Troublesome Life escrita por Wichita25


Capítulo 7
Neve


Notas iniciais do capítulo

*Compara o número de palavras do capítulo anterior com esse*.... Isso escalou bem rápido.... Quando foi que eu perdi tanto o controle dessa fanfic?
Postando hoje pq a probabilidade de ficar sem internet amanhã é de 99,9% (esse 0,1% é se eu entrar num starbucks e eu me recuso a isso). Boa leitura!



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—-- 5 anos ----  

Luffy estava dormindo no seu quarto. Assim que amanheceu e a luz começou a entrar pela escotilha ele acordou como de costume. Mas, diferente dos outros dias que ele pulava da cama e ia correndo para a cozinha procurar comida, dessa vez ele somente se encolheu no meio das cobertas enquanto tremia. Estava frio! Muito mais frio do que quando ele tinha ido dormir. Resolveu ficar deitado mais um pouco nas cobertas quentinhas...

“LUFFY ACORDA SEU PREGUIÇOSO! O café está na mesa! ” Gritou Thatch enquanto chutava a porta para a abrir. Parecia muito mais empolgado que o normal e não estava incomodado pela baixa temperatura

“Nãooooooo. Está frio! ” Disse o menino enquanto se escondia embaixo dos cobertores.

“Vamos lá! Tem uma surpresa para você lá fora hoje! É só colocar um casaco que você já se esquenta! ” Disse pegando os pés do menino e o puxando para fora. Segurando a criança de cabeça para baixo se dirigiu até o armário onde guardava as roupas do garoto

“Surpresa? É carne? “ Pareceu empolgado por alguns segundos, até que um vento gelado passou por ele e começou a tremer “Frioooooo!! “

“Por que tudo para você se resume a carne hein? ” Colocou o menino do chão e passou uma muda de roupa para ele “Aqui, vista isso e vamos tomar um café da manhã reforçado, hoje o dia vai ser bem agitado”

Depois de ajudar Luffy, que reclamou da quantidade grande de camadas de roupas (“Por que não posso usar meus chinelos? ” “Porque você perderia os dedos dos pés e Marco comeria os meus de raiva”), os dois seguiram para o refeitório barulhento. O menino usava um casaco grosso vermelho, uma calça jeans azuis, luvas e um cachecol amarelos e um gorro vermelho e amarelo, além das odiadas botas pretas. Encheram os pratos de comida e sentaram junto com os outros comandantes, que conversavam bem animados

“Hey Luffy! Pronto para ver neve pela primeira vez? ” Perguntou Jozu

“Neve? ” O garoto parecia confuso. “O que é neve? ”

“Eu fazendo toda uma surpresa e você nem sabe o que é” Thatch colocou a mão no rosto.

“Você vai descobrir quando ver, vai ser divertido” Falou Haruta “Vamos, termine logo de comer que temos uma guerra de bolas de neve para organizar”

Assim que terminaram de comer e foram para o convés o menino ficou encantando. Tudo estava branco! Alguns tripulantes já estavam no meio da neve fazendo bonecos e jogando bolas uns nos outros.

“Isso é tão...” antes que pudesse completar a frase foi interrompido por um grito de Izou

“LUFFY, OLHA AQUI” Assim que o menino olhou na direção do 16º comandante recebeu uma bola de neve na cara. Izou estava rindo enquanto jogava uma outra bola de neve em outra pessoa. Depois que a surpresa de ter sido atingido tão de repente passou, um sorriso surgiu no rosto coberto de neve”

“LEGAL” completou com uma risada e começou a juntar neve para formar uma bola. Logo todos estavam envolvidos numa guerra de bolas de neve. Marco que observava tudo sentado em cima das velas sorriu. O garoto parecia bastante empolgado com a neve. Hoje ia ser um dia agitado pelo visto.

—--/----

“Não acho que isso vai ser uma boa ideia” Disse Haruta olhando para Luffy em cima do trenó improvisado.

“Vamos lá, não seja um Marco da vida. O que pode dar errado

Havia muita neve amontoada na escada entre a popa do navio e o convés, formando um escorregador de neve bem alto. Thatch tinha vindo com a ideia de ensinar o menino a esquiar usando a pequena ladeira. Como não tinham esquis ou pranchas de neve no navio decidiram fazer um trenó com o fundo de uma caixa de frutas. Agora Thatch estava prestes a empurrar o menino pela ladeira, Haruta estava preocupada e Luffy parecia que estava tendo o melhor momento da vida dele.

“Vamos! Vamos! Empurra! ” Disse o menino fazendo força para frente, querendo logo escorregar.

“Ok! Mantenha mãos e pés dentro do veículo o tempo todo! 1, 2, 3 e.…”

“Eu ainda acho...”

