—---- 17 anos -----

O menino de chapéu de palha olhava para o oceano do penhasco que estava com um sorriso enorme no rosto. Finalmente estava na hora de partir para a sua própria aventura e ir atrás de seu sonho! Tinha feito aniversário no dia anterior e tudo estava pronto para que partisse

“YOSH” Gritou depois de respirar fundo, estendendo os braços para cima “EU VOU SER O REI DOS PIRATAS! Oyaji! Ma! Ace! Sabo! Pessoal! Esperem por mim!” Virou e foi correndo em direção às árvores

Atravessou a floresta que tinha sido sua casa pelos últimos meses. Passou pela antiga casa da árvore de seus irmãos e atravessou o rio cheio de crocodilos. Ficou com vontade de parar para pegar um de lanche, mas achou melhor não. Já estava atrasado para a sua partida

Entrou na casa dos bandidos com um sorriso no rosto. Tinha gostado de passar os últimos meses ali. Os bandidos da montanha eram uma família diferente da sua, mas eram divertidos. Olhou em volta até encontrar a velha mulher sentada de costas para ele, bebendo

“Hey! Vocês não vão descer na vila para se despedir de mim?”

“Desculpa, Luffy, mas não podemos” Respondeu Dorga com um suspiro “A Makino e o prefeito não ligam, mas o resto do povo não gosta muito de bandidos da montanha”

“Vai embora logo daqui, moleque” Resmungou Dadan enquanto virava a garrafa de bebida

“Valeu pessoal! Obrigada por tudo!” Luffy sorriu e acenou “Dadan! Eu não gosto muito de bandidos da montanha!”

“Cala a boca, seu pentelho! Ninguém te quer aqui!” Gritou a ruiva com raiva

“Mas você é legal! Eu gosto de você shi, shi, shi!” Falou com um sorriso de orelha a orelha. A mulher começou a xingar o menino e a chorar ao mesmo tempo, fazendo ele rir ainda mais “Vocês são tão engraçados!”

“Que droga! Vai embora daqui seu maldito moleque!” Chorou, limpando as lágrimas com um lenço. Luffy se despediu dos outros bandidos e prometeu mandar lembranças para Ace e Sabo assim que os vissem. Desceu a montanha correndo, ansioso para chegar até o seu barco, que tinha preparado a alguns dias atrás

“Tem certeza que não quer um barco melhor?” Perguntou um dos habitantes, enquanto via o menino colocar um barril dentro do pequeno barquinho que tinha arrumado “Posso conseguir um barco de pesca para você”

“Nah, não precisa” Respondeu o menino, enquanto colocava uma das mãos no chapéu “Isso é só o começo!”

“Mas precisa ser um botezinho desses?” Outro habitante perguntou. Uma parte os habitantes estava preocupada com o menino, enquanto a outra estava preocupada com o Yonko indo atrás deles se o garoto afundasse por causa daquele bote

Ele foi se afastando lentamente do porto, dando tchau para todos que estavam no porto vendo ele partir. O céu limpo e o vento favorável faziam daquele dia um dia perfeito para partir

“Yosh! Vamos lá!” Disse enquanto remava. Precisava chegar na próxima ilha antes que sua comida acabasse, o que sabia que ia ser logo. Assim que já estava distante do porto sentiu algo se aproximar com o seu Haki. Nem precisou se virar para saber que o rei do mar estava atrás de si “Então… é você que está arrumando problemas com os pescadores da vila” A serpente marinha rugiu e se preparou para atacar. Luffy se virou para ela com um sorriso “Você é bem pequeno para um rei dos mares… Gomu Gomu no…” O comentário fez com que a fera ficasse mais irritada e partisse para cima do menino, que deu um soco bem no meio da face no animal “Pistol!”

O rei dos mares caiu de volta para a água e ficou boiando, totalmente derrotado. Luffy puxou seu braço de volta e deu uma risada. Aquilo era brincadeira de criança comparado ao que tinha passado antes

“Hmmm… agora eu preciso achar alguns companheiros” Comentou enquanto olhava para o horizonte “Tenho que encontrar o Zoro, a Robin e o Chopper! Eles devem estar na Grand Line agora” Ergueu os três dedos da mão direita “E também vou precisar de um navegador, um cozinheiro, um músico…” Foi erguendo os dedos da mão esquerda e fez um som de pensamento “Uns 10 vão servir” Falou depois de desistir de contar

“E preciso de uma bandeira também! Uma legal como a do Oyaji” Tocou no ombro onde a tatuagem estava um pouco abaixo e sorriu. Sua família estava ali com ele, ia conseguir “Yosh! Hora de ir” Ergueu os dois braços e respirou fundo mais uma vez

“EU VOU SER O REI DOS PIRATAS!”

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O sol batia forte em sua cabeça. Já fazia nove dias que estava amarrado naquela cruz, embaixo de sol, chuva e vento. Estava mantendo o cabeça baixa e já sentia a sua nuca e braços queimarem por causa dos raios de sol forte, mas não estava com vontade de levantar a cabeça

Maldita hora que tinha saído do castelo para ir atrás de Luffy. Tinha ficado cansado de esperar e resolveu sair por conta própria atrás de seu capitão. Mihawk e Perona tentaram impedi lo, dizendo que ele iria se perder e acabar em algum lugar que não devia, mas o jovem espadachim não deu ouvidos a eles. Pegou um dos botes que tinham no castelo e partiu um dia sem avisar ninguém

Seu bote afundou entre duas ilhas, mas foi resgatado por um navio mercante. Pegou carona de ilha em ilha, sempre perguntando sobre um garoto com chapéu de palha e nunca tendo uma resposta positiva

Uma vez não conseguiu carona para fora de uma ilha então entrou escondido em um navio da marinha. Dormiu em dos depósitos e só acordou quando eles desembarcaram em uma ilha… No East Blue. Desde então tentava voltar para a Grand Line, mas todo navio que entrava só o levava para mais e mais longe

