—---- 10 Anos ----

 “Então eu e Torao conversamos até que pegamos no sono aqui… e depois vocês pareceram” Terminou Luffy com um sorriso animado olhando para os irmãos

“Entendo… Agora tudo está explicado” respondeu um dos irmãos mais velho concordando com a cabeça e se virando para o capitão dos piratas do coração “Agora, Trafalgar-san, você poderia…”

“Sabo-Ace, seu cabelo está pegando fogo”

“...por gentileza...” uma veia saltou na testa do garoto

“Que droga, Sabo, por que você usa essas coisas no pescoço? Parece que estou sufocando”

“... destrocar os nossos corpos?” Terminou Sabo, que estava preso no corpo de Ace. Apesar de suas palavras educadas, o fogo que não conseguia controlar e que queimava em fúria na sua cabeça mostrava o quanto estava irritado. Ace, no corpo de Sabo, estava furioso enquanto tentava tirar as milhares camadas de roupa que o loiro parecia usar “Para de tirar a roupa! Meu corpo não é feito de fogo como o seu!”

“É abafado! Como vocês conseguem aguentar toda essa roupa?” resmungou com a língua de fora, parecendo estar morrendo de calor

“Ace-Sabo é tão divertido shishishi” riu Luffy olhando para o irmão. Estava se divertindo horrores com a situação, junto com Law, que olhava tudo com um sorriso malicioso e divertido nos lábios

“Que droga!” Gritou Ace (no corpo de Sabo) jogando o pano que finalmente conseguiu tirar do pescoço no chão e ignorando o som de desaprovação que seu irmão deu “NOS COLOQUE DE VOLTA NOS NOSSOS CORPOS SEU MALDITO!”

“Hummm não estou a fim…” falou enquanto colocava os braços atrás da cabeça. Podia estar irritado de ter sido acordado tão rudemente antes, mas estava se divertindo bastante com a situação. Depois de dar mais uma risada ao ver a explosão de fúria dos dois moleques, Law resolveu os destrocar antes que um deles queimou seu navio

“Ótimo” disse o loiro de volta em seu corpo, arrumando as roupas que Ace tinha bagunçado e olhando com raiva para Law “Agora vamos voltar para o Moby Dick. Foi um prazer conhecer você, Trafalgar-san” Sua voz era cheia de ironia e desprezo, deixando bem claro que o loiro queria que Law morresse da forma mais cruel e dolorosa possível

“Até nunca mais, vamos Luffy” Falou Ace já se dirigindo para a saída, mas foi interrompido pela voz do menor

“Mas… Eu quero ficar com o Torao” Falou Luffy em alto e bom som. Isso fez os dois irmãos mais velhos congelarem no lugar e virarem lentamente

“O que?” Perguntou o sardento sem saber como reagir

“Eu quero passar a noite com Torao! Ele é legal! Ele tem um urso polar como navegador e…”

“Não seja bobo, Luffy! Temos que voltar, Marco já deve estar preocupado…” Sabo foi interrompido mais uma vez por Luffy

“Mas eu avisei para o Marco que ia dormir fora e ele deixou! Vou dormir aqui sim!” Bateu o pé com força no chão, sinalizando que não ia desistir tão fácil disso. Os dois irmãos não conseguiram descobrir como reagir e ficaram abrindo e fechando a boca enquanto procuravam as palavras

“Se precisarem tem um den-den-mushi ali…” Law estava se divertindo mais do que devia com a situação

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Marco estava na sala de comunicação lendo um livro. Não era a vez dele de ficar ali, mas estava esperando a ligação de Ace e Sabo. Os dois ainda não haviam voltado e seus Vivre Cards estavam bem e apontavam na mesma direção do de Luffy. Havia duas opções: ou os dois tinhas pegado no sono no meio da floresta (o que Marco duvidava porque Sabo era esperto demais para isso, o mesmo não pode ser dito de Ace) ou tinham ido atrás de Luffy e chegaram até o submarino. Conhecendo os dois sabia que eles iam ligar em algum momento próximo tipo…

“Pururururu Pururururu”

Agora.

Marco deu um sorriso de canto de boca enquanto atendia o Den-den-mushi com a sua voz sem emoção de sempre

“Alô, Aqui é dos piratas do Barba Branca, o que posso fazer por você hoje, yoi?”

