Entre Dois Mundos escrita por VeraCurva


Capítulo 3
Capítulo 3 - Medalhão Indeciso




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O silêncio é interrompido por um dos membros do corpo docente da escola. que em pequenos passos avançava para junto da jovem. Era uma figura feminina considerávelmente baixa, de etnia africana, numas vestes brancas cheia de colares de contas dependurados ao peito com um largo lenço branco envolto na cabeça tapando a maior parte do seu cabelo, deixando apenas ao descoberto umas pequenas nuvens de caracóis castanhos escuros de cada um dos lados. Era Jorvina Muleta Negra, professora das disciplinas de Artes Divinatórias e Runas. Os seus colegas olhavam-na intrigados tentando perceber a sua razão de aproximação à aluna. A pequena docente, ao chegar junto da feiticeira, pega-lhe carinhosamente numa das mãos por entre um meigo e rasgado sorriso, de tal forma que os seus olhos cerravam.

— Xé minina, esse mambo não é normal. Bo tá cre fazé o quê? Hmm não é normal aqui os moça. - Abordava-a a pequena professora.

Bella olhava-a meio surpresa e confusa perante aquela abordagem.

— Não olha prá Jorvina assim não. Num és normal mas nos esbom sentido. - Sorria uma vez mais. - hmm Xé, todos vocês, discurpem, Jorvina pede esperdão e licença mas Jorvina vai esfalar pois os medalhão está a falar com Jorvina e Jorvina ter de espricar o que os medalhão esfala. -Esbracejava por entre olhares exprimindo como que cenas de  grande mistério.

— Jorvina, a colega sente-se bem? - Questionava-a Aurora preocupada com a reacção da colega.

— Eu sentir maning bem, medalhão estar com esproblema, estar com esdifricudade, medalhão estar a falar e eu achar por bem ajudar medalhão a expirimir.

— Tem a certeza do que nos está a dizer querida? - Aurora olhava-a desconfiada como quem julga que a pequena senhora não estaria no seu perfeito juízo.

— Claro que ter certeza. E não ser eu esprofessora das artes esdivinatórias? É claro que ter certeza. Esse mambo aí..hmm, hm!

— Se a colega assim o diz, faça o favor, prossiga então.

— Jorvina agradece. - Esboçava um novo sorriso voltando novamente a sua atenção para a jovem, fechando agora os olhos fortemente enquanto que cobria com ambas as suas mãos a mão direita da aluna. - Ui… prima, tu deixa medalhão avariado das marmita. Eu ouvir o pobre coitado num grande dos dilema: Medalhão pensar poder-te colocar cos minino dos Lua Nova, tu seres maning dos autónoma, organizada, adoras arriscar como eles, mas teus pais serem ambos não-magos e isso não ser nada  maning aceite por aqueles mininos, por isso Lua Nova esfora dos questão.

Perante a revelação feita acerca da condição dos pais de Bella, diversas expressões distintas surgem nos rostos dos estudantes, sendo que, muitos deles, em especial por parte dos alunos dos Lua Nova, eram expressões de repulsa, desdém e até nojo. Murmúrios e cochichos voltavam a surgir, alguns chegando mesmo a soltar abafadas gargalhadas entre apontares de dedos em direcção à jovem. Bella permanecia impávida e serena, totalmente abstraída dos rumores em seu redor. Jorvina continuava com o seu monólogo.

— Ele espensar também, sim este medalhão estar aqui a espensar muito agora, esmandar-te para os Vollmond por a prima ser maning dos aventureira e maning dos maning dos leal, mas xé, tu minina num teres humor fritado como esses primos que ora estão do best como logo a seguir estão maning dos frustrado. Medalhão fala com Jorvina que a prima também podia ir esparar aos Mezzaluna, pois prima é intéligenti, esfocada nos objectivo e esbrava nas luta… Mas não esparece ser esse os teu eslugar….hm, hm deixa cá Jorvina tentar escutar mais um espouco os bicho a falar...esperááá, esperáá , é agora, ele vai inspamar e espumar… é agora, é agora, te prepara minina que aí esvem ele… - Apertava a mão da jovem com mais força cerrando ainda mais os olhos.