Tinha que admitir… Estava perdido

Sua fama de caça pirata veio com o tempo. Em toda ilha que passava perguntava sobre os piratas do Barba Branca e Luffy. As pessoa acabavam indicando outros piratas para ele, achando que ele estava atrás das recompensas. Acabou derrotando mais piratas que podia contar e pegando suas recompensas para se alimentar e sobreviver. Logo, O caça-piratas Roronoa Zoro era conhecido em boa parte do East Blue… E mesmo assim não tinha encontrado nenhum sinal de Luffy

Tinha acabado naquela ilha depois de pegar carona com um barco de mercadores. Tinha ouvido rumores que os piratas do Barba Branca tinham andado por ali algum tempo atrás e pegou o primeiro barco que ia para a região onde tinham visto o Yonko. Acabou a poucas ilhas de distância da ilha Dawn

Estava prestes a embarcar em um barco em direção ao reino de Goa quando uma movimentação chamou a sua atenção. Viu uma menininha sendo atacada por um lobo e não pensou duas vezes antes de matar o animal para salvá-la… E acabou sendo preso pela marinha e amarrado naquele poste

Não sabia o que fazer. Ao mesmo tempo que queria sair logo dali e ir para o reino de Goa atrás de seu amigo não podia descomprir uma promeça. Tinha dito que ia sobreviver um mês e não ia voltar atrás em sua palavra. Tinha medo também que se fugisse dali os marinheiros iria atrás da menininha e sua mãe para se vingar…

“Não posso morrer num lugar como esse” Pensou, as faces de Kuina e Luffy passando pela sua mente “Tenho uma coisa que preciso fazer…” Estava no meio de seus pensamentos quando sentiu pessoas se aproximando do muro com o Haki.

“...Ele é muito perigoso!” Disse uma voz medrosa do outro lado “Não devíamos estar aqui! Ele pode… O que você está fazendo? Desce daí!”

Zoro deu um sorriso e levantou o rosto, pronto para assustar os pirralhos que queriam dar uma olhada no grande “Caça-piratas”. Mas assim que olhou para a figura olhando para ele do muro congelou. Reconheceu no mesmo segundo o chapéu de palha e o rosto sorridente

“Hey Zoro! Ouvi dizer que você é um caça-piratas malvadão agora! Ainda vai se juntar a minha tripulação?”

O rosto de surpresa foi substituído por um sorriso. Não o que usava para assustar as pessoas, mas um sorriso verdadeiro, que não dava a muito tempo… Pelo jeito não estava tão perdido assim

“Claro… Capitão!”

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“Volta aqui sua ladra!” Os gritos continuavam atrás dela, mas mesmo assim continuava correndo “Devolva esse mapa! Sua bandida” Estava ofegante e já começava a tropeçar, mas não podia desistir… Não agora que estava tão perto

“Finalmente consegui!” Disse para si mesma, sem parar de correr “A carta nautica para a Grand Line!”

Um som de bola de canhão a fez parar, junto com os homens que a perseguiam. Todos olharam para o céu e viram uma sombra se aproximar dele e caindo entre Nami e os piratas. Todos olharam assustados para a sombra que se levantou, aparentemente intacta da queda

“Argh” Disse a voz meio irritada “De onde veio aquela bola de canhão? Acabou com o meu almoço…” Resmungou limpando a poeira da roupa

Nami olhava para o garoto de chapéu de palha enquanto sua mente estava a mil atrás de uma solução para seu problema. Sorriu. Aquele idiota seria perfeito para escapar

“Chefinho!” Falou animada, fingindo uma expressão de alívio e felicidade “Você veio me salvar?!” O menino olhou confuso para ela, sem entender o que estava acontecendo. Antes que tivesse chance de falar alguma coisa ela virou de costas e continuou fugindo “O resto é com você!”

Virou na primeira esquina que viu e entrou na casa mais próxima. Encostou na porta e respirou fundo, finalmente despistando aqueles malditos piratas que estavam atrás dela. Assim que sentiu seu coração e respiração voltarem ao ritmo normal subiu até o segundo andar e foi para a varanda. Precisava ver para onde os piratas iam ir depois de baterem no menino

Qual não foi a sua surpresa ao ver os três homens que a perseguiam no chão e o menino de pé, sem nenhum arranhão. Ele colocava o chapéu em sua própria cabeça e resmungou algo sobre ‘tesouros’ e ‘fracotes’. Nami sorriu e sentou na varanda. Aquele moleque poderia ajudar ela no final de contas

“Você é forte mesmo, não é?” Perguntou ela, chamando atenção do menino. Ele olhou para cima com curiosidade

“Quem é você?”

“Sou uma ladra que rouba piratas! Meu nome é Nami!”

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Ela olhava para a casa queimada com lágrimas nos olhos. O pobre cãozinho tinha parado de latir e olhava para o loja sem se mexer. Nami rangia os dentes de raiva e apertava os punhos

“Piratas...são todos iguais” Disse, chamando a atenção do prefeito ao seu lado “Eles tiram tudo das pessoas! Não deixam sobrar nada!” Ouviu alguém se aproximando e se virou. Sua expressão de raiva piorou ao ver Luffy se aproximando com aquela cara de sempre “Você está vivo… Queria que o leão tivesse te comido!” O prefeito a segurou pelo braço, impedindo que ela pulasse em cima do menino “Talvez eu deva te matar agora! Antes que você junte seu bando e termine de saquear essa cidade!”

