Troublesome Life escrita por Wichita25


Capítulo 27
Boas Festas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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—----16 anos-----

Os sons de espadas se chocando enchia o ar. Canhões eram disparados contra os navios piratas, que respondiam na mesma altura, atirando nos grandes navios de guerra da marinha. Gritos vinham de todas as partes, alguns de empolgação e outros de dor. Havia pessoas caídas dos dois lados e muito sangue derramado no chão

Luffy olhava para baixo com uma carreta de descontentamento. Estava em cima do cesto de observação do mastro principal do navio. Queria participar da batalha no convés, ou ir invadir os outros barcos da marinha como Ace estava fazendo agora, mas não podia… Afinal tinha um trabalho a cumprir

“Gomu gomu no…” Gritou ao ver as bolas de canhão se aproximando “FUSEN” Inchou o máximo que conseguiu e foi atingido por 3 bolas em cheio. Olhou para os navios que tinham mandado aquelas bolas de canhão e as mandou de volta, duas errando e uma acertando o casco do navio “Yosh!”

“Bom trabalho, Luffy!” Alguém gritou no convés, fazendo o menino sorrir. Mesmo que não fosse tão divertido quanto lutar, sabia a importância de proteger o navios dos canhões inimigos e se sentia feliz de confiarem um papel tão importante para ele

Pousou de volta no cesto e olhou em volta. Havia dois navios da minha encostados lado a lado com o Moby Dick. Os outros dois navios da frota dos piratas do Barba Branca estavam mais distantes, também lutando com outros navios da marinha. Havia uma frota inteira de navios de guerra mais ao longe, mas eles não se aproximavam muito, só usando os canhões para tentar afundar os barcos piratas

Viu um dos navios que atirava de repente se encher de chamas e explodir no meio dos outros. Sorriu ao ver Ace saindo do meio dos destroços com o Striker e ir para o próximo alvo

“Droga, o Punho de Fogo está destruindo os nossos reforços!” Um marinheiro gritou em algum lugar abaixo de Luffy

“Punho de fogo… É um nome tão legal!” Pensou o menino mais novo em voz alta “Qual será que vai ser o meu nome quando eu ganhar um cartaz?”

“Provavelmente algo como ‘homem de borracha’ ou ‘aquele pirralho irritante’, Yoi”

“Ma!” Exclamou enquanto via a enorme fênix pousando na cesta em que ele estava. Fez uma careta ao perceber os apelidos “Eles não são legais…”

“Bem, os outros estão apostando e esses são os favoritos, pelo o que parece, Yoi” Falou a fênix erguendo a cabeça para olhar em volta “Mais duas bolas estão indo, Yoi”

“Já vi!” Pulou mais uma vez para defender o navio. Dessa vez conseguiu rebater os tiros de volta para o navio da marinha que tinha atirado, fazendo com que ele começasse a afundar “Beleza! Mais um pra mim!”

“Ainda está nessa contagem boba? Pelo o que eu sei você está perdendo feio para os seus irmãos, Yoi”

“Não é justo… Ace pode atacar os navios a vontade e Sabo está sempre lutando contra a marinha, eu tenho que dar sorte” Ficou emburrado ao pensar no placar que estava no quarto de Ace e Luffy, os números dos irmãos mais velhos muito maiores que os do mais novo “Hey, você apostou em qual vai ser meu nome? O que você escolheu?” Perguntou com curiosidade

“Eu não participo dessas bobagens… Prefiro usar meu dinheiro para coisas mais importantes, Yoi” Resmungou ainda atento aos arredores “Mas se eu fosse apostar…” Parou um segundo para pensar “... Se a marinha descobrir que você é um dos filhos do Oyaji vai ser algo relacionado a isso… ‘Cria do demônio’ ou algo parecido. Se eles não descobrirem eu aposto em algo bobo como ‘Chapéu de Palha’ ou algo do gênero, Yoi”

Luffy tinha feito uma careta ao ouvir os nomes, mas pareceu gostar do último. Começou a sorrir, parecendo bem ansioso com a ideia de ter um cartaz.

“Não fique com expectativas altas, Yoi. A Marinha não é lá muito boa em dar nomes…”

“É, eles não são muito inteligentes mesmo” Luffy falava enquanto via mais alguns navios da marinha sendo explodidos ao fundo “Por que eles continuam vindo e chamando reforços se eles sabem que é inútil?”

“Porque é o trabalho deles,Yoi”

“É o trabalho deles serem uns estraga prazeres também.” Perguntou irritado enquanto cruzava os braços “Não vamos chegar na ilha Iwai a tempo do Natal e do aniversário do Ace desse jeito”

A ilha era conhecida por dar as melhores festas da primeira metade da grande linha. Tinham passado alguns feriados lá e Luffy tinha feito Oyaji prometer que o último natal que passaria com eles seria lá. Só de imaginar o peru especial de natal da ilha o menino começava a salivar

Além disso iam passar o ano novo na ilha também, e poderiam fazer uma grande festa para o aniversário de vinte anos de Ace. Desde que tinham descoberto que o segundo comandante tinha nascido no dia 1 de janeiro resolveram transformar a festa de ano novo numa enorme comemoração de aniversário. Nas primeiras vezes Ace não tinha gostado muito, não acostumado com a atenção e as pessoas comemorando… bem, o fato dele estar vivo, mas acabou se acostumando e aprendendo a aproveitar a festa