“VAI! ” Gritou Thatch e Luffy ao mesmo tempo enquanto o cozinheiro empurrava o caixote com o menino com toda a força. O garoto deslizou em alta velocidade pela escada e dava risadas altas

“Viu só? Sem problemas” falou convencido

“...Thatch”

“Sim? ”

“Como ele vai parar? ” O quarto comandante foi responder quando congelou por um segundo, percebendo esse pequeno detalhe

“Eu não tinha pensado nisso, confesso” e olhou na direção que o menino tinha disparado a tempo de ver a prancha subir do outro lado do convés e o menino sendo arremessado no mar.

“MEU DEUS, LUFFY” Gritaram os dois e foram correndo pular atrás do menino. Quando subiram de volta no navio os três estavam congelando depois de mergulhar na água fria.

“F-f-friooooooo!!!!” Luffy falou tremendo enquanto segurava no casaco molhado de Thatch “A-a-achei que i-i-ia mo-o-o-rrer! ”

“Você quase morreu, idiota! ” Falou Haruta também tremendo “Vamos rápido para dentro antes que Marco apareça e descubra...”

“Descubra o que Yoi? ” Disse a fênix com os braços cruzados. Thatch e Haruta olharam para o primeiro comandante como se ele fosse a morte encarnada

“M-Mama! ” Luffy entendeu os braços para Marco “F-f-frio! ” Marco pegou o menino e começou a usar suas chamas para esquenta-lo antes que tivesse uma hipotermia

“Marco! Você estava assistindo? ” Falou Thatch tremendo de frio e medo. Sabia que não ia sair dessa inteiro

“Estava, Yoi”

“Então você sabe que foi só um acidente, né”

“Claro que foi, Yoi” falou calmamente e olhou para os dois com um sorriso que só poderia ser um presságio da morte precoce dos dois comandantes. “E a surra que eu vou dar em vocês agora também pode ser considerada um acidente Yoi”

—-/--

“Atchim! ” Expirou Luffy e fungou. Tinha parado de tremer depois de entrar na banheira de água quente, mas parecia que já estava ficando doente.

“Aqueles malditos, você vai ficar resfriado depois daquele banho de água fria, Yoi” disse lavando o cabelo do menino

“Desculpa... Atchim”

“Não foi culpa sua, mas minha vida seria muito mais fácil se você parasse de participar das brincadeiras daqueles dois... Eu já tenho dores de cabeça o suficiente sem você achar problemas em cada esquina, Yoi” Luffy ficou quieto pelo resto do banho e Marco achou estranho, mas deixou de lado.

Assim que o menino colocou uma roupa quente foram até a refeitório para arrumar uma sopa para os dois tomarem e se esquentarem. O garotinho de 5 anos parecia muito chateado e não conversou durante a janta, o que meio que assustou o primeiro comandante. Ele sempre era tão comunicativo e alegre, ver Luffy sem seu sorriso habitual era incomum, se não preocupante. Resolveu levar o menino direto para a cama depois da janta e se esse comportamento continuasse até o dia seguinte o levaria para a enfermaria...

“Hey amigão, quer que eu conte uma história para dormir, Yoi? “ Perguntou já olhando a prateleira com os livros infantis. Luffy sempre pedia uma história para dormir, apesar de nunca ter se interessado em ler e Marco tinha decidido ler o livro favorito do menino, que tinha heróis e um robô gigante. O menino concordou timidamente com a cabeça sem falar anda e o comandante começou a ler a história. Era estranho contar a historinha sem as constantes interrupções constantes do menino. Somente o som da sua voz o incomodava, Luffy nem fazia mais os sons de admiração que normalmente fazia mesmo que estivesse morrendo de sono.

Alguns minutos depois Marco saiu do quarto deixando o menino adormecido para trás. Centelhas de preocupação não deixavam de pipocar na sua mente e se sentia incapaz de fazer qualquer coisa. Foi até o refeitório, onde todos ainda estavam conversando e tomando alguma bebida quente. Sentou do lado dos outros comandantes que perceberam o desconforto do irmão e perguntaram o que aconteceu, recebendo uma explicação detalhada de Marco

“Bem, não vai ser surpresa se ele ficar resfriado depois do banho de agua gelada que ele tomou...” Comentou Izou dando um olhar frio para Thatch e Haruta, que tremeram. Haruta soltou um espirro

“Eu também acho que vou ficar doente. Luffy é menor que nós, então não é surpresa que fique um pouco mais resfriado, mas não deve ser nada demais” Resmungou Haruta enquanto assoava o nariz em um pedaço de papel. Thatch deu os ombros

“Eu me sinto bem, nunca peguei resfriado na minha vida mesmo” Se gabou. Haruta revirou os olhos

