Troublesome Life escrita por Wichita25


Capítulo 30
Aquele que vale trinta milhões


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Marco tomou um gole de seu precioso café enquanto sentava com os comandantes no refeitório. Grande parte da tripulação estava lá para tomar o café da manhã e se preparar para um novo dia

“Você parece cansado Marco…” Comentou Fossa olhando para o loiro “Não dormiu bem?”

“Teria dormido melhor se alguém fizesse os relatórios direito, yoi” Respondeu olhando para Ace, que dormia com a cara na comida e o garfo levantando. Suspirou, sabendo que era impossível acordar o garoto nos seus ataques de narcolepsia. Deixaria para dar sua bronca mais tarde, quando o moreno estivesse acordado para ouvi-lo

Continuou conversando com os outros comandantes, tentando afastar a sonolência. De repente a porta se abriu com um chute e todos pararam o que estavam fazendo para ver Haruta entrando no salão e correndo em direção aos outros comandantes

Marco franziu a testa preocupado. De acordo com cronograma era a vez da divisão de Haruta fazer a vigia. Se ela tinha abandonado seu posto algo de importante tinha acontecido. Não era um ataque, afinal não seria ela que viria avisar, mas devia ser outra coisa…

“O jornal chegou!” Gritou empolgada enquanto colocava as folhas amassadas na mesa, entre a comida. Bateu na cabeça de Ace, tentando fazer ele acordar “Acorda, seu mongolão! Você vai gostar disso!’

“O jornal? Você abandonou seu posto para isso?” Perguntou vista com um tom de repreensão, mas isso não diminuiu o sorriso da mulher

“Não abandonei o meu posto por causa do jornal” mostrou uma folha amarelada que segurava na mão e mostrou para todos “Abandonei meu posto por causa do nosso Luffy!”

“Luffy?” Perguntou Ace, erguendo a cabeça da comida “O que aconteceu com o Luffy?”

“Olhem! Olhem!” Disse mostrando o cartaz de procurado do irmãozinho “Ele ganhou uma recompensa!” Isso foi o bastante para começar um pandemônio dentro do refeitório. Todos queriam saber o que tinha acontecido, quanto era a recompensa e quem tinha ganho a aposta

“O que será que ele fez para ganhar uma recompensa?”

“Tão rápido! Faz quanto tempo desde o aniversário dele?”

“30 milhões? Um pouco baixa não?”

“Ele está no East Blue, deve ser a mais alta por lá”

“Chapéu de palha? Sério? Eles não tem mais criatividade na marinha?”

“Esse é o nosso garoto!”

“Vamos mostrar isso para o Oyaji!”

“Festa!”

Marco revirou os olhos. Era típico daqueles piratas fazerem festa para qualquer coisa. Pegou o jornal e viu que era o semanal do East Blue que tinham assinado depois que deixaram o menino por lá. Mesmo prometendo que não interferir nas aventuras de seu irmãozinho mais novo eles não conseguiram deixar de se preocupar. Também sabia que se alguma notícia saísse por causa de Luffy sairia naquele jornal. Dito e feito

O comandante sorriu ao encontrar a parte do jornal que falava sobre os novatos. Luffy era o grande destaque, principalmente por valer dez vezes mais que a média daquele mar. A notícia falava de como o pirata novato tinha derrotado 3 grandes piratas com recompensas maiores que 10 milhões de berris e como tinha espalhado ‘caos e destruição’ por onde passava… Marco só pode rir daquilo, sabendo que o caos e destruição que o menino causava não era nem um pouco o que os outros pensavam

“Olha isso pessoal!” Gritou Thatch, que tinha saído da cozinha ao ouvir a confusão e se juntado a bagunça, em cima de uma mesa, enquanto lia o cartaz “ Aqui diz ‘Grande ameaça e extremamente perigoso’! Olha para essa foto! É como um coelhinho fofo usando uma coleira com espinhos!” Todos riram e Marco revirou os olhos mais uma vez, levantando e se afastando da bagunça. Tinha que dar a boa notícia para Oyaji

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Sabo largou a caneta e se espreguiçou. Não achava que o trabalho como Conselheiro do exército revolucionário ia ser tão pesado, mas pelo visto se enganou. Tinha sido promovido a alguns meses atrás e desde então não tinha sossego, eram pilhas e mais pilhas de relatórios e missões para ler e revisar, parecia que nunca teria fim

Olhou pela a janela e viu o sol alto no céu. Encostou a cabeça na mesa e suspirou derrotado. Tinha passado mais uma noite em claro trabalhando e devia sair para outra missão em duas horas. Agora sabia na pele o que Marco sentia quando ele ficava atolado de trabalho e parecia que ia matar qualquer um que passasse pela sua frente

Talvez conseguisse dormir um pouco no barco dessa vez… Se não forem atacados pela marinha no caminho

Estava quase pegando no sono na sua mesa quando escutou uma batida na porta. Gritou algo entre um ‘vai embora’ e ‘me mata’, o que seria bastante para afastar qualquer pessoa. Menos…

“SABO-KUN!” Koala chutou a porta, nem um pouco assustada pelo olhar que o loiro deu para ela “Adivinha o que uma gaivota acabou de entregar!”

“Minha pena de morte? Vou aceitar ela com o maior prazer agora…” Disse enquanto batia a cabeça na mesa

“Nossa, a quanto tempo você não dorme? Você está com uma cara horrível”

“Que dia da semana é hoje?”