“Fique calmo, yoi. Aposto que essa batalha não vai durar mais um dia” Marco, ainda na forma de fênix, ergueu uma das asas e bateu na cabeça do menino como um carinho, fazendo ele rir “Vamos chegar a tempo, confie em mim, Yoi”

“Sempre” Respondeu sorrindo ao ver a fênix levantar voo e ir atrás de mais alguns navios da marinha que estavam se aproximando. Viu mais bolas de canhão se aproximando e inflou mais uma vez. Quando voltou para a sua posição inicial, ouviu alguns passos de pessoas se aproximando pelas velas do mastro

“Hey, tem um pirralho aqui!” Disseram os soldados olhando para o menino. Eles tinham usado cordas para pular da velas do barco deles para as do Moby Dick. E pelo o que Luffy podia imaginar, pelas tochas e galões que carregavam, iam tentar botar fogo nas velas

“Olá!” Falou Luffy erguendo uma das mãos para cumprimentar os marinheiros “Desculpa, mas vocês não podem…” Um deles atirou no menino, bem no ombro direito. A pele se esticou para trás e depois mandou a bala de volta, atingindo o atirador e fazendo ele cair para o convés “..ficar aqui! Que falta de educação! Vocês deviam deixar as pessoas terminarem de falar” Esticou a perna para trás “Gomu gomu no…” Girou a perna e atingiu todos os soldados de lado, os derrubando “Muchi!”

Viu os soldado caindo no convés. Não acertaram ninguém, já que a maioria dos piratas do Barba Branca já estavam acostumados com pessoas caindo do alto por causa de Luffy, mas isso não impediu alguns deles de reclamarem

“Tome cuidado, Luffy! Vai acertar alguem daqui a pouco” Gritou Fossa, tentando mostrar uma expressão severa para o menino, que só deu um risada enquanto acenava do alto do mastro. O comandante suspirou com a infantilidade do menino. Parecia que o garoto não tinha crescido um dia desde que pegaram ele no mar

Ergueu o rosto de novo para dar uma bronca no menino e arregalou os olhos ao ver algumas bolas de canhão indo em direção do garoto distraído. Mesmo sendo de borracha, uma explosão machucava ele bastante se não tivesse tempo de ativar o Haki do armamento

“Luffy, cuidado!” Gritou tentando chamar a atenção do menino, que franziu a testa e virou para ver as bolas se aproximando. Era tarde demais para usar o Fussen, então ativou o Haki nos braços e os colocou na frente do corpo cruzados, torcendo para que não se machucasse muito com a explosão

Ouviu o barulho da bola explodindo e sentiu o calor vindo da sua frente, mas não sentiu nenhuma dor. Ficou com os olhos fechados por mais alguns segundos até os abrir assustado. Viu uma figura alta na sua frente, com a mão esticada para frente em uma posição estranha, coberta de Haki,  e o resto da bola de canhão se desfazendo

A figura se virou para ele, enquanto arrumava a cartola em sua cabeça. Continuava o mesmo de sempre, com a cicatriz no olho esquerdo, os cabelos loiros encaracolados e um sorriso no rosto

“Você tem que prestar mais atenção, Luffy!” A voz falhava em manter o tom severo, cheia de saudades “Você sabe como é difícil consertar o mastro principal”

“Sabo!” Gritou Luffy feliz, abraçando o loiro na sua frente “Você veio! Achei que não ia conseguir”

“Claro que eu vim! Eu não posso perder mais um Natal, não é mesmo?” Respondeu sorrindo enquanto bagunçava os cabelos do menor “Vocês quase me esgoelaram pelo den-den-mushi no ano passado”

Fazia quase dois anos que Sabo não conseguia visitar a família. Tinha missões o tempo todo e diversas partes do mundo. Mal tinha tempo de chegar em Baltigo antes de ser mandado para outro lugar mais longe que anterior para lidar com alguma revolução ainda mais complicada que a última. Conseguia mandar as cartas para seus irmãos entre as missões e prometia que iria visitar se tivesse uma chance, mas Dragon estava exigindo até a última gota de dedicação dele

Não que o loiro estivesse reclamando, muito pelo contrário. O próprio Dragon tinha lhe explicado o porquê de fazer aquilo e Sabo entendia completamente. O líder dos revolucionários via grande potencial no menino, então estava o testando de todas as maneiras possiveis e imaginaveis. Só depois que ele se mostrasse capaz que Dragon daria um cargo de grande importância para Sabo, e o loiro não podia estar mais animado para isso acontecer

Mas isso não impedia o loiro de estar cada vez mais cansado e seus colegas percebiam isso. Tanto que conseguiram convencer Dragon a dar uma folga para Sabo, antes que o menino entrasse em parafuso de tanto trabalhar. Ele conseguiu que a folga acontecesse na época das festas, desde que fosse direto para mais uma missão assim que as suas “férias” acabassem

“Mas como você chegou até aqui?” Perguntou o mais novo com um sorriso

“Com os corvos. É um dos meios de transporte que usamos” Apontou para um bando de pássaros que sobrevoavam o Moby Dick. Luffy não tinha os percebido antes e seus olhos brilharam

“Que legal!” Exclamou feliz quanto olhava para os pássaros. Depois fez uma careta ao ver eles se aproximando com mais uma pessoa nas costas “Hey, Sabo, quem é aquele?”