“... Você é um bastardo, Marco”

“Boa noite para você também, Ace. Imaginava que vocês iam ligar alguma hora já que passou e muito da hora de voltar, yoi” Viu a cara de irritação do caracol e conseguia ver ela perfeitamente no rosto de garoto de sardas

“Não é hora para isso, depois você pode nos dar o papinho de sempre. Por que deixou Luffy ficar com esse bastardo?”

“Com o capitão Trafalgar Law? Não vi motivos para não deixar. Luffy parece gostar dele e ele parece uma boa pessoa, Yoi” disse Marco enquanto soltava o livro que segurava e pegou o jornal. Na capa falava sobre um novo jovem pirata que tinha aparecido pelos mares do North Blue há menos de um ano. Contava sobre os “crimes horríveis” que ele tinha cometido, mas depois de anos como pirata Marco sabia ler nas entrelinhas muito bem para saber que o jovem era boa pessoa, mesmo com todo o peso nas costas que carregava

“Ele é um maldito! Estava se aproveitando de Luffy! Estava dormindo com ele!”

“Do mesmo jeito que Luffy dorme com qualquer um que esteja perto o suficiente na hora de dormir, yoi?”

“Ele nos atacou! Eu e o Sabo!”

“Não foram vocês que invadiram a embarcação dele e atacaram primeiro, yoi?”

“Ele parece um sádico maligno!”

“Assim como metade da nossa tripulação. Alguns deles ficariam bem chateados com o seu comentário, yoi”

“... Você está zoando da minha cara, não é?”

“O que faz você pensar isso, yoi?” O tom de voz de quem estava segurando uma risada o entregou

“SEU MALDITO FILHO DA P…” Foi interrompido por Sabo, que o puxou para longe do aparelho

“Marco, é Sabo. Você tem certeza que é bom deixar Luffy sozinho aqui?” A cara de preocupação que o caracol mostrava foi o bastante para fazer o comandante deixar de brincar e falar sério

“Tenho informações sobre os Piratas do Coração, sempre fazemos pesquisas sobre os piratas novatos promissores. Ele não fará mal a Luffy, yoi” respondeu e depois deu um sorriso “Além do mais, Luffy não está mais sozinho, ele tem vocês dois, Yoi” segurou uma risada ao ver a cara encabulada que o loiro fez

“Ok… Nos vemos amanhã”

“Boa noite, yoi” e desligou o aparelho. Pegou seu livro de novo e voltou a ler com um sorriso no rosto. Estava ansioso para ver o que aconteceria amanhã.

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Sabo colocou o fone de volta no caracol com um suspiro. Se virou e fez uma cara de irritação quando viu que seu irmão mais novo continuava ao redor de Law como um cachorrinho feliz, Ace estava sentado num canto irritado e aquele maldito capitão não tirava o sorriso sarcástico da cara.

Bem, dois podem jogar aquele jogo. Colocou seu melhor sorriso educado no rosto e se dirigiu ao mais velho, que ergueu uma sobrancelha ao ver a expressão do loiro

“Parece que vamos passar a noite aqui… Se Trafalgar-san nos permitir, é claro” Sarcasmo e ironia escorriam de sua voz, mas seu sorriso continuava inabalável. Luffy não percebeu seu tom de vez e se animou

“Por favor Torao, deixa eles ficarem aqui! Por favor por favor por favor!” Pediu usando seus famosos olhos de cachorrinho que caiu da mudança

“Por que não? Vou levá-los até um dos quartos vagos” Disse saindo da sala e sendo seguido pelos irmãos. Os deixou em um quarto com dois beliches “Acho que esse serve para vocês, tem cobertores no armário caso sintam frio. Tentem não quebrar nada” Disse se virando para voltar para seu quarto. Luffy começou a seguir ele até ser agarrado pela gola da camiseta que usava por Ace

“Aonde pensa que vai?” Perguntou irritado

“Dormir com o Torao! Respondeu sorrindo totalmente inocente. Os dois irmãos mais velhos ouviram a risada de Law, que continuava se afastando

“Mas nem pensar! Você vai dormir com a gente”

“Aaaaaaaaa que droga!” Resmungou Luffy enquanto era arrastado para dentro do quarto por Ace

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Já tinha amanhecido e como de costume Law era o único acordado naquela hora da manhã. Depois de toda a confusão com os irmãos de Luffy tinha passado a noite em claro. Depois de algumas horas tentando pegar no sono e não conseguindo desistir e foi ler seus livros de medicina como fazia normalmente quando tinha insônia. Assim que viu o sol nascendo pela janela suspirou e foi até a cozinha pegar uma xícara de seu tão amado café. Estava terminado de preparar a sua primeira de muitas xícaras do dia quando alguém entrou na cozinha.

