Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 9
Full House


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Espero que gostem e que tal deixar umboi pra essa autora? Boa leitura!



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Full House

Passaram- se três dias desde a minha chegada em Roma, já não tinha certeza de que tinha feito a escolha certa. Emma estava deixando Derek doido, embora ele não tenha dito uma só palavra, eu podia notar que as madrugadas em claro, devido ao choro constante da minha viking, estava o deixando demasiadamente cansado. Isso sem contar que sentia que minha presença, poderia estar atrapalhando o lance dele com a Vick, ela parecia não ter gostado muito de mim. E talvez eu tenha sido um pouco grosseiro com a “moça”, mas vamos concordar, todos esses anos nesse rolo com o tal de Thomas, e de alguma forma sempre alimentando as esperanças do Derek, não era algo muito legal de se fazer. Certo?

— Bom dia! Olha só, Emma e eu saímos hoje e compramos comida para vocês. Para nos desculpar da falta de sono que vocês tem passado. - Falo enquanto disponho os pratos na mesa.

— Eu tô um pouco enjoada, acho que vou dormir. - Vick fala, já saindo da sala.

— Ela não gosta de mim. Olha só, estou tentando ser legal, comprei até Canelones.

— Você não devia ter dito aquelas coisas para ela. Sim eu gosto dela, mas somos amigos, antes de qualquer coisa e eu seria um idiota se quisesse cobrar amor, pela nossa amizade.

— É por isso que eu digo que você é o gêmeo bom. - Falo. _ Ah mudando de assunto, eu preciso que você fique com a Emma, qualquer hora. Tenho que arranjar um emprego, uma creche para ela e um apartamento.

— Apartamento? Porque? Achei que iam ficar aqui comigo. - Questiona intrigado.

— Ah meu querido irmão, se tem uma coisa que sei sobre filhos, é que eles são como puns, sabe fratulências?  Você só atura o seu! Ou o da garota que você tá tentando pegar, no seu caso. - Digo e Derek se entrega a uma gargalhada.

— É serio, eu sei que estou reclamando de sono e tal, mas entendo que ela ê um bebê e que bebês choram, logo essa faze passa e tudo fica bem.

— Estou esperando por isso há cinco meses, então não tenha muitas esperanças. De qualquer forma eu quero um lugar para gente, mais privacidade para vocês e para nós também.

— Essa casa é grande, tem espaço para todos. - Insiste ele.

— Ainda vou ficar um tempo, preciso de um emprego esqueceu? Ou talvez passe a vida sendo irmão mala sustentado pelo gêmeo bem sucedido. Ainda estamos decidindo, não é Emma? Vovô provavelmente já nos deserdou por termos fugido, ainda bem que você tem um tio rico. - Falo voltando o olhar para emma no carrinho de bebês que compramos durante a tarde.

No sábado, visto um dos ternos do Derek e vou em busca de emprego, na verdade isso era uma novidade para mim, afinal, no Canadá, ser o herdeiro das imobiliárias Jonhson, me fizeram receber muitas propostas, antes mesmo de chegar no segundo semestre da faculdade.  

Em Roma, eu era apena um imigrante desempregado, com uma filha pequena para criar. Ah claro isso com um pouco de marketing significa:

Empreendedor  estrangeiro autônomo, buscando oportunidades de crescimento profissional, enquanto investe no desenvolvimento pessoal da próxima geração.

Bonito não é mesmo?

Depois de visitar diversas empresas, as quais deixei meu curriculum profissional, sem muitas esperanças de receber alguma resposta. Volto para casa e me deparei com uma bela cena.

Derek levantava Emma para o alto e ela ria, enquanto Vick também sorria feliz, e seu ventre já denunciava claramente a gravidez. No entorno deles havia aquela áurea de comercial de margarina o qual sempre admirei e invejei. Fico uns instantes do lado de fora, olhando pela janela, saboreando um momento que eu sonhei ter, mas que foi arrancado de mim quando Carolina se foi. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu me esforço ao máximo para evitar que rolem pelo meu rosto. Desde que a Carolina morreu descobri que eu era um chorão, me entregar ao pranto parecia ter se tornado uma rotina, mesmo nos dias de alegria que Emma me proporciona.

Me recomponho e entro em casa como se tudo estivesse bem. Avanço na direção da Emma que abre um sorriso largo ao me ver e a abraço forte, óbvio que recebo um grito e protestos dela, que esperneia com braços e pernas. Uma das coisas que me ansiava, era o momento que Emma aceitaria e daria valor pro meu abraço, que no momento era apenas uma chateação para ela.

—E aí como foi? - Pergunta Derek.

— Por enquanto nada, vamos esperar para ver. Obrigado por terem ficado com a baixinha. - Digo e deixo os dois a sós, levando a Emma comigo pro quarto.

Dou um banho nela, a visto, e enquanto ela enche a barriga com uma mamadeira, que agora já consegue segurar sozinha, vejo uns anúncios de emprego em sites de busca.

— Papai precisa encontrar um emprego logo, não quero ter que gastar as nossas economias para nos sustentar aqui.

