Minha vida em pequenas Escalas escrita por Iset


Capítulo 20
Muita alegria, pouca Diversão


Notas iniciais do capítulo

Bommm dia pessoinhas lindas... Chegamos ao capítulo 20 da nossa novelinha com 47 acompanhamentos e 2702 visualizacões! Muito obrigado pelos comentários, e carinho que voces demonstram ter pela história nas postagens. Quem quiser e achar que merece marcar nos favoritos ou escrever uma recomendacão,(se acharem que merece) ficaria super feliz hashuahshua. Bom agora vamos ao que interessa! O capítulo, boa leitura!



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Muita alegria, pouca Diversão

Por volta das onze escuto a campainha, levantei com cuidado para não acordar as crianças e fui até a porta. Sam está com uma cara péssima e eu o convido a entrar.

— Como foi? - Ele pergunta.

— Tranquilo, descobri que ele tem medo de aspirador de pó, tomou banho, jantou, brincamos e depois ele dormiu assistindo TV. E não está mais usando aquela fantasia.

— Usou uma fobia infantil para manipular e coagir uma criança inocente? - Ele questiona sério.

— Sim.

— Droga, porque não pensei nisso antes! - Ele exclama.

— E aí, como foi o jantar? Voltou cedo.

— Eu estraguei tudo. Parece que entrei oficialmente pro time de pais solteiros. - Ele desabafa num suspiro.

— Ah tá bom. - Digo.

— Ei, você devia perguntar se eu queria falar sobre isso. Me oferecer uma bebida, como todo o bom amigo faz numa hora dessas. - Ele reclama.

— Okay, vamos na cozinha, Acho que tem vodka ainda. - Digo percebendo que não escaparia da conversa.

Vamos pra cozinha e ele me conta como estragou o jantar quando Lucca cobrou mais responsabilidade dele sobre seu rebento. Claramente Lucca não estava disposto a dividir a responsabilidade de criar o Miguel e Sam irritado, colocou a culpa de não ter mais a família, nos ombros do companheiro. Lucca por sua vez ficou imensamente chateado e deu o maior fora que Samuel recebeu na vida.

— Não acha que ele está errado? Poxa eu reneguei minha família para assumir o nosso relacionamento e quando mais preciso dele, me abandona.

— Sinceramente não, deixar sua casa, foi uma escolha sua, não dele. Não pode culpar uma pessoa pelo fato de você gostar de comer o rabo dela.

— Nossa Noah! Sutileza mandou lembranças.

— É só para você ver o quão sem sentido é a sua revolta, culpar o Lucca pela sua bissexualidade seria o mesmo que eu culpar as empresas de cigarro por eu escolher fumar. Entendeu? Não que que eu ache que você deva se sentir culpado, sua família era quem devia ter vergonha por ter cortado relações com você por ter um namorado. Podiam ter cortado por você ser meio idiota e egoista, mas não por ser bi.   

— Idiota e egoista?

— Cara você tem um filho e eu sei ê um saco, na maior parte do tempo, mas sinto muito a gente escolheu isso quando decidimos nao usar uma maldita camisinha de 0,79 centavos, não é culpa do Miguel ou da Emma, é nossa. E você muitas vezes age como se Miguel fosse culpado por voce ser pai. - Digo e ele fica parado me olhando. 

— Acho que está certo... Eu sou egoista e um péssimo pai. E agora acabei com meu relacionamento, ele vai ficar com o apartamento e vai me dar a parte dele no Branch, terei que achar um lugar para morar com o Miguel. Você tava procurando apartamento não tava?

— Estou, mas eu não sou doido de dividir um apartamento com você.

— Por causa do Miguel? Ou porque eu sou bissexual? Não se preocupa que você não faz nenhum pouco o meu tipo.  

—  Você é boa pinta, fala quatro línguas, tem um conversível e barba espessa, se fosse gay sem problemas, mas eu não quero ter concorrência injusta toda a vez que arranhar uma garota. - Digo e ele ri e balança a cabeça.