Era Luffy. Ainda parecia sonolento e limpava os olhos com a manga da roupa. Olhou para Torao e seu um bocejo antes de abrir um sorriso

“Bom dia, Torao” Recebeu só um aceno mal-humorado como resposta, mas parecia já estar acostumado com isso

“Tem alguns sanduíches na geladeira se estiver com fome” Falou o cirurgião fazendo uma careta ao pensar no tão odiado pão “Onde estão seus irmãos?” Perguntou tomando o primeiro gole de café

“Dormindo. Eles acordam mais tarde do que eu” Falou enquanto abria a geladeira “Posso pegar leite também?” Perguntou e recebeu um aceno afirmativo do outro “Sabo vai acordar daqui a pouco e vai acordar Ace… Ace dorme até o meio dia se deixar ele” Riu Luffy comendo o primeiro sanduíche

“Por que você acorda tão cedo?”

“Para ajudar Thatch com o café da manhã. Ele tem que fazer bastante comida para mim e para os outros tripulantes… gosto de ajudar ele nisso” Law só concordou com a cabeça e tomou mais um gole de sua bebida, pensativo. Alguns minutos se passaram em um silêncio amigável até que Luffy voltou a falar “Né, Torao, o que você vai fazer nos próximos anos? Vai ficar no North Blue?”

“Sim… Quero aumentar a minha tripulação antes de ir pra Grand Line e preciso terminar alguns assuntos por aqui. Acho que 7 anos não é tanto assim para esperar por nossa aliança…” Foi interrompido por Luffy

“Aliança?” Law franziu a testa

“Sim, aliança. Quando você disse que ia me ajudar a fazer a minha vingança acontecer você estabeleceu uma aliança entre os piratas do coração e a sua futura tripulação” Luffy parecia estar conectando os pontos na sua cabeça e ficou um tempo em silêncio. Law viu Ace e Sabo entrando na cozinha e viu o moreno mais velho abrir a boca para provavelmente soltar algum comentário irritado, mas foi interrompido pela voz animada de Luffy

“ Então nós somos uma Aliança!” Falou satisfeito e com um sorriso muito grande no rosto

“NÃO!” Gritaram os dois irmãos desesperados, olhando para Luffy e Law como se eles estivessem fazendo uma coisa errada

“Luffy, não é isso que você está pensando!” Falou Ace para o menor que só ria

“É sim! Vou fazer uma aliança com Torao sim!” mostrou a língua para seus irmãos mais velhos, que gemeram desesperados. Ace continuou tentando convencer o menino a retirar a aliança, mas Luffy não parecia querer escutar. Sabo só esfregava a região entre os olhos como se estivesse com dor de cabeça

“Qual é o problema de formar uma aliança? Piratas fazem isso o tempo todo, não é nada de mais” Perguntou o capitão para o loiro, que só fez que não com a cabeça

“Você não entende” começou revirando os olhos “A sua ideia de aliança é diferente da de Luffy”

“Como assim?”

“Para você, uma aliança é quando duas ou mais tripulações se juntam com um objetivo em comum, não é”

“Isso”

“Então…” Sabo foi até Luffy e puxou sua bochecha “Para esse idiota, se você faz uma aliança você vira…”

“Parte da família!” Terminou Luffy com um sorriso e caindo para trás quando Sabo soltou sua bochecha

“Oyaji disse para ele que quando ele montasse sua própria tripulação ele continuaria sendo parte da família com uma aliança… desde então, na cabeça dele, aliança e família é a mesma coisa”

“Família? Espera, Mugiwara-ya, eu…” Foi interrompido por Ace

“Desista, é tarde demais, ele já se decidiu”

“Torao é o meu novo irmão mais velho agora! Shishishi” Riu e não pareceu ligar para o suspiro de desespero coletivo que aconteceu na cozinha

“E se eu não quiser ser seu irmão, Mugiwara-ya?” Isso fez com que o mais novo fechasse a cara

“Mas você tem que ser, assim vai fazer parte da família. A não ser…” Parou pra pensar. Ace e Sabo sentiram um frio passar pela espinha. Estavam com um mau pressentimento que só aumentou quando Luffy abriu um sorriso “Já sei! Se Torao não quer ser meu irmão, então ele vai ser meu Marido!”