No dia seguinte acordo cedo, Derek está saindo para empresa e eu ofereço um café para Vick ela me olha com desconfiança e aceita a caneca.

— Não precisa ser legal comigo porque seu irmão mandou. Eu sei que não deveria estar aqui, mas Derek é a pessoa mais próxima que eu tenho na cidade, não tô tirando proveito dele, se é isso que pensa. - Ela fala me olhando firme nos olhos.

— Para ser sincero eu acho que é um pouco disso sim, porque você sempre procura ele quando as coisas não estão bem, até onde eu sei. Mas, de qualquer forma, a vida é dele. Eu não devia ter falado com você daquele jeito e sinto muito que esteja passando por essa situação.

— Tudo bem. Eu entendo, mas acho que devia pensar melhor antes de julgar as pessoas.

— Talvez. Bom eu vou levar a Emma pegar um sol. Licença. - Digo colocando a minha xícara sobre a pia e pegando minha baixinha.

Caminhamos pelo bairro e Emma já olha curiosa para todos os lados.

— Quanto tempo você vai demorar para andar, você ta ficando gorda demais para ser carregada. - Digo quando avisto um dos charmosos cafés do bairro. Escolho uma mesa e me sento com Emma, eu tinha acabado de tomar o desjejum casa, mas decidi experimentar um pouco da culinária italiana.

O garçom, um rapaz alto vestido com uma camisa risca giz e um avental preto, se aproxima para anotar meu pedido. Percebo o sotaque americano dele e não resisto perguntar.

— Você não é daqui, é?

— Ah sério? Quatro anos aqui e ainda não consigo passar por um italiano nato? - Ele diz com ares de decepção.

— Não mesmo. Eu sou do Canadá, mas morei um tempo nos Eua. Prazer Noah Johnson, e essa baixinha aqui, é a Emma.

— Sou Samuel Branch, sou de Boston. E você pelo jeito é novo por aqui?

— Sim cheguei a menos de uma semana.

— É sua filha? - Ele pergunta intrigado.

— Sim, tem cinco meses.

— Ah… Eu também sou pai, ele tem dois anos e meio.

— Não vejo a hora dela ter essa idade e não depender de mim para tudo.

— Haha. Acredite, quando ela tiver essa idade, vai desejar que ela volte a ser um bebê. Miguel é terrível, isso que só ficamos com ele a cada quinze dias, mesmo assim ele consegue destruir a casa.

— Ah você é separado?

— Não, eu briguei com meu namorado, fui curtir uma noite e acabei me metendo nessa encrenca, e agora sou pai e tenhobum companheiro que desconfia de mim o tempo todo e você? Parece jovem para ter um filho.

— Uh… que barra. Eu tinha uma noiva, na verdade a gente morava junto, éramos casados praticamente. Ela faleceu no parto.

— Uauu. Ta cuidando dela sozinho? - Diz puxando uma cadeira e sentando - se a mesa. Ele faz um sinal para outra funcionária e entrega a caderneta com o meu pedido. _ Ah eu sou o dono daqui, ou meio dono. Comprei esse lugar em sociedade com meu namorado, mas ele não gosta de servir café. - Ele diz vendo minha estranheza com a atitude.

— Legal, sempre quis um negócio próprio. Não uma cafeteria é claro. - Digo.

— Ah eu adoro isso aqui, converso com muita gente, eu gosto de conversar, fazer amigos. Acho que notou não é? Mas o que você faz da vida?

— Sou engenheiro mecânico, trabalhava na indústria naval. Mas nonmomento pai desempregado. - Falo.

— Hum… interessante. Porque não traz seu curriculum aqui. O meu namorado, presta assistência em TI de várias empresas, muitas automotivas. De repente ele te arranja alguma coisa.

— Eu moro aqui perto, te trago hoje a tarde.

— Bom vou deixar você lanchar e voltar pro trabalho. - Ele diz se levantando da mesa.

No mesmo dia retorno ao café e deixo meu currículo com Samuel. Antes do jantar estou tentando dar uma mamadeira para Emma e ela se recusa veemente e parece tão interessada no sanduíche de Derek que decidimos iniciar a sua alimentação sólida. Mas antes que nós enfiamos um pedaço de sanduíche na boca dela, Vick quase tem um infarto e faz um discurso sobre como a alimentação vai interferir no resto da vida dela e por isso devemos fazer a iniciação com consciência, carinho e responsabilidade.

Eu tenho certeza que ela tirou isso de algum daqueles livros sobre bebês que a carolina comprou e  que eu não li. Então decidi confiar e duas horas,  algumas consultas do google e uma breve discussão sobre qual seria a primeira papinha da Emma, estávamos prontos com uma papa feita naturalmente com brócolis, cenoura batata e frango, sem gordura e sem sal, liquidificada. A aparência era a mesma do que, o que eu encontrava nas fraldas da Emma todos os dias.

— A cara disso é péssima? E não acha que fizemos um pouco demais? - Digo enquanto termino de liquidificar o segundo litro da gosma.

— Podemos congelar, se sobrar?. - Fala Derek

— Se sobtar? Ela é uma viking não um ogro! - Eu protesto.

