Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 24
Essa criança não tem mãe não?


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de agradecer a Amy e a Mih que comentaram no último capítulo. E em segundo dizer que estou cada vez mais apaixinada por essa história hehe. Bom, no mais boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735920/chapter/24

Essa criança não tem mãe não?

O dia seguinte corre normalmente, decidi esperar o bebê da Vick nascer e passar toda aquela tensão para falar sobre a visita a nossa mãe biológica e tudo que descobri ao Derek. No fim do dia Sam e Miguel vieram jantar na minha casa para conhecer o apartamento. Miguel está estranhamente limpo e bem penteado.

— Miguel vai assistir tv enquanto eu e o tio Noah conversamos e nada de bagunça. - Adverte Samuel com firmeza.

— Nossa as coisas parecem ter se acertado. - Digo admirado.

— Aspirador de pó, cara aquilo é incrível, ele faz tudo que eu mando! Quando começa aprontar eu ameaço ligar o aspirador e ele se comporta feito um anjo. Você precisa fazer a Emma ter medo de alguma coisa, vai te evitar muita dor de cabeça. Talvez ela até durma como deveria...

— Eu não vou assustar a Emma.

— É sério cara você precisa assustar ela. Agora você até pode achar engraçadinho ela bater na sua cara e te impedir de ter uma boa noite de sono, mas por experiência própria, ela vai crescer e você vai querer enfiar a cabeça dela dentro do vaso quando ela fizer isso.

— Bom, outro dia ela fez um escândalo na loja de brinquedos. Foi horrível.

— Viu? Já tá começando, não vamos espancar os nossos filhos como nossos pais faziam, mas eles precisam ter medo da gente e é difícil fazer isso num mundo onde vampiros brilham e bichos papões salvam a vida de garotinhas fofinhas. Tem que fabricar um medo para ela.

— Olha meus pais nunca me espancaram ou me assustaram e eu… Ai meu Deus eu preciso assustar a Emma. - Constato percebendo que eu não fui uma criança muito comportada.

— Pode tentar o aspirador de pó também.

— Não eu uso ele para secar e amarrar os cabelos, não vai funcionar.

— E uma máscara de Halloween, eu tenho uma ótima de palhaço macabro.

— Não, para. Isso é loucura. Não vou traumatizar a minha filha, ela só tem oito meses eu posso controlar ela. - Digo e recebo um olhar descrente de Sam.

Depois que eles vão embora, dou um banho na Emma e decido a colocá - la  dormir em seu berço, no seu novo quarto.

— Okay mocinha, hoje vamos começar a ter uma rotina nessa casa, você terá hora para dormir e vai dormir sozinha, na sua cama. Certo? - Digo a colocando no berço. E ela me olha parecendo não entender.

— Eu vou ler uma história e você vai dormir certo? - Digo e olho os livrinhos dela, me sento ao lado do berço e começo a leitura. _ O pato Jon, foi passear na floresta com sua mãe a gata Marrie…. Gata? Okay o pai dele ser um pato…. E seus irmãozinhos o cachorrinho Tom e a sapinha Lu? Isso não faz sentido nenhum… Você gosta disso? Eu conheço uma história muito mais legal que faz mais sentido - Falo e ela se levanta no berço segurando na lateral.

— Não, deitada. - A empurro de volta. _ Era uma vez um cara chamado Luke Sky… Eu disse luke? NOAH Skywalker.

(...)

— E ai a princesa Carolina Leia Organa, condecora o Noah, Derek Chewbacca e Han Solo… - Vejo que ela dormiu. _ Não foi tão difícil. - Me levanto e desligo a luz.

Vou pro meu quarto e cinco minutos depois de eu deitar na cama, ouço Emma chorar. Permaneço na cama por cerca de quinze minutos, na esperança que ela pare, porém o choro só fica mais forte e desisto.

Vou até o quartinho e ela está vermelha de tanto berrar, tento ser firme e faço o que o google disse que deveria fazer.