Os queixos dos três caíram automaticamente depois de ouvir o raciocínio do menino. Por alguns segundos eles ficaram congelados em choque. Law foi o primeiro a se recuperar

“O que?”

“Isso! É perfeito! Fomos num casamento a uns meses atrás de um dos aliados do Oyaji e ele me explicou que quando duas pessoas se casam eles viram uma família!” Comentou animado “Vamos nos casar, Torao!”

Law abriu e fechou a boca várias vezes tentando encontrar palavras, mas elas escapavam. Tinha acabado de ser pedido em casamento por um menino pirata de 10 anos. Isso era loucura demais para uma manhã. Antes que pudesse formar uma frase coerente a voz de Ace pode ser ouvida em toda a embarcação

“MAS NEM PENSAR EU NÃO VOU PERMITIR UMA COISA DESSAS!”

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Bepo, Penguin e Shachi estavam parados na frente da porta da cozinha sem saber muito bem o que fazer. Ao ouvir os gritos correram para lá para encontrar seu capitão gritando com outros dois jovens que não conheciam

“Eles se multiplicaram? O que o capitão fez? O alimentou depois da meia noite?” Perguntou Penguin enquanto iam ajudar Bepo a separar Law de um menino moreno com sardas nas bochechas. Ele gritava enquanto tentava se soltar das garras de Bepo

“ME SOLTA EU VOU MATAR ESSE DESGRAÇADO, MALDITO E…” parou um segundo enquanto pensava em algo “Quantos anos você tem?”

“17” respondeu meio receoso. Ace explodiu em chamas, o que fez com que o urso o soltasse.

“SEU PEDÓFILO!” Pulou em cima de Law com os punhos em chamas. Sabo estava segurando seu cano e parecia pronto para entrar na briga também. Shachi foi até Luffy, que assistia tudo confuso, e perguntou o que estava acontecendo. Ao ouvir a história começou a dar risada da situação

“Luffy-chan, não é assim que se pede uma pessoa em casamento” Começou a tentar consertar as coisas. Não queria que tudo fosse por água abaixo por causa de um mal-entendido

“Não?”

“Para pedir uma pessoa em casamento você tem que cumprir alguns requisitos” Luffy concordou com a cabeça determinado “Vocês dois tem que serem adultos, tem que ter namorado por algum tempo e tem que gostar muito um do outro”

“Namorado?”

“Namorar é quando duas pessoas que se gostam muito ficam juntas. Saem para encontros, passeiam juntos, se beijam…” Explicou para a criança curiosa, tentando colocar se um jeito que ela entendesse “Casamento é só quando duas pessoas prometem que vão namorar para sempre”

“Hummm entendi” falou e foi em direção a briga. Sabo estava agora dando uma chave de braço em Law enquanto xingava e Ace estava gritando alguma coisa sobre carne de urso assada. “Ne Torao” falou, chamando a atenção de todos ali “Shachi me explicou… eu não vou casar com você agora” Todos deram um suspiro de alívio e se separaram

“Ainda bem” resmungou Ace enquanto continuava olhando Law com raiva

“Quando nós encontrarmos de novo, quando eu for adulto e forte, eu vou pedir você em casamento de novo! E você vai aceitar, não é? É assim que funciona?” Law se preparou para negar. Não queria que a confusão começasse de novo. Mas ao ver os olhos de cachorrinho perdido do menino e da cara de esperança dele não conseguiu

“Hummm vamos ver, temos bastante tempo ainda…” Foi puxado pela gola por Ace

“O que você está falando seu maldito!”

“Fala você pra ele então!” Gritou de volta apontando pra Luffy.