Sabo foi responder, mas assim que abriu a boca a pessoa que estava nas costas de um dos pássaros pulou e o acertou com um chute no meio do peito, fazendo ele cair do cesto e despencar para o convés. Bateu com tudo no chão de madeira e o afundou, fazendo as pessoas que lutavam se assustarem e olharem para o jovem caído no chão

“... Oh, Sabo! Quanto tempo! Como você está?” Perguntou Thatch olhando para o loiro, que parecia bem (a não ser por sua dignidade, que estava bastante ferida no momento). Todos olharam para cima para dar de cara com uma mulher ruiva bem irritada

“Sabo-kun…” Falou a ruiva com bastante raiva na voz “... o que você está pensando em pular no meio de uma batalha do nada! Está planejando nos envolver numa guerra?!”

“Meu irmãozinho estava em perigo! O resto não me interessa!” Gritou de volta e congelou ao ver o olhar de raiva e os punhos fechados da menina

“INTERESSA SIM!” O grito da ruiva foi o bastante para que Sabo se levantasse e fugisse para outro lugar, falando algo sobre ter que afundar algum navio ou algo parecido

“Parece que o nosso pirralho fugiu da mãe galinha estressada para achar uma amiga estressada” Riu Thatch, enquanto voltava para a batalha

“Francamente… Ele só me arruma problema” Falou a mulher inflando as bochechas de irritação. Se virou de costas e deu de cara com Luffy, que a encarava sem parar. Os dois piscaram ao mesmo tempo e a mulher sorriu “Oh, desculpa! Eu devia me apresentar… Eu sou Koala, muito prazer!”

“Eu sou Luffy!” Respondeu o menino feliz, toda a sua hesitação sumindo de seu rosto ao ouvir o nome da menina

“Eu sei, Sabo-kun não para de falar de você e de Ace um segundo se quer” Suspirou cruzando os braços

“Ele falou sobre você nas cartas… Você é a melhor amiga dele, não é?” Perguntou já sabendo a resposta e dando um sorriso enorme “Você é bem legal! Parece uma princesa com essas roupas” falou lembrando das princesas que tinham conhecido a anos atrás. E a roupa de Perona também tinha babados e ela era uma princesa fantasma… Então Koala devia ser uma princesa, não é?

“Princesa? Ohhhhhh Você é muito fofo!” Apertou as bochechas do menino que não parou de sorrir “Agora entendo porque Sabo-kun fala tanto de você”

“Shi shi shi! Você vai passar as festas com a gente?”

“Sim! Alguém tem que garantir que Sabo não vai fugir de suas obrigações…” Resmungou a menina “Íamos fazer uma surpresa para vocês na ilha Iwai, mas no caminho vimos a batalha e Sabo-kun insistiu em mudar o percurso para ver se precisavam de ajuda”

“É bem a cara do Sabo isso”

Os dois continuavam conversando durante as horas restantes da batalha, Luffy continuando a rebater as bolas de canhão enquanto Koala derrubava qualquer um que subisse no mastro com o seu karatê tritão (“É bem fácil! Se quiser eu posso te dar uma aulas”). A menina ficou muito interessada no passado do seu amigo, ou menor, ‘nos podres dele’ como ela resolveu chamar

“Então quer dizer que tem fotos do Sabo de vestido?” Ela perguntou com os olhos brilhando de emoção

“Aham” confirmou sem perceber as intenções da garota “Izou gostava de me usar como teste para as roupas que ele costurava, já que gasta bem menos material fazer uma roupa pra criança que para adulto… Quando Ace e Sabo chegaram ele também fez algumas roupas pra eles. Acho que Izou ainda tem as fotos se você perguntar pra ele”

“Ahhhh eu vou perguntar” Um sorriso malicioso surgiu no rosto de Koala “Ah se vou”

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Sabo sentiu um frio na espinha que o fez ficar todo arrepiado. Alguma coisa estava muito errada…

“Está tudo bem, Sabo?” Perguntou Namur passando pelo garoto loiro, estranhando o seu comportamento

“O que? Ah sim, está tudo bem!” Respondeu enquanto continuava batendo no chão, atrás do ponto fraco do navio “Foi só uma sensação estranha”

‘Talvez eu não devesse ter deixado a Koala sozinha com o Luffy’ Pensou enquanto atingia o convés com seus dedos em forma de garra e começava a afundar o navio ‘Ela deve estar tramando alguma coisa’

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Os navios da marinha bateram em retirada algumas horas depois, quando finalmente perceberam que não poderiam vencer os piratas do Barba Branca. Luffy desceu do mastro acompanhado por Koala, que ria de alguma coisa que o menino tinha dito

Começaram a levar os feridos para a enfermaria e consertar os estragos no navio. Várias pessoas foram cumprimentar Sabo e se apresentar para Koala. Sabo chamou o irmão menor em um momento

“O que você disse para a Koala?” Perguntou meio nervoso, já imaginando tudo o que poderia sair da boca de seu irmãozinho idiota

“Nada demais, ora” Respondeu Luffy, sem entender a preocupação do irmão

“Você tem certeza?” Sabo estava olhando para Koala conversando com Izou um pouco animada demais… Aquilo não era um bom sinal “Você não falou para ela sobre…”

“Sabo!” A voz de Ace foi ouvida e o loiro virou a tempo de receber o abraço do irmão “O que está fazendo aqui?”