“Quinta”

“57 horas, se não me engano” Disse passando os dedos pelos cabelos, tentando dar um jeito na bagunça “Acho que estou começando a ouvir cores”

“Sabo-kun! Você precisa descansar! Chega de trabalho por hoje!” Disse pegando a pilha que se encontrava na mesa do loiro e colocando uma folha de papel amarelada no lugar

“Mas…”

“Sem mas! Vou pedir para o Dragon-san adiar a nossa missão por um dia enquanto você descansa… Você vai ser inútil para nós desse jeito” Sabo se apoiou para trás da cadeira, sabendo que a mulher tinha razão. Olhou para a folha de papel com desconfiança

“E o que é isso?”

“Isso? Algo que você vai gostar… Depois que você descansar pode escrever uma carta para a sua família para falar das novidades” Terminou de falar e deu uma piscadela, fechando a porta atrás de si. Sabo olhou para a porta fechada com uma das sobrancelhas erguidas enquanto pegava o papel

Seu rosto se transformou de uma expressão cansada para choque, se transformando em alegria logo em seguida. Imitou o mesmo sorriso de seu irmão, que parecia tão feliz naquela foto, como numa manhã de natal

“Ele parece bem” Murmurou para si mesmo enquanto lia o resto do cartaz. Sua recompensa não era nada mal para uma primeira recompensa, principalmente no East Blue. Talvez pudesse ligar para o Moby Dick para conversar com Ace sobre seu irmãozinho. Tinha que pesquisar o que tinha acontecido lá para que ele ganhasse uma recompensa tão alta. Talvez se usasse alguns contatos que tinham no Blue, perto de Tequila Wolf… E talvez pegar um barco e…

Da próxima vez que Koala entrou no quarto de Sabo estava acompanhada de Hack porque sabia o que ia encontrar lá. E não estava errada. Sabo dormia totalmente torto em sua cadeira, quase caindo dela mas de alguma maneira conseguindo se equilibrar. Na sua mão estava segurando o cartaz de seu irmãozinho com força e tinha um sorriso enorme no rosto. Murmurava algo em seus sonhos, as vezes os nomes de seus irmãos e de outros piratas do Barba Branca, e palavras como ‘carne’, ‘maldito’ e ‘abacaxi’

“Ele não tem jeito mesmo” Murmurou baixinho para não acordá-lo “Me ajuda a colocar ele na cama… Ele precisa estar descansado para a próxima viagem. Aposto que ele vai ficar bem feliz com ela”

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Aquele bar estava muito cheio para o gosto de Law, mas era o único lugar ligeiramente limpo naquela ilha no sul do North Blue. Estava sentando em uma mesa com parte da sua equipe, que tinha crescido muito nos últimos anos. Tinha explorado quase todos os pontos daquele mar atrás de companheiros confiáveis e tinha juntado uma ótima tripulação, mesmo que eles fossem um pouco…

“Capitão! Vamos para a Grand Line na nossa próxima viagem?”

Insistentes

Law suspirou enquanto levantava, deixando para Shachi e Penguin a tarefa de explicar aquilo mais uma vez. Todos sabiam a história e na verdade só queriam ver o capitão ficar sem graça ao falar da sua promessa infantil com uma criança que ele nunca mais viu

Ele nem sabia mais o porquê de continuar cumprindo aquela promessa. Talvez Luffy nem estivesse mais vivo, talvez já tivesse partido com sua nova tripulação e a notícia não tivesse chegado até ele. Tentava se convencer disso sempre que Bepo perguntava para onde eles iriam em seguida, mas… Sempre que pensava em descumprir sua promessa, algo doía dentro de si e fazia com que continuasse escolhendo ilhas aleatórias e não a Reverse Mountain

Foi até o bar pegar mais um copo de bebida quando algo chamou a sua atenção. Viu um enorme painel com vários cartazes de procurados por ele. Viu o seu próprio cartas em meio de tantos outros e o cartaz de Bepo valendo míseros 50 beris o fez rir. Passou os olhos por mais alguns cartazes quando um bem na ponta do quadro, quase escondido por tantos outros, chamou sua atenção

Puxou a folha e arregalou os olhos ao perceber que o rosto infantil que se lembrava não mudou nada. Não. O sorriso continuava o mesmo, a cicatriz ainda estava ali e o chapéu era o mesmo chapéu velho de palha, mas o menino tinha crescido. Ainda tinha traços infantis que não pareciam que iam abandoná-lo tão cedo, mas estava visivelmente mais velho

Os detalhes sobre ele estavam no canto do cartaz. Eles estava no East Blue e era capitão de sua própria equipe. Os piratas do chapéu de palha. Law deu um sorriso de canto de boca, pensando quanto aquele nome bobinho se encaixava com o menino. Estava tão focado no cartaz que nem percebeu Penguin se aproximando por trás e lendo o papel por cima de seu ombro

“Então… Devo avisar Bepo para nos programarmos para ir para a Grand Line?” Perguntou com um sorriso de canto de boca, vendo o capitão ficando meio irritado meio envergonhado com aquele comentário

“Eu achava que o capitão era eu, Penguin” Disse enquanto dobrava o cartaz e o colocava no bolso, dando as costas para a parede cheia de cartazes e seu companheiro

“Com certeza” Respondeu ainda com um tom jocoso “Então… quais são as suas ordens, Capitão?” Law suspirou

“Avise aos outros” Disse sem parar de caminhar, indo para fora “Estamos indo para a Grand Line”