“Ouvi dizer que idiotas não pegam resfriado, então deve ser verdade”

“EI! ”

“Amanhã vou levar ele para Bay dar uma olhada. Pensei em levar agora, mas ele precisa descansar um pouco, Yoi” Comentou Marco enquanto tomava um gole de chá que tinha pegado. Começou a ouvir as conversas em volta

“Quando vamos chegar na próxima ilha? ”

“Amanhã à tarde, se não encontrarmos nenhum problema no caminho. Acho que é uma ilha de inverno chamada Drum ou algo parecido. Parece que lá vive uma velha amiga de Bay”

“Nossa bruxa mal-humorada tem uma amiga? Deve ser outra bruxa” E risadas foram ouvidas. Marco revirou os olhos. Eram piratas, mas gostavam tanto de fofoca quando um grupo de velinhas no parque. Levantou depois de alguns minutos conversando e foi para seu quarto. Checou o quarto de Luffy para ver se estava tudo bem, e como o menino estava dormindo tranquilo se deu por satisfeito. Foi dormir tentando ignorar a preocupação que ainda habitava o fundo da sua mente

—---/----

Quando entrou no quarto no menino para o acordar no dia seguinte percebeu que tinha algo errado. A respiração de Luffy era alta e ofegante, parecia até que o menino tinha corrido uma maratona e não dormido. Se aproximou e viu que o rosto dele estava todo vermelho e havia algumas manchas roxas espalhadas por toda a sua pele. Colocou a mão na testa do menino e arregalou os olhos quando percebeu que ele estava ardendo de febre!

“Luffy! Hey Luffy! Acorda, como você está se sentindo, Yoi? ” Perguntou balançando o menino suavemente. Luffy abriu os olhos e olhou para Marco com muita dificuldade. Parecia estar cada vez pior

“Mama... Tá doendo” Resmungou e logo começou a tossir sem parar, ficando quase sem ar. Marco começou a dar tapinhas em suas costas para ajudar

“Você acha que consegue ir até a enfermaria? Vamos ver se Bay tem algum remédio para você, Yoi” O garoto concordou levemente com a cabeça e ergueu os braços, num sinal claro que queria ser carregado. O primeiro comandante o pegou no colo e o levou para a enfermeira o mais rápido possível

Chegando lá encontrou Bay colocando algumas coisas em um bolsa de viagem, provavelmente ia visitar a amiga quando chegasse na ilha. Assim que ouviu alguém entrar apressado em sua enfermaria virou pronta para dar uma resposta mal-humorada, mas parou ao ver Marco com Luffy nos braços. Indicou uma maca onde podia colocar o menino e se aproximou perguntando o que tinha acontecido

“Ele caiu na água gelada ontem” começou explicando tudo que tinha acontecido e todos os sintomas que percebeu. Olhou para a médica que já começou a examinar o garoto e tinha a testa franzida “Eu pensei que ele ia pegar no máximo um resfriado, Yoi”

“Eu esperaria isso também” Disse enquanto media a temperatura “39,5°... isso não é bom” resmungou. Pegou uma lupa e olhou de perto as manchas que tinham aparecido pelo corpo do menino. Assim que pensou um pouco, foi até o armário e trouxe um frasco de remédios, fazendo Luffy tomar 2 comprimidos. Se virou para o comandante “Você quer a boa ou a má notícia? ”

“Bay...”

“Ok, vou começar pela má notícia. Não sei que doença é essa” Falou, o que fez os olhos de Marco se arregalaram com força “Nunca vi essas manchas antes. O menino está fora de perigo por enquanto e dei um remédio que vai baixar a sua febre, mas sem o tratamento adequado ele não vai conseguir aguentar”

“E a boa notícia, Yoi? ” Perguntou enquanto sentava e passava a mão pelos cabelos. Bay sorriu enquanto se dirigia a bolsa de viagem que estava arrumando, a fechando e colocando em suas costas

“Pegue Luffy. Talvez por uma sorte divina, estamos indo para a ilha onde mora a única pessoa que eu tenho certeza que pode cuidar disso. Vamos! ”

—----/-----

“Sabe, quando você se imagina sendo carregado por um pássaro gigante de fogo azul brilhante, não é essa posição que você escolheria”

“Cala a boca, Thatch, ninguém te perguntou nada. E segure Luffy direito, não deixe ele tomar frio” Respondeu Bay. Os dois estavam sendo levados por Marco sem sua forma de Fênix até a ilha de Drum. A fênix estava usando as garras para os segurar por trás e o cozinheiro segurava Luffy em seu colo com força

“Por que mesmo que eu tive que vir? ” Resmungou enquanto ajeitava a criança doente em seu colo para que ficasse totalmente coberta pela manta.