Luffy não deu atenção aos gritos dela, passando pelos dois e indo direto para para onde o cãozinho estava sentando. Nami continuou gritando, extravasando todo o seu ódio por piratas em cima no menino sem se importar. Só parou quando viu ele sentar do lado de Chuchu e colocar a caixa de ração que estava segurando na frente do cão

“O que?” Perguntou surpresa. Não entendia aquele garoto. Ele era um pirata, não era? Ele mesmo tinha dito isso! Estão o que ele estava tentando fazer…

“Foi só o que eu consegui pegar… O resto o leão comeu tudo” Luffy meio que se desculpou, como se não tivesse acabado de lutar com um leão gigante por aquilo. Nami olhou atônita para aquilo, sem acreditar naquele pirata “Você fez um bom trabalho! Foi um boa luta! Eu não assisti, mas sei que foi” Disse ele sorrindo, tentando empolgar o cachorrinho.

Chuchu olhou para o pacote de ração por alguns segundos e o pegou. Levantou e começou a se afastar do lugar, sendo assistido pelos três. Parou e se virou de volta para Luffy, colocou a ração no chão e começou a latir

“Boa sorte para você também!” Respondeu Luffy sorrindo, fazendo o cachorro latir mais alegre ainda. Nami não conseguiu segurar um sorriso de aparecer em seu rosto. Talvez… nem todo pirata fosse tão ruim quando ela pensava

“Desculpa ter gritado com você…” Disse ao se aproximar do menino ainda sentado no chão

“Não tem problema...Você disse que piratas mataram alguém importante para você” Se levantou, tirando a poeira da bermuda “Existem piratas bons e ruins… Já encontrei vários de todos os tipos por aí”

“E qual dos tipos você é?”

“Por que você não descobre? Seja a minha navegadora!” Pediu mais uma vez com um sorriso radiante e Nami ficou realmente tentada. Por um segundo tudo parecia certo e divertido, mas a sombra de Arlong cobriu a sua mente mais uma vez.

“Eu nunca vou ser uma pirata” Falou fazendo uma cara séria “Mas me traga o mapa da Grand Line… e talvez nós tenhamos um acordo” Não podia se deixar levar… Ainda não

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Usopp estava sentado na beira do penhasco que dava para o mar. Maldito Klahador, o impedindo de ver a Kaya e conversas com ela. Falando mal de seu pai na sua frente, sem sequer hesitar

Suspirou tristonho. Não devia ter batido no mordomo, isso só tinha deixado Kaya mais nervosa… Ela não podia se estressar, isso podia piorar sua condição e não queria que isso acontecesse. Talvez ele devesse parar de visitar ela mesmo no final de contas…

“OI!” O menino do chapéu de palha que tinha aparecido naquela manhã surgiu do nada na sua frente, fazendo Usopp se assustar e pular para trás “Encontrei você! Shi, shi, shi”

“Não me assusta assim! Seu idiota!” Xingou enquanto tentava se recuperar do susto. Viu que Luffy estava pendurado de cabeça para baixo em um dos galhos da árvore mais próxima. Como tinha conseguido chegar ali sem que percebesse? Devia estar muito perdido em pensamentos “Desce daí, vai cair de cabeça”

“O seu pai…” Começou a falar enquanto se soltava da árvore e se apoiava com os braços de ponta cabeça no chão “...se chama Yasopp, não é?” Terminou sentando na frente do outro menino com um sorriso

“O que?” Perguntou surpreso “Como você sabe o nome dele?”

“Eu encontrei com eles algumas vezes quando era mais novo…”

“Verdade? O meu pai?!”

“Sim, shi shi shi!” Riu e tirou o chapéu de sua cabeça, preso em lembranças “Eu fui criado numa tripulação pirata e nos encontrávamos o bando do seu pai de vez em quando, às vezes pra lutar, às vezes pra festejar… Você é a cara dele, por isso que eu lembrei disso”

“Uau! Isso é incrível! Sabe onde ele está agora?” Perguntou empolgado. Nunca ninguém tinha falado tanto de seu pai de um jeito bom, era sempre para falar de como ele era um pirata desprezível que tinha o abandonado

“Não… faz alguns anos desde que encontramos o barco do Shanks. Eu devia ter uns 11 anos quando nos vimos a ultima vez” Deu um sorriso tentando animar o garoto “Ele está com o Shanks, um dos piratas que eu mais admiro! Ele deve estar bem!”

“É mesmo? Que legal!” Usopp olhou para o horizonte empolgado “Então ele está no navio do Shanks… Shanks, o ruivo…” De repente ele ligou o nome a pessoa e deu um pulo de surpresa “VOCÊ DISSE SHANKS?!”

“Sim, ue? O que foi?” Luffy parecia confuso, não entendendo aquele estardalhaço todo

“Shanks é um dos maiores piratas do mundo! Um dos Yonkous! Meu pai faz parte de um bando tão importante?” Luffy sorriu para a empolgação do menino e começou a contar sobre os feitos do pai, de como ele era um dos melhores atiradores que ele tinha visto até então (o que não era pouca coisa pelo número de piratas que tinha conhecido na sua vida)

“Yasopp é um grande pirata” Terminou de contar uma das histórias com um sorriso no rosto “Você devia se orgulhar”

“Ele é!” Se levantou, ainda olhando para o horizonte com um rosto sonhador “ Se aventurar por esse mar imenso, mesmo sem saber o que há no fim dele… Eu me orgulho do meu pai, por ser um cara que não tem medo de arriscar a própria vida!” Sua expressão ficou escura depois disso “Mas aí vem aquele mordomo idiota ridicularizando ele… E ferindo o meu orgulho!” Apertou os punhos com raiva

“É… Eu não gostei dele também! Tem algo de estranho nele” Disse lembrando da sensação estranha que sentia quando estava perto de alguém que tinha segundas intenções perto dele… não gostava daquilo “Você não vai mais visitar a senhorita Kaya?”

“Eu não sei…” Suspirou enquanto sentava, se apoiando para trás “Se aquele maldito peça desculpas de joelhos para mim, pode ser que eu volte…” Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, perdidos em pensamentos. Usopp percebeu um detalhe que estava o incomodando “... Hey, de que tripulação você fazia…”

“Hey, aquele não é o mordomo maldito que você tá falando?” Luffy o interrompeu enquanto olhava para baixo, apontando para as duas figuras que conversavam no pé do penhasco

“Ah sim… E ele mes…. O QUE ELE TÁ FAZENDO AQUI?”