“Não podia perder as festas mais uma vez, não é mesmo?” Os dois sorriram como nos velhos tempos, como se os dois anos que passaram separados não fosse mais que um dia “Vem, quero te apresentar uma pessoa”  Puxou o irmão pelo convés “Koala, esse é o Ace! Ace, essa é a Koala, eu falei sobre ela nas cartas”

“Ah, claro” Uma faísca de desconforto passou pelos olhos de Ace, mas Sabo não percebeu isso “Prazer em conhecê-la” Estendeu a mão para a cumprimentar com um sorriso educado

“O prazer é todo meu” Falou a mulher enquanto devolvia o gesto e sorria “Sabo fala muito de você”

“Coisas boas, eu espero...”

“Maravilhosas” Respondeu Koala com um brilho nos olhos que Ace não conseguiu entender “Sabe, eu queria te perguntar algumas coisinhas…”

“Koala!” Chamou Sabo num tom de voz meio fino e desesperado “V-Vamos, tenho que te apresentar para o Oyaji!” Puxou a menina pelo braço e se afastou de seu irmão, a sombra de seu chapéu cobrindo o seu rosto

“Sabo parece meio estranho hoje… Será que é por causa da Koala?” Ace perguntou para si mesmo, mas Luffy escutou e resolveu responder (Afinal, “Pergunta retórica” não fazia parte do dicionário do menino)

“Não, ela é legal!” Disse enquanto sorria “Nós conversamos bastante. Ela é uma boa amiga para o Sabo”

“E se… Ela for mais que uma amiga?” Acabou perguntando em voz alta e se arrependendo logo em seguida, pela cara que o Luffy deu para ele

“Mais que amiga? Tipo…” O menino pareceu pensar por alguns segundos “Uma irmã? Sabo quer convidar ela para ser nossa irmã?”

“Não, não, não foi isso que eu quis dizer… Esquece” Bufou e se afastou do menino confuso, que deu os ombros. Quem estava agindo estranho era Ace no fim das contas

“O que eu te falei antes?” Sabo perguntou em voz baixa para a menina que segurava “Ele não pode saber…”

“Eu não ia falar nada, relaxa” Disse Koala enquanto se soltava “Seu segredo está seguro comigo… Além disso...” Deu um sorriso malicioso enquanto lembrava do brilho que tinha visto nos olhos de Ace alguns momentos antes “... Não jogaria todas as suas esperanças no lixo ainda”

“O que você quer dizer com isso?” Perguntou, mas a menina já se afastava em direção a onde o capitão do navio estava “Koala! Espera um pouco! KOALA!”

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“Vamos lá, Luffy! Você consegue!” Os gritos da multidão que cercava o menino comendo eram mais altos que as músicas que tocavam. Afinal, a ‘Aposta de natal de quanto o Luffy pode comer até passar mal’ era esperada durante todo o ano pelos malucos por jogos na tripulação. Os ganhadores do ano passado tiveram dinheiro sobrando para bebidas por um bom tempo

Tinham chegado na ilha Iwai um pouco antes da festa de natal começar. A cidade inteira estava em festa, milhares de lojas vendendo comidas natalinas e presentes. Os enfeites brilhantes iam até onde a vista alcança e faziam com que o lugar parecesse mágico.

Os piratas do Barba Branca estavam quase todos reunidos em um dos maiores salões da cidade. Aquele lugar pertencia a um velho amigo de Oyaji e sempre estava reservado para o bando pirata. A quantidade enorme de comida também tinha sido trazida por alguns habitantes da ilha, que tinham Bellys nos olhos enquanto pensavam nos lucros que sempre tinham depois de cada festa do Barba Branca. Marco ia ter uma conversinha com os contadores do navio depois das festas

“Hey, não vai engasgar, Luffy!” Gritou Ace da mesa em que estava sentado, olhando para a bagunça de longe. Tinha apostado junto com Thatch a quantidade que o menino ia comer e o cozinheiro parecia bem empolgado. Tinham perdido por 2 pratos no ano anterior, então tinham chances de acertar esse

“Que tradição familiar… interessante” A voz de Koala se fez presente, fazendo com que Ace quase engasgar com a sua bebida “Opa, desculpa”

“Não foi nada” Disse limpando a boca. A menina sentou na cadeira ao lado do comandante e olhou para a cena da comilança com divertimento “Você apostou também?”

“Haruta-san me convenceu a apostar” Deu uma risadinha “Mas já perdi… Apostei em 25 e ele já está indo para os 40 pelo visto”

“Há, ele comia 25 pratos  quando tinha 3 anos de idade pelo o que eu soube… Na próxima você chega mais perto”

“Oh, então eu estou convidada para as próximas festas?” Perguntou e dessa vez Ace engasgou de verdade.

“Claro” Respondeu depois de alguns minutos tossindo e tentando se recompor “Você é a… amiga do Sabo. Qualquer amigo dele é bem vindo”

“Amiga hum…” Repetiu a palavra, bastante interessada no tom que o outro tinha usado. Olhou em volta e viu Sabo olhando para eles do outro lado do salão com uma cara desconfortável. Sorriu “Hey… Você quer dançar? O Sabo-kun falou para mim que você gosta…”

“Ele falou?” Perguntou rápido demais, ficando vermelho logo em seguida. Isso fez com que Koala sorrisse e concordasse com a cabeça “Ahhh, não, obrigado… Talvez mais tarde”

“Ok!” Disse a menina enquanto se levantava, não parecendo nem um pouco abalada pela recusa “Vou pedir para Sabo então” E saiu andando em direção ao loiro, não deixando o comandante falar mais nada

Viu ela se aproximar do seu irmão e os dois começarem a conversar. Logo ela estava arrastando o loiro para onde os alguns piratas tocavam instrumentos musicais e vários outros dançavam.