“Porque 1) isso é tudo culpa sua, se você não tivesse jogado Luffy no mar gelado nada disso teria acontecido”

“Foi culpa da Haruta também! ” A médica ignorou os resmungos do ruivo e continuou

“E 2) precisávamos de alguém para carregar o Luffy e você era o mais próximo disponível”

“Disponível? Você me arrancou da cozinha enquanto eu estava trabalhando sua maldita bruxa”

“O que você me chamou seu...” Um grito de aviso da Fênix foi o bastante para os dois calarem a boca. Marco não estava com paciência para brigas hoje. Quando saíram da enfermaria descobriram que o Moby Dick ia demorar até o dia seguinte para chegar até a ilha, por causa de alguns icebergs que tinham se formado no caminho. O único jeito de ir para a ilha era voando e a fênix não gostava de carregar pessoas por aí como se fosse um taxi aéreo, mas era uma emergência.

“Estamos chegando” Bay falou quando avistou a ilha ao fundo “Vamos para o lado norte da ilha. Ela vive numa floresta lá” Marco concordou com a cabeça e voou em direção a ilha. Assim que chegaram na floresta ao norte pousaram em uma clareira. Marco voltou para sua forma humana e caiu no chão coberto de neve, exausto. Voar levando duas pessoas por tanto tempo foi cansativo demais

“Vamos, temos que ir andando” Bay olhou em volta, o vento soprando seus cabelos azuis “A cabana em que ela vive fica a alguns minutos de caminhada por aqui”

Os três continuaram a jornada, com Luffy adormecido nos braços de Thatch. Bay os verificava de tempos em tempos, feliz vendo que a febre não tinha aumentado, mas nervosa ao perceber que as manchas escuras tinham crescido. Assim que chegaram em uma casa dentro de uma árvore, Bay foi até a porta batendo com força

“Dra. Kureha! ” Chamou enquanto batia. Um barulho de coisas quebrando foi ouvida de dentro, seguido de um grito de uma pessoa com voz velha mandando alguém abrir a porta para ela. Logo a porta foi aberta e eles não viram ninguém

“Aqui em baixo seus malditos” uma voz fina veio de baixo e os três baixaram o olhar a figura escondida de maneira errada. Era um...

“Guaxinim? ” Perguntou Thatch com dúvida

“EU SOU UMA RENA! ” Gritou e logo que percebendo que tinha saído de onde estava voltou a escondeu uma parte da cara com a porta e deixando todo o corpo a mostra

“Você sabe que está ao contrário, não é? ” O ruivo tentava segurar uma risada enquanto perguntava. A rena pareceu perceber seu erro e se escondeu do jeito certo dessa vez, só com uma parte do rosto aparecendo.

“O que vocês querem aqui? ” Perguntou olhando para os três. Bay tomou a dianteira

“Viemos ver a Dra. Kureha. Sou uma velha amiga dela e preciso de ajuda para tratar um paciente” indicou Luffy com uma mão. A rena olhou para ela meio desconfiado, mas abriu a porta e os deixou entrar para o interior quente da casa. Os guiou até um consultório que ficava no segundo andar. Assim que entraram foram recebidos por uma mulher muito velha, mas estranhamente bem conservada

“Whitey Bay, quanto tempo minha jovem! Vejo como você mudou” falou a velha tomando uma garrafa de suco de ameixa

“Dra. Kureha, é um prazer encontrar a senhora novamente. Tenho um pedido a...” Foi interrompida pela velha doutora, que sacudiu as mãos e indicou uma maca

“Coloque o menino ali e comece a me falar os sintomas. Vou ver o que posso fazer” Bay concordou com a cabeça e começou a descrever os sintomas que Luffy tinha. Na metade do caminho foi interrompida de novo por uma mão levantada “Ele caiu no mar congelado ao leste desta ilha, não foi? ”

“Como descobriu? ” Perguntou Thatch. Segundos depois foi atingido no meio da testa pela garrafa que a mulher estava bebendo.

“Não faça perguntas idiotas, pirralho! Eu sei porque você não conseguiu identificar essa doença, Bay. Ele não está doente, está envenenado”

“O que? ” Perguntou a médica mais jovem assustada

“Existe um peixe que vive no mar a leste dessa ilha” começou a explicar enquanto pegava um livro e jogava para a outra mulher “Página 542” indicou enquanto ia em direção ao menino febril “São bem parecidos com baiacus, mas tem espinhos mais longos, tão finos que podem passar pela a roupa de uma pessoa e a picar sem que ela perceba. Eles são bem ariscos, então é raro que ocorra envenenamentos, mas provavelmente quando o menino caiu na água ele atingiu um que estava passando e acabou sendo picado por um de seus espinhos” tirou as cobertas do menino e levantou sua camiseta. Nas suas costas uma das manchas que tinham se espalhado era bem maior que as outras “A cor roxa só aparece depois de algumas horas, mas isso é bom. Significa que o veneno ainda não fez nenhum mal irreversível. Quando elas ficam verde é quando já é tarde demais”

