo de morrer... Muito inteligente, espirituoso, divertido, travesso, comunicativo, simpático e adorava ser o líder em tudo até nas brincadeiras da escola e no bairro e aí... Era um horror! Aliás, corrigindo, era uma maravilha! Era a saúde do mundo todo! — Martha riu e balançou a cabeça saudosa ao recordar das artes do filho – Mas era um menino bom. Um menino ótimo, como eu acredito que o seu filho também seja... O Richard conserva todas essas qualidades até hoje, só que quando era criança, ele tinha menos filtro do que tem agora, aliás, não tinha quase nenhum... Era autêntico até demais... E eu vi tudo isso no seu filho, dede o porte, a aparência e o modo de falar e agir.

Richard estava tenso e olhava para a namorada.

Katherine, do mesmo modo, estava curiosa para saber o que a sogra queria dizer com aquilo tudo. Sabia apenas que a elegante senhora não repudiara seu filho e isso já era um ótimo sinal.

Fez-se um silêncio ensurdecedor quebrado pela própria Martha.

— Queridos eu vou ser direta — direcionou seu olhar para o jovem casal e prosseguiu – e preciso que vocês sejam sinceros comigo. — o silêncio entre Rick e Kate continuou.

— Não consigo alcançar aonde você quer chegar, Martha. – Mesmo fina e delicada, Katherine demonstrou estar curiosa.

— Como eu já disse, eu vou ser direta e não vou questionar. Isso mesmo, eu não vou perguntar... Eu vou afirmar e depois vocês me contam como isso aconteceu e como vocês esconderam isso de mim... E porque levaram tantos anos para me contar. Sim, porque até hoje eu não sabia. – Olhou novamente da nora para o filho.

— Contar o que, mamãe?

— É, eu também não estou entendendo... – Kate estava realmente confusa.

Martha interrompeu a nora e se dirigiu ao filho ao afirmar — Richard, o Gustavo é seu filho! – olhando de Rick para Kate, ela indagou — Mas porque vocês esconderam isso de mim?

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Adoraria receber comentários!!!

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