Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 5
A pequena Viking


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, tou depre com vocês! 21 visualisações no último cap e só um comentário. Preciso saber se vocês estào gostando ou não... Então se for possível, reserve uns segundinhos pra dizer o que achou dos capítulos, critique, elogie, mas venham para a luz fantasminhas! Hehehe! No mais, boa leitura!



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Depois de assinar alguns papéis, conversar com a pediatra e receber e uma breve consulta com a assistente social do hospital, finalmente me entregam Emma nos braços. Apesar de um certo pesar por não ter a Carolina ao meu lado, estou feliz e orgulhoso. Eu não saberia explicar em palavras, mas a paternidade te dâ um certo status, psicologicamente falando, e no momento que saí com Emma do hospital num braço e aquela bolsa enorme cheia de roupas no outro, me senti como se tivesse rebatido a bola pra fora da cerca, na final do campeonato.

Chego no estacionamento e um pouco atrapalhado, abro a porta do carro, e naquele instante me dou conta que eu ainda não tinha instalado o tal bebê conforto.

— Okay Emma, papai é muito burro. Sua mãe iria me xingar agora e me fazer ir até em casa buscar a cadeirinha. Sim ela faria isso. Mas… são só algumas quadras certo? E bebês já andavam de carro antes das cadeirinhas. Não é?

Pego Emma e a coloco no banco de trás, e aquilo parece que não vai dar muito certo, então abro a sacola retiro um pouco das roupas e coloco Emma dentro dela, e ela encaixa perfeitamente. Coloco no banco do carona e passo o cinto de segurança.

— Perfeito! Viu sempre tem um jeito. Quer mais segurança que isso?

Saio do estacionamento e a bebê continua quietinha dentro da sacola, é claro que a sacola está aberta e volta e meia dou uma olhada nela.

— Sabe Emma a sua mãe, ela odiava as minhas soluções alternativas, okay não foi uma grande idéia consertar o encanamento com fita adesiva, mas eu fiz muita coisa no nosso apartamento que ainda continua firme e forte.

Volto o olhar pra estrada e há uma blitz bem a frente.

— Filho da puta! - Exclamo sem pensar. _ Ops! Esquece que eu falei isso, nada de palavrões na frente do bebê. Era uma das regras da sua mãe.

Pego  o cobertorzinho, cubro Emma e passo vagarosamente pela blitz até que o patrulheiro me manda encostar.

— Bom dia policial. - Digo com um sorriso forçado.

— Carteira e documentos do carro por favor...

Pego os documentos e entrego para ele, rezando para que Emma permaneça imóvel.

— Parece que está tudo certo, é um belo carro. É 69?

— 67.

— Uau… Parabéns. - Fala o policial dando uma bela olhada no automóvel. Geralmente eu faria um discurso contando sobre como adquiri e reformei, mas ter um bebê dentro de uma sacola no banco do carona, me fazia querer sair dali o mais rápido possível. E é exatamente o que faço, quando recebo a autorização do policial. Assim que me distancio alguns metros descubro o rosto da bebê que me olha com uma cara de brava.

— Não me olhe assim, foi você quem acabou de se esconder da polícia. Sua fora da lei. - Digo com um sorriso.

Chegamos em casa e eu encontro um vizinho no corredor e pegamos o elevador juntos.

— Essa é sua filha? Eu soube da sua esposa, sinto muito. Ela era uma moça muito simpática.- Ele diz com um olhar pesaroso.

— Obrigado.

— Você tem quem ajude com o bebê? Uma avó? Tia?

— Não, por enquanto seremos só nós dois. - Digo e recebo um sorriso amarelo de resposta.

Saio do elevador e adentro o apartamento. Coloco Emma e a sacola sob o sofá e tiro meus tênis e jogo no canto. Pego a neném nos braços e me coloco a apresentar a casa.