“Então você pode curar ele, Yoi? ” Perguntou Marco esperançoso

“CHOPPER! ” Gritou Kureha, assustando todos, inclusive a rena, que assistia tudo curiosa da porta “Qual é o antídoto para esse veneno? ” A rena ficou nervosa por um tempo, até respirar fundo e se concentrar o bastante para lembrar

“As folhas de babosa que crescem nas árvores da floresta negra tem o composto necessário para curar esse veneno” Respondeu Chopper, fazendo os três piratas erguerem a sobrancelha surpresos

“Exato! Infelizmente eu não tenho essas folhas aqui, mas! ” Interrompeu Marco antes que ele pudesse falar “Vocês dois jovens parecem fortes o suficiente para ir até lá pegar algumas para mim. Chopper vai indicar o caminho”

“O QUE? ” Gritou a rena assustada, mas recebeu um livro no meio da testa

“VAI FAZER O QUE EU MANDEI, RENA MALDITA! Agora fora daqui e não voltem até achar as folhas! ” Chutou os três para fora e fechou a porta atrás deles. Voltou até o consultório e viu Bay olhando para Luffy com carinho enquanto colocava uma toalha com água em sua testa “Você não devia se apegar a pirralhos. Eles vão crescer e te deixar para trás por um sonho idiota” disse com um sorriso melancólico enquanto abria mais uma garrafa de suco

“Digo o mesmo” respondeu Bay se referindo a pequena rena. E abriu um sorriso “E você não devia mentir dizendo que não tem o antídoto quando você tem” Disse com o livro que tinha recebido antes em uma mão “Aqui diz que Sementes de Papoula também podem ser usadas e isso” levantou a outra mão, revelando um pote cheio de sementes “Você tem de sobra”

“Esperta como sempre, Bay” Riu a médica mais velha “Chopper só falou das folhas de babosa, então ele tem que ir atrás das folhas. Estava mesmo precisando repor meu estoque a dias” Pegou as sementes da mão de Bay “Vamos lá, vamos fazer o remédio para esse pirralho”

—---/----

Marco e Thatch levantaram e começaram e tirar a neve de suas roupas e depois ajudaram Chopper, que tinha ficado preso de cabeça pra baixo na neve. Thatch coçou a cabeça

“Agora eu sei por que elas são amigas... são duas bruxas” Marco revirou os olhos para o comentário e se virou para a rena

“Então, pode nos levar até onde ficam essas folhas, Yoi?” Perguntou. Chopper acenou com a cabeça e se transformou em sua forma quadrúpede. Esperou os gritos e xingamentos, mas os dois outros homens só olharam para ele esperando que indicasse a direção. Começou a caminhar e foi seguido pelos outros dois

“Você comeu uma akuma no mi, não é? ” Perguntou Thatch curioso “Foi a Fruta da Rena? ”

“Não” respondeu meio receoso “Eu sou uma rena que comeu a Hito Hito no mi”

“Legal, nunca tinha pensado por esse ângulo” O ruivo parecia satisfeito “Hey, Marco, não tinha um cara da marinha que comeu uma outra versão dessa fruta? ” Antes que o primeiro comandante pudesse xingar o quarto por esquecer algo tão importante quando o poder do Almirante de Frota da Marinha, Chopper o interrompeu  

“Vocês... não acham estranho? Vocês não acham que eu sou um... monstro? ” Parou de caminhar e olhou paras os comandantes, que devolveram o olhar de surpresa com mais surpresa

“Aaaa não? ” Respondeu Thatch sem muita certeza “Por que pensaríamos isso? ”

“Eu sou uma rena de nariz azul! Eu comi uma fruta que me transformou num monstro! Ninguém nunca me aceitou além do Dr. Hiluluk e Doctorine” Sacudiu a cabeça como fosse difícil pensar na possibilidade de não ser tratado mal.

