Troublesome Life escrita por Wichita25


Capítulo 18
Pedra Misteriosa


Notas iniciais do capítulo

Acabei criando uns OCs, mas eles não vão voltar depois não, é só para esse arco mesmo kkkkkk Os nomes da família real eu tirei do musical que eu sempre falo (e por isso os nomes são bem ocidentais... mas dane-se, sou péssima pra nomes) e o nome do vilão e da ilha eu vi palavras aleatórias em um letreiro em alemão e resolvi pegar as que pareciam mais com nomes kkkkkkk
Boa Leitura



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—--- 11 anos ----

Os três garotos bocejaram ao mesmo tempo enquanto olhavam para o mar, sentados na borda do navio segurando varas de pescar. Ace olhou irritado para trás, onde o primeiro comandante estava sentado lendo um livro

“Isso é inútil, eles não estão vindo hoje. Vamos treinar” Resmungou puxando seu anzol de volta, vendo que sua isca já tinha ido embora. Os treinamentos tinham que ser feitos de maneira diferente desde que Ace conseguiu seus poderes. Seus irmãos não conseguiam mais atingi-lo e não havia mais dificuldade para o menino de fogo por causa disso. Desde então eles treinavam com os comandantes e não mais entre si. Prometeram que ensinariam Haki para eles quando estiverem mais velhos, quando seus corpos estivessem mais preparados para isso.

“Isso é treinamento. Estamos treinando a sua paciência, Yoi” Disse Marco, sem nem se dar o trabalho de tirar os olhos do livro. Virou a página e ignorou o som irritado que o menino de fogo fez

“O kairouseki no fundo do navio está nos escondendo dos reis dos mares, mas logo alguma coisa vai aparecer” falou Sabo sem tirar os olhos do mar

“O Calm Belt é chato… Quando vamos chegar no West Blue?” perguntou Luffy olhando para Sabo

“Vamos ficar aqui mais um dia até que consentem a turbina do navio. Então vamos poder chegar até o West Blue e vamos voltar a usar as velas. Chegaremos no nosso destino daqui três dias se não estou enganado” Sabo respondeu. Tinha se tornado meio que um aprendiz do navegador, seguindo ele sempre que tinha chance atrás de informações, então sempre sabia que rota estavam tomando e quanto tempo demoraria. Ouviu o dono do chapéu de palha resmungar do seu lado descontente

“Que droga! Estou entediado!”

“Você pode ir ajudar na limpeza dos depósitos se preferir, Yoi” Luffy fez uma careta e ia responder quando sentiu a sua vara sendo puxada com força

“PEGUEI UM!” Gritou enquanto puxava

“Finalmente um pouco de ação!” Falou Ace soltando a sua vara e fechando os punhos. Marco ignorou e continuou lendo, sabia que os meninos iam lidar com isso, afinal era “treinamento”

Um enorme rei dos mares se ergueu para a superfície. Tinha a forma de uma serpente, a cara pontuda e era vermelho e amarelo. Olhou para o barco e abriu a boca para atacar

“ESSE É MEU” gritou Ace já pulando para fora do barco com os braços em chamas

“Não é justo! Eu pesquei esse!” Resmungou Luffy

“Mas você que bateu no último” devolveu Sabo

“Mesmo assim eu…”

“Luffy, aprenda a dividir. Ace também tem que ter sua vez, Yoi” O menino de borracha inflou as bochechas contrariados e se virou para olhar o irmão mais velho lutando. O monstro tentou morder o menino que tinha pulado em sua direção. Ace usou o fogo de uma de suas mãos para se impulsionar para cima e fugir da mordida. Acendeu um dos seus punhos com mais chamas que antes e o jogou com toda força em direção ao rei do mar

“HIKEN!” Gritou enquanto fazias as chamas explodirem de seu punho e atingirem o monstro, que desmaiou com o golpe e caiu na água, boiando. Vendo que tinha conseguido deu mais um impulso com as chamas para frente e voltou para o navio com um cara vitoriosa. Estava controlando seus poderes perfeitamente agora. Ainda soltava jatos de fogo quando espirava e seu cabelo pegava fogo quando sentia vergonha, mas de acordo com Marco isso era algo que sumia com muitos anos de treinamento.

“Fácil!” Se gabou e quando abriu os olhos viu que ninguém prestava mais atenção. Luffy tinha voltado a pescar e Sabo foi conversar com Marco “Seus malditos! Não me ignorem!” Sabo revirou os olhos e continuou a sua pergunta

“Por que estamos indo para essa ilha? Eu achei que íamos ficar mais um tempo no novo mundo antes de ir para o West Blue”

“Vamos para uma ilha sobre a proteção do Oyaji, Yoi. Alguns idiotas começaram uma guerra civil e botaram toda a culpa no Rei, que sabemos que nunca faria nada contra o povo. Vamos checar o que está acontecendo e colocar um fim nisso o mais depressa possível, Yoi”

“Uma guerra? Vamos participar de uma guerra?” Perguntou Ace já começando a imaginar como seria. Começou a ficar empolgado

“Nós, os adultos, vamos. Vocês, pirralhos, vão ficar no castelo bem protegidos e não vão se meter em confusão, Yoi” fechou o livro e deu um sorriso de canto de boca ao ouvir o suspiro decepcionado dos meninos

“Por que? Nós somos fortes! Podemos ajudar!” Perguntou Luffy olhando para trás, esquecendo totalmente da pesca

“Porque uma guerra não é lugar de crianças. Quando estiverem mais velhos vão poder ajudar nesse tipo de coisa, mas agora não, Yoi” Olhou para Luffy e fez uma cara de reprovação “E você devia prestar atenção no que está fazendo, Yoi” O menino de chapéu de palha fez uma careta de confusão até que foi puxado para fora do navio por um outro rei dos mares que apareceu. Agora estava sendo jogado de um lado para o outro por um monstro irritado. Marco suspirou e falou sem olhar para os outros dois

“Sabo, sua vez, Yoi” O menino loiro sorriu e apertou a tubulação com força enquanto corria em direção ao oponente. Sabo continuava usando seu cano para lutar, ao contrário de Luffy e Ace que preferiam usar somente os punhos e poderes agora. Ele era tão habilidoso em combate corpo-a-corpo (ou no caso, corpo-a-monstro) quanto os outros dois, mas tinha um apego especial a arma e continuaria a usando.