Decido dar a primeira colherada a ela sob os olhos cheios de expectativa do Derek e da minha possível futura quase cunhada.

— Abre a boquinha Emma! - Digo enquanto ela vira a cabeça pros lados. _ Vamos Emma é um papa gostoso, saudável, prova. - Ela continua se recusando.

— Deixa eu tentar. - Diz Derek tomando a colher. - Emma, é o titio, vamos comer a comidinha? Olha o aviãozinho…- Ele fala com aquela voz fofa que todo mundo faz ao falar com um bebê. Ela continua se recusando e depois de várias tentativas ele desiste.

— Minha vez. - Diz Vick tomando seu lugar. - Hora de comer bebê, está uma delícia. - Diz ela provando e em seguida levando uma colherada à boca de Emma que dessa vez aceita.

Derek e eu ficamos impressionados e Vick respira triunfante. Mas ao levar a segunda colher a boca dela, ela recebe uma cuspida amarela bem entre os olhos. Eu tento segurar o riso, mas é impossível.

— Não ri, se vc ri ela vai fazer de novo! - Fala Vick em protesto o que só acarreta em fazer Derek também cair na gargalhada.  _ Derek! - Diz ela. Ele se aproxima tentando limpar o rosto dela e ela pega o pote da Emma enfia a mão e acerta um pouco da pasta no rosto dele, e eu caio na gargalhada mais uma vez.

Derek me olha com o rosto melado, e se aproxima do liquidificador.

— Não ouse Derek Morgan, eu lavei meu cabelo hoje. - Falo me afastando dele.

Antes que eu possa desviar Derek lança uma bola da pasta na minha direção, acertando em cheio meu peito.

— É guerra! - Grito saltando pela bancada da cozinha pegado a panela com mais um pouco da gosma. Atiro na direção deles, e eles tentam me acertar de volta em menos de cinco minutos a cozinha está repleta de papinha de bebê, Emma soltava gargalhadas com nossos gritos e movimentação. Seu riso só para quando Derek tentando me acertar, destila uma rajada de papinha no rosto dela e ela imediatamente cai no choro.

— O bebê foi atingido! Ora vem cá com o papai, titio é malvado né. - Falo.

— Nas foi ela que começou! - Diz Derek defendendo-se.

— Vamos com o papai… - Digo a pegando e ja saindo para me livrar de ter que limpar aquela bagunça toda.

— Noah Johnson, nem pense que vai escapar da limpeza. - Diz Derek entendendo minha artimanha.

— Eu preciso dar banho e mamadeira para ela, quer que sua sobrinha morra de fome chorando? Que ser sem coração Derek Morgan!

— Cara de pau! - Ouço ele exclamar enquanto dou um tchauzinho pros dois do corredor.

Encho a banheira e decido tomar um banho com Emma. Ela brinca na água faceira enquanto eu faço um moicano maneiro em seus cabelos.

— Foi divertido não foi? - Digo olhando para ela._ So temos que ficar no quarto até eles limparem tudo, você chora de vez en quando para parecer que estamos ocupados okay? Toca aki. - Digo pegando sua mãozinha e batendo na minha.

Minutos depois Derek adentra o banheiro seguido de Vick ainda todos sujos de meleca alaranjada.

— Droga Noah porque você não tranca aporta?

— Eu morava sozinho esqueceu? Digo levantando da banheira e vejo a cara de espanto do Derek que lança uma toalha na minha direção antes de perceber que eu estou de calção.

— Que foi? Achou que eu ia tomar banho pelado com minha filha? Se Deus quiser e eu conseguir ganhar massa muscular, ela vai levar uns 30 anos para ver um cara pelado.

Vick balança a cabeça negativamente como se dissesse “ vai sonhando”  

— Dá para vocês sairem ou vão ficar me admirando seminu? Eu sei que sou um pedaço de mal caminho mas estão me deixando constrangido.  Seus pervertidos! 

Minutos depois, volto com a Emma (devidamente vestidos) para a cozinha e vejo Derek limpar o rosto da Vick carinhosamente com um paninho. Ele olhava para ela exatamente como eu  fazia com Carolina.

“Beija ela logo” - Penso, e quando isso parecia estar prestes a acontecer, Vick se afasta.

“Vai atrás dela, seu idiota” - Ressoa em minha cabeça. Mas Derek continua parado e logo mudam de assunto e Vick vai para o banheiro

— Meu Deus Derek, ainda bem que você é bonito porque se dependesse do quesito atitude, você ainda seria virgem! Pelo amor de Deus, seja menos Jon Snow! Não tá em westeros para uma ruiva gata ficar pelada na sua frente e dizer “ me coma” atitude homem! - Falo em tom de brincadeira e ele apenas balança a cabeça como se tivesse nem aí pras minhas palavras.

— Vai acabar velho com 27 gatos. - Completo.






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Notas finais do capítulo

Entao gente? Quem ai se abilita a ajudar o Derek a limpar a bagunça? Confiram também A escolha perfeita onde Derek luta pelo amor da Vick!