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Todos olhavam assustados para a velha médica de 139 anos trabalhando. O homem que ela estava tratando tinha começado a reclamar de dores a alguns dias e mais cedo naquela manhã tinha desmaiado e começado a respirar ofegante

Tinha chamado a doutora, que tinha aparecido aquela tarde com sua rena de estimação a tira colo como sempre. Depois de todo um estardalhaço, que incluíam derrubar a porta e bater na mulher do homem doente para ela ‘para de chorar e aprender a ser gente’, Kureha começou a tratar o homem, que já estava mostrando melhoras com a respiração voltando ao normal e a cor voltando ao seu rosto

“Meu trabalho aqui está feito!” Disse levantando e entregando uma bolsa para a esposa do homem “De um desses comprimidos para ele duas vezes ao dia, depois que acordar e antes de dormir. Quando acabar ele já vai estar curado” Olhou em volta “Como pagamento… Vou querer aquele quadro, aquela cadeira de balanço e metade do dinheiro da casa”

“Sua maluca! Como assim?” Perguntou a mulher sem entender aqueles pedidos estranho

“Esses móveis vão ficar lindos no castelo, sem dúvida Hi, hi, hi” Riu e olhou para a rena “Não é mesmo Chopper? Chopper?” Olhou para Chopper e o viu olhando para uma pilha de jornal que tinha do lado da lareira “O que vocês tem ai?”

“Isso? São alguns jornais que usamos para acender o fogo” Falou a mulher, ainda mais confusa “Precisamos de bastante, então pedimos de vários mares”

Kureha ignorou a mulher e viu Chopper olhando para algumas folhas que tinham se espalhado com o vento que vinha da porta quebrada. Ela reconheceu na hora o pequeno menino que tinha curado a anos atrás para uma velha amiga de uma velha tripulação. Sorriu ao perceber que seu pequeno ajudante também lembrava do menino

“Vou levar esse jornal também” Disse pegando o jornal do East Blue de onde tinha saído o cartaz e indo para seu trenó “vou reduzir o custo em… 45%” Falou para a mulher que só abaixou a cabeça, aceitando “Tragam tudo para o trenó! Depressa! Não estou ficando mais jovem”

Estavam subindo para a enorme montanha que era a casa dos dois durantes os últimos meses desde que o Rei Wapol tinha ido embora. Chopper puxava o trenó em silêncio enquanto a doutora lia em voz alta a notícia do jornal que falava de Luffy. Quando chegaram no topo no monte Chopper voltou para a sua forma híbrida e sentou no chão, de costas para a doutora

“Será… que ele lembra de mim?” Perguntou com a voz triste, pensamentos depressivos enchendo a sua cabeça “Eu sou só um monstro no fim de contas” Levou um chute que o fez enterrar o rosto na neve

“Cala a boca, seu idiota!” Gritou a doutora, cansada da atitude do menor “Esse chororô não me deixa mais jovem! E se eu sei de uma coisa…” Disse olhando para a rena triste “É que os piratas do Barba Branca honram uma promessa, não importa qual seja” Deu um sorriso “E aquele menino é um filhote do velho Newgate da cabeça aos pés”

A pequena rena pareceu se animar e correr para dentro do castelo. Olhou para o ninho de pássaros de neve que estava no topo da porta e sorriu ao ver de relance os pequenos ovos

“Eu tenho que estudar mais! Ser o melhor médico do mundo!” Gritou animado enquanto corria em direção a biblioteca. Seu capitão estava vindo por ele!

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Miss All Sunday atravessava o cassino com a aba de seu chapéu de cowboy tapando os olhos. Algumas pessoa iam até ela para a cumprimentar ou oferecer alguma coisa, mas ela recusava todos com um sorriso educado e olhar gelado. Passou direto pelo segurança, que nem tentou pará-la, e entrou no elevador

Assim que as portas se fecharam seu sorriso se desfez, dando lugar a uma cara séria. Ainda não sabia onde estava o Poneglyph de Alabasta. Puxou o caderno que tinha escrito tudo sobre o que tinha descoberto sobre a pedra que tinha encontrado a anos atrás que tinha a trazido até aquele lugar

As várias traduções estavam espalhadas pelas páginas, junto com várias anotações e teorias sobre algumas partes mais nebulosas. Encontrou a parte que indicava aonde estava a pedra do país das areias e suspirou. Tinham encontrado o local indicado, mas a pedra não estava mais lá. Tinha sido movida a muito tempo atrás, muito provavelmente pelo rei de Alabasta, e agora Robin tinha que descobrir onde o poneglyph estava

Quando o elevador chegou até seu ponto final Robin escondeu seu caderno na sua roupa e colocou de novo o sorriso misterioso no rosto. A porta se abriu e ela foi andando até o centro da sala. Crocodile olhou para ela se sentar em sua cadeira e cruzar as pernas, esperando que ele falasse alguma coisa

“E então… Achou o que estava procurando?” Perguntou já sabendo a resposta e fazendo a mulher dar uma risadinha

“Os governantes desse reino parecem ter uma capacidade muito grande de manter segredos… Infelizmente” Falou enquanto enchia um copo de vinho para si. Olhou para a sua mesa e viu que seu jornal já havia sido entregue

“Então vamos ter que continuar com os nossos planos o mais rápido possível” falou mais para si mesmo do que para ela. Robin abriu o jornal e passou os olhos pelas notícias, procurando algo sangrento que a interessasse