— Tem razão não ia dar certo, já deixei de namorar garotas por conta do cabelo no ralo do banheiro… - Ele Retruca e eu faço uma careta.  _ Obrigado por ter ficado com o Miguel, pela conversa e pela Vodka. Que aliás é horrível.

— Eu não sou dono de cafeteria para gastar dinheiro com bebida cara, o importante é dar a tonturinha. - Digo.

— Posso te fazer uma pergunta Noah? - Ele fala me encarando.

— Pode.

— Você se sente feliz? Eu nao sou um bom pai, mas sabe é estranho, não costumo me divertir, meu tempo livre é todo para ele, não posso nem cagar despreocupado, desde que o Miguel está sob minha guarda e eu não gosto dessa vida, mas ao mesmo tempo, me sinto mais alegre, importante, não acha estranho?

— É a paternidade. Muita alegria, mas pouca diversão. Sinto a mesma coisa. - Digo e fazemos um brinde. _ E você nào ruim como pai, você ainda nao colocou ele na porta de uma igreja, já é um começo.

— Bom ele não cabe mais numa cesta. - Ele diz rindo. 

No dia seguinte acordo como sempre, sendo espancado pela Emma, agora eu entendo o porquê das pessoas falarem que eu ia me arrepender de não fazê - la dormir no seu berço.

Emma não chegava a ter 70 centímetros, mesmo assim ocupava quase toda a cama, ela passava a noite toda virando para todos os lados, me escalando e pela manhã me acordava com carinhosos tapas na cara ou dedos dos olhos, narinas e orelhas. Passo boa parte do domingo em função dela e do meu projeto pro carburador, que estava atrasado. No fim da tarde karen me liga me convidando para jantar e analisar alguns apartamentos que ela encontrou. Arrumo Emma como uma mini roqueirinha e vamos até o bairro da karen. O Marância era um dos bairros pobres de Roma, porém me senti muito bem alí, pois lembrava o subúrbio de toronto onde eu vivia com Carolina. Chego no prédio modesto de cinco andares e subo as escadas. Karen abre a porta e como sempre está elegantemente vestida numa saia lápis preta, uma camisa social rosa pink e rabo de cavalo.

— Nossa achei que íamos comer uma pizza, se soubesse tinha vestido algo melhor. - Digo entregando a garrafa de vinho, roubada da adega do Derek.

— Você está ótimo, eu tive uma entrevista agora pouco. Sabe tenho que procurar um emprego de verdade.  -  Ela diz.

— Entrevista no domingo? - Questiono intrigado.

— É o dono é muito ocupado era a única brecha disponível. Senta, fica à vontade os anúncios que separei estão na mesinha.

O apartamento de Karen era pequeno, mas muito organizado e com uma decoração clean, super elegante. Coloco Emma sobre o tapete, dou alguns brinquedos e começo a folhear os anúncios.

— Meio caros não acha? Eu na verdade, queria uma coisa menor e mais barata.

— Bom não sao muito grandes, mas localizacao aqui em Roma é bem caro. Achei que ia querer morar num bairro bom, por conta da Emma, esses bairros têm boas escolas, índice baixo de violência. - Ela explica.

— Bom, pensando nisso você tem razão, melhor investir um pouco mais e não ter que me preocupar em ser assaltado na frente de casa.  - Respondo.

A noite correu agradável, conversamos, jantamos e bebemos um pouco, Emma adormeceu no sofá e decidimos assistir um filme. Eu queria manter as coisas com karen na zona da amizade, mas depois de umas quatro taças de vinho e o fato de eu estar usando todas as minhas forças para tirar Lacey da cabeça, uniram o útil ao agradável e pela metade do filme estávamos nos beijando.

— Que tal irmos pro meu quarto? - Ela sorri.

— A Emma…

— Ela está dormindo, vem…

Conscientemente eu pensava, vai com calma Noah, seja um pouco Derek, mas depois de meses na “seca” o amiguinho lá embaixo não pensava a mesma coisa. E minutos mais tarde, estávamos despindo um ao outro.