— Essa é a cozinha, sua mãe adorava cozinhar então, é a parte que custou mais caro da casa. Seguindo desse lado temos a sala, e essa aqui é a sua mãe. - Digo pegando o porta retrato e continuo. _ Esse é o banheiro social, aqui é o quarto do papai e bem a frente, o seu quarto. O que acha? - Falo a colocando no berço e ligando o móbile de unicórnios coloridos.

— Unisex uma ova! Ou sua mãe e seu tio sabiam que você era uma menina e estavam me pregando uma peça, ou a tal de Vick, é Victor!  Bom, fica aí curtindo o seu quarto gay e eu vou fazer algo pra comer okay?

Assim que coloco o pé pra fora do quarto ouço o choro estridente da Emma, que retumba pelas pequenas paredes e volto correndo.

— Hey o que foi? Qual o problema? - Pergunto e recebo um choro ainda mais enfurecido de volta. _ Calma… calma o que foi? Está com fome? Quer trocar a fralda? Deixa eu ver.

Pego a menina já vermelha de tanto chorar e a coloco sobre o trocador, cheiro a roupa dela e não sinto nada, então abri um pouco o macacão, depois o body e me deparo com o grampo que prende o umbigo.

— É isso que está incomodando? - Pergunto levantando com a ponta dos dedos e ela solta outro berro que me dando um susto,  fazendo -me arrancar a pele fina, que ainda liga o umbigo ao grampo.

— Ah meu Deus! - Exclamo em ver eIa berrar ainda mais forte, com o grampo na minha mão, a pego nos braços e sacudo levemente, tentando acalmar o choro, antes de a colocar de volta no trocador para averiguar o estrago, Não havia sangue, nem nada que denunciasse um machucado, apenas o ponto preto e um pouco saltado no meio da barriga dela.

— Tudo bem, pelo menos você se livrou desse grampo mais rápido né? Você parece bem, certo, eu vou te vestir e te colocar no berço okay? Você não vai contar isso pro serviço social não é? - Brinco, tentando dissipar o medo que eu esta sentido de tê - la machucado. _ Ótimo, boa menina!

A visto e a recoIoco no berço, dou corda no móbile. Volto pra cozinha preparo um bife e faço um macarrão instantâneo. Abro uma cerveja e quando estou pronto pra levar a primeira garfada na boca, o choro da Emma me faz tremer.

Retorno pro quartinho eIa esperneia como doida no berço. Mexendo braços e pernas com fúria.

— Meu Deus, você parece sua mãe na Tpm. Emma o papai precisa comer sabia?

A pego no berço e tento acalmá - la, mas dessa vez não funciona, enfio uma chupeta na boca deIa, que é cuspida pra longe no mesmo segundo. Respiro fundo e vou até a cozinha, a seguro com um braço, aos berros, e com o outro tento preparar a mamadeira. Nunca fui um ser paciente, mas eu não tinha outra escolha, afinal, do que adiantaria eu brigar com três quilos de carne rosada, que não entenderia nada do que eu estava falando?

Esquento a água, coloco a quantidade indicada na embalagem, derramando um pouco pela bancada, misturo um pouco e enfio na boca deIa, que finalmente finda o pranto. Sao apenas 30 mI, mas eIa Ieva quase meia hora pra beber e quando terminada, a faço arrotar como a enfermeira disse, o que leva mais cerca de quinze minutos, depois disso ela apaga num sono profundo, a coloco no sofá e volto pra minha comida, fria, não arrisco aquecer no microondas e Emma acordar com o bip, a devoro assim mesmo.

Deito no sofá ao lado deIa e cochilo por alguns minutos, até ela acordar berrando novamente.

E a primeira noite com a Emma, me fez entender porque a chamavam de pequena viking no hospital. O sono deIa se resumia em períodos de quinze a vinte minutos, intercalados com fraldas cheirando a leite podre, mamadeiras de meia hora cada, e mais dúzias de choros inexplicáveis que só acabavam quando ela estava cansada demais pra continuar. Passei a madrugada consultando o google, a som do choro dela, sobre técnicas para fazer o bebê parar de chorar, eu fui de embrulhar no cobertor, a ligar um secador no ouvido deIa, e nada, absolutamente nada, além da exaustão, fazia a Emma fechar a boca.