“Pelo visto sim…” Falou sem tirar os olhos do jornal, virando a página

“Bem, já que a busca aqui não está dando resultados, tenho uma outra missão para você” Virou a cadeira que estava sentando, ficando de costas para a mulher “Parece que a nossa princesa fugitiva deu as caras em Whiskey Peak. Eu vou mandar…” Continuou falando, não percebendo que sua companheira não estava prestando todas atenção no que dizia

Uma parte da sua mente estava gravando o que Crocodile falava, enquanto a outra estava totalmente focada no jornal na sua frente. A notícia era pequena, já que falava sobre o East Blue, o mar mais fraco. Falava sobre um novato que tinha ganhado a recompensa mais alta daquele oceano em apenas alguns meses. Robin não teria prestado atenção na notícia se não fosse a foto que vinha com ela

“O sorriso… não mudou nada” Percebeu e sentiu os cantos de sua boca subirem. Não era um sorriso educado ou misterioso, e sim um verdadeiro. Colocou uma expressão neutra logo em seguida, não querendo que o Shichibukai percebesse sua mudança de atitude. Tirou a página do jornal e a escondeu junto com o seu caderno, prometendo a si mesma que iria olhar para ela com mais calma quando estivesse sozinha

Voltou a prestar atenção em Crocodile, mas uma parte da sua mente não conseguia deixar de pensar na pequena notícia. Não pensava no pequeno menino que salvou a sua vida a um bom tempo, mas a promessa ainda estava fresca em sua mente… Esperava que pudesse encontrar ele depois de toda a confusão de Alabasta terminasse

A folha de jornal, o caderno e o desenho mal feito de uma caveira com um chapéu de palha que guardava na contra capa pesaram em seu bolso… Mas era um peso reconfortante, assim como o sentimento em seu peito que pensou que nunca mais sentiria

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Mihawk se arrependeu de sua decisão no momento que pisou na ilha tranquila no meio da Grand Line. Os piratas espalhados pelo lugar encaravam ele e sussurravam entre si

“É o amante do capitão”

“O que ele está fazendo aqui?”

“Ele aparece quando tem vontade… O capitão vai atrás dele quando tem vontade também”

“Ahhh entendi”

O espadachim sentiu uma vontade imensa de revirar os olhos. Seu relacionamento com o ruivo era de interesse só dos dois e não de piratas fofoqueiros. Olhou para um pirata novato que não reconheceu e parecia bem mais assustado que os demais

“Onde estão os seus líderes?Preciso falar com o ruivo” falou e viu o novato sair correndo para chamar o capitão. Começou a segui-lo “Acampados numa ilha como essa… que tranquilidade”

Foi até o meio da floresta, onde reconheceu os principais piratas do ruivo sentando na sombra, parecendo descansar. Reconheceu Shanks no meio deles, com a cabeça abaixada e parecendo estar se recuperando de uma ressaca

“Pra variar” Pensou o espadachim revirando os olhos dessa vez. Aquele cara nunca iria mudar, seria para sempre o mesmo idiota irresponsável e infantil

“Oh, Mihawk” O ruivo começou e Mihawk reconheceu o tom de irritação que ele sempre tinha quando se recuperava de uma bebedeira “Que visita inesperada… O que foi? Veio propor um duelo? Ou quem sabe outra coisa… Se bem que você nunca vem atrás disso” Falou com um tom de risada que logo se tornou um murmúrio descontente quando sua cabeça voltou a doer

“Argh capitão… Ninguém precisa saber da sua vida amorosa” Reclamou Yasopp enquanto massageava a testa tentando afastar a dor

“Ninguém quer saber do seu filho também, mas você continua falando, não é?” Mas uma vez o tom de brincadeira tinha voltado. Se virou para o espadachim mais uma vez “E então…”

“Eu não vim para nada disso” Resmungou enquanto puxava o cartaz de seu casaco “Estava a procura do meu aprendiz, que se perdeu mais uma vez, e me encontrei com um outro velho aprendiz meu… Um que você conhece bem” Mostrou o cartaz para o capitão pirata, que sorriu ao perceber quem era

“Luffy!” Falou meio alto chamando a atenção de todos a sua volta, que se empolgaram ao ouvir o nome do pequeno pirralho que tinham conhecido “Então ele saiu de baixo das asas de sua mãe galinha, não é?” Ergueu o cartaz para que todos vissem “Pessoal! Vamos festejar! Tragam as bebidas!”

“Eu achei que vocês estavam se recuperando de tanto beber?” Resmungou Mihawk, que não conseguiu descobrir quem é que tinha colocado um copo de bebida na sua mão e na do ruivo

“Deixa de ser estraga prazeres! Hoje é um dia festivo!” Passou o braço por cima do ombro do espadachim “É hora de comemorar, não é mesmo?” Levantou uma sobrancelha sugestiva para o outro, que só revirou os olhos. Aquele cara era impossível… Não que estivesse reclamando

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“UAU! Então foi essa a paisagem que o rei dos piratas viu antes de morrer!”

Luffy tinha uma das mãos na testa tapando o sol, tentando ver melhor em volta do palanque. Tinha um sorriso enorme e os olhos brilhavam de empolgação.

Sempre ouviu histórias sobre o rei dos piratas. Vários dos piratas do Barba Branca tinham conhecido Gol D. Roger em pessoa e tinham histórias para contar sobre ele. Oyaji era o tinha mais histórias, afinal conhecia muito bem o seu rival e amigo de bebedeira, e Luffy tinha passado muito tempo de sua infância ouvindo o velho capitão falar sobre suas antigas aventuras e batalhas contra o Rei.