— Você é linda. - Digo ao admirar a bela lingerie vermelha contrastada com sua pele clara, quando ouço o choro retumbante de Emma.

— É melhor eu ir ver. - Digo levantando e ela me empurra de volta para cama.

— Eu li numa revista que precisa deixar os bebês chorarem, eles desistem e dormem. Se atender, eles usam o choro como forma de manipulação. - Ela diz beijando meu pescoço e eu a empurro pro lado.

— Talvez isso se aplique pros bebês comuns. - Digo levantando e vestindo minha calça. _ A Emma vai chorar até os pulmões derreterem e quando isso acontecer, ela vai continuar chorando. - Digo saindo pela porta.

Quando retorno a sala, Emma está desesperada olhando pros lados assustada. A pego nos braços e a conforto sob meu peito até que se acalme. Minutos mais tarde Karen aparece na sala usando a minha camisa com os cabelos soltos.

— Ela já dormiu?

— Não acho que ela vá dormir tão cedo. - Respondo vendo que ela estava com os olhos espertos.

— Bom eu tenho um comprimido para dormir, minha irmã dava ¼ deles pros meus sobrinhos e eles dormiam a noite toda. - Ela diz insinuante.

— Você tá zoando né? Não tá sugerindo para mim drogar meu bebê, está? - Falo já irritado com a sugestão dela.

— Não, claro que não é só para ajudar ela a dormir, você vive reclamando que não dorme, que não te deixa fazer nada. Minha irmã dava pros meus sobrinhos, é seguro. Noah, eu sei que você tá louco para voltar para aquele quarto. - Ela fala de um jeito provocante. A miro decepcionado, não que eu estivesse procurando por alguém, mas quando acontecesse e se acontecesse, esse alguém teria de ser tão bom para Emma, quanto fosse para mim, lembro de algo que Carolina sempre falava na gravidez:

Temos um bebê agora, nada é mais sobre nós, de agora em diante é sempre sobre ele e para ele, antes de qualquer coisa”

— Que? Noah, desculpa eu não quis te ofender eu só queria ajudar. Você tá sempre tão cansado e estressado, precisa relaxar às vezes, se divertir ou vai acabar pirando.

— Olha karen você é linda e inteligente, mas eu já percebi que não gosta de crianças, e não tem problema, você tem esse direito eu mesmo não sou muito fã da maioria delas, mas eu sou pai e eu posso ser um imbecil, mas não sou sou sacana o suficiente para não me importar com a minha filha. Desculpa.

— Ah. Eu gosto de crianças, nossa só porque eu não fico fazendo caretas ou pegando no colo a cada cinco minutos não significa que não goste, você  é pai e eu entendo e respeito isso. Me desculpa, foi uma ideia idiota.

— Não, tudo bem você é solteira sem responsabilidades, sou eu que tenho de saber o que é ou não bom pro meu bebê. Bom, pode me dar minha camisa? Preciso ir para casa.

Pego um táxi e volto para casa.  Uma parte de mim se sentia aliviado na verdade, karen era uma garota legal, mas não para mim, e muito menos para Emma. E isso agora estava mais claro que nunca. Minha baixinha dorme o caminho todo, até despertar quando finalmente a coloco no berço.

— Tá me zoando né? - Digo vendo ela se levantar, segurando a grade. Ela me encara e fala em alto e bom tom:

— Pa - pai. - E eu sinto meu peito acelerar, pego o celular e coloco para gravar.

— Fala de novo filha, fala papai, fala. - Digo emocionado com um garoto que ganhou seu primeiro playstation.

— Bunda!  - Ela fala.

— Não Emma, papai ta gravando, diz Pa - Pai!

— Bunda!

— Que merda Emma! Papai!

— Meda!

— Puta que pariu!. Papai Emma.

— Pu - ta! Puta! - Ela diz soltando as mãos da grade e batendo palminhas, caindo sentada logo em seguida.

— Eu tô fu… Não, melhor não. Com certeza a aptidão pro vocabulário não foi herdada da  sua mãe.  - Digo incrédulo.