“Ele não aceita tão rápido quando sou eu que chama” Pensou enquanto sentia um aperto no peito ao ver Sabo girando Koala com uma das mãos. Sabo não gostava tanto de dançar, várias vezes recusando os pedidos insistentes de Ace, que iam até ele aceitar ou o mais velho desistir e chamar outra pessoa. Desviou o olhar e voltou a tomar a sua bebida, tentando ignorar o aperto no peito que estava sentido

“Alguém está com ciúmes…” A voz de Thatch surgiu cantarolante atrás de si, fazendo com que cuspisse a bebida. Enquanto ele tossia o cozinheiro tomou o lugar que Koala estava sentada antes “Olha só aqueles dois… Parecem tão fofinhos juntos… Você deve estar se mordendo todo por dentro, não é, Ace?”

“Cala a boca” Resmungou o mais novo limpando a boca com o braço e olhando com cara feia para o ruivo “Eu nunca devia ter te contado isso”

“Na verdade a frase que você está procurando é ‘eu nunca devia ter ficado podre de bêbado depois que a minha paixão secreta foi embora e contado para o incrível chef da cozinha sobre isso enquanto chorava e bebia ainda mais’” Thatch sorriu enquanto falava aquilo e recebeu um revirar de olhos do garoto “Vamos lá, chega de ficar deprimido e chorando as suas mágoas!” Bateu nas costas do menino tentando o animar “Você ainda tem chances! Aposto que Sabo também sente o mesmo por você, só não sabe que o sentimento é recíproco”

“Pare de falar idiotices” Ace falou levantando e indo embora “Ele só me vê como um irmão”

“Você é tão bobo, Ace” Suspirou enquanto perseguia o menino para impedir que ele afogava as mágoas em bebida… de novo

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“Você é tão bobo, Sabo-kun” Koala disse enquanto olhava Ace saindo do lugar com uma cara triste “é mais do que óbvio que ele está com ciúmes, só você que não vê”

“Ele não está com ciúmes” Revirou os olhos enquanto se soltava da menina e passava a mão pelos cabelos “E você me prometeu que não ia ficar se metendo nisso”

“Eu cruzei os dedos, não valeu” Falou de modo quase infantil e o loiro revirou os olhos mais uma vez “Vamos lá! O que é o pior que pode acontecer se você falar para ele?”

“Ele pode me ouvir?”

“Pelos mares, Sabo!” Koala estava perdendo a paciência já “Não imaginava que você fosse tão…” Estreitou os olhos e fez uma cara de repulsa “Covarde” Se virou de costas e saiu do lugar, sendo seguida pelo loiro

“Eu não sou covarde!”

“Então prove!” Disse sem se virar “Diga para ele! O máximo que pode acontecer é ele pode dizer e que não sente o mesmo”

“E isso pode estragar a nossa relação para sempre também!” Sabo parecia assustado com essa possibilidade “E se ele não quiser ser mais meu irmão depois disso? E se ele se afastar de mim?”

“Então ele não te merece” Ela virou e colocou a mão no ombro de Sabo. O loiro suspirou e fez uma cara melancólica

“Desculpa… Mas não posso viver sabendo que Ace não quer ser mais meu irmão. Eu não posso arriscar, Koala… Não isso” Sentiu os olhos ficarem úmidos e sacudiu a cabeça. Deus, como ele era ridículo “Acho que sou um covarde no final de contas…”

“Oh Sabo… Não fique assim” Disse o abraçando “Desculpa pelo o que eu disse… Vem, vamos voltar para a festa. Quero ver se o seu irmão bateu o recorde do último ano” Os dois voltaram para a festa, Sabo tentando esquecer do que tinha acabado de acontecer… Mas Koala não. Sua mente estava a mil enquanto bolava um plano para juntar aqueles dois. Não ia deixar seu melhor amigo sofrer por mais tempo por causa disso. Não mesmo.

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“Então… trouxe o que eu pedi?” Perguntou Koala enquanto virava a página da revista que estava lendo.Usava óculos escuros e estava sentada em um dos bancos da praça principal da cidade, que estava muito movimentada. Depois da festa de Natal os habitantes estavam correndo para preparar tudo para a festa do ano novo que aconteceria dali uns dias

“Claro que sim” Izou respondeu enquanto colocava uma mão dentro de seu quimono, a outra segurando um livro. Também usava óculos escuros, mesmo sendo reconhecido de longe pela maquiagem e roupas extravagantes “Eu cumpro as minhas promessas” Tirou um envelope do quimono e colocou no banco, deslizando suavemente para a menina, que o pegou

“Excelente…” Murmurou com um sorriso enquanto abria disfarçadamente o envelope e olhava para a primeira foto “É melhor do que eu esperava… Sabo-kun ficava bem com laços”

“Concordo” Disse o crossdresser enquanto virava a página de seu livro

“Mas vamos ao assunto principal” Disse enquanto guardava as fotos para ocasiões futuras “Onde está o nosso outro agente? Achava que ele seria nosso aliado nessa operação”

“Ele disse que não ia vir aqui enquanto nós agíssemos desse jeito”

“Algumas pessoas não entendem o valor de um bom disfarce”

“Exato”

“Eu estou aqui o tempo todo e eu não vou colocar os óculos escuros” Thatch resmungou de braços cruzados “Isso é ridículo! De quem estamos nos escondendo?”