“Chopper, você não é a pessoa mais estranha que nos encontramos durante nossas viagens, Yoi” Disse Marco dando tapinhas no chapéu da rena “E se você é um monstro eu também sou um” Ergueu o braço que se transformou em uma asa azul flamejante por um tempo para que o mais jovem visse e depois o fez voltar ao normal, “Mas tudo bem, como Luffy disse uma vez: Monstros são muito mais legais que pessoas, Yoi” deu um sorriso sarcástico para Thatch, como se fizesse graça dele por ser “normal”. O cozinheiro cruzou os braços e virou a cara, claramente ofendido, fazendo Marco e Chopper rir

Chopper parecia bem mais relaxado depois disso, conversando mais livremente com os dois. Era tão difícil achar alguém que não o discrimine logo de cara que agora parecia que alguém tivesse arrancado um enorme peso de suas costas. Contou como tinha conhecido Dra. Kureha (vulgo Doctorine) enquanto iam para a floresta negra

“Depois disso Doctorine começou a me ensinar medicina! Um dia vou descobrir a cura de todas as doenças! Eu acredito! ” Falou empolgado

“É um ótimo sonho Chopper, estou torcendo por você, Yoi” Marco sorriu para a rena criança animada. Ele lembrava muito Luffy falando sobre ser um pirata quando crescer. Não havia nada mais brilhante do que uma criança falando de seus sonhos, a fênix podia ouvir eles falando por horas sem cansar “Você vai se tornar um grande médico um dia, Yoi”

“Isso não me deixa feliz seu maldito ” começou a fazer uma dancinha estranha, claramente feliz pelas palavras do comandante. De repente parou e seu nariz começou a mexer. “Isso é mal” falou baixo, mas mesmo assim os dois adultos escutaram

“O que foi? ” Perguntou Thatch enquanto começava a tirar sua espada da bainha

“As folhas estão ali” apontou com o chifre para uma árvore do outro lado da clareira que tinha acabado de chegar “Só que não estamos sozinhos...”Olhou para um ponto próximo de onde estavam as folhas, mais para a direita. Entre as árvores da floresta começaram a aparecer enormes tigres dentes-de-sabre brancos. Era um grupo grande, haviam 10 deles, e pareciam bem irritados de terem seu território invadido.

Chopper deu um passo para trás, nervoso. Não conseguiria derrotar nem um tigre sozinho, quem dirá um grupo. Vendo o nervosismo da pequena rena Marco e Thatch se colocaram na sua frente.

“Nós podemos lidar com eles, Chopper. Mas precisamos que você pegue as folhas para nós, pode fazer isso, Yoi? ” A rena parecia meio nervosa no começo, mas depois acenou com a cabeça que sim “Ótimo! Vamos distrair eles para você, Yoi”

“Cinco para você e cinco para mim? ” Perguntou Thatch com um sorriso brincalhão no rosto, nem parecendo que iam lutar com feras pré-históricas

“Vejo que aprendeu a dividir, Yoi” Respondeu Marco sendo sarcástico, conseguindo um som indignado em resposta. Começaram a andar para dentro da clareira, fazendo os animais rugirem irritados. Atacaram quando os comandantes chegaram no meio do caminho até as folhas.

Um deles pulou em cima de Marco, mas o primeiro comandante se transformou na sua forma híbrida e parou o ataque com suas garras. Outro tentou atingir Thatch, mas foi parado pela espada do cozinheiro. Chopper aproveitou que todos estavam distraídos e começou a dar a volta na clareira por dentro da floresta, no maior silêncio possível.

Conseguiu chegar na planta e começou a colher o maior número de folhas possível, colocando em sua mochila. Quando terminou se virou para olhar a luta. Haviam 6 tigres derrotados no chão e mais 3 de pé que estavam lutando contra os adultos. Chopper inclinou a cabeça em confusão. Tinha alguma coisa errada. Eram 6 derrotados mais...7, 8, 9 e... Onde estava o décimo tigre? Um som veio de trás de onde estava, fazendo a rena congelar. Virando a cabeça bem devagar deu de cara com o tigre que faltava, pronto para dar o bote. Deu um grito e um pulo para o lado, evitando os dentes compridos por pouco.

“Chopper!” Gritou Thatch acabando com o tigre com quem lutava e indo correndo ajudar a pobre rena. Antes que o tigre dentes-de-sabre pudesse morder sua presa, sua boca foi parada pela espada do quarto comandante “Desculpa, Chopper, deixei um escapar”

“S-Sem problemas” gaguejou em resposta, vendo o adulto derrotar o tigre com mais dois golpes de espada

“Yosh! Terminei por aqui! E você Marco?” Se virou para o outro, que estava apagando suas chamas depois de terminar com os outros dois tigres restante

“Aqui também. Vamos logo, temos que levar essas folhas para a doutora, Yoi” Os três começaram a voltar e assim que Marco estava perto o bastante de Chopper, deu alguns tapinhas e em seu chapéu “Você foi muito bem lá, parabéns Yoi” Os olhos da rena brilharam

“ISSO NÃO ME DEIXA FELIZ SEU IDIOTA! ”

“Claro, claro, Yoi”

—----/----

“COMO ASSIM NÃO PRECISAVA DAS FOLHAS? ” Gritou Thatch alguns minutos depois de voltarem

“Não precisando. Às vezes existem mais de uma cura para a mesma doença. Acho que isso foi uma bela lição, não é? ” A velha médica olhou para Chopper, que abaixou a cabeça tristonho. Marco ajoelhou no seu lado

“Não tem problema, Chopper, foi bem divertido Yoi” Consolou o pequeno aprendiz de médico.