Eis então que após um intenso inspirar do animal do medalhão, segundos depois um fumo alaranjado saía das narinas do mesmo dando a conhecer um pequenino mas vivaço macaquinho que saltaricava animado diante da aluna.

O sorriso e alegria no rosto de Sukru eram notórios, tal como em Jordan que aplaudia fortemente a feiticeira indo abraçá-la felicitando-a e dando-lhe as boas vindas à sua equipa. Bella agora pertencia aos Wannig Moon. Também nas bancadas o contentamento era demonstrado por parte dos membros daquela casa, mais visivelmente por Beto,Flynn Rider e Napoleão que gritavam e aplaudiam a jovem indo-se juntar a ela também para a felicitar. Beto colocava Bella em cima das suas cavalitas e saltaricava pelo terreno com a jovem sentada nos seus ombros. A rapariga estava bastante contente com aquele gesto de aceitação por parte dos colegas, admitindo que sem dúvida o medalhão não havia falhado com o resultado, não havia casa melhor onde a pudesse ter colocado senão aquela.

Diversos alunos das restantes casas avançavam em direcção à recente aluna cumprimentando-a e dando-lhe as boas vindas, todos com a excepção de Adele e o seu bando de seguidoras fiéis que passavam em fila diante da jovem olhando-a de lado com desdém prosseguindo no seu jeito snobe.

Amélia, aluna e chefe de casa dos Mezzaluna, cumprimentava a rapariga freneticamente num extremo entusiasmo não dando quase tempo para Bella interagir verbalmente com a jovem. Amélia era mesmo assim, no seu jeito peculiar era bastante afectiva e hospitaleira, simpática, interagindo com grande facilidade com quem se cruzasse. Era uma rapariga de seu longos cabelos loiros e olhos azuis claros, de estrutura mais baixa que Bella e corpo considerávelmente volumoso. As suas vestes eram sempre o mais coloridas possíveis, cheias de bonecos e padrões de todas as formas e feitios, era impossível passar despercebida onde quer que fosse.

— Olá, muito prazer, o meu nome é Amélia Bartollo, venho de Itália, podes-me chamar de Meli, tenho 20 anos, gosto de cores, muitas cores, gosto de animais… bem só alguns… prontos aqueles que são giros e fofinhos, os outros dispenso, gosto de dormir, de cantar, de dançar, de comer, de passear, gosto de rapazes giros e simpáticos, sou um pouco tímida e reservada como podes ver, sou solteira e boa rapariga mas sonho em encontrar o príncipe encantado que virá montado no seu Pégaso… Então e tu, chamas-te Bella né? Que idade tens? És mesmo da Austrália? De que coisas gostas? Esse teu estilo é esquisito mas é fixe e tem um certo toque sexy, mas podias ainda melhorar bastante com uns adereços e umas maquilhagens, eu dou-te umas dicas depois se quiseres… Tens namorado ou ainda esperas pelo príncipe como eu? Já conhecias o Jordan não já? E pelo que percebi és amiga do professor Sukru, né? Ele é super giro, vocês ficavam bem juntos por acaso, mas ele não me parece muito dado a esses relacionamentos…

Amélia disparava com as indicações, perguntas e auto-respostas com tanta rapidez e sem qualquer tipo de paragem que Bella olhava-a incrédula perante tanto à vontade e tamanha capacidade de comunicação daquela colega. Quando Amélia parecia ter finalmente parado para respirar, Bella responde-lhe simples e directamente.

— Muito prazer - Esticava a mão agarrando na da rapariga abanicando-a em modo de passou-bem. - Bella Caputo, 19 anos, Austrália, Simples, solteira, sim, sim, não, obrigada, não tens de quê. - Bella respondera-lhe a cada uma das questões numa única resposta tentando ser tão rápida a proferir as suas palavras como a colega havia sido.