Mas estar ali tinha mexido com Luffy como nenhuma história tinha mexido antes. Era ali que a Era do piratas tinha começado. Era ali que todos descobriram a existência do One Piece. Era ali… que o rei dos piratas tinha morrido

Estava tão perdido em pensamentos que nem escutou o homem dizendo para ele descer dali. Olhou para baixo e viu uma confusão se formando. Uma mulher dizendo que queria vingança, mesmo ele tendo certeza que nunca a viu antes. Mais pessoas começaram a se juntar e gritar com ele, o deixando cada vez mais confuso. Enfim reconheceu a figura mais chamativa do lugar

“Ah! É o Buggy!” Disse sorrindo. Aquele palhaço era muito engraçado, sempre gritando e fazendo truques idiotas com a sua akuma no mi estranha. Estava rindo tanto das coisas que Buggy falava que não percebeu Cabaji se aproximando e o prendendo “Hã?” Estava com a cara no chão do palanque, seus braços presos pela madeira

Continuava não entendendo nada. Buggy subiu no topo do palanque e mexia uma espada de um lado para o outro. Falava sobre execução, condenado e pompa, mas isso era algo que ele sempre falava, não é?

“Oh, é um execução? É a primeira vez que eu vejo uma!” Falou meio sonhador para o palhaço, sem parecer se importar muito

“É VOCÊ QUE VAI SER EXECUTADO!”

“QUE? FALA SÉRIO, SEU MALDITO!”

“EU TO FALANDO, SEU IDIOTA!” Os dois começaram a gritar um com o outro, sendo assistidos por uma plateia que não sabia como reagir naquela situação tragicômica “Sem mais delongas! Que o show comece!” Gritou Buggy com os braços para o ar, enquanto Luffy se debatia

“Me solta!” Seus pedidos só fazia o outro capitão pirata rir mais ainda. Parou de se debater quando lembrou de uma das lições de como ser educado com Izou, que pessoas faziam o que ele queria se pedisse com educação… bem, não custava tentar “Eu sinto muito” Sua cara mostrava que não sentia nem um pouco “Por favor, me solta”

“Você não vai fugir dessa vez, seu maldito!” Buggy gritou de volta puto “Quais são suas ultimas palavras? Você tem uma plateia e tanto hoje…” Luffy não esperou o palhaço terminar de falar para puxar o fôlego o máximo que conseguiu e gritar

“EU VOU SER O REI DOS PIRATAS!!!” Seu grito ecoou por toda a praça, deixando todos que assistiam a execução perplexos

“O-o que ele disse?”

“Rei dos piratas?”

“Que coragem de falar isso aqui!”

“Que escolha de palavras…”

“Tudo que tem a dizer, Borrachudo maldito?” Perguntou Buggy enquanto se preparava para dar o golpe final. Luffy começou a se debater mais uma vez, tentando soltar as mãos e cabeça

“Parem a execução!” O grito veio do meio da plateia e o menino de borracha viu seus companheiros correndo em sua direção

“Zoro! Sanji! Me ajudem!”

“Aí está você, Roronoa Zoro!” Buggy ainda segurava a espada no alto “Mas você chegou tarde! Esse é o fim do seu capitão!”

Luffy olhou para seus companheiros, que estavam longe demais para ajudar. Tinham que enfrentar todos os piratas do Buggy e da Alvida e mesmo que eles fossem fortes o bastante para acabar com todos rapidamente, não eram rápidos o suficiente… A realização que ia mesmo morrer atingiu o menino naquele instante

E… não sentiu medo. Pensou em seus companheiros e na sua família, mas seu sentimento foi mais de tristeza de não poder mais viver aventuras com eles do que de medo. Estava feliz também… Tinha vivido uma vida boa, cheia de aventuras e emoções. Não tinha nada para reclamar além de não conseguir completar seu sonho, mas tinha morrido tentando e era isso que importava. Não tinha arrependimentos

“Zoro, Sanji, Nami, Usopp…” Falou enquanto sentia a espada se aproximando. Abriu um sorriso de orelha a orelha “Desculpa! Eu morri!” Sentiu a espada quase no seu pescoço e…

Um enorme clarão cobriu o lugar, cegando a todos

O som do trovão foi alto, tão perto como estava. Todos olharam assustados para o palanque destruído, enquanto uma chuva forte começava a cair. O chapéu de palha descia lentamente em direção aos restos de madeira queimados e acabou no chão. As pessoas continuavam assombradas enquanto viam o garoto levantar calmamente , passar por cima do palhaço desmaiado e pegar o seu chapéu do chão

“Shi, shi, shi! Que sorte! Sobrevivi!” Disse enquanto colocava o chapéu na cabeça, ignorando o olhar incrédulo de todos a sua volta

“Hey, você acredita em deus?” Perguntou Sanji para Zoro, não acreditando muito bem no que tinha acontecido

“Deixa de bobagem e vamos! Vamos ter mais trabalho pela frente” Respondeu o espadachim e os três começaram a correr na direção ao porto onde o Merry estava. Começaram a ser perseguidos pelos piratas do Buggy e por marinheiros “De onde vieram esses caras? A chuva está ficando pior também”

“Por que não paramos e lutamos?” Perguntou Luffy enquanto segurava o chapeu para que não voasse com os ventos forte

“Não há motivo para isso” Respondeu Sanji sem parar de correr “Além disso a Nami-san pediu para voltarmos para o navio o mais depressa possível”

“Encontro você em um instante” Disse Zoro enquanto puxava a sua espada e parava um golpe. A mulher que tinha o atacado o olhava com raiva e Luffy percebeu que os dois se conheciam

“Beleza” Disse enquanto arrastava Sanji consigo, que gritava furioso com o espadachim sobre não atacar mulheres “Vamos logo!”