“Vocês não querem ver o garoto? Ele está acordado no consultório” perguntou a doutora, recebendo um aceno positivo de Marco. Thatch fez que não

“Ele não comeu nada desde ontem, deve estar morrendo de fome. Onde está a cozinha? Vou preparar algo para ele comer” Kureha fez um aceno de aprovação com a cabeça

“Desde que seja algo leve... Me siga” Os dois sumiram atrás de uma porta, sendo seguidos logo depois por Chopper, que também estava com fome. Marco subiu as escadas e encontrou Luffy sentado na cama conversando baixinho com Bay. Assim que Luffy o viu na porta parou de falar, e isso fez com que Bay virasse para olhar diretamente para ele

“Vejo que voltou... Bem, Luffy quer conversar sobre uma coisa com você, vou deixar vocês aqui enquanto encontro a Dra. Kureha para perguntar algumas coisas. Divirtam-se!” Disse a médica saindo da sala e dando um olhar estranho para Marco. O comandante não entendeu muito bem o que estava acontecendo e foi sentar no banco que Bay estava ocupando, olhando para a criança cabisbaixa.

“Hey amigão, está se sentindo melhor, Yoi? ” A criança concordou com a cabeça levemente, ainda olhando para o chão “O que foi? Pode falar comigo, eu estou aqui para você, Yoi” Esperou pela resposta de Luffy, que parecia estar pensando nas palavras que ia usar

“Mama...” ao perceber a voz chorosa do menino fez com que a arregalasse os olhos. Lágrimas silenciosas escorriam pelas bochechas e sua boca estava comprimida ao máximo, como se ele estivesse tentando segurar o choro.

“O que foi? Está sentindo dor em algum lugar Yoi? Espera que eu vou chamar a doutora para dar uma olhada em você...”. Foi parado por uma mãozinha que o segurou com força.

“Mama... Eu sou.… um problema? ” Perguntou enquanto mais lágrimas escorriam

“O que? Não, Yoi! Claro que não! De onde você tirou isso tão de repente, Yoi? ” Olhava bem para o menino que agora estava chorando sem parar agora

“Uns homens do bando disseram... que eu sou só um problema para o Oyaji” Fungou “Que se eu não estivesse aqui atrasando todo mundo o Oyaji entraria em mais batalhas e estaria mais perto de achar o One Piece”

Marco franziu a testa. Malditos.... Sabia que alguns tripulantes não gostavam de crianças e por isso não conversavam muito com Luffy. Tudo bem, o navio era grande e não era preciso conviver com o menino se não quisesse. Agora, falar coisas tão cruéis para um menino de 5 anos era passar de todos os limites! Ia conversar seriamente com Oyaji sobre isso

“E você disse que eu encontro problema o tempo inteiro durante o banho... e eu causei vários problemas ficando doente” Continuou o menino “Disseram que a pessoas se livram dos problemas... Mama, você não me quer mais? ” Perguntou olhando diretamente para Marco com os olhos cheios de lágrimas “Vai me deixar sozinho? ” A possibilidade de ser deixado parecia assustar ainda mais o menino

“Nunca, Yoi! Pare de pensar assim, eu nunca vou te deixar sozinho” abraçou Luffy quando sentiu lágrimas banharem os seus próprios olhos. Só de ver o menino tão triste doía “Luffy, você é como um filho para mim. Eu corri hoje no meio da neve para achar uma planta que podia te salvar e faria de novo mil vezes, Yoi. Não importa o quanto de problema você causar, das confusões que se meta ou nas brigas que você entrar, eu vou sempre estar aqui para você. Todos vamos estar aqui para você, Yoi! ”

“Você promete? ” Perguntou enquanto fungava, as lágrimas tinham parado de cair.

“Prometo, Yoi! ” Falou com firmeza enquanto olhava bem no fundo dos olhos do garoto “Luffy, todos nós te amamos e vamos fazer tudo por você, não duvide nem por um segundo disso, Yoi”

“Obrigado” disse abraçando o comandante novamente. Parecia que um peso enorme tinha sido tirado dos ombros do menino “Obrigado”

“Eu que agradeço, Yoi” falou enquanto passava a mão nas contas da criança. Deu um sorriso “Vamos lá, tem uma pessoa que eu quero que você conheça... Ali está ele. Entre aqui, Chopper, Yoi” A rena estava escondida do jeito errado de novo, fazendo Luffy rir. Assim que ela chegou perto o suficiente o menino deu uma olhada de cima a baixo na rena. Abriu a boca para falar e Chopper já estava esperando gritos, mas as palavras do garoto só o deixaram confuso

“Rein-chan? ”

Chopper não entendeu. Quem era Rein-chan e por que Marco estava rindo como se não houvesse amanhã?

