Troublesome Life escrita por Wichita25


Capítulo 12
Pequenos Momentos


Notas iniciais do capítulo

*da Play em Hurricane de Hamilton e começa a cantar toda desafinada* In the eye of a hurricane there is quiet... For just a moment...A yellow sky *Os vidros começam a quebrar em volta* Ops...
Isso ai povo! Um pouco de calmaria antes da tempestade que eu estou planejando! Fiquem com esse capitulo fofo por enquanto, porque os próximos capítulos são só ladeira a baixo MUHAHAHAHAHA *Risada maligna FAIL*
Boa Leitura!



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—---- 8 Anos ----

Já era quase duas da madrugada quando Thatch fez uma pausa. Tinha que entregar os relatórios de sua divisão pela manhã ou Marco arrancaria seus olhos com suas garras de passarinho. O cozinheiro já estava sentindo uma dor de cabeça se aproximando e resolveu ir para a cozinha pegar algo para comer, já que parecia que ia levar a noite inteira para terminar toda a maldita papelada.

“Maldito pássaro... Amanhã o almoço vai ser peru com abacaxi” Pensou o comandante e riu mentalmente da própria piada sem graça. O navio estava silencioso e não havia ninguém acordado a aquela hora, tirando os vigias que ficavam no convés. Assim que chegou perto do seu destino escutou um barulho de dentro da cozinha. Lentamente abriu uma fresta na porta, pronto para pegar o maldito que resolveu roubar comida no meio da noite (não que ele não estivesse fazendo o mesmo, mas ele era chef da cozinha e podia fazer o que quisesse)

Olhou para a pequena figura mexendo no armário de bebidas e reconheceu Ace. Já faziam 8 meses que o menino tinha chegado com o melhor amigo no Moby Dick e já tinham transformado a vida na embarcação totalmente, bem como foi quando o pequeno Luffy chegou. Ace e Sabo tinham se acostumado muito bem a vida de pirata e cada dia pareciam mais felizes, bem diferente de quando chegaram.

A mudança mais notável era sem sombra de dúvidas Ace. O menino sardento tinha feito amizade com todos os comandantes e vários tripulantes. O olhar sombrio e o ódio que o menino mostrou nas primeiras semanas fora substituído por um olhar alegre e um sorriso contagiante. Não tinha sumido totalmente, de vez em quanto o menino ficava pensativo e aquele olhar voltava, mas não era tão forte quanto antes e sempre que isso acontecia alguém o distraia com alguma brincadeira ou treinamento. Ele ainda podia ser chamado de arisco, não gostava muito de demonstrações de afeto e respondia abraços e carinhos com chutes e pontapés, mas era uma melhora.

Sabo também tinha mudado. Não tanto quanto Ace, mas tinha. O menino loiro já era curioso quando tinha chegado e quando seu amigo se mostrou mais relaxado no navio pirata foi como se abrissem todas as portas para a curiosidade dele correr solta. Quando não estava treinando e brincando com Luffy e Ace, estava conversando com alguém fazendo perguntas intermináveis, geralmente sobre navegação ou ilhas que já visitaram. Sempre que podia estava na biblioteca do navio e várias vezes já tinham adormecido tarde da noite em cima de um livro e alguém tinha que o levar para cama.

E Luffy estava radiante. Finalmente tinha seus dois amigos que tinham todo o tempo do mundo para ele. E, para a surpresa geral de todos, era bastante mimado pelos meninos mais velhos. Não nas lutas, eles levavam o treinamento a sério e nenhum dos três pegavam leve, mas em todo resto. Parecia que só de fazer o garotinho sorrir o dia dos dois já ficava melhor. Faziam as vontades de Luffy sem pensar duas vezes e Thatch achava que eles nem percebiam que faziam isso. Acreditava que era o instinto de irmão mais velho que estava aflorando nos dois, que nem tinha aflorado em toda a tripulação quando o bebê chegou no navio pela primeira vez.