Os dias passam tranquilos, Lacey e eu conversamos muito pelo celular, a cada dia que passa me sinto mais conectado a ela. Quanto mais nos conhecíamos, mais forte era aquela sensação boa que ela me trazia.

O vocabulário de Emma era composto por cerca de dez palavras, o que era incrível para um bebê de oito meses (okay não era algo tão excepcional, mas se tem filhos ou quando os tiver, vai entender o que eu digo). Foi também nessa idade que percebi o mundo exibicionista dos pais, mais especificamente, durante a festinha de confraternização, a qual eu virei uma espécime rara vulgo “pai solteiro” que acabou por chamar a atenção de todos. Mas voltando ao assunto, foi eu mencionar que Emma já falava magníficas dez palavras, que surgiram os genitores vaidosos exibindo os dotes dos pequenos rebentos.

Minha filha sabe o alfabeto todo com 10 meses”, “meu filho tem dois anos e faz conta de dividir”, “meu filho recitou uma obra de Shakespeare com três anos”, blá, blá, blá… Por algum tempo lembro de minha mãe quando era pequeno e de como ela gostava de me vestir com ternos armani de quatro mil dólares, e das muitas vezes que me chantageava para que eu me comportasse como um príncipe na frente de amigos e parentes. E assim como ela, muitos pais alí ostentavam os filhos como pequenos troféus perfeitos. De certa forma, tinha pena daquelas menininhas em vestidinhos impecáveis e laços de cabelo enormes, que eram recolocados toda a vez que tiravam. Por todos os lados via crianças entediadas e estressadas, sendo controladas para não comerem demais, não correrem demais, não amassarem ou sujarem seus belos trajes do evento anual de pais e mestres. Olho para Emma na sua calca de moletom cor de rosa um pouco ralada no joelho, camisetinha preta do nirvana, cabelos bagunçados que já caiam um pouco sobre os olhos, sentadinha sobre o tapete de E.V.A se lambuzando toda com um doce enquanto soltava aquela gargalhada gostosa.

Minha filha era feliz e eu estava fazendo um bom trabalho. É vaidade me sentir orgulhoso?

Volto para casa naquele dia e vejo Derek e Vick dançando na sala pelo vidro da janela, era lindo aquela aura romântica que eles exalavam e decidi dar mais um tempinho para eles, em breve a pequena katherine viria ao mundo e o tempo para se curtirem seria reduzido drasticamente. Espero eles terminarem a dança e entro com Emma fazendo barulho, Derek está sozinho zapeando a Tv e eu sento do lado dele.

— Afinal vocês estão ou não estão namorando? - Pergunto.

— Vick quer deixar para pensar nisso depois que o bebê nascer, então preferimos não rotular nossa relação.

— Estão transando ou não?

— Isso não te diz respeito, não acha?

— Pelo mau humor, já sei que não estão. Mas tudo bem, eu concordo com ela, já é esquisito fazer sexo com uma grávida quando o bebê é seu, se não é, parece até pecado cruzes  - Falo.

— Disse o cara que pegou a irmã num evento beneficente. E mesmo depois de saber disso continua dando em cima dela.

— Ela não é nossa irmã. - Me defendo.

— Não é o que o Joseph pensa, Eu vi vocês conversando outro dia.

— Ela só ligou para saber como eu estava, não ta rolando nada tá bom? Coisa de família.

— Engraçado que ela nunca me ligou. - Diz Derek levantando uma sobrancelha.

— É que você não tem carisma como eu. Mas é mais alto, não devíamos ter a mesma altura se somos idênticos? - Digo fugindo do assunto.

— Deve ser porque eu passei a infância e a adolescência comendo coisas saudáveis e fazendo exercícios, e não bebendo e fumando maconha.

— Definitivamente vocês não estão transando, mau humor viu… Vou dormir.

Pego Emma e vou pro meu quarto, troco algumas mensagens com Franccesco sobre o projeto do carburador e encontro o primeiro dente da Emma.