— Emma você já é uma mocinha, precisa dormir no seu quarto. Boa noite. - Digo desligando a luz e ouvindo ela berrar novamente. Me mantenho firme no corredor durante dois minutos e volto ao quarto.

— Emma! - A repreendo e ela me estende os bracinhos fazendo um biquinho choroso com os lábios.

“Não pegue ela, seja firme… Ela precisa saber se acalmar sozinha, não seja manipulado por seu bebê” - Repito na minha mente como o mantra montessoriano que no site da Supernanny.

Faço uma força enorme, dou boa joite da porta e recuo pro corredor.

— Pa-Pai!, papai! - Ouço entre o choro e soluços.

— AH, só mais essa noite. - Digo entrando e pegando - a  nos braços. - Nós acabamos de nos mudar, eu viajei por dias, qual o problema de dormir com o papai mais um dia ou vinte anos? Ninguém vai por isso no seu currículo mesmo.

Vou pro quarto e a coloco na cama, a qual ela se instala confortavelmente no meu travesseiro e ri com a chupeta na boca ainda com os olhinhos marejados.  Me deito ao lado dela e assim que apago a luz:

— Iz.. - Ela fala.

— Ele está no berço Emma, onde a senhorita devia estar. Dorme que o papai tem que acordar cedo.

— Iz… Izo! - Ela fala alto.

— Não vou dormir com uma boneca.

— Izo! - Ela grita e começa a chorar e bater com as mãozinhas em mim. Sim, Sinto falta da minha bebezinha, inofensiva. Depois de meia hora discutindo com um ser que não sabe falar, busco a boneca.

No dia seguinte, preparo meu café enquanto tomo banho com a Emma. Preparo a mochila dela para a escola, pego a minha pasta, a coloco no canguru e vamos em direção a escolinha caminhando.

— Samuel acha que eu devo fazer você ter medo de alguma coisa. - Digo e ela me olha como se entendesse. _ Não olha com essa cara não, é tipo uma medida educativa, você tem oito meses e já quer mandar na minha vida, bom tecnicamente você manda na minha vida, mas anda passando dos limites ultimamente mocinha. - Digo ela começa a chupar o dedinho com a carinha mais fofa do mundo.

— Não vou cair no seu joguinho. - Digo dando um beijo na sua testa.

As horas no trabalho passam lentamente, fiquei dias fora e tudo estava atrasado. Meu chefe, tentou ser compreensivo com a minha situação, mas teria de entregar o projeto até o fim de semana. Como se não bastasse, ainda tinha que planejar o tal chá de bebê e mais tarde, Giúlia me encontraria no Branch para acertarmos tudo.

Depois de pegar Emma na escola vou até o Branch, Giúlia já me espera com cara de quem não gostou nada do meu atraso. Me sento na mesa e a cumprimento, mas a primeira coisa que ouço é um “está atrasado”.

— Desculpe, tive que pagar a escola. - Falo colocando Emma no cadeirão.

— Bom, então pensei no tema urso marinheiro o que acha?

— Chato pra caralho. - Falo e ela me olha incrédula.

— É um clássico.

— Clássico são os Beatles, um urso marinheiro além de improvável é ridículo. E não sei se lembra, mas a menos que a Katherine seja tão troll quanto a Emma, ela é uma menina.

— Bom, por esse lado concordo em descartar o urso marinheiro e o que acha princesinha?

— Clichê estereotipado e chato…

— E o que sugere então?

— Sei lá, algo tipo “babybar” ou “rockbaby”, seria legal.

— Definitivamente não. - Giulia diz em protesto.

— Qual é? Vamos fazer um chá de bebê, para colegas de trabalho deles, arquitetos e advogados, eles não vão vir para um chá de bonecas e vai ser um desastre! É isso que quer?

— Bem, eu odeio admitir, mas está certo.  Mas como vamos manter caras e mulheres de 20 a 30 anos, sem filhos interessados durante quatro horas numa barriga e num jogo de adivinhar o que tem no saco?

— Podemos deixar as coisas mais interessantes.