“O que? Eu não posso casar com Torao?” Fez beicinho e olhou para o irmão mais velho com lágrimas não derramadas nos olhos. Ace soltou Law e olhou para o irmão choroso sem saber muito bem o que fazer

“Aaaaahhh bem… Você… Ele… Veja bem… não chora, Luffy…” odiava ouvir o choro do mais novo. Não sabia lidar bem com isso “Tudo bem… quando você for mais velho nós conversamos sobre isso” Falou irritado e foi recompensado com um sorriso brilhante e um abraço do mais novo. Olhou para Sabo e só viu o loiro suspirar em derrota. Não tinha o que fazer

“Ótimo! Já que está tudo certo agora, que tal um café da manhã?” Shachi perguntou empolgado ignorando os olhares de ‘Você está louco’ que os outros deram para ele

“Não acho uma boa ideia…” começou Sabo

“COMIDA” Gritou Luffy empolgado e Sabo desistiu. Quando havia comida envolvida não havia nada que impedisse o menor

“Nós vamos partir hoje depois do café, podemos dar uma carona para vocês não terem que atravessar a floresta” Falou Law para Luffy, ignorando os outros dois. Ace começou a soltar fumaça pelas orelhas tentando segurar a sua raiva enquanto Sabo usava sua face sem expressão. O menino com o chapéu de palha concordou enquanto esperava ansioso pela comida

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Marco olhava com interesse para o submarino que se aproximava do Moby Dick. Já tinha recebido a ligação de seus meninos dizendo que iam receber uma carona e reconheceu a bandeira dos piratas do coração no mastro da outra embarcação. Alguns outros tripulantes estavam lá também

“Aposto que eles causaram confusão” comentou Haruta para Thatch

“Seja mais específica e talvez eu aposto com você” Haruta começou a pensar antes de sorrir

“hummm aposto que Luffy quebrou alguma coisa. Ele deve estar muito empolgado”

“Eu aposto que Ace e Sabo lutaram com o capitão. 500 beris” Thatch terminou com um sorriso. Dinheiro fácil

“Eu já disse para parar de apostar em cima nos garotos. Isso não é uma briga de galo, Yoi” Marco olhou para os outros dois comandantes com um olhar acusador e os dois deram os ombros

O submarino amarelo parou alguns metros do Moby Dick. Havia algumas pessoas no convés que olhavam assustadas para o grande navio. O primeiro comandante abriu a boca para perguntar onde estavam os garotos quando a porta do convés se abriu e Ace e Sabo saíram de lá com uma cara extremamente irritados

“Finalmente! Nunca mais quero ver aquele cara na minha vida. VAMOS LOGO LUFFY!” Gritou Ace já pronto para pular de volta para sua casa. Marco fez uma cara de confusão até o menino de chapéu de palha e o capitão dos piratas do coração saírem para o convés.

Luffy estava agarrado à perna de Law como um macaco. O maior parecia estar entre a diversão e irritação, tentava tirar o menino de lá, mas tinha um sorriso no canto dos lábios. O menino de fogo pareceu com mais raiva ainda e Sabo foi tentar desgrudar seu irmão menor do capitão

“Vamos Luffy, solta ele, temos quer ir…” Resmungou o loiro tentando arrancar o menino

“Não quero…” disse apertando ainda mais a perna do mais velho “Quero ficar um pouco mais com o Torao!”

“Hey Luffy! Vejo que arrumou um novo amigo” Gritou Thatch chamando a atenção de todos. Marco revirou os olhos e pulou para o submarino

“Vamos Luffy. Tenho certeza que o capitão Trafalgar tem mais o que fazer, Yoi” Luffy fez uma careta mas soltou a perna de Law “Ótimo, agora se despesa e vá para o navio, Yoi”

“Aaaahhh por que?”