Assim que Luffy estava são e salvo de volta ao navio e Sabo tinha derrotado o monstro, o primeiro comandante recolheu as varas de pesca, ignorando os protestos dos meninos.

“Chega por hoje. Tenho algumas coisas para fazer e não posso ficar vigiando vocês, Yoi. Vão brincar de alguma coisa e tentem não causar confusão. Sei que é difícil para vocês, mas tentem, Yoi” falou saindo do lugar e deixando os três garotos contrariados para trás. Ace colocou as mãos atrás da cabeça

“Que droga…. Sempre nos tratando como se fossemos bebês. O único bebê aqui é o Luffy” Resmungou e o menino de borracha concordou com a cabeça

“Isso mesmo… HEY!” Gritou ao perceber o que o outro tinha dito “Eu não sou bebê seu maldito” Os dois começaram a brigar enquanto Sabo pensava. Tinha ficado interessado nessa história de guerra civil e queria participar, mas escapar do olhar da mãe galinha Marco seria impossível. Começou a ter algumas ideias, mas precisava de mais tempo para formar um plano. Separou os dois briguentos com um suspiro.

“Parem de brigar vocês dois. Vamos dar um jeito de lutar, confie em mim, vou bolar um plano” Os dois morenos concordaram e olharam para o loiro com expectativa “Ainda faltam três dias para chegarmos, temos tempo. Então… o que querem fazer agora?

“Eu não sei…” Ace falou enquanto dava os ombros “... Uno?”

“Vale tudo?”

“Por favor” Respondeu o garoto de fogo dando um sorriso enquanto ia buscar as cartas

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Gulben Forge era um homem desprezível. Isso Robin não tinha a menor sombra de dúvidas. Era um pirata do West Blue que decidiu que não gostava mais da vida de pirata e agora queria as mordomias de ser um nobre. Nobre não, Rei! Não tinha o menor talento para governar e pensava que ser Rei era sentar em um trono de ouro o dia inteiro e ser paparicado, e não que vidas de milhares de pessoas estariam em suas mãos. Ele não tinha nenhuma característica necessária para ser um bom governante

A única coisa que tinha era apoio do governo mundial por baixo dos panos e por isso que estava tendo sucesso no seu golpe. Os nobres não gostavam de reinos que se uniam a Yonkos em busca de proteção, então estavam patrocinando o pirata a tomar o controle do reino e destronar o rei. Enviaram soldados, armas e munições para que a guerra continuasse até que os suprimentos do reino acabassem.

Obviamente estavam usando Forge só como um fantoche e assim que ele tivesse sucesso o matariam e colocariam alguém que eles apoiassem no poder. Isso era claro e qualquer um com mais de 3 neurônios conectados conseguia ver…. Qualquer um, exceto Forge

Robin suspirou enquanto olhava da sua janela as tropas se reunirem. Não gostava de estar ali, era muito arriscado estar tão perto do governo mundial desse jeito, mas não tinha escolha. Havia boatos que um dos Poneglyphs estava naquela ilha e a mulher queira o encontrar antes do governo mundial. Além disso a proteção que Forge tinha se estendia até ela enquanto o governo tivesse interesse… Só precisava achar a pedra e fugir antes que essa vantagem acabasse.

Forge confiava em na jovem usuária de akuma no mi. Ela era inteligente e poderosa. Tinha se juntado a sua tripulação a mais de um ano e seus planos o fizeram chegar até onde estava. Robin iria se aproveitar dessa confiança para dar um jeito de escapar enquanto podia

“Tudo está indo como o planejado… Tomaremos os portos ao leste amanhã e depois disso fechamos o cerco. Depois de algum tempo sem receber comida a capital terá que se render e eu conseguirei meu trono” Robin se afastou da janela e olhou para seu chefe. Ergueu uma sobrancelha olhando o mapa com as tropas

“E o porto do Norte? Não vai colocar mais tropas lá?” Forge deu uma risada anasalada

“É um porto minúsculo e tem uma floresta entre ele e a capital. Nenhuma ajuda chegará por lá” A mulher duvidou disso, mas resolveu deixar isso de lado. Não importava mesmo para ela se ajuda viria ou não, só precisava encontrar seu Poneglyph. Se dirigiu para fora da sala “Aonde você vai, Nico Robin?” Ela parou de caminhar e olhou de lado sem se virar, lançando um dos seus famoso olhares misteriosos

“Vou checar como estão as tropas do próximo ataque” mentiu ela “preciso de um ar fresco” saiu da sala deixando seu chefe que não desconfiava de nada para trás. Saiu da casa onde estava e se dirigiu para a floresta leste. Tinha trabalho a fazer.

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Sabo apoiou o queixo no cabo do esfregão que estava usando para limpar o convés. Ok, talvez jogar Uno valendo tudo enquanto Marco estava trabalhando não era uma boa ideia. Depois de uma briga que terminou com uma das velas pegando fogo e três usuários de akuma no mi caindo no mar (Jozu tentou apartar a briga e foi arremessado para fora do barco junto com Ace, Luffy pulou atrás deles esquecendo que não podia nadar), eles acabaram de castigo. Ficariam encarregados de limpar o Moby Dick até que chegassem em Ouvert, a ilha protegida por Oyaji.