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Mal tinha saído da vila Syrup e Luffy já tinha sentando na topo da figura de proa de Merry e proclamado em alto e bom som que aquela era a seu assento especial. Seus três companheiros aceitaram e deram os ombros, pensando que era mais uma das maluquices de seu capitão teimoso

Luffy olhava para o horizonte ainda sentado na cabeça de Merry. Via o sol se pôr a sua direita e as gaivotas voando ao redor do navio. Sentar na frente do navio depois de tanto tempo estava lhe trazendo memórias…

“Hey Luffy! O que você está fazendo aí?” Perguntou um dos piratas do Barba Branca para o menininho de 6 anos que estava sentado na beira da enorme figura de proa do Moby Dick

“Esse é o meu lugar especial!” Respondeu sorrindo enquanto balançava as pernas em cima do mar

“O comandante não vai gostar de ver você tão perto da borda! Você vai cair daqui a pouco!”

“Não vou não! E Ma não precisa saber…”

“Não preciso saber o que, Yoi?” A voz de Marco veio de cima e Luffy congelou ao ver a fênix pousando ao seu lado. Ele já tinha voltado da missão na ilha vizinha?

“Que… você é o melhor comandante do mundo?” Tentou disfarçar, mas a cara que fez deixava bem claro que aquilo era uma mentira

“Luffy… O que eu te disse sobre sentar na beirada, Yoi?” Perguntou enquanto voltava para a forma humana e cruzava os braços

“Eu não sou mais um bebê! Eu não vou cair! Moby nunca iria me derrubar, não é Moby?” Deu tapinhas na figura de proa como se ela fosse responder

“Claro que não, mas acidentes acontecem, yoi” Pegou o menino no colo, que fez uma careta ao ser tirado de seu lugar especial “Entendo porque você gosta daqui… é uma vista bonita, Yoi” Disse olhando para o mar. Daquele lugar o oceano parecia infinito, com o sol refletindo na água clara e ondas quebrando no casco do navio “Mas vamos esperar um pouco até que você possa ficar aqui sozinho… Moby não ficaria feliz se você caísse e não houvesse ninguém para te pegar, não é Yoi?” Luffy fez um beicinho

“Quando eu tiver o meu navio ele vai ter um lugar especial e eu vou ficar nele o quanto eu quiser!”

“Claro, claro… Agora vamos para dentro que está na hora do seu lanche, yoi”

Luffy sorriu com a lembrança. Merry podia não ser tão grande quando o Moby Dick e nem tão poderoso, mas era o bastante para ele ir atrás de seu sonhos. Deu um tapinha na cabeça do Merry como fazia com Moby quando era criança, como se quisesse chamar a atenção do navio

“Vamos para a Grand Line juntos, Merry! Quero mostrar para você tudo que eu vi com o Moby, shi shi shi”

“Hey Luffy, tá falando sozinho?” Perguntou Usopp enquanto terminava de trazer para o convés as tintas que seu capitão tinha pedido “Peguei o que você pediu…”

“YOSH!” Falou pulando do seu lugar especial e abrindo um sorriso “Hora de fazer a nossa bandeira pirata!”

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“Não! Me recuso!”

“O que?”

“Me recuso a aceitar o seu não! Seja o meu cozinheiro!”  Disse Luffy enquanto cruzava os braços e sentava na borda do Baratie “Você é um bom cozinheiro! Quero que você se junte na minha tripulação”

“Mas… Você nem perguntou meus motivos para eu recusas” Sanji soltou a fumaça de seu cigarro lentamente com os olhos fechados. Parecia um pouco incomodado com a insistência do menino

“E quais são seus motivos?” Perguntou curioso

“Não te interessa”

“Então por que me fez perguntar?!” Luffy gritou de volta, começando uma discussão com o loiro. Gin olhava para os dois sem entender muito bem o que estava acontecendo. Em um momento um dos cozinheiros do restaurante que tinha acabado de ser expulso tinha lhe trago comida e no outro um pirralho de chapéu de palha começou a insistir para o cozinheiro se juntar a ele

“Chapéu de palha… onde eu ouvi isso…” Murmurou baixinho enquanto pensava. Algumas memórias de quando estava na Grand Line passaram pela a sua mente… lembrava de ter ouvido alguma coisa sobre isso, mas estava bêbado demais para fazer sentido “Com licença…” Chamou a atenção dos dois que brigavam

“O QUE É?” Gritaram de volta, parecendo mais irritados de terem sido interrompidos do que quando estavam brigando

“Eu sou Gin dos piratas do Krieg” Se apresentou, nem um pouco abalado pelo grito dos dois “Você também é pirata? Qual é o seu objetivo?”

“Oh? Isso é fácil” Respondeu Luffy sorridente “Eu vou achar o One Piece e me tornar o Rei dos Piratas!”

“Então você está indo para a Grand Line?”

“Claro! Tenho que chegar até o fim dela para alcançar meus objetivos!”