Sendo arrancado de seus pensamentos por um barulho mais alto, Thatch voltou sua atenção para o menino. Parecia que tinha achado o que estava procurando. Levantou segurando uma garrafa de sake, o que fez o cozinheiro levantar uma sobrancelha. O que ele ia fazer com aquilo?

Ace começou a voltar silenciosamente para o quarto, tão concentrado na sua missão de não ser visto que não percebeu o comandante o que seguia com curiosidade. Logo chegou no quarto que dividia com Sabo e Luffy e entrou, fechando a porta logo em seguida.

Um dos pedidos de Luffy que os meninos não conseguiram recusar foi que dormissem no mesmo quarto. O menino de borracha estava chateado de ser o único que dorme sozinho enquanto Sabo e Ace dividiam o quarto. Assim, conseguiram trocar as duas camas de solteiro por redes e desde então os três dormiam juntos.

Thatch se aproximou do quarto das crianças e abriu uma fresta a tempo de ver Ace terminar de acordar os outros dois. Assim que todos estavam acordados, o moreno mais velho pegou três copos de sake e colocou sobre uma pequena mesa que tinham no quarto.

“Ah! Você roubou sake da cozinha? ” Perguntou Luffy animado

“Shhhhhhh fala baixo, vão escutar! ” Murmurou Sabo, colocando um dedo na frente da boca

“Vocês já ouviram essa história? ” Perguntou Ace enquanto abria a garrafa que tinha roubado, colocando em cada copo “Quando homens compartilham um sake, eles se tornam irmãos! ”

“Irmãos? Mas nós já não somos irmão? ” Perguntou Luffy com dúvida

“Sim, mas o laço entre nós três vai ser maior que os outros! Não sabemos o que o futuro vai trazer, se vamos continuar na mesma tripulação ou se vamos nos separar. Mas não importa o que façamos ou onde estejamos, este laço nunca desatará! ” Ace levantou o copo e foi seguido pelos outros dois “De agora em diante, a partir dessa noite, seremos irmãos! ”

“YOSH” falaram Sabo e Luffy. Todos beberam seus copos e fizeram uma careta

“Eca, amargo” o menino mais novo reclamou e logo os três começaram a rir.

Thatch, que escutou tudo, deu um sorriso e resolveu voltar para seu quarto. Os novos irmãos pareciam que estavam bem e não ia interromper um momento tão especial quanto aquele. Começou a planejar um cardápio especial para amanhã, para comemorar a nova irmandade que tinha surgido no navio aquela noite.

—--- Algum tempo depois----

“Empurra mais alto!” Gritou o menino de chapéu de palha no balanço

“Você tem que usar os pés para se balançar sozinho! Eu não quero fazer todo o trabalho” Resmungou Ace, mas fez mais força pra empurrar como o menino tinha pedido. Sabo estava no balanço do lado se balançando sozinho e ria dos irmãos

Estavam numa ilha habitada da Grand Line. Tinham parado no porto para abastecer e iam ficar alguns dias na ilha. Depois de receber um discurso sobre ter cuidado e uma quantidade de dinheiro de Marco foram explorar a vila que tinha aportado. No meio do lugar tinha um parquinho onde várias crianças brincavam e Luffy tinha insistido que queria brincar no balanço, já que fazia tempo que não encontravam ilhas com brinquedos assim.

“Tudo pronto?” Perguntou Sabo que recebeu um som de concordância de Luffy “Ok, então, no 3! Um, dois…. TRÊS!” Os dois esperaram o balanço chegar no seu ponto mais alto para pular dele o mais longe possível. Sabo caiu de pé alguns metros na frente, enquanto Luffy caiu um pouco atrás do irmão e rolou, parando na frente dele de cara no chão. Levantou com um pulo e comemorou

“Ganhei!”