Olhou para seus irmãos. Ace estava dormindo em pé segurando o esfregão por causa de sua narcolepsia enquanto Luffy usava uma caneta para desenhar nas bochechas do dorminhoco, ligando suas sardas como se fosse um jogo de liga pontos. Desviou o olhar, não querendo se meter naquela confusão. Olhou para o mar e viu a ilha que tinham como destino ao longe. Tinham avistado ela a algumas horas e mandaram os batedores para ver a condição da mesma. Provavelmente eles voltariam logo.

Luffy guardou a caneta e se afastou quando percebeu que Ace estava para acordar. Depois de alguns minutos o adolescente com as bochechas desenhadas acordou e começou a esfregar o chão como se não tivesse ficado adormecido nos últimos 10 minutos. Sabo controlou sua risada e continuou limpando o chão. Tempo depois Marco apareceu e parecia satisfeito em ver que eles continuavam trabalhando

“Muito bem, acho que isso é o suficiente por hoje. Vão se arrumar que estamos indo atracar num dos portos que não estão sendo vigiados, Yoi”

“Então vamos para a capital junto com vocês? Pensei que íamos ficar no barco junto com os navios de reforços” perguntou Ace se referindo às duas embarcações extras que faziam parte da grande frota do Barba Branca. Os três barcos geralmente ficavam separados para que não chamem muita atenção, mas o capitão os tinham chamado para caso precisassem de reforços.

Marco se virou para responder e parou ao ver o estado do rosto do adolescente. Por alguns segundos os dois ficaram se encarando, Ace sem entender e Marco sem saber muito bem o que fazer.

“Mas o que… esquece, não quero saber, Yoi” Marco olhou para Luffy que deu uma risadinha, não conseguindo segurar. Ace começou a ficar irritado, não gostava de não entender o que se passava “Vocês vão ficar mais seguros na capital do que no navio. De acordo com as informações que os batedores nos passaram pelo Den-den-mushi o exército inimigo já tomou conta de todas as embarcações do reino, Yoi. Talvez aconteça uma batalha marítima e eu quero manter meus olhos bem presos em vocês três se alguma coisa acontecer… Não quero que o que vocês fizeram na última batalha se repita, Yoi” Olhou acusadoramente paras os três que tentaram segurar as risadas, lembrando do acontecido

“Mas você tem que admitir que foi uma boa ideia” Sabo tentou se defender

“Usar seu irmão mais novo como estilingue para bolas de canhão não pode ser considerado uma boa ideia, Sabo. Já discutimos isso antes, Yoi” Marco revirou os olhos enquanto os meninos riam sem parar “Vão logo se arrumar que vamos chegar daqui uma hora e quero todos prontos. E Ace… Deixa pra lá, Yoi” Deixou um menino confuso e dois meninos rolando no chão de rir para trás.

“O que ele estava querendo dizer?” perguntou enquanto levava ia buscar o balde de água. Quando viu o reflexo de seu rosto percebeu do que se tratava e começou a pegar fogo de raiva “SEUS MALDITOS! LUFFY! Para de correr e volte aqui! Eu vou enfiar essa caneta na sua garganta!”

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Tinham chegado no castelo ao anoitecer. O navio ancorou no porto ao norte da ilha uma parte da tripulação, incluindo o capitão e vários comandantes, desembarcaram. Enquanto o resto continuou no navio esperando novas ordens. Teria sido um problema atravessar a densa floresta que havia entre o porto e a capital, mas o Rei havia enviado alguns soldados que conheciam uma passagem subterrânea que ligava esses dois lugares. Essa passagem tinha sido construída há muito tempo como uma fuga para a família real caso houvesse um cerco, mas não era usada a muitos anos e se encontrava praticamente abandonada. Algumas partes do túnel tinham ruído, mas nada que os piratas não pudessem ajustar no caminho.

O castelo era gigantesco. Ficava em cima da maior montanha da ilha e era rodeado por grandes muralhas de pedra. Estandartes com o símbolo do reino se espalhavam pelos corredores que passavam. Ace e Luffy nunca tinham estado em nenhum castelo antes e olhavam para tudo com os olhos brilhando. O moreno menor estava bastante interessado nas armaduras que enfeitavam os corredores e foi segurado por Marco antes que pudesse mexer em qualquer coisa

“Não toque em nada, isso não é brinquedo, Yoi” Mandou o comandante enquanto segurava a mão de Luffy para que ele não saísse correndo. Isso fez com o menor inflasse as bochechas de irritação e Ace começasse a rir da cara dele “Estou de olho em você também, Ace. Se estragar ou colocar fogo em alguma coisa você vai ter que pagar com trabalho no convés, ouviu bem, Yoi?” Isso fez com que o garoto de fogo parasse de rir e cruzasse os braços amuado. Assim que chegaram na parte central do castelo o grupo se dividiu, enquanto a maioria dos piratas foram guiados até os quartos que iam ficar, Barba Branca e os comandantes, junto com Ace, Sabo e Luffy, foram levados até o salão principal, onde o Rei estava aguardando

Sabo estava sério enquanto caminhavam pelos corredores. Já tinha estado em castelos antes, em festas da nobreza. Talvez por isso estivesse se sentindo tão desconfortável naquele lugar. Era muito parecido com o castelo do rei de Goa e isso o deixava nervoso. Tentou não demonstrar seu nervosismo para os outros e se alguém percebeu não comentou. Ele só esperava que os nobres desta ilha que iam ajudar fossem melhores que os nobres que tinha conhecido até então

Os seus pensamentos foram interrompidos ao chegarem no salão principal do castelo. Os guardas que os guiaram até ali abriram a porta e anunciaram a sua chegada. O salão era grande, com duas mesas que iam de onde estava a porta até o fim do recinto. Um pouco depois do fim das mesas, no lado contrário a porta de entrada, havia um enorme trono na frente da mesa, onde estava sentado o Rei, e haviam duas cadeiras de cada lado, onde estavam sentadas a Rainha com suas três filhas.