Os dois continuaram correndo, deixando Zoro lidar com os seus problemas. O capitão sabia que Zoro não perderia para ninguém ali, então estava tranquilo… Isso até avistarem alguém mais a frente

“De novo não” Resmungou o cozinheiro sem diminuir o passo

“Aqui estamos…Luffy Mugiwara” Falou o homem ainda parado na chuva. O menino tentou lembrar se tinha visto ele em algum lugar antes, mas nada lhe veio à mente

“Quem é você?”

“Meu nome é Smoker… Eu sou um capitão da marinha” Esticou os braços para frente e eles se transformar em nuvens de fumaça “E você não vai fugir de mim!” As nuvens foram para cima de Luffy e Sanji, que desviaram

“Droga! Logia!” Luffy rangeu os dentes… Usuários de Logia nunca eram boa notícia, principalmente um que ele nunca tenha ouvido falar “Sanji! Cuidado, você não consegue lutar contra ele!”

O cozinheiro o ignorou e deu um chute no homem, mas sua perna passou direto pelo corpo feito de fumaça. Mais fumaça se envolveu pelo loiro, que foi jogado para uma parece. Luffy olhou com raiva para Smoker, seu braços já negros de Haki

“Oh, vejo que você não é um iniciante como todos pensam… Onde você aprendeu isso no East Blue?” Luffy não respondeu, partindo para cima do marinheiro. Smoker desviou do ataque do menino e tentou atingi-lo com sua arma, mas errou, os dois se afastaram quando um vento mais forte ainda os atingiram. O marinheiro foi atacar o menino mais uma vez quando uma figura coberta por uma capa negra o impediu, o atingindo em cheio com um punho cheio de haki “O que?”

“Eu acho melhor não” Disse outra figura se aproximando e Smoker reconheceu o rosto do homem mais procurado do mundo. A outra figura virou de costas para o marinheiro e se voltou para Luffy. O vento era alto o suficiente para não conseguir escutar o que eles estavam falando, mas viu a face do pirata se modificar de confusão para reconhecimento e alegria. Tentou se levantar mais uma vez, mas foi impedido pelos ventos “Não atrapalhe essa conversa… prometi isso para o meu conselheiro”

“Sabo!” Luffy gritou animado.Queria abraçar o irmão, mas sabia que não era hora para aquilo “O que está fazendo aqui?”

“Viemos ver você partir para a Grand Line” Sorriu o loiro, feliz de ver o irmãozinho depois de meses “Vou para uma missão secreta no North Blue depois daqui, não vamos se ver por um bom tempo… Então queria te ver antes de partir. E tenho uma coisa para você” Falou mexendo no seu casaco e tirando uma pequeno pacote, jogando para o irmão “Lembro de você estar preocupado de não encontrar seus companheiros na Grand Line… Zoro você já encontrou e esse Eternal Pose vai te levar para onde está o outro”

“Sério?” Perguntou com os olhos brilhando. Era uma grande  preocupação para ele não conseguir achar Chopper e Robin na sua aventura e ele tinha dito isso para Sabo antes de partir. Seu irmão fez que sim com a cabeça

“Encontrei esse Pose para Drum, a Rena que você me falou ainda deve estar lá” Sua cara se tornou séria depois de um momento “E eu pesquisei sobre Nico Robin… Você tem certeza que a quer na sua equipe, Luffy?”

“Sim, tenho” Falou com determinação e isso fez com que Sabo suspirasse. Nunca conseguiu mudar a cabeça do seu irmão quando ele o olhava assim

“Eu imaginava… Ela não tem o passado mais limpo, Luffy, tente não ser enganado” O conselho pareceu entrar por um ouvido e sair pelo outro “Não consegui achar exatamente onde ela está no momento, mas ela foi vista a alguns anos na primeira metade da Grand Line… Talvez você se encontre com ela”

“Obrigado, Sabo! Você é o melhor!” Sorriu e colocou o pacote que tinha recebido no bolso

“Eu sei, não conte para Ace isso” Fez um sinal para Dragon, que respondeu com um gesto com a cabeça “É melhor vocês se apressarem… vamos ajudar vocês aqui” Com isso o vento ficou mais forte ainda, fazendo com que vários marinheiros que estavam se aproximando fossem jogados para longe. Antes que Luffy pudesse dizer qualquer outra coisa, Zoro chegou correndo e agarrou o capitão pela gola da camisa, o arrastando com ele

“Temos que correr! Essa tempestade é das grandes” Disse enquanto pegava o cozinheiro meio desmaiado no chão e continuava correndo “Vamos ficar presos nessa ilha se não fomos logo”

“Tchau Sabo!Tchau Pai! Até mais” Gritou Luffy para as duas figuras que escutaram claramente por causa do controle sobre os ventos que o mais velho tinha. Sabo sorriu e olhou de relance para o seu líder

“Não quer falar com ele, Dragon-san?” Perguntou enquanto segurava a aba da capa, a impedindo de voar

“Não… Ele está bem assim” Falou com um sorriso de canto de boca, se virando para ir embora. Smoker que estava olhando para tudo sem entender começou a gritar

“Por que está ajudando aquele moleque? Que relação ele tem com os revolucionários?” Estava cada vez mais irritado pela falta de respostas “Hein Dragon! Me responda!”

