Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 8
Emma e os duplicados


Notas iniciais do capítulo

FinaImente Noah desembarcou em Roma, a partir de agora muita coisa vai mudar para o papai e sua pequena rebenta! hahah Novos personagens, situaçoes cômicas, muitos outros dramas e dificuIdades a serem superados! Espero que gostem e boa Ieitura!



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Emma e os duplicados

Desembarcamos em Roma, e a primeira coisa que descobri é que meu italiano, não era tão bom quanto eu pensava. Depois de sofrer um pouco para conseguir um táxi, me dou conta que talvez, eu devesse ter avisado Derek sobre nossa chegada. Preparado melhor as coisas ,mas eu sabia que se pensasse demais, possivelmente teria desistido ou meus pais teriam encontrado uma maneira de me impedir de viajar.
Durante o caminho, observo a cidade de Roma, que pouco tinha em comum com Toronto. Nada de arranha céus, ruas estreitas e calçadas ainda menores, trânsito extremamente lento, turistas caminhando impressionados e muitos artistas de rua. Carolina teria adorado esse lugar.  Cerca de quarenta minutos depois, chegamos ao bairro. Parioli sempre foi um dos bairros mais burgueses de Roma, e ainda impunha um charme descomunal, com suas casas em estilo renascentista, praças, mercados ao ar livre e cafeterias aconchegantes.

Chego ao endereço e me deparo uma uma bela e grande casa térrea, com um gramado bem cuidado e uma fonte, a cara do Derek. Adentro o portão gradeado e caminho pela calçada e toco a campainha.

Quando a porta se abre me deparo com uma garota de cabelos e olhos castanhos, pele clara e uma boca bem desenhada que me olha com espanto. Por alguns minutos vejo que ela pensa que sou o Derek e permaneço calado, para ver onde a conversa vai dar.

Quando finalmente me dou conta de que aquela era Victória e a julgar pela saliência em seu ventre, ela não estava sozinha.  Fico pensando o porquê de Derek não ter mencionado a gravidez, mas como discrição não é um dos meus fortes acabo comentando algo sobre ser titio e vejo os olhos dela tomarem outra expressão e em seguida recebo um: “O filho não é dele”.

Ela me convida para entrar para esperarmos o Derek, forçamos uma conversa sobre a viagem e a bebê, mas o clima continua mega estranho, então minha curiosidade se sobressalta e quando me dou por mim, já há questionei.  

— Então, qual é o lance entre você e o Derek? - Pergunto sem rodeios.

— Somos amigos. - Ela responde com naturalidade.

— Amigos com benefícios? - Pergunto com um ar de malícia.

— Apenas amigos! - Ela diz impondo a voz.

— E o pai do seu bebê não acha meio esquisito você estar tão dedo da manhã na casa do seu “amigo”? - Insisto, tentando entender a situação.

— Primeiro o pai do meu bebê e eu estamos dando um tempo e segundo, mesmo que não fosse assim, ainda não seria da sua conta. - Ela diz me lançando uma patada que me joga na estratosfera, geralmente ela levaria uma ainda maior, mas eu não estava a fim de criar inimizade no primeiro dia, então sou o mais educado que consigo ser naquela situação:

— Owwuu… Não me leve a mal não Victória e e eu conheço garotas como você, gostam de ter um step sempre esperando aí quando necessitam vão lá usam, aí quando não sao mais necessários o guardam de novo no porta malas. De vez em quando abrem dão uma olhadinha, conferem se ainda está cheio… para que possam usar quando necessário não é?

— Você acabou de chegar, mal me conhece e já está me julgando. Quem você pensa que é para fazer isso? - Ela diz visivelmente irritada com meu comentário.

— Relaxa se eu tô falando bobagem, não precisa se sentir ofendida. - Respondo apenas e volto a atenção para Emma.

Cerca de uma hora depois, Derek retorna com algumas sacolas e um sorriso largo.

— Noah?! - Diz Derek colocando as sacolas sobre a bancada, num misto de surpresa e alegria.

— E aquela proposta de casa, comida e roupa lavada ainda está em pé? - Digo me aproximando dele, o envolvendo num abraço.

— A roupa lavada fica por sua conta, que bom que você veio. - Ele diz num abraço apertado que se finda com um tapa nas costas. Ele vai até a Emma a pega no colo e a beija diversas vezes no rosto, minha viking por sua vez reclama resmungando e envolvendo as mãozinhas em seus cabelos e puxando com força.

— Regra sobre pegar bebês, prenda os cabeIos. - Digo retirando um dos amarradores do meu punho e entregando para ele. _ Eu entendi na segunda semana com ela o porquê de mães usarem coque. - Digo enquanto desenredo os dedinhos dela dos fios negros de Derek.

— Vejo que já conheceu a Vick.

— Ah sim, já conversamos um pouco. Onde eu posso deixar as minhas malas e trocar a Emma?