“Se você está procurando um cozinheiro… então você não deve ter formado um bando ainda” Gin parecia hesitante, como se não soubesse se devia estar falando sobre aquilo ou não

“Estamos em cinco, contando com ele!” Disse apontando para o loiro

“NÃO ME INCLUA NESSA CONTA!” Gritou Sanji de volta, já perdendo a paciência

“Eu vou te dizer uma coisa, já que você parece um cara legal… Se está querendo ir para a Grand Line…” Gin tremeu até de falar o nome “...Desista” Luffy e Sanji olhavam curiosos para o homem, querendo entender o que ele estava tentando dizer “Você é jovem ainda, não precisa ter pressa para morrer. Existem muitos mares para um pirata explorar…”

Foi interrompido por uma risada de Luffy. O menino não tinha conseguido ficar serio tempo o suficiente para deixar o homem parar de falar. Era tão estranho para ele ouvir pessoas falando com tanto medo sobre o mar em que viveu a vida toda

“Foi mal… Eu só…” Parou um segundo para respirar e tentar controlar a risada “Acho engraçado alguém falar assim do Paraíso”

“Paraíso? Como assim?” Perguntou Sanji, curioso. Ou aquele moleque era um maluco com desejos suicidas ou… ele era bem mais forte do que parecia. O cozinheiro apostava na primeira opção

“A primeira parte da Grand Line, que vai da Reverse Mountain até a RedLine” Explicou como se aquilo fosse uma coisa comum para ele “Depois da Red Line fica o Novo Mundo… Os piratas de lá que chamam a primeira parte de Paraíso” Gin piscou algumas vezes, como se tentasse entender a loucura que o menino estava falando, e deu uma risada

“Bem… Não quero encontrar esses piratas tão cedo assim” Disse se levantando “Tenho que ir antes que me expulsem de vez daqui”

Sanji conseguiu um dos botes que usavam para fazer compras nas ilhas vizinhas para que Gin pudesse partir. Eles se despediram e o homem tentou avisar o garoto mais uma vez sobre os perigos da Grand Line, mas só recebeu mais uma risada em resposta

“Obrigado pela dica, mas eu vou assim mesmo…” Falou sorrindo “Tenho pessoas esperando por mim lá”

“He, he, eu tentei avisar… Mas não vai ser um estranho que nem eu que vai te convencer do contrário, não é mesmo?” Se virou para o cozinheiro, que fumava tranquilamente de costas para ele, encostado na borda do navio “E Sanji-kun… Muito obrigado pela comida. Você salvou a minha vida… Posso vir comer de novo?”

“Quando quiser” Respondeu o loiro virando de lado e dando um sorriso. Luffy olhou para Sanji e tomou sua decisão. Sanji era o melhor cozinheiro que ele poderia arrumar… E não sairia dali sem ele

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A confusão tinha tomado conta do lugar. O enorme galeão que estava parado na frente do restaurante tinha sido cortado em dois em um golpe só e agora as águas estavam revoltas enquanto ele afundava

Luffy estava preocupado com outra coisa. Nami tinha fugido com o Going Merry e os tinham deixado para trás. Ele não conseguia entender o porquê dela fazer isso. Precisava ir atrás dela e descobrir o que estava acontecendo, mas não podia deixar seu cozinheiro (Ainda que ele negasse) para trás enquanto o restaurante era atacado

“Eu ainda consigo ver o navio!” Exclamou apontando para o horizonte, onde ainda era possível avistar o pequeno barco se distanciando “Zoro! Usopp! Vão atrás dela com o navio do Yosaku e Johnny!”

“Deixa ela… Ela é só uma ladra” Falou Zoro suspirando. Ainda não confiava naquela mulher

“Eu não quero nenhum outro navegador que não seja ela!” Luffy e Zoro se encararam por alguns segundos. O espadachim só conseguiu suspirar e aceitar ao ver os olhos decididos de seu capitão. Ele não tinha mudado nada nos últimos anos

“Tá bom…” Esfregou a testa, sentindo uma dor de cabeça começar “Esse capitão… só me arruma problemas. Vamos Usopp!” Disse enquanto ia em direção ao navio de seus amigos, sendo seguido pelo atirador

“E você, Luffy?” Perguntou Usopp

“Eu tenho algo para resolver nesse restaurante… Encontro vocês depois!”

“Tente não causar muita confusão” Disse Zoro dando os ombros. Sabia que Don Krieg era brincadeira de criança para Luffy, que nem os outros vilões que tinham encontrado até agora no caminho

“Certo!” Respondeu sorrindo “Eu vou…” gritos começaram a vir de onde o barco estava afundando, chamando a atenção deles

“É ele! O homem que afundou a nossa frota!”

“Ele nos seguiu até aqui! Vamos todos morrer!”

“O homem com olhos de gavião!” Isso fez com que Zoro e Luffy se olham surpresos… Não era possível que fosse ele… Os dois foram correndo para onde os gritos vinham, sendo seguidos por Usopp, Johnny e Yosaku, que pareciam a ponto de chorar de desespero. Eles chegaram a tempo de ver a última pessoa que esperavam encontrar ali desviando as balas com a espada

“Então… Finalmente te achei, Roronoa” Mihawk olhou em direção ao espadachim jovem com os olhos zangados. Zoro começou a suar frio… Ele não parecia estar de bom humor

“Z-zoro....” A voz medrosa de Usopp veio atrás de si “Por que esse cara está atrás de você?” Todos olhavam para o Shichibukai e o espadachim, esperando um massacre acontecer a qualquer momento. Sejá lá o que aquele jovem tinha feito, parecia que o espadachim mais velho ia acabar com a raça dele na mesma hora

“Eu…” Tentou encontrar algo para falar, mas foi interrompido por Luffy, que acenou feliz para o shichibukai

“Tio Mihawk! Quanto tempo!” Gritou animado, fazendo com que todos que estavam em sua volta (com exceção de Zoro) ficassem com o queixo caído

“Pai…” Resmungou Zoro enquanto colocava a mão na testa “O que está fazendo aqui?”

A frase tinha sido dita em voz baixa, mas o silêncio naquela hora era tamanho que todos escutaram. Depois de alguns segundos de choque um grito uníssono foi dado

“PAI?!” A confusão foi geral. Ninguém conseguia acreditar que aquele sujeito era filho do maior espadachim do mundo. Usopp parecia ser o mais desesperado de todos, começando a sacudir Zoro sem para

“C-como assim!? Você é filho de um monstro?!”

“Não vejo nada demais nisso… Luffy é filho do Barba Branca” Resmungou enquanto se soltava do aperto do narigudo

“Mas o Barba Branca não é um shichibukai e…” A ficha caiu na cabeça do atirador na mesma hora e ele gritou como nunca tinha feito antes “O QUE??? COMO ASSIM VOCÊ É FILHO DO BARBA BRANCA?!”