O rei era um velho com cabelos grisalhos e uma enorme barba que chegava até o meio do peito. O cabelo e a barba grisalhos faziam com que sua pele escura parecesse ainda mais negra. Sua roupa não era tão suntuosa quanto esperava-se de um nobre, mas as pessoas não pareciam se importar, e as únicas coisas que pareciam demonstrar algum título eram a coroa em sua cabeça e a capa roxa que usava. A rainhas e suas filhas também estavam com vestidos sem muito adereços. Isso deixou Sabo surpreso, afinal aquelas roupas nunca seriam aceitas pelos nobres de onde vinha, muito menos pela família real.

“Newgate! Como é bom vê-lo novamente! Desculpa não poder de receber com as boas vindas que merece, mas você sabe como a situação está...” Falou o rei enquanto se levantava da sua cadeira e ia receber o pirata como se fossem velhos amigos

“Gurarararara! Schuyler! Ainda não consegue ficar longe de confusão, pelo visto” Riu o capitão, apertando a mão do rei com firmeza. Mesmo o Yonko sendo muito maior que ele, o rei não demonstrou nenhum temor e devolveu o aperto

“Vejo alguns rostos familiares, creio eu! Comandante Marco” Falou Schuyler dando um aceno de cabeça para o loiro

“Majestade, Yoi” Falou enquanto começava a fazer uma curvatura, mas foi parrado pela voz do monarca

“Eu já disse para me chamar pelo nome, comandante. Não precisamos dessa formalidades aqui!” Falou com uma risada enquanto se virava para Luffy “E você cresceu bastante desde a última vez que nos encontramos, pequeno Luffy! Ele tinha quantos anos na época? Três?”

“Ele tinha dois na última vez que viemos aqui, não deve se lembrar, Yoi” Explicou o primeiro comandante e o menino de chapéu de palha concordou com a cabeça, não tinha memória nenhuma daquilo

“Claro. Lembro das minhas filhas brincarem com ele aquela vez. Vocês devem se lembram da minha esposa, Maria, e minhas filhas, Angélica, Eliza e Peggy” As apresentou, cada uma dando uma pequena curvatura ao ouvir seus nomes. A Rainha tinha uma pele morena e longos cabelos brancos que iam até sua cintura, descoloridos pela idade, mas ainda belos. As princesas eram muito parecidas entre si, todas com cabelos castanhos encaracolados e pele morena como a mãe. A mais velha, Angélica, devia ter 18 anos, enquanto a mais nova, Peggy, aparentava ter a mesma idade de Ace e Sabo, 14 anos.

As duas mais novas encaravam os meninos com curiosidade e diversão brilhando nos olhos, o que deixou o moreno mais velho extremamente envergonhado e desviando o olhar. A mais velha estava prestando atenção no que os mais velhos conversavam, mas as vezes desviava o olhar para os meninos e dava um sorrisinho ao ver o quanto o garoto de fogo estava desconcertado com a atenção que estava recebendo de suas irmãs. Depois que Eliza soltou uma risadinha mais alta e Peggy fez um som de segurar uma risada, Angélica deu uma leve cotovelada na irmã do meio para que parasse, mas isso só fez com que as duas se olhassem e soltassem mais uma risada, um pouco mais alta. A Rainha olhou para elas com uma mistura de diversão e reprovação, mas não falou nada.

Sabo via essa interação com surpresa e desconfiança. As princesas agiam como as adolescentes que ele via nas ilhas que paravam e não como nobres. No momento que a mais nova mandou um beijinho para seu irmão e o chapéu dele começou a soltar fumaça, Sabo decidiu que gostava delas e que poderia confiar naqueles nobres... Por enquanto

“Peggy, pare com isso, está deixando o menino envergonhado” Falou Angélica enquanto se dirigia aos meninos. As meninas só deram mais uma risadinha e se entreolharam com diversão “Não lembro de vocês dois a nove anos atrás, são novos na tripulação” falou dando um sorriso. Sabo se apresentou pelos dois, já que Ace parecia incapaz de falar qualquer coisa sem que seu cabelo pegasse fogo no processo e Luffy ainda estava distraído com as armaduras de decoração.

Vendo a conversa paralela da irmã como um sinal que não precisavam mais ficar paradas no lugar, Eliza e Peggy logo foram para perto dos irmãos morenos. A irmã do meio começou a chamar atenção de Luffy enquanto a mais nova tentou conversar com Ace

“Eu lembro de você! Nós deixamos você brincar com as nossas bonecas naquela vez, era tão fofinho! E não mudou nada, continua igualzinho” Disse Eliza enquanto bagunçava os cabelos de Luffy

“Eu não estou igual! Agora sou muito mais forte e maior do que era antes!” Falou enquanto infla as bochechas e fazia a menina rir ainda mais

“Mas você é baixinho para a idade, não?”

“É porque eu sou feito de borracha! Não preciso ser alto, olha!” Falou puxando as bochechas, o que fez a menina soltar um barulho impressionado e começar a puxar partes do corpo do menino também

“Então seu nome é Ace, não é? Quantos anos você tem? É um pirata também? Você comeu uma akuma no mi, não é? Está soltando fumaça...” Peggy metralhou o pobre menino com perguntas, fazendo com que Ace olhasse diretamente para ela e ficasse totalmente vermelho.