— Vem, vou te mostrar o seu quarto.

Caminhamos pelo corredor, há alguns quadros e clarabóias que deixam o ambiente bem iluminado e bem decorado.

— Que achou da casa? Eu mesmo decorei.

— Ah, sinceramente? É linda, chique, mas parece que pertence a uma velhinha de sessenta anos. Não me admira você estar solteiro, se trouxer garotas aqui vão achar que estão entrando na casa dos avós e o tesão acaba. - Ele se vira e me olha com uma cara de pouco gosto._ Você sabe que sou sincero. Cadê o metal, artigos vintage, sofá de couro? Você tem uma adega no lugar de um bar? Nossa eu devia ter vindo para cá antes…

— Você não acha que ta reclamando demais para alguém que acabou de chegar? - Ele diz abrindo a porta e me deparo com um quarto de hóspedes devidamente organizado.

— Uau…

— Gostou?

— É confortável. - Digo lançando Emma a cama fofa e ela solta uma pequena gargalhada e Derek arregala os olhos.

— Relaxa ela não quebra não e adora isso… olha só. Digo dando meus dedos indicadores a ela, que se agarra neles com força colocando a língua para fora e eu vou puxando para traz.  Emma deixa o corpinho firme até ficar em pé, nisso ela solta meus dedos jogando os braços para trás e caindo de costas a cama, soltando outra gargalhada._ Ela gosta de emoção.. Não é mesmo minha vikenzinha do papai?

— Você é maluco…

— Mas me diga. Tem alguma possibilidade de eu ser titio? Biologicamente falando?

— Não.

— Oh! Okay então o que ela ta fazendo aqui? E achei que eu fosse o pervertido da família, mas não acha esquisito transar com uma garota grávida de outro cara? Porque eu duvido que ela não tenha dormido aqui.

— Bom ela morar aqui, não significa que fizemos sexo. - Ele explica.

— Oh morar? Você tá treinando para Jesus cristo ou algo assim? Okay mas me diga, ainda ta com esperanças com essa garota? Ela tá grávida, de outro cara! Sabe o que isso significa? Mesmo que fiquem juntos, é um elo eterno com o homem que ela sempre elegeu no seu lugar…

— Eu amo a Vick...Qual é você deixaria de amar a Carolina se ela tivesse um bebê quando a conheceu?

— Provavelmente naquela época eu não chegaria nem perto dela, se ela tivesse um bebê. Nada contra criança, mas você já pensou em ter que dividir a vida com esse tal de Thomas? Ter ele na sua porta todos os fins de semana? Ter um garoto com a cara dele te dizendo que você não é o pai dele e separou a família dele?

— Eu não separei ninguém, sempre respeitei a relação da Vick, eu não tenho culpa se o Thomas é um imbecil e largou ela aqui, grávida e sozinha… - Ele diz com uma certa irritação.

— Esse é seu problema, você é “bonzinho” demais se não fosse tão respeitador aquele bebê seria seu e o tal do Thomas não seria mais um problema.

— Noah, porque você não troca as fraldas da sua filha e deixa que eu cuido da minha relação com a Vick, que tal?

— Uii. Eu só queria ajudar. Desculpa, e você deve amar muito ela não é mesmo? Boa parte dos caras não estão dispostos a criar a criança que se divertiram fazendo, quem dirá o orgasmo alheio.

— Eu a amo, mais do que qualquer coisa. E eu não me importo nenhum um pouco com o fato do bebê não ter meu sangue.  -  Diz ele soltando o ar dos pulmões.

— Bom então, porque não começa a treinar trocando as fraldas da Emma, afinal muito provavelmente você vai ser pai dentro de alguns meses. - Digo tentando me livrar da bomba atômica eminente.

— Eu não sei, a Vick apesar de estar muito chateada, ainda ama o Thomas, eu vejo isso nos olhos dela. Talvez se acertem, não sei.

— Ah Derek por favor, o cara chutou a garota grávida, ela tem que ser muito trouxa e você muito burro para deixar que ela volte com o tal do Thomas. Sabe de uma coisa, eu cheguei em boa hora. Se tem uma coisa que eu sou bom é em botar pessoas para correr… Se até nossa mãe biológica não aguentou ficar nem quinze dias comigo, não vai ser esse Thomas que vai suportar.

— Na verdade, sabe tem casas ótimas aqui no bairro para alugar…

— Nossa Derek, feriu meus sentimentos agora.

— Eu to brincando, vai ser ótimo ter você e a Emma aqui. Fiquem a vontade, vou preparar alguma coisa para gente comer.