Na manhã seguinte eu estava com a pior ressaca da minha vida, sem ter bebido um gole da minha cerveja, que por sinal, ainda estava sob a ilha da cozinha. Emma em meus braços, enquanto andava peIa casa tentando acalmar a última crise de choro, que já tinha mais de vinte minutos.

—Emma por favor, para de chorar, eu já te dei mamadeira, você tá limpa! Por favor para de chorar! - Suplico, pego o celular e ligo pra minha mãe.

— Noah? - Pergunta com um ar surpreso.

— Mãe, eu preciso de ajuda, a Emma não para de chorar, eu não sei o que fazer, por favor mãe. - Eu imploro.

— EIa é sua responsabilidade não minha. - Responde secamente.

— Eu sei, mas eu preciso de ajuda, por favor mãe, me ajuda. Eu não sei mais o que fazer...

— Okay eu to indo pra aí!

Cerca de uma hora depois, minha mãe bate a porta, eu estava me sentindo um lixo por ter que recorrer a eIa, mas eu não tinha muita opção.

—Deixa eu ver eIa, ah meu Deus ela é linda, você tinha muitos cabelos também. - Ela diz pegando a neném que depois de alguns segundos nos braços dela, parou de chorar.

— Como você fez isso?

—EIa está com cólicas, se deixar eIa de bruços alivia, porque não deu um remédio pra eIa?

—Eu não sabia porque eIa estava chorando.

— Noah! Você tem que saber, entendeu? Tem que ir descartando as coisas até descobrir porque eIa chora, se não vai acabar sendo expulso do prédio, ou seus vizinhos vão chamar a polícia. Eu sabia que isso não ia dar certo!

— Bom você me criou, devia ter me ensinado como se  cuida de um bebê. Mas sempre tava ocupada demais pra me ensinar qualquer coisa.

— Ah de novo isso Noah? Você saberia cuidar de um bebê, se tivesse ido nas aulas de planejamento familiar das escolas caras que eu pagava pra você, ao invés de ficar fumando maconha com seus amigos!

— Pelo menos deles eu tinha um pouco de atenção não paga. E Porque disse ao serviço sociaI que eu não a queria?

— Eu sei que você quer fazer isso dar certo, peIa CaroIina, mas ela se foi, e eu aposto que ela ia querer o melhor pra filha dela. Você acha que é o melhor Noah?

— Eu quero tentar ser pelo menos, posso?

— Pode, mas tudo tem um preço, e é com a vida de uma criança que você está lidando. Vai até a farmacia e compra um remédio para cólicas, e algum energético pra você, vai precisar.

Respiro fundo e vou até o banheiro, lavo o rosto, troco a camisa, pois ela está repleta de golfadas da bebê, aliás eu não sei como bebês crescem se tudo que comem, cagam ou vomitam.

Chego na farmácia, escolho uns energéticos, peço o remédio,  já no caixa o atendente me olha e não resite a piada.

—A noite deve ter sido boa enh? - Ele diz imaginando que voltei de uma festa ou algo assim, e eu estou com tanto sono que nem me digno a responder e ele continua.

— Energéticos? Alguma garota gastou toda a sua energia noite passada?

— É exatamente isso, mas não do jeito bom, quanto deu?

Volto pra casa e pra minha surpresa minha mãe está sorrindo com a Emma nos braços, a embalando carinhosamente com um sorriso lindo nos lábios. Fico um tempo admirando aquele instante e pensando se algum dia proporcionei aquele estado de espírito a ela, ou se fui um problema desde a primeira noite.

— Oi mãe.

— Nem vi você chegar, eu dei banho neIa, e um chá deve dormir por algumas horas. Estava estava exausta.