Combinamos tudo e depois vou para casa com Emma, a coloco no chão e fico pasmo assim que vejo ela sair engatinhando tranquilamente pelo piso de madeira.

— Ah meu Deus! Você está gatinhando? Logo vai andar e meus braços vão ganhar folga! - Exclamo vitorioso, mas duas horas depois:

— Emma, não brinca com a água do sanitário.

(..)

— Emma, não pode bater na tv meu amor, ela vai cair em cima de você e como vamos assistir as finais do campeonato?

(..)

— Emma, não entre no forno do fogão.

(..)

— Filha para de engatinhar! Ai meu Deus, cuidado Emma, nas tomadas não.

Por algum tempo pensei inocentemente que depois do fim de tarde agitado, ela dormiria como uma pedra. Mas assim como eu passava dias acordado, quando ganhava um jogo novo, quando era menino (okay até antes de ser pai) Emma também queria curtir seu “brinquedo” novo e pelas três da manhã, eu já tinha levantado mais de cinquenta vezes e a recolocado na cama. Eu achava erroneamente que as grades dos berços serviam para impedir o bebê de cair, mas acho que a verdadeira função é mantê-los enjaulados. Algo extremamente necessário para a saúde mental dos pais.

Exausto e morto de sono, sabendo que ela não ficaria no berço sem chorar. Faço uma corda juntando alguns cintos e a prendo pelo pezinho a cama, se ela saísse de cima eu poderia dormir tranquilo sabendo que não saiu do quarto e nem alcançou nenhuma tomada.  

— Boa noite Emma. - Digo e para minha surpresa, ela não desperta até o dia seguinte, quando acordo com ela gritando no chão ao lado da cama enquanto tenta livrar seu tornozelo do cinto.

— Desculpa filha, mas o papai não pode dormir depois do almoço e se não trabalhar, não tem grana para comprar suas fraldas… Acho que vamos ter que comprar uma coleira tipo aquela do Miguel, se te pegam com isso, vou para cadeia. - Digo desenrolando o pezinho dela.

Vou pro banheiro e antes que eu termine meu “assunto pós digestivo”, ouço um bater de panelas, levanto rápido e corro para cozinha. Emma retirou todas as panelas e potes do armário e brinca faceira com eles, fazendo estrondo com as tampas. Eu apenas dou risada e deixo que continue brincando, enquanto termino de arrumar tudo.

Quando estamos prontos para sair, ouço a campainha. Abro a porta e dou de cara com o vizinho do lado. Um carinha com cara de playboy e bombado de academia que me olha visivelmente furioso.

— São sete da manhã, dá para fazer menos barulho? - Ele fala me encarando.

— Ah, desculpa. O meu bebê descobriu as panelas, tava só se divertindo.

— Essa criança não tem mãe não? Diga para ela ensinar bons modos, eu tava aguentando o choro na madrugada, mas batida de panela as sete da manhã é demais não é?

— A mãe dela tá morta, mas ela tem pai, bebês choram e fazem barulho. Se tá tão incomodado, não devia ter comprado apartamento num prédio familiar. - Retruco.

— Faz ela ficar quieta senão…

— Senão o que? Vai nos expulsar do prédio?

— Eu vou reclamar com o síndico.

— Vai lá, boa sorte.  - Digo vendo ele se afastar, me viro e quase tropeço na Emma no chão.

— Emma vamos ter que delimitar a área do seu trajeto ou vou acabar pisando em você. - Digo a pegando no colo e recebendo um sorriso que agora ostenta quatro dentes.

Levo Emma até a escola e depois vou direto pro trabalho. Convido Franccesco pro chá de bebê estilo Vegas, não sei se ele entendeu bem, mas prometeu que iria e levaria presentes.

Tento focar no projeto, mas minha mente martela involuntariamente as palavras do vizinho.

“Essa criança não tem mãe não?”

Não pelo fato de minha filha realmente não ter uma mãe presente, mas sim porque se parar para pensar todas as vezes que eu fazia ou falava alguma merda eu ouvia um:

“Cadê sua mãe? Sua mãe não te educou etc.."

