—-- 1 ano e 2 meses ---

“Lembra quando ele não sabia engatinha e nós podíamos relaxar sem medo dele disparar por todo o navio, cair da borda e ter uma morte horrível comido por reis dos mares? ”

“Você falando assim parece que isso foi a uma eternidade, Thatch. Foi só a dois meses atrás”

“Eram bons tempos Izou... Bons tempos...”

“Cala a boca, não é tão ruim assim...”

“Olha só, ele está indo em direção ao armazém de armas de novo”

“O que?! LUFFY VOLTA AQUI! “

Thatch deu uma risada enquanto o crossdresser saia correndo atrás do menino de novo. Luffy não gostava do cercado que tinham comprado para ele. Nem um pouquinho. Fazia de tudo para fugir dele, desde chorar e fazer carinha de cachorro que caiu da mudança convencendo alguém tirar ele de lá até tentar escalar as paredes do cercado e quase cair de cabeça, sorte que sempre tinha alguém perto para impedir que o pior acontecesse. Marco estava a ponto de ter um surto psicótico por causa disso.

“Já chega rapazinho, vamos trancar você por seu próprio bem” Disse Izou enquanto se dirigia até perto da cadeira do capitão, onde o cercado estava. Tinham decidido colocá-lo ali já que o capitão passava a maior parte do tempo sentado na sua cadeira e as enfermeiras mantinham um olho extra no menino. Luffy logo começou a se contorcer e fazer sons de irritação

“Izo! Izo! Sai! ” Disse o bebê estendendo os braços para o 16º comandante e fazendo cara de choro, querendo sair dali.

“Não mesmo! Você vai ficar ai por um tempo! ” Virou as costas, sabendo que se ficasse olhando por muito tempo ia sentir vontade de tira-lo de lá. Olhou para Barba branca, que assistia divertido a cena “Por que ele não gosta do cercado? É grande e tem vários brinquedos, não consigo entender...”

“GURARARA esse pequeno é um legitimo filho do mar da cabeça aos pés. Preza mais por sua liberdade do que qualquer coisa! ” Declarou o capitão “Ele vai ser um ótimo pirata quando crescer se continuar desse jeito”

“Ou vai se tornar um moleque muito encrenqueiro, isso sim, Yoi” Falou Marco assim que chegou. Tinha finalmente terminado os seus afazeres e podia livrar Izou do trabalho de cuidar de Luffy. Não que o crossdresser não gostasse do menino, ele o adorava e fazia tudo para mima-lo, mas o garoto deixava qualquer um exausto depois de algumas horas.

“Mama! Mama! Colo! “ Luffy começou a gritar tentando chamar a atenção de Marco, querendo que o pegasse.

O comandante fez uma careta. O menino tinha começado a chama-lo de Mama depois de um tempo, para o desespero do mesmo. O comandante inicialmente achava que o bebê só não conseguia falar o nome completo e que logo ia parar, mas descobriu que os outros tripulantes que estavam estimulando isso. Sempre que Marco estava ocupado e não prestando atenção, os seus “amigos queridos que ele ia matar logo, logo” o seguiam com Luffy no colo ficavam apontando para ele e dizendo que ele era a Mama. Até que a fênix descobrisse e os fizesse parar já era tarde... Ele seria Mama por um bom tempo na cabeça do garoto.

“Fique mais um pouco aí Luffy, preciso conversar com o Oyaji, Yoi” O menino não ligou para o que Marco falou e continuava o chamando. O primeiro comandante começou a ignora-lo e conversar com o capitão.

“Os suprimentos da quarta divisão estão se esgotando, precisamos parar em alguma ilha nas próximas semanas para reabastecer, Yoi. Além disso a sétima divisão está precisando de...” parou quando ouviu um barulho e se virou na direção a Luffy. De algum jeito o menino tinha pulado por cima da cerca e tinha caído de bunda no chão. Por um segundo todos ficaram esperando ele começar a chorar de dor, mas parecia que a frauda tinha de algum jeito segurado o impacto. Marco deu um suspiro aliviado. Graças aos mares que não era uma queda alta o bastante para machucar.

“O que esse menino é? Um macaco? ” Perguntou Thatch surpreso

“Bem, combina com o nome” Comentou Haruta com um sorrisinho de canto de boca.

“Seu piralho, eu disse para você ficar aí dentro” Izou foi em direção ao garoto para pega-lo de novo, mas foi parado por Marco que olhava para o menino com atenção. Então todos pararam de falar e ficaram olhando.