“E-E-Eu... Haaa...”E com isso perdeu o controle e seu chapéu pegou fogo. A menina não se afastou e deu uma risada alta enquanto Ace tentava controlar o fogo, mas ficava cada vez mais difícil com os comentários da princesa mais nova

“Seus irmãos são engraçados” Comentou Angélica, tapando um sorriso com as pontas dos dedos

“Acho que a sua irmã acabou de quebrar o cérebro do meu irmão, Alteza” Sorriu Sabo, também olhando para a cena com diversão

“Por favor, me chame de Angélica” Falou com um sorriso de canto de boca “Afinal sua tripulação é aliada ao nosso reino. Se seu capitão os considera seus filhos, então estamos no mesmo nível. Não a necessidade de formalidades aqui”

“Acho que percebi isso” falou enquanto via as duas irmãs mais novas se aproximarem, cada uma segurando um de seus irmãos.

“Angélica! Ele parece um ursinho de pelúcia!” Falou Eliza abraçando Luffy como se ele fosse mesmo um brinquedo. O menino parecia não se importar, já que estava mexendo em um relógio de bolso que a princesa tinha dado para ele e rolando os ponteiros do relógio sem parar

“Olha que legal, Sabo! A Liza me emprestou!” Ao ouvir o apelido novo ela abraçou o menino ainda mais forte

“Que fofinhoooo! Quero guardar ele numa caixinha de jóias!”

“Angélica! Gostei desse aqui! Ele é bonito! Será que o pai me deixaria casar com ele?” Falou Peggy enquanto segurava o braço de Ace. Ao ouvir as palavras da princesa o menino teve uma overdose de vergonha e informação , desmaiando de vez e caindo no chão com um barulho “Viu só! Ele é tão engraçado!”

Angélica suspirou e deu dois tapas na cabeça de suas irmãs. Dois galos apareceram no topo da cabeça das duas, que reclamaram “Soltem eles, não são brinquedos! Você não pode comprar crianças com presentes, Eliza, e você é muito jovem para casar, Peggy” as duas mostraram a língua para a irmã mais velha e foram até a mãe, arrastando os meninos com elas (Peggy tinha uma força considerável para arrastar Ace desmaiado com tanta facilidade assim, percebeu Sabo) “Peço desculpas pelas minhas irmãs, elas nunca sabem a hora de parar as brincadeiras”

“E você sabe?” Sabo jogou a isca para ver se a princesa mostraria a verdadeira face se fosse irritada. Não foi o caso

“Claro. Vou ser eu que sentará no trono quando meu pai se aposentar. Esse reino precisa de um governante sério de vez em quando... Foi do meu pai que elas tiraram essa mania, sabe?”

“Como assim?”

“Ele é muito... brincalhão de vez em quando. Já aconteceu de ele fazer uma piada sobre vacas douradas e os soldados pintaram quase todas as vacas das fazendas daqui até que perceberam que era uma piada”

“Sério?”

“Era uma piada muito boa” Justificou a princesa rindo. Sabo também começou a rir e sentiu toda a tensão que estava em seus ombros desaparecer. Talvez nem todos os nobres fossem tão ruins assim, afinal

—---/----

Horas se passaram e os meninos foram levados até o quarto que ficariam enquanto a guerra acontecesse. Eles ficaram irritados de serem mandados embora do salão, principalmente porque os adultos iam começar a discutir os planos para resolver o conflito que ia acontecer dali dois dias. Sabo tentou fugir do quarto para tentar escutar o que eles falavam, mas foi impedido por um guarda que Marco tinha pedido para colocar na porta para que não escapassem. Ace e Luffy desistiram e foram dormir, enquanto Sabo começou a pensar em um plano. Assim que o relógio bateu 5 horas colocou o seu plano em ação

“Hey Ace, Luffy, acordem, vamos!” Sabo sacudia seus irmãos enquanto sussurrava. Luffy abriu os olhos e piscou algumas vezes para acordar, enquanto Ace continuava dormindo como uma pedra “Vamos, acorda, seu idiota de fogo!” Falou um pouco mais alto enquanto empurrava o moreno para fora da cama, o fazendo acordar com a queda

“QUE MER...” Ace começou a gritar, mas teve a sua boca tapada pela mão de Sabo, que fez um sinal de silêncio com o dedo na frente da boca “O que foi?” Sussurrou de volta irritado

“Vamos sair desse castelo! Quero ajudar na batalha e esse lugar está me deixando nervoso” Respondeu o loiro falando baixo. Já estava vestido e abriu uma fresta da porta para olhar o corredor, onde o guarda dormia sentado numa cadeira “Coloque uma roupa e vamos! Marco e os outros estão dormindo e provavelmente só vão acordar daqui algumas horas”

“Mas achei que você tinha gostado dos nobres daqui” Resmungou Ace enquanto levantava para procurar uma roupa em um saco que tinha trazido

“Eles são legais, mas o castelo ainda me lembra o de Goa... Não quero ficar aqui” Respondeu ainda olhando para o corredor “Por que? Você gostou da princesa, Ace?” Brincou e isso fez com que o menino rosnasse e fechasse a cara. Não achava isso nem um pouco engraçado

“Mas Ma não vai atrás da gente com os papéis? ” Perguntou Luffy coçando o olho e pegando a roupa que o irmão lhe passou

“Esses papéis? ” Sabo ergueu os três Vivre Cards que pertenciam a Marco com um sorriso malicioso no rosto “Roubei dele quando estávamos vindo para cá, no túnel. Pelo jeito ainda lembro o que aprendi da cidade alta. Marco só vai perceber que eles se forem quando nós já estivermos longe” Deu um sorriso convencido enquanto colocava os papéis de volta no bolso

Os outros dois se entreolharam e deram os ombros, indo se arrumar. Logo que todos estavam prontos para ir, Sabo abriu um mapa que tinha pegado na sala de planejamento sem que ninguém percebesse.