“Não há razão para deter a jornada de um homem” Respondeu simplesmente e com mais uma rajada de vento forte os dois sumiram, deixando o marinheiro irritado para trás

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Ace olhava para o horizonte escuro enquanto bocejava. Era a vez da sua divisão fazer a vigia noturna e mesmo com os piratas da sua divisão dizendo que ele não precisava participar por causa do seu problema com a Narcolepsia, ele fazia questão de ficar lá até a troca de turno. Que tipo de comandante ele seria se mandasse os outros fazerem o seu trabalho e ir dormir?

Isso não impedia ele de se sentir sonolento e quase pegar no sono às vezes. Tinha pedido que o tripulante que estava na mesma cesta que ele o acordasse caso pegasse no sono, e ele já tinha sido sacudido uma ou duas vezes naquela noite

“Hey Comandante!” Chamou o homem do seu lado o fazendo dar um pulo

“Eu não dormi!” Disse sacudindo a cabeça para espantar o sono “O que foi?”

“Claro que não” o sorriso do homem dizia que ele não acreditava em Ace “Olha o que acabou de chegar” Apontou para um enorme pássaro negro que estava pousado na beirada da cesta, com um pacote amarrado na perna

“Deve ser uma carta do Sabo” Ace se aproximou do corvo, que ergueu a pata com o pacote

“Ui, uma carta romântica?” Perguntou enquanto tentava ver por cima do ombro do comandante, mas levou uma cotovelada no estômago e caiu no chão. Ace fez um som indignado e voltou a ler a carta

Era engraçado como a letra de Sabo era tão simples e elegante, ao contrário da sua, que era um garrancho, e a de Luffy, que era completamente ilegível na maioria das vezes. Na carta falava de como Sabo estava indo nos revolucionários e como tinha sido promovido para o segundo lugar na hierarquia dos revolucionários, só abaixo de Dragon. Ace sorriu cheio de orgulho, pensando o quanto Sabo estava se esforçando para cumprir seus sonhos.

Eu me encontrei com Luffy a dois dias atrás em Loguetown, antes dele ir para a Grand Line, junto com Dragon-san. Ele já estava causando confusão, sendo perseguido por alguns piratas e pela marinha, mas isso já era de se esperar, não é? Falei um pouco com ele antes de partir, mas ele parecia bem e confiante de ir para a reverse mountain. Não consegui falar com os novos companheiros dele, mas eles pareciam ser confiáveis.

Ace terminou de ler a carta com um sorriso, sentindo um calor no peito quando o loiro descrevia o quanto estava com saudades e não podia esperar para se encontrarem novamente.

Olhou para o corvo, que parecia estar esperando por uma resposta. Bateu a carta na própria mão enquanto pensava. Sabo estava indo para uma missão e ia ficar sem contato com ele pelos próximos meses, então tinha que responder rápido antes que o loiro não conseguisse receber as suas cartas mais. Fez carinho na lateral do pescoço do corvo, que fez um som de apreciação

“Espera aqui, vou escrever uma resposta e já volto” Disse enquanto cutucava seu companheiro que ainda estava deitado no chão reclamando de dor “Levanta, eu tenho que sair um pouco”

“Sim, comodante” Murmurou o pirata se levantando lentamente enquanto Ace pulava do cesto até o convés, segurando uma das cordas “Ah, o amor jovem”

O jovem comandante pensava na resposta da carta enquanto andava lentamente pelos corredores. Não poderia demorar muito para não correr riscos. Estava perdido em pensamentos quando viu uma figura se aproximar dele

“Oh, Teach, onde estava? Não devia estar vigiando agora?” Perguntou com uma sobrancelha levantada. Viu com desconfiança o mais velho travar como se estivesse sido pego no flagra e escondendo algo em seu casaco

Teach era um dos piratas da segunda divisão e Ace se dava razoavelmente bem com ele. Quando ele era criança não tinha trocado mais de 3 ou 4 palavras com o mais velho, mas isso era normal. Era uma família grande e nem todos eram bons com crianças, vários dos piratas do Barba Branca só começaram a realmente interagir com os meninos quando eles já estavam na adolescência

“Comandante! Eu… Fui até a cozinha pegar um lanche” Ele parecia muito desconfortável com a situação “Eu vou voltar para meu posto agora, com licença” Disse enquanto aumentava a velocidade do passo e saia do lugar, indo para o convés

“Que estranho…” Ace murmurou e deu os ombros. Volta e meia alguém começava a agir de maneira estranha, nunca era nada demais. Voltou a andar em direção ao seu quarto, pensando em dar uma passada na cozinha fazer um lanche também…

Um barulho estranho o fez parar. Estava no corredor onde ficava os quartos dos comandantes. Franziu a testa ao ouvir o barulho de novo, não reconhecendo aquilo como nenhum dos roncos dos seus companheiros. Seguiu o barulho até o quarto de Thatch e bateu levemente na porta

“Thatch, está tudo bem?” Perguntou encostando a orelha na porta. Aquele não era o ronco do cozinheiro, com certeza absoluta. Tinha alguma coisa errada “Thatch?” Ouviu o barulho de novo e abriu a porta. Arregalou os olhos “THATCH!”