No dia seguinte combino com Lacey de irmos ver uns apartamentos alí mesmo no Parioli. Ela aparece radiante num vestido laranja, que Emma adora por sinal. Na terceira visita pareço ter encontrado o lugar perfeito. Um apartamento semi mobiliado com sala e cozinha em conceito aberto, dois quartos e dois banheiros.  

— É perfeito. - Digo colocando Emma no chão.

— Sim é perfeito para uma jovem família como vocês. - Diz a corretora e nós nos entreolhamos envergonhados.

— Ah não, não somos casados ela é filha do meu pai. - Digo olhando a varanda.

— Nossa são irmãos, não parece  - Diz a mulher assustada e respondemos quase que em coro.

— Não somos irmãos!

— É meio complicado - Concluo e a corretora responde com um sorriso amarelo.

Uma semana depois estávamos nos mudando, Derek, Joseph e Lacey, me ajudaram com a mudança e no fim da tarde, estávamos os quatro na sacada do meu novo apartamento degustando uma boa cerveja.

— É uma bela vista. - Digo

— Ainda acho que poderiam ter continuado lá em casa. - Diz Derek dando um gole na cerveja.

— Relaxa você ainda cozinha melhor que eu, vamos te visitar muitas vezes, não é Emma? - Falo voltando o olhar para minha filha.

— Bom eu vou para casa, vamos Lacey? Não sei se esqueceu, mas nós também estamos desembalando a mudança. - Diz Joseph chamando a atenção da filha.

— Como se tivéssemos muita mudança. Uma mochila cada, vou ficar mais um pouco, depois o Derek me da uma carona pode ser?  - Fala Lacey

— Okay. Não se embebedam e juízo.

Tomamos mais algumas cervejas, rimos e conversamos sobre diversos assuntos.

Lacey não era apenas bonita e vibrante, ela também era incrivelmente inteligente, engraçada e carinhosa. Estar com ela, me fazia quase que esquecer daquele vazio dolorido que Carolina deixou.

Quando a noite começou a cair, Derek decidiu que era hora de ir embora, para minha surpresa Lacey preferiu ficar e dividir uma pizza comigo.

— Eu não sei muito sobre bebês, mas não acha que ela não deveria comer pizza?  - Questiona Lacey, vendo Emma babar e se lambuzar com os pedacinhos que eu dava a ela, enquanto comíamos sentados sob almofadas no chão da sala.

— Acho que não deveria, mas se for ver pizza não é tão horrível assim, tem proteina, carboidrato, carboidrato e carboidrato. Ah tem essa coisinha verde por cima, que deve ser saudável - Digo e ela ri com um pouco de catchup no canto da boca.

— Tem Catchup na sua cara. - Digo rindo e ela passa a mão no lado ao contrário. _ Aqui. - Falo me aproximando e limpando com a ponta do dedo, em seguida provando.

— Que nojo!

— Nunca desperdice um bom catchup. - Digo fitando-a firmemente. Os olhos dela também estão presos aos meus e inevitavelmente, meu rosto se aproxima e nos beijamos. E pela primeira vez, lentamente, sem pressa, saboreando cada instante daquele momento, como se fosse único, até que sinto a mão dela no meu rosto me afastando delicadamente.

—  Amigos lembra? - Fala me encarando enrubescida.

— Não é errado. Qual é Lacey? Vai dizer que agora me vê como seu “irmão”?

— Aquilo no apartamento e depois na festa foi só tesão okay? Eu tava chateada com meu ex, já tinha decidido que faria. Coloquei a lingerie combinando, você só foi o premiado. Poderia ter sido qualquer um, mas eu sou azarada demais para não me meter em encrenca, até quando que quero simplesmente dar para um estranho. - Ela fala e eu caio na gargalhada._ Tá rindo de que enh?

— De você, tentando enganar a si mesma, eu sei que eu sou irresistivelmente charmoso. - Falo macio me aproximando dos lábios dela e Lacey me empurra.