“Eu nunca contei? Foi mal shi, shi, shi” Riu enquanto coçava a parte de trás da cabeça com uma mão, parecendo encabulado de nunca ter dito isso antes. Ignorou todos o gritos que vieram logo depois dessa revelação e se voltou para Mihawk “O que você está fazendo aqui, Tio Mihawk?”

“Bem… Roronoa sumiu da ilha um dia e descobri que um dos barcos estavam faltando. Imaginei que ele devia estar perdido e vim atrás dele” Falou com um sorriso de canto de boca, enquanto via Zoro ficando vermelho

“Eu não me perdi! Eu achei Luffy, não achei?”

“Na verdade eu achei você, Zoro…” Luffy falou, não se importando em piorar a situação para o amigo “Amarrado em um poste por nove dias e quase morrendo de fome”

“Não está ajudando…” Resmungou enquanto se colocava na frente de seu pai “Você me achou, pronto! Pode voltar para casa agora” Falou dando as costas. Tinha que ir atrás da bruxa ruiva o mais depressa possível, antes que ela sumisse de vista

“Não” Disse o mais velho, fazendo Zoro parar “Você vai voltar comigo para o castelo”

“O que?” Perguntou Luffy e Zoro ao mesmo tempo. Luffy estava totalmente surpreso enquanto Zoro parecia irritado

“Você ainda não terminou seu treinamento” Olhava para o mais novo como se o desafiasse a discordar dele “Não quero manchar a minha reputação com você sendo derrotado por um espadachim qualquer por aí”

Zoro cerrou os dentes e apertou os punhos com força. Não ia ser humilhado daquela maneira por Mihawk, na frente de seu capitão e daqueles piratas. Desamarrou a bandana que usava no braço e a amarrou na cabeça, fazendo com que seu pai levanta-se uma sobrancelha

“Oh você acha que pode me derrotar no nível que está agora?” Sua voz era cheia de ironia, parecia estar achando muita graça da situação “Pensei que tinha ensinado a você distinguir a diferença entre as habilidades de dois espadachim, mas acho que me enganei”

“Cala a boca” Respondeu sério enquanto sacava suas espadas “Ainda tenho que ser o melhor do mundo… Não achava que teria que te enfrentar tão cedo para isso”

“E inutilmente… Mas se é isso que você quer” Tirou a enorme lâmina negra que carregava nas costas “Vamos acabar logo com isso… Não vou pegar leve só por você ser meu aprendiz, Roronoa”

“Ele sacou a espada! A mesma que cortou o navio!” Gritaram alguns piratas e Luffy fez uma cara de preocupado. Durante todo o seu treinamento com Mihawk o garoto de borracha nunca tinha visto ele usar aquela espada… Só espadas bem menores ou de madeira (Zoro ficou furioso uma vez quando foi derrotado com uma faca de manteiga…)

Os dois espadachins não falaram mais nada, focados um no outro. O silêncio se fez no lugar quando eles se colocaram em posição. Zoro colocou uma das katanas na boca e ergueu as as outras duas, as colocando na posição para o seu ataque mais forte e as cobrindo de Haki. Mihawk avançou, enquanto Zoro girava as suas lâminas, preparando o golpe

“Santoryu Ogi...Sanzen Sekai!” O som das espadas se chocando foi ouvido e os dois espadachins estavam de costas um para o outro. As espadas nas mãos de Zoro estavam destruídas, seus restos espalhados pelo chão. Mihawk estava guardando a sua lâmina quando viu Zoro guardando a espada que levava consigo desde a primeira vez que se encontraram e virando para ele, com os braços estendidos

“O que?” Perguntou enquanto colocava a sua espada em posição de ataque de novo “Por que…”

“Isso não é um treinamento… Vamos até o fim” Disse sorrindo “E você me ensinou que ser ferido pelas costas… é a vergonha de um espadachim”

“Hum… Admirável” Respondeu sorrindo e Zoro pensou que tinha visto orgulho brilhando nos seus olhos. Deu o golpe final, cortando o peito de seu aprendiz na diagonal e o derrubando na água

“ZORO!” Gritou Luffy já esticando os braços e se atirando em direção ao espadachim mais velho. Ouvir Johnny e Yosaku se jogando na água para salvar o seu companheiro e ficou mais aliviado. Foi com toda a velocidade para atacar Mihawk, que simplesmente desviou no último segundo de seu ataque

“Estou orgulhoso de você não ter interferido na nossa luta, Luffy” Falou ainda sorrindo para seu antigo aprendiz, que olhou para ele com raiva “Vejo que nem tudo o que eu te ensinei está perdido… Não se preocupe, ele está vivo”

“Zoro!” Gritou mais uma vez, olhando na direção que o espadachim tinha afundado e vendo os dois homens o trazendo desacordado para a superfície. Se virou mais uma vez para o mais velho “Por que você fez…” Parou ao ver a expressão de Mihawk

Seu rosto estava inexpressivo enquanto olhava para Zoro, mas Luffy reconheceu aquele olhar… Era o mesmo que Marco lhe deu antes de ir embora, como se estivesse orgulhoso e triste ao mesmo tempo. Era difícil para ele ver quem ele tinha criado e treinado por tantos antes partir… Até mesmo para o maior espadachim do mundo

“É muito cedo para você morrer, Roronoa…” Falou com uma voz imponente, que mesmo que não fosse muito alta, todos conseguiam ouvir “Conheça a si mesmo… Conheça o mundo! E fique cada vez mais forte, meu filho!” Suas palavras eram altas agora, ecoando pelo mar “Eu estarei te esperando, ainda como melhor espadachim do mundo! Então venha me superar!”

“Vocês, adultos, fazem coisas estranhas” Resmungou Luffy, parecendo confuso

“Você continua com o seu sonho de ser o Rei dos Piratas?” Perguntou ignorando o que o menor tinha dito

“Sim!”