O sangue estava se espalhando pelo chão sem parar. Thatch estava jogado no chão, com uma ferida de faca no seu ombro, de onde saia todo aquele sangue. Ace se ajoelhou no lado do comandante e pegou um pano que estava no chão, usando para tentar parar o sangramento

“OI Thatch! Está me ouvindo? Hey!” Falou enquanto tentava ver se o cozinheiro ainda estava consciente. O ruivo abriu os olhos e tossiu sangue, fazendo o mesmo som que Ace tinha ouvido antes “Droga! HEY AJUDA! ALGUÉM TRAGA AJUDA” Gritou, tentando acordar as pessoas que dormiam nos quartos em volta

Marco foi o primeiro a aparecer na porta, sendo seguido pelos outros comandantes. Haruta foi correndo para acordar a médica do navio enquanto os outros começaram a levar o cozinheiro para e enfermaria o mais rápido possível sem agravar a situação. Ace continuou ajoelhado no chão, com as mãos cobertas de sangue e tremendo sem parar

“E-eu...E-ele…” Não conseguia formar uma frase completa, estava em choque. Não se sentia tão perdido e fraco assim desde que era criança. Já tinha visto pessoas mortas e machucadas antes e não era primeira vez que ficava coberto de sangue, mas saber que aquele sangue era da Thatch o deixava transtornado

“Vai ficar tudo bem Ace, você fez muito bem, Yoi” Sussurrou Marco para ele enquanto tentava fazer o mais novo levantar “Vamos, você tem que se limpar e uma enfermeira vai dar uma olhada em você, Yoi” Sua voz era calma, tentando não assustar mais o garoto. Por dentro estava desesperado, preocupado com o irmão e sem saber como agir

“T-thatch, ele… vai ficar bem?” Perguntou desolado e Marco viu a mesma criança de 10 anos atrás, totalmente perdido no mundo e sem saber qual era o seu lugar

“Ele vai ficar bem, Ace Yoi” Mentiu enquanto tentava consolar o garoto. Ele não sabia e isso estava o aterrorizando

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“Ace! Pare! Você tem que se acalmar!” Vista segurava o garoto, impedindo que ele para onde o Striker estava amarrado

“Oyaji disse que dessa vez temos que abrir uma exceção! Você não precisa ir atrás do Teach!” Jozu falou tentando pará-lo, mas foi inútil. As chamas de Ace queimavam em seus ombros, mostrando toda raiva que estava sentindo

“Me larguem! Teach era um subordinado da minha divisão” Gritou enquanto se soltava “Thatch está em coma por causa dele! Eu não posso deixar isso prá lá!”

Isso não parava de perseguir os pensamentos de Ace. Se ele tivesse aparecido antes, se ele tivesse percebido que algo estava errado com Teach, se ele tivesse levado Thatch mais rápido para a enfermaria… O cozinheiro tinha sido salvo por pouco, mas tinha perdido sangue demais e estava em coma na enfermaria. Bay tinha feito tudo que era possível para estabilizar o estado de cozinheiro, mas não sabia quando (ou se) ele iria acordar

Mesmo tendo lavado as mãos mais vezes do que podia contar, ele ainda sentia ela sujas do sangue de seu companheiro. Não conseguia seguir como se tudo estivesse bem, tinha que fazer alguma coisa!

“Ace… Esquece isso, só dessa vez…” Barba Branca disse preocupado. Queria vingança pelo o que tinham feito com um de seus filhos, mas nos longos anos que passou no mar tinha aprendido a não ignorar seus instintos “Eu estou com um mau pressentimento e isso não costuma falhar”

“Ele atacou um companheiro e fugiu! Thatch pode nunca mais acordar! Por quantas décadas ele ficou aqui sendo protegido por você?!” Gritou em direção ao capitão “Ele pegou seu nome e jogou na lama!” deu as costas e começou a andar em direção ao seu barco, ignorando os pedidos para que ficasse “Como você que eu fique sem fazer nada… vendo alguém arruinar o nome do meu pai? Eu vou resolver isso!”

“Hey, espera! Volta aqui, Ace” Todos gritavam, mas o jovem não deu ouvidos e partiu sem olhar para trás

“Droga! O que vamos fazer, Oyaji Yoi?” Perguntou Marco enquanto passava as mãos pelos cabelos. Não tinha ideia do que fazer e se sentia perdido . O capitão pareceu parar para pensar

“Mande uma carta para Sabo dizendo o que aconteceu” decidiu enquanto olhava para cima, o corvo ainda esperando a carta de resposta “Se tem alguém que pode mudar a cabeça daquele teimoso… é ele”

“E Luffy?.... Devemos avisar ele, Yoi?”

“Não… ele está começando a aventura dele, mal entrou na Grand Line ainda” Decidiu com um suspiro “Vamos esperar para ver se Thatch vai melhorar antes de falar qualquer coisa para ele. Não queremos o preocupar a toa”


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Notas finais do capítulo

Pq eu não matei o Thatch como no original? Pq a fanfic é minha e eu faço o que eu quiser… E eu tmb tinha como fazer isso, então tá tudo certo kkkkkkkkkk Ele morreu mas passa bem (entendedores entenderão…)
O Teach sempre esteve na tripulação, mas eu nunca citei ele pq minha câmera não foca em falsos
Espero que tenham gostado! Eu acho que não esqueci da reação de ninguém ao cartaz de Luffy. Qualquer dúvida, comentário e crítica são bem vindos! Até semana que vem



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