“De acordo com o que eu consegui ouvir o ataque vai acontecer amanhã de tarde na parte sul da ilha” Falou riscando um círculo no mapa “Se formos agora podemos ver o que está acontecendo e ajudar de algum jeito” Apontou para um caminho que saia do castelo pela floresta leste e ia até a parte onde aconteceria a batalha “Parece que as pessoas evitam as florestas com medo dos animais que vivem lá, mas acho que isso não vai ser um problema para nós. Caso a gente se separe, vamos nos encontrar na praça no meio da cidade, ok?” apontou para uma área redonda no mapa e deu um sorriso ao ver os irmãos concordaram. Juntou o mapa e colocou no bolso “Entenderam o plano?”

“É claro!” Respondeu Luffy com um sorriso “É um plano misterioso!” Os irmãos mais velhos do menino olharam para ele como se não acreditassem, mas deram os ombros depois de alguns segundos

“Serve” Falou Sabo “Alguém tem algo contra esse plano?” Ace levantou a mão com a testa franzida e abriu a boca para falar “Ninguém? Ótimo, vamos!”

Os três saíram do castelo em silêncio. Esperaram os guardas que estavam fazendo a ronda se distraírem para que saíssem de lá. Luffy usou seus braços para se jogar por cima do muro e levou seus irmãos com ele, caindo do outro lado com o corpo em forma de balão. Assim que se levantaram correram para dentro da floresta, para não serem vistos pelos soldados

“Ok, admito” Começou Ace quando chegaram na floresta escura “Esse golpe balão não é tão inútil e o plano deu certo... E eu nunca mais vou falar isso de novo” Falou apontando para os irmãos que davam sorrisos meio convencidos “E agora? Para onde?”

Sabo começou a caminhar e os outros dois o seguiram. A floresta era muito escura e densa, nem a luz da lua atravessava a copa das árvores. Ace acendeu uma chama em sua mão para que pudessem enxergar, mas nem isso impediu Luffy de tropeçar várias vezes nas grandes raízes que saiam da terra. Conseguiam escutar sons de grilos e cigarras por toda a floresta e uma coruja piando ao fundo.

Depois de um tempo começou a amanhecer e o fogo pode ser apagado. Ace e Sabo começaram a sussurrar sobre o que deviam fazer enquanto Luffy ignorava o que eles falavam e olhava em volta. Logo um movimento chamou a atenção do menino, que parou enquanto seus irmãos continuavam. No tronco de uma árvore havia um grande besouro, mais ou menos do tamanho de uma mão. Os olhos de Luffy brilharam ao ver que era um besouro Hércules e foi tentar pegar ele para mostrar para os irmãos, mas o inseto começou a voar e fugir dele. O menino começou a perseguir o inseto, sem perceber que estava indo para a direção errada e se afastava cada vez mais de seus irmãos

Ace e Sabo não perceberam a ausência do irmão mais novo, estavam ocupados demais discutindo sobre o que iam fazer quando chegassem na cidade. Ace queria ir logo para onde o exército inimigo estava e colocar fogo no máximo de coisas que conseguir, enquanto Sabo dizia para ele que não ia adiantar em nada e essas tendências piromaníacas precisavam de tratamento

Ace ficou furioso porque achou que piromaníaco era um xingamento. Sabo não se deu o trabalho de corrigir ele

Passaram meia hora discutindo sobre isso até que escutaram um barulho vindo mais à frente da floresta. Era sons de conversar e pareciam que eram várias pessoas juntas. Foram lentamente até a origem do barulho e se esconderam atrás da folhagem para ver quem era.

Eram um grupo de soldados inimigos, eles conseguiram identificar pelos símbolos do tal pirata que estava causando problemas na armadura deles. Era uma enorme clareira que parecia ter sido aberta a pouco tempo, já que havia ainda troncos de árvore no chão esperando para serem levados. Era um grupo grande, talvez com mais de 50 pessoas. Pareciam estar comendo o café da manhã e conversavam animados sobre coisas genéricas.

“Eu achava que não tinha ninguém na floresta” Sussurrou Sabo baixinho “Por que eles estão aqui?”

“Como eu vou saber? Podemos chutar a bunda deles agora e resolver esse problema de uma vez!” Resmungou Ace baixinho de volta

“Tá maluco? Não vamos conseguir ir contra um mini exército só nós três sem chamar atenção!”

“Eu acho que conseguimos chutar a bunda desses idiotas, sim! E o Luffy concorda comigo! Não é mesmo L...” Virou para trás e paralisou na mesma hora

“Temos que descobrir os planos desses caras e depois descobrir um jeito que acabar com eles sem causar muito problema. Se simplesmente bater neles e ir embora os inimigos vão substituir os soldados antes do fim do dia e...” Sentiu a manga de seu casaco ser puxada por Ace

“Sabo”

“O que foi?”

“Onde está o Luffy?” Os dois encararam o ponto onde o menor tinha que estar, mas não havia mais ninguém ali. Os dois começaram a suar frio na mesma hora

“Onde ele está?” Perguntou Sabo desesperado e tentando manter a voz baixa

“Eu vou saber? Achava que você estava de olho nele!” Se defendeu erguendo em pouco a voz

“E eu achava que você estava vigiando ele! E agora?” Os dois pararam para pensar e então perceberam que as conversas tinham parado. Os dois olharam para a clareira e viram que os soldados olhavam para eles com caras irritadas e já pegavam em armas “Droga... Vamos seguir o seu plano e depois vamos ver o que fazemos, Ace” Falou Sabo enquanto puxava a tubulação que estava presa nas suas costas. Ace abriu um sorriso

“Finalmente! ”

