Entre Dois Mundos escrita por VeraCurva


Capítulo 26
Capítulo 26 - Uma mãozinha de Castiel




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735806/chapter/26

Em casa do Winchester, o interrogatório a Dean continuava e o mesmo alegava sempre não ter feito nada do que era acusado. Castiel, devido aos seus poderes de anjo, decide intervir por outros meios. Levantava-se dirigindo-se até Dean, esticando uma das mãos em direcção à testa do rapaz.

— Hey, hey, olha lá mas que raio pensas tu que me vais fazer? - Reclamava Dean inclinando-se para trás como que fugindo da mão diante de si.

— Tá calado e cala-te sff.

 

E deste jeito Castiel encosta a sua mão na testa do Winchester mais velho da casa. Dean paralisara momentaneamente enquanto que o anjo parecia entrar em transe. Os olhos de Castiel assumiam uma cor ainda mais clara que o original. Sam limitava-se a observar tudo muito calma e cuidadosamente.

Alguns minutos depois, Castiel respira fundo recolhendo a sua mão, os seus olhos retornavam novamente à sua cor azulada habitual, enquanto que Dean voltava à sua consciência.

Sentia uma forte dor de cabeça por entre umas ligeiras tonturas. Dean lembrava-se agora de cada pormenor daquela noite, verificando que as jovens tinham razão em tudo o que referiram sobre o que Bella lhes havia contado. Só desconhecia ainda a razão de o ter feito.

 

— O fragmento da memória correspondente àquela situação foi-te apagada através de um feitiço. - Informava-lhes Castiel. - Creio que terá sido o professor dela, o tal Sukru, sem bem me recordo do seu nome.

— Mas isso não explica as atitudes dele Cas. - Concluía Sam em jeito repreensivo ao irmão.

— Sim, claro que não. Em nada este feitiço teve a ver com as reacções do Dean como é obvio, o mesmo até foi evocado após tudo aquilo ter acontecido.

— Então e tens explicação para isso oh leitor de mentes? - Inquiria-o Dean olhando-o de sobrolho franzido.– Por acaso até tenho.

 

Dean endireitava-se na cadeira assumido uma posição mais recta. Tanto ele como Sam encaravam o anjo com ar intrigados perante aquela afirmação aguardando uma resposta da parte do mesmo.

 

— Se bem que não me engano, isto tem uns dedos de magia negra.

 

Dean solta-se em riso, ao que Castiel lhe responde com um olhar sério e reprovador fazendo a risota do caçador desvanecer e este engolir em seco.

 

— Tens a certeza? - Reforçava Sam mostrando-se bastante preocupado.

— Certeza a 100% não tenho, mas para a energia negra tão forte que senti, arrisco nessa possibilidade.

— Mas se assim o for, quem o poderá ter feito? - Sam ficava cada vez mais alarmado.

— Sei tanto quanto vocês nesse aspecto. Resta acreditar que quem o fez só o tenha feito única e exclusivamente uma vez, sabe-se lá porquê.

 

Dean ainda se encontrava incrédulo perante a suspeita de Castiel. Estava confuso com tudo aquilo.

 

— Parece então que devemos um pedido de desculpas, não só à Bella como também a ti maninho.- Concluía Sam sorrindo carinhosamente para Dean.

— Enfia os pedidos de desculpa no buraco onde a mãe te costumava enfiar supositórios. Não souberam acreditar na minha palavra durante aquele tempo todo que jurei a pés juntos que não fazia puta ideia do que me acusavam. Foi preciso aqui a borboleta por em prática os seus truques de fada celestial para a vossa opinião mudar. - Dean levantava-se colocando a cadeira no seu devido lugar.

— Dean, calma. Tens de concordar que era tudo muito confuso e suspeito. - Indicava-lhe Sam.

— Alguma vez duvidei da tua palavra fosse em que situação fosse? - Dean questionava o irmão olhando-o revoltado.

— Não, mas…

— “Mas” o cú da prima, é que é o “mas”. - Interrompia-o Dean retirando-se da divisão sem dar mais resposta a qualquer um dos dois apesar de estes insistirem em chamá-lo para se entenderem e resolverem aquele atrito.