No almoço além de descobrir que meu irmão também ficou com os dotes culinários na divisão dos genes, pude observar um pouco mais a relação dele com a tal victória. Mesmo ela parecendo encabulada e talvez intimidada com a minha presença, afinal, não tivemos um começo muito amistoso, Derek e ela pareciam se entender muito bem, de alguma forma, lembrei de mim anos atrás. Quando eu tentava disfarçar o amor que sentia pela Carolina, a fim de preservar nossa amizade. Além disso pude perder um pouco do receio que sentia em relação a Vick, ela era gentil e os sorrisos e olhares que os dois trocavam, denunciavam que Derek não era o único com algum tipo  de sentimento ali. Volto pro quarto e deixo os dois lavando e secando a louça, dou a mamadeira para Emma e checo meu celular. Tem um milhão de mensagens da minha mãe e dezenas de ligações.

Desligo o celular novamente e voto o olhar para Emma.

— E ai baixinha? Está gostando de Roma? - Digo  lhe dando um beijo na testa. _ Nós vamos ficar bem, não vamos? - Me deito ao lado dela e a coloco sentada sobre minha barriga, ela sorri  enquanto segura meus dedos. _Quer brincar? - Digo segurando - a pelas costelas e a levantando sobre mim.

— Mayday, mayday… O avião Emma se aproxima do pouso. - Digo enquanto a conduzo a cima de mim e faço barulhos da aeronave com a boca. Quando o rostinho dela está sobre o meu, ela sorri e em seguida solta uma golfada de vômito que cai exatamente sobre meu rosto. Eu contraio o lábios tentando impedir que o leite azedo invada minha boca.

A coloco sobre a cama e me sento limpando o rosto com uma de suas toalhas.

— Droga Emma, eu já tinha almoçado. Eca!  - Digo me levantando e indo até o banheiro, lavo o rosto e parte dos cabelos, que ficaram impregnados de leite coalhado. Volto pro corredor e quando olho para porta aberta, ema está a beira da cama, prestes a cair no chão. Corro em direção a ela e me lanço ao chão escorregando pelo assoalho lustroso de madeira até os pés da cama, o corpinho dela encontra minhas mãos antes de alcançar o chão e eu respiro aliviado.

— E ele defende! E a plateia vai a loucura! - Grito nos levantando do chão e elevando uma das mãozinhas dela enquanto a seguro acima de meu ombro e faço uma volta da vitória, nos lançando a cama ao final.

Em seguida me levanto e vejo Derek e Vick me olhando como se eu fosse um retardado do corredor.

A noite cai e me sinto um estranho no ninho, confesso que não esperava que meu irmão estivesse dividindo a casa com a Vick, segundo ele, ela estava passando por complicações na gravidez e como tinha desmaios e seguidamente passava mal, não era bom que ficasse sozinha. Se carolina estivesse aqui, provavelmente diria que era o destino tentando unir os dois, mas eu ainda estava com o pé atrás com a tal da Victoria e embora eu já tivesse entendido que meu irmão a amava loucamente, não sabia dizer se aquilo era recíproco. No entanto, eu só podia torcer para que tudo ficasse bem e que a tal da Vick não magoasse meu irmão. A noite é regada de muito choro, por diversas vezes Derek bate na porta do meu quarto achando que havia algo errado, Emma sempre foi insone, a viagem e a troca de ambiente dez ela passar a noite toda em claro. Na manhã seguinte estávamos todos exaustos, mortos de sono, a casa estava uma bagunça, havia coisas da Emma e restos de comida por todo o canto, afinal madrugada em claro é sinônimo de muitos lanchinhos, ainda mais com uma grávida presente.

— Todas as noites são assim? Como é que você está vivo? - Questiona Derek cabisbaixo, sonolento sobre a caneca de café.

— Ah irmãozão, vai se acostumando. Eles cagam em você, vomitam na sua cara, gastam sua grana, seu tempo, mijam nos seus móveis, sugam suas noites de sono… A sua vida acaba! Mas sabe, Emma é a única coisa nesse mundo que eu não trocaria por nada.

— Nem pela Carolina?

— Nem pela Carolina. - Respondo e ele sorri fraco.

— O que foi? Tava achando que ia ser mole? Sabe parece loucura, mas tudo isso, todo o cansaço e as dificuldades, tudo vai embora, quando ela sorri, tudo isso vale a pena. Vai entender quando tiver os seus filhos, ou os filhos de outros… Dizem que pai é quem cria, mas bom, o pai que me criou me odeia então, não sei se funciona do mesmo jeito.

— Olha só, eu amo a Vick e vou dar o meu melhor pelo filho dela, se ela deixar. - Ele diz e nisso Emma interrompe a conversa com  seu choro.





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Notas finais do capítulo

Agora Emma ganhou um titio pra pirar junto com o papai haha, E essa "cunhada"? Parece que o cIima nao foi muito bom, deixem suas opnioes, Noah esta sendo bobo e superprotetor em ficar com o pé atras com a musa do irmao? Ou sera que eIe tem motivos suficientes pra isso?