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Luffy caminhava por uma floresta a esmo. Por que não estava encontrando a batalha? Sabia que ia acontecer no sul da ilha, então era só ir para onde era mais quente não? Tinha percebido que estava perdido quando finalmente conseguiu pegar o besouro e não viu mais seus irmãos em lugar nenhum. Lembrava que Sabo havia falado sobre uma praça na cidade sul, então era só continuar pela floresta até achar a cidade! Tinha achado um graveto no chão e caminhava batendo com ele no ombro enquanto cantarolava sobre ilhas e idiotas

“... E são todos uns idiotaaaaaaaaas” terminou o primeiro verso bem desafinado. Ouviu um barulho vindo das árvores e parou de andar, olhando em volta. Como não ouviu mais nada continuou em frente como se nada tivesse acontecido “Segundo verso! As ilhas do norteeeee...” mais uma vez escutou o barulho e parou de cantar, indo na direção do som, curioso

Era como uma voz, mas não parecia estar falando nada. Chegando mais perto fez com que o som ficasse mais alto, mas não a ponto de incomodar o menino. Andou alguns minutos enquanto continuava cantarolando e olhando em volta. A mata era ainda mais fechada naquela parte da floresta. Teve que subir em algumas árvores para passar pelo caminho e vários cipós se prendiam no topo das grandes árvores e iam até o chão. Não havia mais som nenhum de animais ou insetos, somente a voz calma e sem palavras.

Quando finalmente chegou de onde vinha a voz encontrou uma enorme clareira. Do topo das árvores escapava um raio de luz forte que batia em uma pedra quadrada gigante. Com certeza a pedra não era natural, já que perfeitamente cortada e tinha vários símbolos entalhados nela. Conforme Luffy ia se aproximando a voz parecia sussurrar alguma coisa, mas era tão baixa que Luffy só conseguia entender algumas palavras como ‘Reino’, ‘mundial’ e ‘navegação’. Quando tocou na pedra percebeu que ela estava fria, mesmo em contato direto com o sol

“Isso é… uma pedra misteriosa” definiu o menino sem se incomodar a pensar mais sobre ela. Seja lá o que fosse não interessava a Luffy ficar olhando para aquela pedra estranha. Olhou em volta e decidindo pela direção mais quente, continuou seu caminho, ainda cantarolando e se afastando do som

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Horas mais tarde Luffy estava cansado e não encontrava a saída daquela maldita floresta. Tinha certeza que estava seguindo uma linha reta, mas também sabia que tinha visto aquela árvore com flores laranjas pelo menos quatro vezes. Estava andando em círculos. O sol já estava baixando e ele estava morrendo de fome. Tinha comido algumas frutas que achou no caminho, mas nada que matasse sua fome totalmente.

Começou a tirar o chapéu para pegar o Vivre Card dos seus irmãos, que iam indicar o caminho de fora dali, quando um cheiro chamou a sua atenção. Era o cheiro de comida sendo feita e isso fez sua boca salivar. Foi em direção ao cheiro se guiando pelo seu potente nariz e encontrou uma fogueira com uma mulher sentada nela.

Era uma mulher bonita e jovem. Tinha cabelos negros e pele morena. Usava um graveto para cutucar o fogo que esquentava uma panela com comida. Luffy ficou dividido. Ou lembrava de tudo que Marco o ensinou e ficava escondido ou ia pedir comida para a moça… A mulher deu uma risadinha e se virou na direção que estava escondido

“Você está com fome? Pode vir, tem o bastante para nós dois” Luffy não pensou duas vezes e saiu do seu esconderijo e se aproximou da mulher misteriosa. Ela encheu uma tigela com a comida e deu para a criança, que comeu com gosto

“Que delicia!” falou com um sorriso “Obrigado! Me chamo Luffy! Qual o seu nome, moça?”

“Nico Robin” Respondeu apoiando uma mão no queixo enquanto observava o menino comer com um sorriso “O que está fazendo aqui, Luffy?”

“Procurando onde vai acontecer a batalha! Eu e meus irmãos queremos participar, mas Ma não deixa…. Então saímos escondidos e combinamos de se encontrar lá”

“Mas a batalha vai acontecer no sul da ilha…”

“Isso mesmo! Estou indo pra lá!”

“Mas você estava indo para o norte” Robin deu uma risadinha da cara de surpresa do menino

“Droga! Eu estou indo pro lugar errado!” bateu a mão na testa “Eu tenho que ir! Obrigada pela comida Robin!” Foi se levantar mas sentiu alguma coisa o segurar. Antes de ver o que era sentiu como se várias mãos fizessem cosquinha no lado do seu corpo. Começou a rir e caiu no chão, rolando “O que foi isso?” Perguntou com lágrimas no olho

“Eu comi a Hana Hana no mi. Posso fazer partes do meu corpo crescem como plantas em qualquer superfície” Para demonstrar isso fez um braço crescer na lateral de Luffy e continuar fazendo cosquinhas no menino, que se contorceu de alegria. Assim que parou e o menino recuperou a respiração continuou falando “Está ficando tarde e essa floresta é perigosa… A batalha só vai acontecer amanhã à tarde. Por que não fica comigo essa noite?”

“Não tenho medo da floresta! Sou forte o suficiente para lidar com ela!” Exclamou o menino

“Mas eu tenho, você pode me proteger?” Falou a mulher com um sorriso, fazendo o menino concordar. Não queria que a criança se machucasse na batalha, ficaria com ele até amanhã e o levaria para um lugar seguro. A família de Luffy devia estar preocupada “Ótimo. Agora me conta. De qual parte da ilha você é?”