Amélia olhava estupefacta para a pseudo-caloira num jeito um tanto ou quanto assustada. Bella despedia-se seguindo para junto de Jordan.

— Hmmm, é um pouco estranha e avariada, mas parece-me ser boa rapariga. - Concluía para si própria a aluna dos Mezzaluna.

Charlotte mantinha-se perto de Stefan, seu primo adoptivo. Olhava discretamente para a nova aquisição dos Wanning Moon. Sentia uma grande vontade de lhe falar mas ao mesmo tempo sentia uma certa timidez, não sabendo bem porquê. Eis que então, a dada altura apercebe-se da jovem a caminhar para perto de si. Tentava disfarçar metendo conversa com Stefan, controlando sempre a rapariga que se aproximava pelo canto do olho.

— Olá bom dia. - Bella sorria educadamente para Charlotte esticando uma mão na direcção da jovem. - O meu nome é Bella. E tu como te chamas?

— Ahn…. Charlotte. Cahrlotte Cooper, mas pode tratar-me por Charlly se quiseres. - Charlotte respondia à saudação com um enorme brilho nos olhos.

— Fixe, CC então.

— C quem? - Perguntava-lhe a aluna dos Vollmond confusa.

— CC, ou se preferires Double C. - Reforçava a jovem australiana. - É mais fácil do que chamar-te pelo primeiro e último nome. É rápido e combina contigo e com o teu estilo freak  - Observava a colega dos pés à cabeça que subitamente se punha a auto-examinar-se rindo animadamente de seguida - Mas muita bacano. Gostei, haja alguém que marque a sua irreverência e não se deixe ser mais uma simples fotocópia no meio de tantas.

— Oh, obrigada. - Agradecia timidamente ficando com as maçãs do rosto coradas.

Bella saudava também o rapaz por entre dois beijos fazendo a sua apresentação e o aluno respondia-lhe do mesmo modo.

— Vemo-nos por aí então. Até logo. - Despedia-se Bella por entre uma piscadela e um sorriso.

— Sim, sim. Claro, até logo então. - Gritava Charlly abanando um braço no ar visto a colega já ir a uns metros consideráveis de distância. - Oh Stefan, tu viste?- dirigia-se agora ao primo. - Ela veio falar comigo e  parece que gostou de mim. - Esboçava um rasgado sorriso de mãos entrelaçadas uma na outra em frente ao peito, de cabeça erguida para o céu, de olhar arregalado onde se parecia quase puder-se ver pequeninas estrelas cintilantes nos seus glóbulos oculares.

— E porque razão não haveria de gostar? É impossível não gostar de ti. - Stefan abraçava carinhosamente a rapariga que permanecia no mesmo estado embasbacado.

O dia decorria sempre entre grande alvoroço. Os prefeitos de cada uma das equipas executavam as suas funções de fazer uma visita guiada do Instituto aos novos membros das suas casas. Bella caminhava sempre ladeando Jordan e os dois conversavam animadamente. No fim de todo aquele passeio encaminhavam os novos alunos para os dormitórios para que estes se pudessem instalar, porém Jordan aborda Bella à parte.

— Bellinha, só no caso do 5º ano é que a instalação nos dormitórios do edifício central é obrigatória. Nos casos do 6º e 7º ano, no qual estás incluída, podes optar pelo dormitório das camaratas do edifício central ou pelos quartos da residência.

— Residência, aqui? - Perguntava Bella intrigada.

— Sim, bastante diferente das nossas lá da Austrália, mas tenho-te a dizer que a nossa aqui é brutal, parece uma casa na árvore em ponto gigante.

— Hm, parece-me muito bem. - Sorria-lhe num jeito malandro.

— Não precisas de dizer mais nada. Já vi tudo. Siga para a residência então.

Após passarem na sala onde haviam ficado guardadas as bagagens dos recém chegados alunos, apanhando as malas da jovem, os dois seguiam caminho para a residencial refundida num dos verdejantes jardins do MLI.

 


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