“Dos nossos alvos, Cabeça quente e Daddy Issues” Disse Koala sem olhar para ele, com os olhos ainda na revista

“Os dois são cabeças quentes e os dois tem problemas fraternos. Ace está de ressaca no quarto e Sabo está cuidado de Luffy… Ele teve uma indigestão depois de ontem a noite” O cozinheiro tinha uma veia saltada na testa de nervoso

“Tudo cuidado é pouco, agente topete”

“Não me chame assim”

“Precisamos fazer com que os dois admitam o que sentem um pelo outro e finalmente ficarem junto” Koala disse fechando a revista “Não aguento mais o choramingo de Sabo-kun o tempo inteiro e vocês também não devem estar aguentando mais o Ace-kun”

“Mas o que podemos fazer?” Perguntou Izou com um suspiro “Não podemos contar para eles, não vão acreditar”

“E não seria nem um pouco romântico…” Koala murmurou “Podemos trancar os dois em um quarto talvez?”

“Se existisse um quarto que conseguisse segurar aqueles dois… Que tal algemas? Prender os dois juntos até que eles se declarem”

“Não vai dar certo… Se for algemas normais Ace vai conseguir escapar…. Se forem de Kairoseki ele vai ficar fraco demais para lidar com isso”

Os três suspiraram de cansaço, apoiando as costas no banco. Parecia que todos os planos que pensavam não iam funcionar ou eram moralmente errados (“Não, não podemos dar afrodisíacos para os dois e trancar eles num quarto… De onde vocês tiram essas ideias?”)

“Do jeito que as coisas estão eles nem vão olhar mais pra cara um do outro com vergonha de serem descobertos…” Resmungou Thatch enquanto esfregava a testa

“São dois teimosos que… Espera” Koala levantou do banco com um pulo “Eu tive um ideia”

“Envolve drogar alguns deles?”

“Não”

“Pode mandar, sou todo ouvidos”

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“Um festival?” Sabo perguntou para Koala, que deu um sorriso e fez que sim com a cabeça. Ace e Luffy tinham desviado o olhar dos pássaros que ciscavam na rua para prestar atenção. Ainda estavam se recuperando da noite anterior

“Isso! É dia 30, uma noite antes do ano novo” A menina estendeu um panfleto para o loiro “É em uma cidade vizinha da capital, mas dá para ir aproveitar o festival e voltar antes da festa de aniversário de Ace”

“Parece legal! Festivais sempre tem comidas deliciosas!” Luffy deu um sorriso e depois foi atingido na cabeça por um tapa de Ace

“Você está doente de tanto comer e pensa em comida!” Disse bravo. Luffy só mostrou a língua para ele de volta

“Mas parece interessante…” Sabo disse enquanto lia o panfleto

“Por que não?” Falou Ace dando os ombros “Não vai fazer mal ir só para dar uma olhada”

“Vai ser divertido shi shi shi!” Luffy concordou com uma risada e Koala sorriu. Ótimo… A primeira parte do plano estava pronta

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“Pergunta número 1: Por que eu e Ace estamos usando Yukatas combinando?” Sabo perguntou enquanto olhava para a roupa de seu irmão e a sua. As duas tinham a mesma estampa de dragão, com a diferença que de Sabo era Azul com detalhes em vermelho e a de Ace era vermelha com detalhes em azul

“Porque eram as únicas roupas que serviam em vocês que tinha na loja” Koala estava terminando de arrumar a roupa de Luffy, sem olhar para Sabo enquanto respondia

“Izou não tinha nenhum sobrando?” Perguntou Ace enquanto ajeitava a cinta

“Não” A mulher respondeu simplesmente, sem se dar o trabalho de explicar

“Ok, então… Pergunta número 2: Por que Luffy está usando uma Yukata feminina?” Sabo olhava de canto de olho para a yukata vermelha do irmão com um enorme laço amarelo atrás

“Por que ele fica muito bonitinho! Não é, Luffy-chan?” Perguntou enquanto terminava de colocar uma flor no cabelo do menino mais novo. Luffy não parecia se importar, comendo o chocolate que Koala tinha dado para ele antes

“Eu não acredito nisso…” O loiro parecia prestes a ter um ataque de nervos

“Mas ele realmente fica bonitinho… O que?” Ace tentou se defender do olhar de raiva dado por Sabo, mas foi inútil

“Vamos logo!” Koala fechou a sua bolsa e arrumou seus cabelos pela última vez “Os outros já estão nos esperando lá… Se corrermos podemos pegar a próxima carruguem”

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Koala olhava em volta enquanto procurava Izou e Thatch escondidos no meio da multidão que andava pelo festival. Suspirou em desânimo ao não achar nenhum dos dois, mas tinha que continuar. Poderia continuar o plano sozinha

Olhou para onde os três irmãos estavam olhando uma das barracas. Os dois mais velhos olhavam as tentativas falhas de Luffy de pegar os peixinhos dourados com a rede de papel junto com as outras crianças e riam das caretas do menor. Koala ainda não conseguia acreditar que os dois não percebiam o que o outro sentia, só o olhar que um dava para o outro quando pensavam que ninguém estava olhando estava dando diabetes na menina

“Ok…” Sussurrou para si mesmo “Vamos lá…” Sentiu alguém colocar a mão em seu ombro e virou para ver uma pessoa mais alta que ela de máscara. Estava pronta para dar um soco na pessoa quando a máscara foi retirada e reconheceu Thatch “Eu quase não te reconheci sem o topete”

“Eu sei… a maioria das pessoas fala isso” Tinha amarrado o cabelo num rabo de cabalo. Com a máscara era praticamente irreconhecível “Está tudo pronto… Já fizemos as reservas” Entregou o papel para a menina “Agora você só precisa fazer eles irem até lá”