“Eu não sou dessa ilha…” começou a contar sobre sua família para Robin, que ouvia tudo divertida e um pouco surpresa, mas não deixou transparecer. Tinha ouvido boatos sobre crianças no navio do Barba Branca, mas nunca foi de acreditar em boatos. Também se surpreendeu ao ver o carinho que Luffy mostrava ao falar dos seus companheiros

Os dois conversaram até que ficou totalmente escuro. Foi Luffy que falou a maior parte do tempo só parando de falar quando fazia alguma pergunta para Robin e ouvir suas breves e misteriosas respostas. Todas perguntas do menino eram desviadas, por mais simples que fossem

“De onde você é?”

“De um lugar que não existe mais”

“Quantos anos você tem?”

“Não é educado perguntar a idade de uma dama, Luffy”

“O que você faz?”

“Eu sou uma arqueóloga” por um segundo o menino olhou como se tivesse surgido uma segunda cabeça no pescoço da mulher (o que não era impossível, dado seus poderes)

“O que é….” pareceu fazer um esforço gigantesco para falar “Arquiolega?” A mulher riu da dúvida infantil e começou a explicar

Robin tinha pego um certo carinho pela criança, que não havia a tratado de forma diferente depois de descobrir sobre seus poderes. Depois de algumas horas de conversa Luffy finalmente pegou no sono, encostado na mulher que contava uma história sobre um povo antigo a muito esquecido. A arqueóloga sorriu como não fazia a quase uma década. Fazia muito tempo que não podia ser ela mesma em volta de alguém assim

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“Hey, Robin! Qual o seu sonho?” Perguntou o menino. Tinham acabado de acordar com os primeiros raios de sol do dia e estavam comendo o que tinha sobrado de comida do dia anterior antes de partir

“Meu sonho?” Perguntou deixando escalar um tom de surpresa na voz. Não esperava essa pergunta

“Isso! Seu sonho! Você falou ontem à noite que tinha vindo pra essa ilha por causa do seu sonho… O que é?”

Robin não imaginava que a criança ia lembrar disso. Tinha começado a se soltar mais conforme a conversa foi se desenrolando e falou mais do que o normal, mas não esperava que Luffy lembrasse, sonolento do jeito que estava. Pensou nos prós e contras de contar para o menino e resolveu que não tinha muitos problemas

“Estou procurando os Poneglyphs”

“Pôneis-grifos?” Perguntou confuso “Não são aqueles cavalos pequenos?” Robin sorriu

“São pedras que contam sobre uma história a muito tempo esquecida… Nelas tem escrito essa história em uma língua antiga e eu posso entender ela. Quero encontrar elas e desvendar o que aconteceu no século perdido” Contou enquanto terminava de empacotar suas coisas e olhou para o céu. Era cedo e poderiam chegar na cidade antes do meio dia. Começou a andar, mas a voz de Luffy a parou

“Essas pedras são tipo a pedra misteriosa dessa floresta?” Perguntou com curiosidade fazendo a mulher virar e olhar para ele

“Que pedra misteriosa?”

“Tem uma pedra nessa floresta que tem uns símbolos estranhos que eu não consegui ler, mas eu nunca prestei muita atenção nas aulas do Ma mesmo…Ela é um cubo, vem grande e escura” falou enquanto mexias os braços para demonstrar o quanto era grande “Encontrei ela ontem enquanto andava”

“Luffy…” Robin estava sem palavras. Tinha procurado o Poneglyph por meses desde que chegou na ilha e aquele menino tinha achado em poucas horas. Ou ele era muito sortudo… ou era o destino “Pode me mostrar onde achou essa pedra?”

“Posso sim! Ainda posso escutar ela, está por ali! Vem comigo” falou empolgado enquanto corria na direção de onde escutava o mesmo som do dia anterior.

“Escutar…” murmurou Robin com o cérebro a mil. Conhecia história sobre pessoas que podiam ouvir a voz de todas as coisas, mas achava que era apenas isso, histórias. Se Luffy conseguia ouvir a voz do Poneglyph então talvez… Começou a seguir o menino empolgado “Hey, Luffy, qual seu nome completo?”

“Monkey D. Luffy” Respondeu “Não vivo com meu pai e minha mãe morreu a muito tempo, mas continuo com o nome deles… Porque?”

“Nada… Vamos lá” Falou Robin “Um D.... Interessante” Pensou consigo mesma com um sorriso misterioso enquanto seguia o menino animado


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Notas finais do capítulo

Robin divosa, minha personagem feminina favorita de One Piece S2

Eu não sei se ficou confuso a passagem de tempo desse e do próximo capítulo... Eles acordaram na madrugada do dia 1 e a batalha vai acontecer na tarde do dia 2. Nesse capítulo eu contei o que aconteceu com o Luffy em todo o dia 1 e no início do dia 2. No próximo capítulo vai contar o que vai acontecer com Sabo e Ace no dia 1, então é como se os dois capítulos acontecessem ao mesmo tempo, ok? Acho que ficou mais confuso ainda... Sorry!

Só eu acho que o Ace corta para os dois lados? Kkkkkkkkkk Tipo, ele tinha uma queda pela Makino quando criança, mas eu totalmente shippo ele com o Marco em outras fanfic (aqui não, pq né?) E sinceramente, é um crime ele privar qualquer um dos gêneros daquele corpinho delicia que ele tem kkkkkkkkkkkkk Ace Bi é o meu sonho e ninguém me priva disso (Sabo tmb... Luffy é gay ou assexual, dependendo da fanfic e/ou do meu estado de espírito)

Se eu demorar demais para postar não fiquem preocupados! Minha criatividade não anda a mesma de antes e não consigo escrever tanto quanto antigamente. As vezes eu tenho umas explosões de inspiração e escrevo a noite inteira (principalmente quando é pra zoar com o pobre do Ace, tadinho), mas tem dias que se eu escrevo um paragrafo em uma hora é muito. Prometo de coração que toda semana tem capitulo, mas tudo depende Ok?

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