Audrey e Cooper - espíritos gêmeos escrita por Sr Mokona


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Modifiquei um pouco o modo como escrevo e organizo a história para ficar mais "estranho" e dar um ar mais Twin Peaks para a história. Espero que gostem.



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                Dale Cooper era um homem muito inteligente e sabia que uma boa noite de sono era ideal para o bom funcionamento do cérebro; para armazenar o que havia aprendido naquele dia e manter seu cérebro funcional para resolver as questões do dia seguinte, por isso, antes de chegar ao quarto do hotel, passou na recepção e pediu para que lhe trouxessem um copo de leite quente e subiu direto para o seu quarto enquanto raciocinava sobre como poderia capturar o tal de Bob e eliminar de vez aquele clima hostil que se instalara em Twin Peaks.

                Ao chegar ao quarto, Cooper deu de cara com Audrey em sua cama, deitada olhando para o teto.

                “Audrey, o que você está fazendo aqui?”, perguntou Cooper, retirando seu casaco e pondo em cima da cômoda ao lado da cama.

                Audrey olhou para ele e abriu um sorriso; girou o corpo e sentou-se na cama mantendo o sorriso e disse: “O clima lá em casa não estava dos melhores. Resolvi depois da aula vir pra cá para podermos conversar” e cruzou as pernas na posição de lótus.

                “É algo serio?”.

                “Não. Queria apenas papear”.

                “Audrey, você vai me perdoar, mas eu realmente preciso descansar agora. Você sabe o quanto eu gosto da sua presença e de como sua amizade é importante pra mim, por isso ficarei feliz em remarcar nossa conversa para o mais breve possível. E seu pai deve estar preocupado com você”. Uma batida na porta e Dale Cooper foi atender, recebendo um copo de leite de um senhor idoso que ao perceber Audrey no quarto, deu uma piscadinha e um sorriso para Cooper, que retribuiu com as sobrancelhas franzidas e um sorriso forçado dizendo um “obrigado”.

                Cooper pôs seu copo na cômoda ao lado de seu casaco enquanto Audrey calçava seu Oxford e dava um sorrisinho para ele, que disse: “Você não está chateada, não é?” e Audrey respondeu: “Não. Não estou. Eu sei que você tem estado muito ocupado com tudo isso”, e se levantou e deu um beijo no rosto de dele, se despedindo.

                “Quer que eu a leve pra casa?”, perguntou, recebendo um “Não” como resposta e viu Audrey Horne saindo de seu quarto. Ele pegou o gravador e disse: “Diane, você tinha idéia de que eu me apegaria tanto a essa cidade ao ponto de estar passando por isso? Se bem que você não sabe o que eu estou passando, então me lembre de te contar. Vou tomar um copo de leite que acredito não estar mais tão quente e dormir nessa cama macia para me preparar para um novo dia produtivo”.

               

                Estava chovendo quando Dale Cooper acordou em seu quarto. Sentiu uma grande falta de Audrey, uma que não sabia que poderia sentir. E desejou que ela pudesse estar lá para fazer-lhe companhia.

                No dia seguinte, Audrey ficou bastante surpresa quando chegou em casa do colégio e viu que policiais estavam em diversos cômodos. Quando ia subindo a escada, viu Dale Cooper surgindo da cozinha.

                “O que está acontecendo, agente Cooper?”, perguntou se aproximando dele.

                “Bom dia, Audrey. Nós estamos fazendo uma varredura na casa; estamos suspeitando de algo e minha intuição me diz que eu devo estar aqui”.

                O xerife Truman se aproximou dos dois e mostrou o mandato para Audrey, que olhou de relance e meneou a cabeça. Cooper puxou delicadamente o braço dela e a levou para um cantinho e lhe disse: “Vamos terminar a busca rapidamente, não precisa se preocupar” e ela responder: “Não se preocupe. Eu sei que você está apenas fazendo seu trabalho. Aliás, eu poderia passar no seu quarto mais tarde, para podermos conversar?”; “Seu pai não iria gostar muito disso; ainda mais agora”; “Não se preocupe, ele não liga muito pra mim. Ele não irá se importar”.