“Nada disso, rolar não vale!” contrariou Sabo fazendo com que o menino mais novo cruzasse os braços “Vamos lá, Luffy, não seja um mau perdedor”

“Agora é minha vez!” Ace já subiu no balanço e esperou os outros dois “Vamos Sabo! Ele só está sendo um bebê chorão”

“Eu não…” antes que terminasse a frase um som chamou sua atenção. Era um carrinho de algodão doce que estava passando por lá, o dono tocando um sino para atrair as crianças. Os olhos de menino de borracha se iluminaram e ele virou para seu irmão mais velho loiro, sabendo que ele não podia resistir a aqueles olhos

“Ok, vai comprar um” disse entregando a sacola onde guardava o dinheiro “Mas só um! Eu ainda quero comprar um livro sobre a ilha na livraria” Era Sabo que ficava com o dinheiro, era mais controlado que os outros dois que gastariam tudo com comida e idiotices. Ninguém do navio esqueceria o dia que os dois morenos acharam um boa ideia comprar uma vaca e roubar ela depois de descobrir que não tinham dinheiro o suficiente. Tiveram que devolver a Kaltenecker, como Luffy havia a chamado, de volta a sua casa e receberam uma enorme bronca de Marco.

Luffy concordou animado e foi em direção ao carrinho, que já estava se distanciando. Comprou um algodão doce e foi voltando para onde os irmãos estavam, comendo o doce feliz. De repente sentiu uma batida no ombro e quase deixou o algodão doce cair ao tropeçar

“Hey moleque, olha por onde você anda!” um garoto de 15 anos falou irritado. Fazia parte de um grupo com mais 4 meninos da mesma idade que cercaram a criança de 8 anos, a deixando confusa “O que você está comendo? Me dá isso aí” arrancou o doce da mão de Luffy, que ficou irritado

“Me devolve! É meu!” Gritou e apertou os punhos para dar um soco no outro garoto, mas lembrou das palavras que Marco tinha dito antes que saíssem do barco

Não arrumem confusão! Essa ilha não é um dos nossos territórios, se chamarmos muita atenção eles vão chamar a marinha, Yoi. Tentem ser discretos e não entrem em brigas. Podem prometer isso pra mim, Yoi?”

Desfez os punhos e olhou com raiva para o adolescente, que sorria com escárnio para ele. Não queria quebrar a sua promessa, então não podia lutar com aquele idiota. Estava tão concentrado que percebeu que um dos outros adolescentes tinha se aproximado por trás e sentiu o saco com o dinheiro sendo tomado dele.

“Droga! Me devolve! Eu tenho que devolver para o meu irmão” falou pulando tentando pegar o dinheiro, mas era muito baixinho para isso.

“Tenho certeza que ele não vai se importar que nós pegarmos pra nós” riu enquanto empurrava a criança no chão. Luffy franziu a testa, se levantou e esticou o braço para tentar recuperar o dinheiro. Quando o garoto mais velho viu o braço se esticando se assustou e deu um soco no rosto da criança, que caiu mais uma vez. Não doeu, mas Luffy ficou atordoado

“Que estranho” gritou um outro adolescente enquanto pegava uma pedra e jogou na direção do menino de chapéu de palha “Sai daqui, sua aberração!” Foi seguido por seus amigos, que também começaram a gritar e jogar pedras

Uma delas era mais afiada e atingiu a testa de Luffy, fazendo com que sangrasse. Por um segundo o menino começou a chorar, mas logo se segurou a lembrar que seu irmão não gostava que ele chorasse. Ergueu os braços, protegendo a cabeça dos pedregulhos.

“Hey! Deixem ele em paz!” Gritou Sabo enquanto se aproximava correndo com Ace logo atrás. O garoto de sardas se posicionou na frente do mais novo, enquanto o loiro se agachava para checar se estava tudo bem. Seu sangue ferveu ao ver o machucado na testa de seu irmão.

“O que vocês pensam que estão fazendo com o nosso irmãozinho?” Gritou Ace com os punhos cerrados. Os adolescentes só riram, não se sentiram ameaçados pelo garoto de 11 anos, além de estarem em maior número

“Seu irmão é uma aberração! Só estávamos o colocando no lugar dele” Ace apertou ainda mais o punho enquanto os olhava. Se preparou pra dar um soco quando ouvir a voz de Luffy

“Ace, espera! Ma disse pra não nos metermos em brigas!” Falou enquanto segurava a camiseta do irmão. Ace olhou para o menor e seu sangue gelou ao ver a ferida.