— Obrigado por vir. - Digo e ela me faz um carinho no rosto.

— Você sempre vai ser o meu bebê, agora tenta dormir um pouco, eu passo aqui amanhã pra ver como estão as coisas. E nunca mais grite comigo. Tudo que faço é pensando no seu bem.

— Mãe, eu te amo. -  Digo antes dela sair e recebo um sorriso e um beijo na testa.

Ema dormiu tranquila, no carrinho por duas horas e dezesseis minutos.

— Boa tarde pequena viking. Sim você honrou esse apelido. Você fica assustadora esperneando sabia?

Três dias se passaram, e as coisas estavam um pouco mais calmas, e eu descobri que ser pai é muito mais do que se “tornar homem” como muitos dizem. E que minhas preocupações não se resumiram a falta de sono ou cansaço. Mesmo quando Emma dormia profundamente eu acordava, apenas pra ver se ela ainda estava respirando. E eu não tinha tempo pra mais nada, que não envolvesse meus três quilos de fúria viking. Descobri que as propagandas de fralda fazem parecer fácil, mas um pai toma banhos de xixi.. e possivelmente, com toda certeza, vai ficar sujo de cocô várias vezes. E depois de alguns, você acaba deixando o nojinho de lado. Que eu posso não saber músicas de ninar, mas aprendi rapidinho a cantarolar qualquer rima sem graça para tentar acalmá - la.

— Nossa Emma o que você comeu hoje? Ovos, feijão e repolho?

Pode não parecer que uma coisinha tão pequena e fofa faça isso, mas bebês soltam muitos pums. (Lê-se PEIDOS) E ah! E cada peido vai ser uma alegria pra você! Vai achar bonitinho, engraçadinho e vai rir, afinal isso evita cólicas e choro.

No mais, em três dias com a Emma, e agora com ela deitada sobre meu peito olhando pro meu rosto, como se eu fosse um pote gigante de Nutella, era uma sensação maravilhosa, sei que ainda é cedo, mas quase posso dizer que ví um sorriso nos lábios dela. Que foi ceifado pelo barulho estrondoso vindo da fralda. Como uma rajada explosiva, o som continuou por algum tempo, até que o gás tóxico alcançou minhas narinas.

— Ai Emma, você estragou o momento. - Digo levantando ela do meu peito e notando que havia uma enorme mancha amarela subindo pelas costas e descendo pelas pernas do embrulho cor de rosa, que imediatamente caiu no choro.  Eu olhei pra ela segurando a uma distância segura, sem saber por onde começar.

Levo ela até o tocador, e começo a desarmar a bomba, quer dizer, tirar as roupas, que vão imediatamente para lata de lixo. Com cuidado desativei a primeira fita adesiva e depois a outra, eu disse que não tinha mais nojinho certo? Bom isso foi até descobrir os cocôs bomba virus T de alta propagação. Com cuidado, me aproximei do local onde a maior parte do  explosivo estava plantado, atento aos gases tóxicos, que foram atenuados pela respiração bucal. E a essa altura a área do trocador já havia sido contaminada quase que completamente. Pego os lenços umedecidos e tento livrar a refém de todo aquele arsenal explosivo que ela estava envolta, sem sucesso, decidi mudar a tática. A levando diretamente para uma descontaminação completa. No banheiro ligo a ducha pequena e enquanto seguro firme com um dos braços a refém esperneia apavorada, uso minha outra mão para livra- la do conteúdo com um sabonete. Minutos depois, ela estava totalmente livre da contaminação, sem necessidade de ser movida para a quarentena.

— Missão realizada com sucesso General. - Digo quando volto pro quarto e bato continência a foto de Carolina sob a cômoda.


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Notas finais do capítulo

E então como Noah está se saindo???
Não esqueçam de conferir a vidinha complicada do Derek em : A escolha perfeita
https://fanfiction.com.br/historia/735296/A_Escolha_Perfeita/