                Naquela noite, voltando pro hotel , Cooper sabia que quando chegasse em seu quarto, ela estaria lá. Não porque ela disse que estaria, pois se ela não tivesse dito, Cooper ainda assim saberia, e saberia porque seu instinto, sua intuição lhe disse que estaria e seu sonho da noite anterior que retumbava em sua mente. Dale Cooper era um respeitado agente do FBI pelo seu desempenho em campo graças a sua pericia e intuição, que ao longo dos anos se tornaram algo natural a ele, como um sexto sentido. Quando abriu a porta de seu quarto, viu Audrey deitada na cama lhe receber com um sorriso, martelando em sua cabeça o sonho que teve.

                “Quer que eu lhe peça algo?”, perguntou cortesmente Cooper, pondo seu casaco em cima da cômoda.

                “Não”; disse Audrey, se sentando e se afastando na cama para dar espaço para Cooper se sentar. Ele se sentou e olhou para ela e perguntou: “Você tem algo que gostaria de comentar?”; Ela se aproximou e começou: “Eu tive um sonho...”

                “Um sonho?”, disse Cooper, interrompendo ela, se lembrando do sonho que teve na noite anterior com Audrey. “Que tipo de sonho?”.

                “Eu não lembro tão bem. Eu estava sonolenta no sonho. Eu estava num quarto e nesse quarto você estava lá. Foi muito simbólico. E como sei que você é entendido nesses assuntos”.

                “Entendo. Você poderia me falar mais desse quarto?”, perguntou Cooper, se levantando e ficando de frente pra ela.

                “Eu não lembro bem. Era um ambiente fechado”.

                Cooper foi até o guarda-roupa e tirou de lá uma blusa vermelha, dobrou e pôs em cima de uma cadeira.

                “Vermelho! O local onde estávamos era vermelho!”, disse Audrey espontaneamente e Cooper percebeu que era o mesmo local onde ele estava em seu sonho.

                Não espantado, pois já havia passado por essa experiência antes, Cooper se perguntava o porquê disso ter acontecido. Percebendo que isso tinha afetado Cooper, Audrey perguntou o que estava acontecendo e ele lhe respondeu: “Não é nada; eu estava apenas conjecturando algumas coisas”.

                Pegando na mão de Cooper, Audrey olhou dentro dos olhos dele e perguntou o que estava acontecendo. “Audrey, eu sinto que algo de ruim estar por vir e que eu não devo deixar Twin Peaks e que tem algo haver com você”.

                “Então não vá”, disse aproximando seu rosto do dele. “Logo, logo eu vou estar exercendo um cargo de confiança nos negócios do meu pai, então fique aqui. Fiquei pelo menos por alguns poucos anos e eu o acompanharei”.

                “Audrey”.

                “Antes de você chegar, eu não pensava assim. O que fez com que meu pai se afastasse de mim. Você me melhorou”

                “Não, Audrey, você se melhorou; você que sempre foi esperta, enérgica, bonita”.

                “Eu sei que sim. Mas sempre tem aquela pessoa que nos faz ver isso. Eu sei que também deve ter tido alguém que fez isso com você”.

                Cooper pensou em Caroline, mas não disse nada, apenas balançou a cabeça afirmativamente com um sorrisinho. Os dois se aproximaram ainda mais, com o corpo de ambos se atraindo, com o Cooper querendo aquilo como sempre quis, mas que estava sempre relutando em aceitar, mas agora inebriado o bastante para lutar contra o sentimento.

                Os dois se beijaram. Um beijo leve, mas cheio de paixão, uma simbiose de sentimentos, uma concessão entre ambos. O beijo foi ficando cada vez mais rápido e mais apaixonado e Cooper percebeu o quão bom era a boca de Audrey. Até que os dois pararam de se beijar, embora seus corpos ainda tivessem colados.

                “Audrey eu não posso”, disse Cooper baixinho.

                “Pelo menos agora eu sei que você me ama”, disse se afastando dele. “Eu sei que ainda ficaremos juntos e espero que você saiba que eu vou ajudá-lo sempre”.

                Cooper se lembrou do sonho que teve com Audrey e a viu indo até a porta.

                “Tchau”, disse ela com um sorriso, saindo do quarto.

                Cooper sentou-se na cama, pensando no sonho que teve e no desejo por Audrey Horne, terminando-se por se deitar e pensar se poderia ter uma boa noite de sonho naquele dia.


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