“Perfeito… Izou já está na casa de chá para me ajudar?” Perguntou olhando para os meninos, que não pareciam ter sentido a sua falta

“Sim… Encontrei com ele lá antes de vir”

“Ótimo! Me espere no lugar combinado” Piscou e foi se juntar ao meninos. Luffy estava fazendo uma careta enquanto enquanto olhava para mais uma rede rompida e Ace chorava de rir

“Mais sorte na próxima vez, Luffy” Sabo falou com um sorriso de canto de boca

“Hey, pessoal!” Koala se aproximou com o sorriso mais simpático e alegre que conseguiu dar “Eu estou meio cansada…”

“Mas acabamos de chegar…”

“E estou a fim de parar um pouco e tomar um chá! Me disseram que tem uma casa de chá ótima aqui perto… podemos descansar até a hora da reserva no restaurante chegue” Já começou a andar na direção da casa de chá, sem esperar a resposta dos meninos, que a seguiram com confusão escrita em seus rostos

“Restaurante?” Perguntou Luffy com curiosidade “Achei que nós íamos comer nas barracas do festival”

“E nós vamos! Mas nenhuma barraca vai aguentar o seu apetite, Luffy-chan… Por isso vamos comer nesse restaurante antes, dizem que é muito bom”

“Ok!” Luffy falou animado e Ace e Sabo concordaram depois de se entreolharam. Os quatro se dirigiram para a casa de chá que Koala queria tanto ir. Era uma casa um pouco mais afastada do festival, mas parecia bem acolhedora. Koala e Luffy entraram na frente enquanto conversavam, mas Ace e Sabo foram barrados na porta

“Nós estamos com elas…” Ace estava com a testa franzida, olhando para as duas meninas que tinhas entrado na sua frente e impedido a passagem dos dois

“Me desculpem…” Disse uma das meninas “Mas só aceitamos mulheres hoje… é uma festa especial da nossa casa”

“Mas Luffy é…” Sabo começou a falar, mas foi impedido por Koala

“Está tudo bem, rapazes! Por que vocês não vão na frente e vão no restaurante?” Disse entregando um papel com o endereço do lugar e a reserva. Eu e Luffy vamos aproveitar um pouco do chá…” Luffy concordou, o cheiro dos doces que saia de dentro da casa era o bastante para distraí-lo “Vemos vocês daqui meia hora!” gritou enquanto entrava no lugar com Luffy ao seu lado, deixando os dois para trás

“Ela é sempre tão…” Ace começou a procurar uma palavra que encaixasse, mas parecia estar tendo dificuldades

“Assim? É, ela é” Sabo suspirou enquanto os dois voltavam para o festival “Quer ir na barraca de tiro”

“Posso...”

“Não, você não pode usar o Higan”

Assim que estavam longe o bastante Izou saiu de trás de uma árvore e se dirigiu até as meninas que tinham barrado os dois de entrar. Sorriu para elas e fez uma leve curvatura

“Obrigado, meninas… Vocês foram muito bem”

“De nada, Izou-san” Disse uma delas também se curvando “Eles são realmente muito fofos juntos” A menina colocou a mão na frente do rosto, escondendo uma risada

“Quer entrar para tomar uma xícara de chá, Izou-san?” A outra menina perguntou “Mãe ainda quer agradecer por ter nos salvado daqueles piratas a dois anos atrás”

“Claro, eu adoraria”

—----/----

Sabo percebeu que algo estava errado quando olhou para o restaurante, meia hora depois de deixarem Koala e Luffy na casa de chá. A princípio pensou que era um lugar comum, um pequeno restaurante feito de madeira no meio da vila

Talvez o lugar fosse acolhedor demais. Ou talvez fosse o fato que só casais entraram lá dentro desde que eles chegaram. Ou podia ser porque a mesa em que a mulher muito sorridente os colocara era pequena demais para quatro pessoas e quando ele avisou que estavam esperando mais gente ela fez uma expressão estranha e disse que a reserva era para duas pessoas, mas ia checar novamente. As velas na mesa talvez fossem um pouquinho demais para um jantar entre amigos

“Que lugar estranho…” Comentou Ace enquanto enchia a boca com os pães que a garçonete tinha colocado na mesa “Tem certeza que entramos no lugar certo?”

“Tenho sim… eu confirmei duas vezes” Disse passando a mão pelos cabelos e olhava pra porta, esperando algum sinal de Luffy e Koala. Não percebeu o leve rubor que passou pelas bochechas de Ace nesse momento

“É engraçado…” Disse enquanto brincava com a chama da vela, seus dedos se transformando em chamas também. Deu um sorriso de canto de boca “... Se fosse qualquer outra pessoa eu imaginaria que isso é um encontro” Deu uma risada ainda olhando para vela e ergueu o olhar. Seu sorriso sumiu na hora ao ver a cara de Sabo

Nunca tinha visto o irmão tão… vermelho. Geralmente ele ficava vermelho de raiva ou por vergonha, mas geralmente só as suas bochechas ficam ruborizadas. Agora o rosto inteiro estava vermelho e seus olhos estavam mais arregalados possíveis. Sua boca abria e fechava sem parar, mas palavras não saiam

“S-Sabo…” Ace começou a ficar nervoso, nunca tinha visto o irmão naquele estado antes “Você está bem?”