“Ótimo… Espero que os dois estejam a altura do desafio” Comentou, fazendo o menino mostrar a língua para ele

“Usopp! O Zoro tá bem?!” Luffy perguntou em direção ao barco para onde tinham levado o seu companheiro

“Ele não tá bem, mas está vivo! Só inconsciente!” Usopp gritou de volta enquanto tentava para o sangramento. Arregalou os olhos surpreso quando viu o espadachim que devia estar desmaiado erguendo a espada

“L-Luffy? A-ainda está a-ai?” A voz de zoro era fraca, parecendo que ia desmaiar de novo a qualquer momento

“Tô aqui!”

“F-ficou preocupado? Foi mal… Ser o melhor espadachim do mundo... é o mínimo que eu tenho que ser… para ser seu companheiro… certo?” Começou a tossir sangue, fazendo com que seus amigos ficassem preocupados

“Aniki! Pare de falar! Você vai…” O grito de Zoro o interrompeu

“LUFFY! PAI! EU PROMETO! ATÉ EU DERROTAR VOCÊ E ME TORNAR O MELHOR DO MUNDO EU NÃO SEREI DERROTADO!” Gritou com toda a força que conseguiu juntar “Tá bom assim… Rei dos piratas?” Sua voz foi enfraquecendo, mas ainda podia ser ouvida

“Sim! Shi, shi, shi! Tá ótimo!” Riu Luffy, muito feliz com a promessa do amigo

“Vocês dois formam uma boa equipe” Mihawk tinha um sorriso que gritava orgulho no seu rosto e Luffy ficou com pena que Zoro não pudesse vê-lo “Será bom voltar a vê-los”

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“Escuta… Você já ouviu falar do All Blue?”

Sanji parecia muito animado enquanto fazia aquela pergunta, o que fez Luffy sorrir. Conhecia muito bem aquele oceano mágico que os cozinheiros do Moby Dick falavam sem parar

“All blue?” Perguntou o pequeno de apenas 5 anos enquanto piscava “É de comer? Tipo carne?” Isso causou uma risada geral pela cozinha

“Não, Luffy!” Disse Thatch enquanto pegava a criança e a colocava em seus ombros, o fazendo rir “É o nome de um mar lendário! Marco não te ensinou sobre os mares?”

“Ahhhh” Fez um esforço para lembrar, mas parecia que era esforço demais para ele “Não sei”

“No mundo temos o East Blue, o North Blue, o West Blue e o South Blue, além das duas metades da Grand Line… Está me acompanhando?”

“Tipo a música das ilhas idiotas?” Perguntou animado, já que era uma das poucas músicas que sabia inteira

“Isso! Então, cada um destes mares tem tipos de peixes e animais marinhos diferentes… No All Blue haveria todos eles em um só lugar! O paraíso para os cozinheiros!” Falou com os olhos sonhadores

“Hey, comandante! Não vai iludir o menino com lendas bobas” Falou um dos cozinheiros enquanto lavava os pratos que tinham sido usados no almoço

“Não é um lenda! Um dia eu vou achar ele, você vai ver!” Gritou de volta com um rosto irritado, fazendo seus companheiros rirem

“Você vai achar ele mesmo?” Perguntou Luffy, interessado nesse mar de ‘comidas gostosas’

“É o meu sonho! Foi por isso que eu me juntei a pirataria em primeiro lugar… Não ia achar ele ficando parado em casa, não é mesmo?”

“Quero achar esse mar também!”

“Todos queremos, pequeno” Respondeu o ruivo rindo “Agora pare de ficar amassando meu cabelo, está estragando o meu penteado”

“Não! shi, shi, shi”

Luffy sorriu, percebendo que o mesmo brilho que Thatch tinha quando falava do ‘mar misterioso’ estava nos olhos de Sanji. Ele realmente queria que o loiro fosse o seu cozinheiro, mesmo ainda não tendo experimentado a comida dele nenhuma vez

“Já ouvi sim! Thatch vivia falando dele! Onde você acha que ele está?”

“Bem, eu acho que…” Os dois começaram a falar sobre o mar misterioso, falando tudo que sabiam e trocando histórias sobre ele. Estavam tão focados na conversa que nem perceberam Zeff parado em uma sacada em cima deles, ouvindo tudo com um sorriso

“Olha só a cara de felicidade… desse idiota”

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Todos em volta do Arlong Park estavam em silêncio enquanto viam Luffy e Arlong lutando. Era uma luta estranha, ao mesmo tempo que Arlong parecia muito mais forte e determinado que Luffy, o menino parecia estar se divertindo, sem nenhum pingo de medo em suas atitudes

O lugar onde lutavam estava destruído e Arlong estava machucado de todos os golpes que tinha levado, mas Luffy ainda estava ileso. Desviava de todos os golpes e mordidas, e a única mordida que o tritão tinha acertado no seu ombro esquerdo tinha quebrado os seus dentes ao atingir o corpo coberto por Haki

“Shi, shi, shi, você luta que nem o Namur” Riu enquanto colocava as mãos na cintura, enquanto o Haki sumia de seu ombro “Mas não é tão forte quanto ele… Ou o Jimbe!”

O comentário pareceu deixar o homem peixe descontrolado. Ouvir o nome de seu antigo companheiro dos piratas do sol que considerava um traidor tinha feito toda a fúria que estava segurando explodir. Seus olhos estreitaram de fúria e socou a parede do Arlong Park, a atravesando e puxando a enorme espada que estava do outro lado. Atacou o menor, que desviou e pulou para cima do telhado do edifício

“O que é isso?” Perguntou curioso enquanto desviava de mais um golpe, pulando para o nível superior do prédio “Um serrote?