Luffy olhou de volta para os adultos com uma determinação incomum para uma criança de 1 ano. Começou a se levantar usando a cerca como apoio e logo estava de pé. Se virou em direção de Marco e estendeu uma das mãos que não estava segurando a grade como se quisesse pega-lo, mas o loiro estava muito longe. Então, parecendo mais concentrado do que nunca, soltou a mão que estava usando para se segurar e começou a dar pequenos passos em direção ao primeiro comandante.

“Ele está andando?! ” Thatch falou com um sorriso estampado no rosto. A única coisa que ganhou em resposta foi um alto “SHHHHHHHH” do resto dos comandantes.

“Não o distraia, Yoi” O primeiro comandante se ajoelhou devagar como se qualquer movimento fizesse o menino cair. Estendeu os braços chamando o garoto, e foi recompensado com um sorriso brilhante e passadas mais rápidas. Nos últimos passos Luffy tropeçou nos seus próprios pés e caiu para frente, mas Marco foi rápido o bastante para pega-lo e levantar colocando ele no seu colo.

“Colo Mama” disse Luffy batendo palmas e sorrindo satisfeito

“Esse é meu garoto GURARARARA! Muito bem pequeno Luffy! ” Parabenizou o capitão

“Isso merece mais comemoração! ” Gritou alguém que logo foi seguido por vários “YOSH”

“Chega de festas, seus bastados! Vocês já fizeram uma a três dias atrás só por que ele falou carne pela primeira vez, Yoi ”

“Carne! ” Concordou Luffy sem saber bem o que passava, só sabia que gostava daquela palavra

“Nunca festa é demais Marco! Vamos lá! ” Thatch deu uma batida forte nas costas dele e foi para a cozinha

“Eu disse... Todos eles já se foram, Yoi ” suspirou olhando para todos que estavam deixando o convés. Olhou para o menino e sorriu “Bom trabalho, Yoi”

“Yosh” Luffy disse e deu uma risada

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“Vamos lá Luffy, você consegue! Repita depois de mim: A-ba-ca-xi”

“Aba”

“É por aí... De novo. Aba”

“Aba”

“ca”

“ka”

“xi”

“chi”

“Isso! Agora: Abacaxi! ”

“ Abakachi!”

“Parece o bastante! Muito bem! Aquele bastardo não perde por esperar”

“Bastado! ”

“AAAAA isso você aprende de primeira, não é” Thatch tentou parecer bravo com o bebê, mas só conseguiu sorrir

“ Abakachi bastado! ” Disse estendendo os braços em direção a Thatch “Abakachi bastado”

“Não, o abacaxi bastardo não sou eu, é o M.…” Parou ao ouvir um pigarreio atrás de si

“O que você pensa que está ensinando para Luffy, Yoi? ” Se virou rápido para dar de cara com o primeiro comandante, que está de braços cruzados e com uma cara que estava muito irritado

“Marco! Amigão! Eu só estava...”

“Mama! Abakachi bastado! ”

“Eu disse para você parar de ensinar essas coisas para Luffy! ”

“Bem.... Porra, eu só estava...”

“Pora! ” Os dois comandantes pararam de respirar e olharam para o menino, que repetiu sorrindo “Pora! ”

O tempo tinha parado. Não existia movimento nem som. Durante os 10 segundos em que Marco e Thatch ficaram encarando o menino, eles não sabiam o que pensar nem fazer, apenas sentir. Thatch começou a suar frio e começou a pensar em rotas de fuga. Marco começou a pensar em métodos de assassinato dolorosos e bastante eficazes. Nenhum dos dois se mexeu até que o menino decidiu repetir a palavra nova mais uma vez...

“Pora”

E o inferno se fez naquele navio

“THATCH VOCÊ É UM HOMEM MORTO YOI! ”

“AAAAAAAA ME DESCULPAAAAAAA!!!! “

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“Então essa foi a causa da morte de Thatch? Sinto muita pena por ele” Perguntou Vista para Izou e Haruta, que estavam brincando com Luffy

“É, Mama Marco realmente pegou ele como exemplo... Vou sentir sua falta. Ele foi um bom homem” Respondeu Izou enquanto ajudava o bebê a montar uma torre de blocos coloridos

“HEY PAREM DE DIZER QUE EU MORRI” Gritou Thatch de cima do mastro. Estava ali há algumas horas depois que Marco o amarrou de cabeça para baixo no alto do mastro principal como uma vingança pelo o que tinha ensinado a Luffy.

“Às vezes eu até escuto a voz dele” Disse Haruta com falso pesar, ignorando os gritos do muito vivo chef de cozinha e colocando mais um bloco na torre “Hey, será que posso ficar com o quarto dele? É maior que o meu”

“NÃO ME IGNOREM DROGA! ALGUÉM ME TIRA DAQUI! ”