“E-Eu…” Sabo abriu a boca mais uma vez e fechou “Aquela maldita… eu vou matar ela” Colocou os cotovelos na mesa e escondeu o rosto com as mãos

“O que? O que está acontecendo?” Sabo ergueu o rosto e olhou bem nos olhos do irmão e suspirou… o que podia fazer agora?

“Koala… armou para cima da gente” Suspirou enquanto balançava a cabeça “Isso parece um encontro porque é um encontro…”

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos. Ace tentava controlar seus pensamentos para que alguma coisa fizesse algum sentido enquanto Sabo pensava em métodos de assassinato eficazes em que Dragon não descobrisse o seu crime. Olhou para Ace que ainda parecia bem confuso e tentou remediar a situação

“Olha, Ace, me descu…” A risada do outro o interrompeu na mesma hora

“Meu deus… Esse é o ‘encontro às cegas’ mais estranho que eu já ouvi falar” Limpou uma lágrima que tinha escorrido enquanto ria

“Acho que isso não pode ser considerado um ‘encontro à cegas’” Sabo disse enquanto um sorriso de alívio aparecia em seu rosto

“Por isso que é estranho” Ace fez uma careta logo depois “Aposto que Thatch está envolvido nisso…”

“Imagino que Izou também... Ele iria adorar uma coisas dessas”

“E o Luffy?”

“Acho que não… Koala só estava usando ele” Sabo pegou o copo e tomou toda a bebida de uma só vez “Então… o que quer fazer agora?” Ace pareceu pensar por um tempo

“Humm esse restaurante parece bom” Falou enquanto olhava o prato de comida da mesa ao lado. Deu um sorriso malicioso enquanto se espreguiçava “Que tal nós continuarmos com o nosso encontro, comer até passar mal, correr sem pagar a conta, ir atrás daqueles três e dar uma surra neles que nunca vão esquecer?”

“Meu encontro dos sonhos”

—----/----

“Isso não foi um pouco… demais?” Perguntou Luffy enquanto os três caminhavam pelo festival tranquilamente

“Não, eles mereciam isso” Ace respondeu com os braços atrás da cabeça

“Até mesmo serem pendurados na torre da cidade?”

“Sim”

“E os fogos de artifício?”

“Eles mereciam isso também”

“E soltar toda a exposição de besouros raros em cima deles?”

“Isso…” Sabo parou por um segundo “Foi um acidente e talvez um pouco demais, mas eles mereciam isso também”

“Shi shi shi foi engraçado” Riu o menino mais novo enquanto lembrava da cena. A cara de pavor de Thatch foi impagável “Mas ainda acho que foi um pouco demais… Eles só estavam tentando ajudar”

“Eles estavam fazendo uma brincadeira de mal gosto, isso sim” Resmungou Ace “Não se deve empurrar duas pessoas que não se gostam para um encontro desse jeito”

“Mas vocês se gostam” Disse Luffy fazendo uma cara de confusão

“Não, Luffy, é outro tipo de gostar…” Sabo começou a explicar, mas Luffy sacudiu a cabeça

“Eu sei que tipo de gostar é esse! Eu não sou idiota” Revirou os olhos “Ma teve ‘A Conversar’ comigo depois que eu conheci o Torao… Você chama uma pessoa para um encontro quando você ama muito ela a ponto de querer a beijar, não é? Vocês querem isso desde aquela vez na guerra do West Blue, aquela que eu derrotei aquele cara irritante” Parecia contente em lembrar daquilo

“Luffy, não é assim que funciona…” Ace estava vermelho de perceber que seu irmãozinho tinha percebido o seu segredo no primeiro momento. Às vezes Luffy era observador demais para coisas estranhas

“Como não? Ma disse que há não ser que uma das pessoas não queira, não tem problema nenhum elas ficarem juntas… E vocês dois querem” Afirmou isso como se fosse uma coisa óbvia. Olhou para uma barraca que ensinava as pessoas a fazerem pipas e ficou interessado nisso “Parece ser legal… Eu quero tentar! Nos encontramos depois!”

“Ok…” Os dois olharam para seu irmãozinho ir para a barraca e começar a conversar com uma das mulheres que estava ensinando como funcionava. Os dois se entreolharam por alguns segundos, parecendo bastante envergonhados, e Sabo foi o primeiro a falar “Você… quer falar sobre isso?”

“Sim… mas não aqui” Olhou em volta “Vamos achar um lugar melhor”

Sabo concordou com a cabeça e os dois voltaram a seguir pela rua, cada um perdido em seus pensamentos. Não notaram quando Luffy olhou na direção deles e deu um sorrisinho de canto de boa

“Vocês dois são tão bobos shi, shi, shi”


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Notas finais do capítulo

Eu quero pedir desculpar para os meus leitores no Nyah... Eu estou tão triste comigo mesmo...
Eu não postei os dois últimos capítulos aqui antes e peço um milhão de desculpas. Minhas ultimas semanas foram terríveis e eu estava com cabeça tão focada nas minhas provas e numa gincana que eu estou participando que eu não lembrei de postar nesse site
No Spirit (onde eu também posto) eu lembro por causa do app... Eu não consigo postar o capitulo no Nyah pelo celular, diferente do que no SS... Mas isso não é desculpa e vcs tem todos os motivos para ficar chateados comigo
Vou responder todos os comentários agora com imenso carinho! Desculpa de novo gente... prometo que não vai se repetir
O próximo capitulo é para sair sábado, mas pra se redimir eu vou postar ele sexta de manhã para vocês ;)
Bjsssss



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