O tritão não respondeu, continuando a atacar enquanto os dois subia de andar em andar, até que chegaram no último. Sem ter para onde desviar, Luffy se jogou para dentro de uma das salas, quebrando a janela. O ataque de Arlong quebrou a parede e fez vários papéis voarem

“A sala da esquerda do último andar…” Murmurou Nami lá de baixo ao perceber aonde eles tinham entrado “...A sala de mapas”

Estava preocupada com Luffy. Mesmo sabendo o quanto ele era forte e que tinha conseguido lidar com o tritão até agora, não conseguia tirar de si aquele medo de que Arlong tiraria tudo o que ela amava. Tinha tirado a sua mãe, sua irmã, sua vila e sua liberdade… E agora podia acabar com a equipe que tinha feito ela tão feliz nos últimos meses

O silêncio estava a deixando maluca. O que estava acontecendo lá dentro? Luffy estava bem? Ou ele estava morto? Por que não estava acontecendo nada? As pessoas a sua volta começaram a murmurar também, preocupadas com a possibilidade do tritão vencer

“Maldição! O que aconteceu com o Luffy-aniki?” Perguntou Johnny (Ou seria o Yosaku? Ela não se preocupa em decorar quem é quem)

“Não da pra saber o que está acontecendo lá em cima…” O outro respondeu, tentando enxergar alguma coisa. Um barulho alto e uma figura saindo do lugar o fez gritar “O que é aquilo?!”

“É uma… mesa?” Perguntou Usopp do lado dela, parecendo meio aliviado de não ser seu capitão. Logo as pessoas começar a tentar descobrir o que estava acontecendo lá em cima, mas Nami não prestou atenção nas conversas

Estava focada demais na mesa caindo, que foi seguida por livros, estantes e papéis voando para todos os lados. As memórias do tempo em que era prisioneira passou pela sua cabeça, onde tinha que passar dias a fio desenhando mapas sem parar, sem poder comer ou dormir enquanto não terminasse. As noites que passou chorando enquanto chamava por sua mãe e irmã, sem poder fazer nada… Lágrimas começaram a escorrer enquanto tapava sua boca com uma mão para não chorar alto

“Obrigada…” Pensou enquanto chorava mais ainda, as marcas de quando era escrava sumindo enquanto eram arremessadas para fora do quarto “Muito obrigada! Luffy!” Segurou o chapéu que tinha na cabeça com mais força, rezando para tudo acabar bem pela primeira vez

“GOMU GOMU NO…” O grito do ataque de Luffy foi ouvido por todos, e logo a perna dele se esticou para cima, quase maior do que o próprio Arlong Park e ficou negra com o uso do Haki “ONO!” Desceu em alta velocidade, destruindo o prédio abaixo dele. Todos assistiram perplexos enquanto viam tudo desmoronar de dentro para fora

“LUFFY” Gritou Nami desesperada, tentando ver se o garoto tinha saído de algum jeito, mas só via destroços “Luffy…”

Mais um barulho saiu do meio dos destroços quando alguns dos restos foi mandando pelos ares com um soco. Todos olharam abismados enquanto Luffy se levantava. Estava sujo e machucado, sangue saia de uma mordida no seu ombro e sujava a sua roupa, mas isso não parecia incomodar ele. Estava com os punhos cerrados e arfava

“NAMI!” Gritou em pleno pulmões, fazendo com que todos ficassem quietos “VOCÊ É A NOSSA COMPANHEIRA! ENTENDEU?!?!”

Mais lágrimas caíram dos olhos de Nami, que abriu o maior sorriso que conseguia. Tinha acabado! Estava livre! Tentou limpar as lágrimas, mas era impossível, elas continuavam escorrendo de felicidade sem parar

“Sim!”

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“Seu idiota!” Gritou Nami enquanto puxava as bochechas de Luffy o máximo que conseguia “Você não acha que isso é um detalhe que nós precisávamos saber?”

“Foi mal…” Tentou falar, mas a voz saiu estranha por causa do puxão

“Francamente!” Soltou as bochechas dele “Vocês dois deviam ter dito que eram filhos de pessoas tão perigosas! E se alguém vier atrás da gente por causa disso?”

“Você não nos contou sobre o Arlong… É o sujo falando do mal lavado” murmurou Zoro, levando um soco na cabeça logo em seguida

“Cala a boca!”

“Nami-swan fica tão linda quando fica irritada!” Sanji falou com corações nos olhos. Nami esfregou a testa, sentindo uma dor de cabeça se aproximar

“E se vierem atrás de nós para se vingar dos seus pais ou algo assim?” Perguntou Usopp meio tenebroso “Os inimigos de um Yonkou não são brincadeira”

“Eles não vão! Eles tem medo demais do Oyaji pra isso shi shi shi” Ele não parecia nem um pouco preocupado “E ninguém sabe que uma das crianças demoníacas sou eu… Ma fez questão de nos esconder”

“Mesmo assim…” Nami foi interrompida por uma das gaivotas que entregavam jornal. Suspirou enquanto entregava uma moeda para Usopp “Pega um para mim… Eu ainda tenho que lidar com esses dois”

O atirador fez que sim e foi pagar o jornal. Nami voltou a gritar com os dois piratas, não parecendo que ia parar tão cedo. Usopp suspirou e abriu o jornal, tentando encontrar algo para se distrair da ansiedade que tinha adquirido desde que descobrirá que seus companheiros eram partes de famílias tão assustadoras

Enquanto virava a página  (“mais uma revolução? Onde esse mundo vai parar”) uma folha amarelada escapou e voou para onde a navegadora gritava com os dois ajoelhados. Se levantou para pega-lá e percebeu que os três tinham ficado em silêncio. Quando olhou para o panfleto descobriu o porquê disso

PROCURADO

VIVO OU MORTO

MONKEY D. LUFFY

$30.000.000

A foto de Luffy todo sujo da luta com Arlong sorria para eles. Todos piscaram algumas vezes para ver se aquilo era verdade… E então todos gritaram ao mesmo tempo

“O QUEEEEEE?!”