— Se enxerga. - Fala rindo. _ E no mais, eu voltei com meu ex, ele vai vir para cá na próxima semana. - Ela fala e um balde de água fria cai sobre mim, mas tento esconder o meu incômodo

— Vai voltar com aquele idiota? Só porque tá tentando negar toda essa tensão sexual que rola entre a gente? - Falo em tom de brincadeira.

— Ele não é idiota, e não tem tensão sexual nenhuma entre a gente, e mesmo que você não fosse filho do meu pai, ainda seria um garoto branco e magrelo.

— Oh Oh! Isso é racismo reverso. - Protesto.

— Racismo reverso sua bunda! - Diz ela mordendo um pedaço de pizza.

— Bunda! - Grita Emma e bate palmas.

— É a palavra favorita dela. - Digo.

— Eu percebi.

— Mas voltando ao assunto, porque voltou a namorar com o carinha? Não aprendeu que namoro a distância se não for a quatro, não funciona? - Falo irônico.

— Não será mais a distância, se a gente se acertar volto com ele para Filadélfia.

— Oh. Sério? - Digo perdendo a graça.

— Estamos juntos a um bom tempo, acho que preciso nos dar uma segunda chance. - Ela diz desviando o olhar.

— Você ama ele? - Pergunto tentando parecer desinteressado, enquanto mordo um pedaço de pizza.

— Amor é relativo, mas eu gosto dele.

— Uhhh.. não ama. - Digo esboçando um sorriso. _ E por gostar, eu também gosto de você e sei que gosta de mim, se fosse só por admirar esse corpinho escolheria o Derek que tem roupas bacanas e dois centímetros a mais. - Falo e ela ri.

— Emma o que se acha do seu pai passando cantada na sua tia na sua frente? - Ela fala perguntando a bebê, que tava mais interessada em espalhar catchup pela tampa da caixa da pizza.

— Eu não to passando cantada, seria esquisito cantar a filha do meu pai. Mas só para registro, admita que gostou do beijo e tá doida por outro. E se não fossemos filhos do mesmo pai, não precisaria de desculpas de pizzas, mudanças e bebês para ficar perto de mim.

— Você  é um convencido, não tem vergonha não? - Ela diz franzindo o rosto.

— Ah o Derek pegou tudo para ele.

— Não é só isso, a sua bagagem é pesada.

— Emma ela ta te chamando de gorda. - Digo lançando um pedacinho da massa da pizza para chamar a atenção da neném.

— Eu não to falando da Emma, eu roubaria ela se você bobear, é uma gracinha.

— Então?

— É tudo Noah, o meu pai... E bom, a primeira coisa que trouxe para cá foi uma foto da Carolina, você fala nela sempre e deve pensar mais ainda. Precisa se curar, não pode simplesmente varrer a dor ou jogar um cobertor em cima, eu não sou um cobertor. E você é muito imaturo emocionalmente precisa aprender a lidar com seus sentimentos, com seus pais, seus medos...

— Uauu.. Foi o fora mais reflexivo que levei, porque não apostou no clássico “ não é você, sou eu”?

— Não  sei se notou, mas não sou uma garota clássica. - Ela diz avançado sobre o último pedaço de pizza e eu a empurro e pego. _ Hey é o último pedaço e eu sou a visita. - Ela protesta.

— Sou emocionalmente imaturo pra dar o último pedaço para alguém que acabou de me dar um fora. - Digo e ouço meu telefone tocar, vejo o numero da minha mãe na tela e me afasto um pouco para atender.

— Alô, mãe olha só eu não to nenhum pouco afim de discutir com você e sobre a guarda eu já arranjei uma advogada e adivinha só, a única coisa que vai conseguir com isso é nunca mais me ver ou a sua neta.- Digo num soco antes dela falar qualquer coisa.

— Noah, o Paul.. Seu pai sofreu um acidente. Ele faleceu. - Ela fala e eu sinto meu corpo gelar.

 


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Notas finais do capítulo

E ai pessoas? E parece que Noah ainda ta muitoooo na da Lacey, nao acham? Mais um baque pro nosso Noah, com a morte do pai adotivo...como ele vai reagir?