“Porque eu descobri ontem onde você tem escondido toda a bagunça que eu pedi para você arrumar a semanas, Yoi. Você tem 2 horas para arrumar tudo ou…” A ameaça pareceu funcionar, Luffy começou a suar frio e se virou para Law

“Tchau Torao! Vamos nos encontrar de novo e cumprir a nossa promessa!” Falou apressado. Law bufou divertido e bagunçou os cabelos do mais novo

“Claro, não posso esperar” O menino sorriu um sorriso brilhante e saiu correndo para o Moby Dick. Sabo e Ace o seguiram, e moreno mostrando o dedo do meio para o médico e o loiro dando um aceno de tchau com a mão que, junto com a expressão sarcástica de seu rosto, podia ser lido como ‘até nunca mais’

“Como você consegue controlar esses três demônios?” Perguntou Law mais para si mesmo, mas o comandante ouvir

“Anos de prática” Respondeu Marco “Vejo que Ace e Sabo não gostaram muito de você, Yoi”

“Nem um pouco, Comandante-Ya. Pelo jeito começamos com os dois pés esquerdos” Comentou Law, olhando diretamente para o loiro “Estava pensando… Pelo o que Luffy me contou você é tipo um pai para ele. Por que deixou que ele ficasse com totais estranhos? Ouvi dizer que as crianças demônios de Barba Branca são muito bem protegidas…” Marco estava com a sua cara de tédio de sempre e se aquele comentário o afetou de algum jeito não o afetou

“Parece que Luffy lhe contou várias histórias. Ele te contou como conseguiu a cicatriz de baixo do olho, yoi?” Law fez não com a cabeça “Imaginei, ele não gosta muito dessa história. Ele foi sequestrado e fizeram isso para tirar informações dele. Desde então ele criou um ‘sexto sentido’ digamos assim, Yoi”

“Sexto sentido?”

“Achamos que é um tipo de Haki da observação, ou talvez seja só o instinto de sobrevivência que aflorou depois do sequestro. Desde então Luffy sente quando alguém quer o mal dele ou tem segundas intenções, Yoi” Marco deu os ombros “Se ele confiou em você a ponto de o seguir, então você pode ser confiável, yoi”

“Então vocês confiam no instinto de uma criança?”

“Não, confiamos no instinto de Luffy. Acho que você pode entender a diferença, Yoi” Marco deu um sorriso de canto de boca enquanto Law concordava “Você é um jovem promissor, Trafalgar. Tenho certeza que se daria muito bem entre as nossas fileiras…” Foi interrompido pelo aceno negativo do outro

“Desculpa, mas não posso me juntar a vocês. Tenho alguns planos que não se encaixam nos seus objetivos” Marco concordou com a cabeça

“Compreendo. Bem, a proposta está de pé caso mude de ideia, Yoi”

“Não vou mudar, mas obrigado mesmo assim” Os dois se despediram e Marco voltou para seu navio. Law deu as ordens para que partissem e antes que entrasse para dentro do submarino escutou a voz de Luffy

“Tchaaaaaauuu Torao! Não esqueça a nossa promessa!” o menino acenava empolgado e sorria da borda do navio. Por um segundo Law teve a visão de Corazon, com o mesmo sorriso, do lado de Luffy. O jovem capitão piscou surpreso e a figura sumiu, como se nunca estivesse estado lá. Law deu um sorriso de canto de boca e acenou para Luffy, fechando a porta. Alguns minutos depois o grande submarino amarelo começou a se afastar e afundar.

Law se afastou da porta e deu um suspiro. Sentiria falta do menino. Ele era irritante, mimado, chorão e tinha dois irmãos mais velhos infernais, mas por algum motivo o cirurgião da morte tinha se apegado a ele.

“Talvez seja o sorriso… Ou o modo de agir e falar” Pensou enquanto ia pra sua sala “Corazon e Luffy são muito parecidos, teriam se dado bem” Se sentou uma de suas cadeiras e reclinou para trás. Sentia que ia conseguir dormir bem, pelo menos por algumas horas. Antes de pegar no sono alguns pensamentos ainda passaram pela sua mente “Tomara que nós encontremos novamente… Estou ansioso para isso acontecer” E dormiu com um sorriso no rosto

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“Hey, por que Luffy está desse jeito?” A pergunta tinha se tornado comum nas últimas horas. Depois de arrumar o que Marco tinha pedido, o menino sentou na borda do navio e ficou olhando para o local que o submarino tinha sumido com um olhar melancólico

A tripulação não gostava de ver aquela cara no menino e tentaram conversar com ele, mas só recebiam pequenos murmúrios como resposta. Aos poucos perceberam que ele queria ficar sozinho e o deixaram quieto, mas perguntas sobre o que estava acontecendo ainda circulavam

Thatch deu um suspiro antes de se aproximar com um prato cheio de carne. Era um bom jeito de chamar a atenção do menor e queria saber o que estava acontecendo de uma vez por todas

“E ai amigão? Com fome?” Perguntou e só conseguiu como resposta um murmúrio triste. Deu um olhar preocupado para o menor e sentou do seu lado “Ok, desembucha, o que aconteceu?”