—----/-----

Dias depois eles estavam prontos para partir. Luffy estava totalmente curado do veneno e Bay já tinha conversado com a Dra. Kureha sobre tudo que precisava. Chopper e Luffy tinham feito uma grande amizade e agora se despediam no porto

“Queria que você pudesse vir com a gente” falou o garoto mal-humorado. Tinha pedido para que a rena se juntasse a tripulação e navegasse com ele, mas Chopper tinha negado.

“Tenho muito o que aprender com a Doctorine. Vai levar anos até que eu possa ser um médico de verdade” Luffy pareceu pensar por alguns segundos até que teve uma ideia

“Hey Chopper! Se junte a minha tripulação! ”Chopper olhou para o menino como se ele estivesse louco

“Mas eu já disse...”

“Não a tripulação do Barba Branca, a minha! Quando eu crescer eu vou criar meu próprio bando pirata e navegar sobre a minha bandeira! Então vamos fazer uma promessa” estendeu o dedo mindinho para a rena “Daqui alguns anos eu vou aparecer aqui e vou te chamar para ser o médico do meu navio! Até lá você vai estudar bastante e se tornar um médico de verdade, ok? ” Perguntou sorrindo. Chopper olhou surpreso e lágrimas encheram seus olhos. Estendeu sua pata até a mão do menino.

“Sim! Eu vou! Vou ser o melhor e vou me juntar a sua tripulação! ” Os dois sorriram e se abraçaram como uma última despedida. Luffy entrou no Moby Dick e eles zarparam. Chopper ficou encarando o horizonte onde eles tinham sumido até o sol se pôr. E então voltou para casa para começar a estudar. Tinha um caminho longo pela frente para se tornar um médico que faria seu capitão orgulhoso!


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Notas finais do capítulo

Antes de começar eu venho aqui dizer que EU ESTOU CHORANDO A DOIS FUCKING DIAS DESDE QUE VI ESSA IMAGEM (https://twitter.com/YonkouProd/status/882625199312482304) E NÃO TO CONSEGUINDO PARAR!!!! MALDITO ODA! EU AINDA ESTAVA SUPERANDO ESSA MORTE AINDA SEU FILHO DA… Desculpa, não tô conseguindo se segurar, estou feliz e puta ao mesmo tempo.
Senta que lá vem histórias da tia Wichita (como eu to velha gente): A uns anos atrás nevou muito na cidade onde moro (moro no RS, neva a cada 20 anos se dermos sorte) e ficou tudo coberto de neve. Eu já tinha visto neve antes numa viagem, mas minha irmã mais nova não e ficou encantada. Bem, no pátio da nossa casa tem uma pequena rampa de terra que eu e minhas irmãs resolvemos transformar em um escorregador de neve aquele dia... Acontece que em vez do mar minha irmã mais nova deu com tudo no muro lá de casa kkkkkk Melhor recordação desse dia, junto com a minha irmã do meio jogando uma bola de neve na cara do meu melhor amigo e gritando “LET IT GO, FILHO DA MÃE, LET IT GO! ”
Então, só depois que eu revisei esse capítulo hoje que percebi... Chopper é 2 anos mais novo que Luffy, ou seja, ele devia ter 3 anos aqui, nem tinha comido a Hito Hito no mi ainda...Ops... Gente, eu ferrei a linha temporal inteira, desculpa*senta num cantinho em posição fetal com uma placa escrito “cuidado com a burra”* Não tenho como consertar o capítulo pelo celular, então vai ficar por isso mesmo, se não vocês ficariam até agosto sem capítulo. Minha solução é: Chopper tem a mesma idade de Luffy nesse capítulo, mas ele age de um jeito mais maduro porque as renas envelhecem mais rápido (?), mas quando o Luffy voltar ele vai estar que nem o original, ok?
O que vcs acham de eu colocar o primeiro encontro de Robin com Luffy antes, assim como foi o de Chopper? Tipo, no original Luffy estava preso numa ilha e por isso não conhecia ninguém, agora que ele vai de um lugar pro outro sem parar ele pode encontrar uma ou duas pessoas antes do original, não é? Queria saber a opinião de vcs!
As minhas notas finais são grandes demais.... Talvez eu não devesse escrever elas depois de passar 25 horas acordada e de ter tomado 2 litros de café... Talvez...
Espero que tenham gostado! Comentários e críticas são sempre bem-vindos! Bjs e até semana que vem!



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