Durante os dias que se seguiram, Charlotte e Amélia, que haviam esclarecido o mal entendido com os rapazes, retomavam o convívio e a boa disposição com estes. Sam também contactara Bella e os dois haviam-se encontrado e falado, ficando assim a situação resolvida entre ambos ao que Bella e Sam selavam aquele gesto de pazes através de um forte abraço. Dean, ainda possuído pelo ressentimento e revolta, era o único que se mantinha à parte ignorando qualquer um dos cincos, apesar de no fundo saber que Bella era a única no meio deles todos com razão justificada para o julgar.  À jovem, no seu mais íntimo ser, tencionava pedir-lhe desculpas por todo aquele sucedido, mas o seu orgulho ferido falava mais alto impedindo de o fazer, bem como os efeitos cada vez mais presentes da magia negra contida sobre si realizada por Adele, acabando desta forma por ignorar também a caçadora.





Os dias iam passando de forma mais serena, mas Bella não entendia o que se passava com as amigas. Nas últimas semanas, desde a altura em que haviam resolvido o mal entendido com os rapazes acerca do pendente de Bella, que cada vez que a jovem tentava combinar algo com Charlotte e Amélia, as mesmas encontravam-se sempre demasiado ocupadas com Castiel e Sam, fosse em passeios pela vila, visitas aos monumentos, idas ao cinema ou para um simples lanche ou café.

As duas feiticeiras estavam tão embrenhadas nas suas relações com os dois rapazes que pareciam havido esquecer-se de Bella. A caçadora sentia-se cada vez mais sozinha.

Charlotte tinha desenvolvido uma grande relação de amizade com Castiel, querendo levá-lo a conhecer cada recanto de Sintra, era notória a grande cumplicidade e afinidade entre os dois, no entanto Cooper sentia que havia esperança de algo mais pois existia qualquer coisa no anjo que a cativava e fascinava bastante.

Amélia por seu lado, corria sempre que possível atrás de Sam na esperança de conseguir conquistar o rapaz, sonhando vir a ter com ele algo mais do que aquela simples amizade. Era sempre Amélia quem fazia os telefonemas ou enviava as mensagens realizando os convites. Aquela insistência da jovem, que mais parecia uma perseguição, começava a assustar Sam, mas devido à sua personalidade educada não conseguia recusar os pedidos de Amélia, receando magoar a jovem de alguma forma.

Por vezes o caçador contactava Bella na tentativa de marcar caçadas na serra ou simplesmente desfrutarem de algum tempo a conversarem ou conviverem, já que entre as três, Bella era aquela por quem Sam tinha mais afinidade e carinho, e a qual com quem se identificava bastante.

 

Eram esses contactos por parte do rapaz que davam ainda algum ânimo à jovem australiana, mas o mesmo era rapidamente dissipado pois momentos depois de cada vez que o rapaz a abordava, retomava o contacto desmarcando tudo o que haviam combinado devido aos incessantes convites de Amélia, onde a rapariga dos Mezzaluna não lhe deixava escapatória ao alegar que caso este recusasse os seus convites a mesma iria ficar num estado profundo de desgosto e tristeza.

Bella não conseguia amparar-se em Jordan ou Sukru, pois ambos encontravam-se em tempo de grande empenho e dedicação aos últimos meses do final do ano lectivo, tendo por isso demasiados encargos, responsabilidades e tarefas para cumprir, não lhes restando muito tempo livre para saídas ou convívios e, face a isto, a caçadora não os censurava. Já nos casos de Charlotte e Amélia, a situação era diferente. Apesar de serem ambas prefeitas das suas respectivas casas, as mesmas, devido ao entusiasmo depositado naquelas presentes amizades, faziam sempre de tudo para se descartarem dos seus deveres e obrigações daqueles cargos, mandando-os constantemente para cima de Stefan e Javier, e para Bella estas acções por parte das colegas não tinham desculpa, deixando-a ainda mais ressentida com ambas.

Dean não estava na sua lista de opções para conviver ou simplesmente conversar. Desde a situação passada naquela noite na Lagoa Azul que a feiticeira dos Wanning Moon não o encarava, apesar de no fundo do seu coração o seu desejo de estar com o rapaz era maior que o orgulho que insistia em manter, mas ainda aguardava uma iniciativa por parte dele, especialmente  para um pedido de desculpas face a tudo o que este lhe havia feito e dito naquela noite, iniciativa essa que nunca chegara até àquela data.

Restava-lhe contar somente consigo mesma para o que quer que fosse, quer em caçadas na serra por sua conta e risco, quer em idas ao Fauno para as suas habituais leituras perto de Maria, ou mesmo para espairecer num local qualquer nas zonas limítrofes do instituto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre Dois Mundos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.