“Acho que estou doente…” respondeu Luffy baixinho, fazendo o cozinheiro levantar uma sobrancelha

“Doente? Como assim? Quer ir ver a Bay?” o menino com o chapéu de palha só negou com a cabeça “O que você está sentindo?”

“Eu sinto borboletas no meu estômago…” franziu a testa com raiva “mas eu tenho certeza que não engoli nenhuma borboleta… Também estou sentindo um aperto no peito e não sei o porquê…” Resmungou colocando uma mão indicando o lugar e desviou o olhar do mar para olhar para o comandante “Eu estou morrendo?”

“Não, não, Luffy, acho que não é o caso” disse Thatch tentando acalmar o menino. Aquela conversa estava tomando um rumo… estranho “Desde quando você sente isso?” O garoto de borracha pareceu pensar por alguns segundos antes de dar os ombros

“As borboletas começaram na floresta… E o aperto começou quando Torao foi embora…”

“Na floresta?”

“Isso! Quando eu conheci Torao!” Explicou com os olhos brilhando “Ele é tão incrível! Ele tem uma akuma no mi muito legal que…” começou a falar sobre o capitão dos piratas do coração com empolgação e um sorriso brilhante. Thatch parecia ouvir tudo com atenção, mas por dentro sua mente estava paralisada.

Luffy só falava com aquela empolgação sobre duas coisas: Seu sonho e sua família. Eram as coisas que ele mais amava e sempre que falava sobre isso seus olhos tinham um brilho caloroso como o de agora. Se ele estava falando assim sobre esse homem…

“Luffy” falou Thatch fazendo o menino parar de falar por um segundo “Você… gosta desse cara?”

“Claro que sim! Ele é meu amigo!”

“Não, o que eu quero dizer é… você gooooosta dele?” O menino ficou em silêncio por tanto tempo que o cozinheiro achou que ele não tinha entendido, mas antes de tentar refazer a pergunta aconteceu uma coisa que nunca tinha ocorrido antes naquele navio

Luffy corou.

Thatch nunca tinha visto isso antes. O menino ficava vermelho de raiva ou de pensar demais, mas nunca tinha ficado com as bochechas e orelhas vermelhas de vergonha. Seus olhos viravam de um lado para o outro como se procurasse onde se esconder e mexia as suas mãos de maneira ansiosa, como se não soubesse o que fazer com elas

“Eu… Não… Então eu…” o garoto tentava formar frases, mas todas se perdiam em meio ao nervosismo. Thatch estava pasmo “Eu vou ver se precisam de mim no… depósito! Isso! Até mais, Thatch!” Saiu correndo sem deixar o outro responder. Por alguns segundos o cozinheiro ficou parado enquanto pensava no que fazer, até sair correndo para encontrar Marco

“TEMOS UMA EMERGÊNCIA!” Gritou ao encontrar o primeiro comandante conversando com Izou, Haruta e Vista em uma das salas. Os quatro viraram para o ruivo com preocupação no olhar

“O que aconteceu? Alguém está machucado, Yoi?” Perguntou Marco preocupado

“Não! Pior! É o Luffy!” Isso fez com que todos franzissem a testa

“O que tem o Luffy?” Perguntou Sabo enquanto entrava na sala sendo seguido por Ace. “Aquele cara fez alguma coisa para ele?”

“Sim! Quer dizer... Não! Eu acho...” Foi puxado pela gola por Ace, que já estava perdendo a paciência

“Desembucha! O que aconteceu?”

“Eu acho que Luffy está tendo a primeira... paixão infantil dele?” Respondeu Thatch sem ter muita certeza da escolha de palavras. Por alguns segundos tudo ficou em mais absoluto silencio, sem acreditar nas palavras do quarto comandante. Isso foi quebrado com o grito em conjunto de Ace e Sabo

“ELE O QUE?!?”