Porque sempre as mães são responsabilizadas? Porque mesmo com a presença do pai, o insucesso ou sucesso da criança é crédito delas? Ora vivemos num mundo moderno, porque ainda vemos as mães como únicas responsáveis na criação  e educação dos filhos?

Por Deus, no momento meu sonho é que Emma cresça e o mundo se torne um pouco mais “desconstruído” nesse aspecto. Afinal, mesmo não sendo biológico e culturalmente edificados para criar filhos, nós seres do sexo masculino, podemos sim fazer isso. Aliás se a gente consegue passar as 40 fases de Donkey kong, usando uma garrafa pet para não ter que ir no banheiro urinar, sim nós podemos criar os nossos filhos.

Adoraria que no futuro alguém batesse à minha porta depois de ouvir alguma brincadeira estrondosa da Emma e dissesse para ela:

— Hey menina você não tem pai não? Ele não te deu educação?- E ela educadamente responder:

—Vai se foder.

Depois se pegar Emma na escola, passo na casa de Lacey e vamos comprar as decorações pro chá de bebê.

— Eu nunca fui em um chá de bebê, mas baralho de poker e fichas não parecem ser algo que eu compraria pra um. - Ela fala enquanto me vê colocar os objetos no carrinho.

— Relaxa, eu sei o que estou fazendo. Não é Emma? - Digo e ela bate palminhas no carrinho. _ Viu. Chá de fraldas só servem para os pais obrigarem os parentes a gastar com o resultado do sexo irresponsável deles. Vick não tem família em Roma, então obrigar os conhecidos a gastar exige mais criatividade. Acho que compramos tudo, o que acha de macarrão com queijo pro jantar?

—  Não sei se é uma boa ideia. Eu, você, sozinhos, não costuma dar certo. - Ela fala em tom irônico.

— Emma vai estar com a gente, e eu já entendi que estou na zone friend, então já que vamos conviver o  resto das nossas vidas, quero me acostumar com ela. E meu macarrão com queijo é ótimo.

— Vai ter batata frita também?

— E cerveja. -Digo com um sorriso.

— Batata! - Grita Emma toda feliz.

Em casa começo a preparar o jantar enquanto Lacey toma conta da Emma, o que significa não parar um segundo já que Emma agora gatinha. Quando paramos para jantar, Lacey parece cansada.

— Bebês deviam vir com um botão de desliga. - Ela diz vendo Emma se lambuzar com o macarrão. _ Não devia dar comida para ela na boca?

— Isso é coisa de país que tem preguiça de limpar a bagunça e criam criancas dependentes. - Digo em tom de sabedoria.

— E todo esse plástico no chão deve ser porque você adora limpar.

— Bom eu costumo colocar nos pratos também economiza louça suja, desencapa e está limpinho, sem esforço.

— A mãe natureza agradece. - Me repreendeu. _ Você é uma figura. - Ela diz sorrindo e eu retribuo e me sinto estranhamente encabulado.

Assistimos os backyardigans e Emma acaba dormindo, a coloco na cama e fico um tempo olhando para ela, minha bonequinha estava crescendo tão rápido, mesmo com todas as noites mal dormidas, parecia que foi ontem que a segurei nos braços a primeira vez. Volto para sala e Lacey mexe no celular.

— Papai vai se atrasar, parece que demoraram mais do que previsto para encontrar um restaurante vegano.

— Bom podemos assistir alguma coisa no netflix.

— Ou você pode me contar como foi com o seu pai e a sua mãe no Canadá.

— Eu ja falei.

— Não você falou sobre o que descobriu sobre o vovô Joh, sobre sexo bêbado, mas nada sobre a sua perda. Ele era seu pai, sei que está doendo.

— Olha, eu tô tentando agir como ele gostaria que eu agisse, e quanto a minha mãe eu já cansei de tentar provar para ela que eu não tenho mais dezesseis anos. Não quero falar deles.

— Então vamos falar sobre sexo de bêbados. - Ela fala cerrando os olhos.

— Ah meu Deus você está com ciúme? - constato com certa alegria.

— Não… Só acho que foi muito irresponsável para um pai de família.

— A sim, irresponsável. Tem razão. - Digo fazendo o velho truque de se espreguiçar e pousar o braço sob a guarda do sofá envolvendo os ombros dela, que ri e balança a cabeça.

— E aquele negócio de se conformar com friendzone.

— Eu me conformaria, mas acho que você não quer. - Falo me aproximando. - É muito colorida para isso… Eu não quis dizer corrida do tipo porque você é negra, eu quis dizer da nossa relação.. sabe… não é um comentário racista…

— Eu entendi…

— Ótimo, não quero mais um processo. E okay eu entendi, amigos... - Falo com os olhos presos aos dela e me aproximo, tão perto que posso sentir a respiração dela contra meu rosto. _ Só amigos  - Digo e ela me puxa num beijo. Sinto suas mãos na minha nuca e enredo meus braços na sua cintura, aproximando nossos corpos, sentindo o calor que emanava do corpo dela. E em questão de segundos éramos puro fogo.

As mãos macias dela deslizam por baixo da minha blusa e as minhas exploram a curva acentuada de seus quadris, ela afasta meu rosto e morde o lábio inferior com aquela expressão de “porra que merda eu estou fazendo” e depois de um silêncio enigmático ela diz:

— Uma vez, vamos ter um sexo péssimo e acabar com essa tensão sexual, e nunca mais vamos querer chegar perto um do outro okay? Ai seguiremos nossa vida familiar, como se nada tivesse acontecido. - Ela fala e eu volto beijá - la,  agora descendo os lábios pelo seu pescoço.

— Okay, quer me usar pro seu desfrute de um sexo péssimo… Eu vou ter me esforçar para isso. Porque  sou muito bom...

— Só cala a boca. Tem coisas melhores para fazer com ela. - Ela fala retribuindo o beijo no pescoço com a respiração entrecortada. Retiro sua blusa e ela a minha camiseta, me encaixando sobre ela e voltando a beijá-la, enquanto exploro cada centímetro do seu corpo com as mãos e ela me afasta de novo.

— Que foi dessa vez…

— Tem que ser ruim ou vamos querer fazer de novo. Nada de preliminares… Ela diz levando os dedos ao cós do meu jeans.

— Nossa desse jeito eu vou me sentir usado… - Digo em tom irônico e ela se vira subindo sobre mim. - Ou me apaixonando. - Completo.

— Você tem, camisinha?

— Ah… Droga…

— O que? Você não tem camisinha?

— A Carol e eu estávamos juntos a um bom tempo a gente já não usava.

— E o lance no Canadá?

— Ah.. é.. na verdade eu nem lembro, eu estava muito bêbado, mas você é uma garota moderna não tem camisinhas na bolsa?

— Ah claro eu vou dar pro cara e ainda bancar a camisinha? Nem morta. - Ela diz se levantando.

— Espera, tem uma farmácia aqui perto. Eu volto em cinco minutos. - Digo pegando minha camiseta e a vestindo.

Saio apressado e nem lembro de pegar um casaco, corro até a farmácia e consigo entrar no último segundo antes de fechar, escolho alguns preservativos, e percebo que há muito mais opções do que da ultima vez que comprei, afinal as raras vezes que Carolina me obrigava a usar era ela que tinha ganhado em alguma campanha de conscientização.

Fico indeciso entre as tradicionais e uma fluorescente intitulada “sabre de luz”, dou risada e escolho algo não muito ousado nem tão careta e volto correndo para casa.

— Eu trouxe sabor morango… Sabia que tem opção para fãs de Star wars... Eu paro e vejo Lacey com Emma no colo e Joseph sentado do lado dela com uma cara não muito feliz.

— O que trouxe sabor morango? - Ele fala me encarando.

— Antiácido… - Digo petrificado


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai pessoas? Querem me matar? Sim ou claro?