“Isso, fujam para a mamãe que nem as mariquinhas que são” A face dos dois irmãos mais velhos ficou escura. Ace bagunçou o cabelo de Luffy fazendo com que ele soltasse sua roupa.

“Mas…”

“Está tudo bem Luffy, Marco não vai saber. E mesmo que saiba…” Sabo começou a estalar os dedos enquanto se colocava ao lado de Ace “Ele ficaria mais chateado com não te defendermos do que de nós termos quebrado a promessa” Luffy olhou para as costas dos seus irmãos e concordou, segurando o choro

“E o que dois moleques como vocês acham que vão conseguir fazer?” perguntou o que parecia ser o líder do grupo, jogando o dinheiro pra cima e pra baixo com uma mão enquanto segurava uma faca com a outra. Ace e Sabo não se intimidaram e se colocaram e posição de ataque

“Simples… Nós vamos...” Começou Sabo

“Acabar com a raça de vocês” Terminou Ace, e logo em seguida os dois pularam para cima do grupo de meninos mais velhos.

Ace foi com tudo pra cima do garoto com a faca, desviando do corte e dando um soco no nariz dele. Assim que ele caiu pra trás pulou por cima e começou a bater no adolescente logo atrás dele. Sabo fez algo parecido, dando um soco no rosto do que tinha roubado o doce do Luffy e assim que chegou no chão deu uma rasteira no outro e o chutou. O que sobrou pegou a faca que tinha caído no chão e a segurou na frente do corpo para se defender das duas crianças, mas foi parado quando sentiu braços enormes se enrolarem a sua volta. Olhou para onde vinha os braços de borracha e viu Luffy, agora de pé e dando um sorriso enquanto puxava os braços com força, fazendo o adolescente rolar e ficar tonto. Logo todos os garotos mais velhos estavam no chão totalmente derrotados.

“Eu acho que isso é nosso” falou Ace com um sorriso de escárnio enquanto pegava a sacola com as moedas e Marco tinha dado para eles “E isso…” pegou o saco que pertencia ao adolescente “pode ser o pagamento pelo algodão doce que roubaram… Uhumm” olhou pra dentro do saco “acho que isso não vai ser o suficiente”

“Como não? Tem mais de…” Ace colocou o pé em cima da boca dele, fazendo com que o som ficasse abafado

“Desculpa, não escutei. Luffy, Sabo, acho que vamos ter que olhar os outros para ver se eles tem dinheiro o suficiente” Deu um sorriso com malicioso e recebeu um sorriso parecido do loiro e um brilhante do moreno em resposta

—---/----

“Isso foi divertido” Disse Ace saindo da sorveteria onde gastaram todo o dinheiro que tinham conseguido

“Foi mesmo, devíamos fazer mais vezes!” Riu Sabo, se lembrando da época que roubavam na cidade alta para juntar dinheiro para o tesouro pirata deles. Luffy estava calado, ainda comendo um sorvete “o que foi Luffy?”

“Por que vocês quebraram a promessa? Não deviam ter feito isso, eu teria aguentado!” Resmungou “Eu não sou um bebê que precisa de proteção!” Ace fez um som de escárnio e recebeu uma cotovelada de Sabo

“Nós sabemos que você poderia cuidar deles sozinho, mas que tipo de irmãos mais velhos seríamos se deixássemos o nosso querido irmão mais novo sofrer na mão de Bullys por causa de uma promessa boba?”

“E nós sabemos que  você não precisa mais de proteção” continuou Ace “mas deixe que nós cuidamos desses malditos pra você”

“Afinal esse é o dever do irmão mais velho” Terminou Sabo com um sorriso. Luffy sorriu e depois mostrou a língua pro dois  

“Vocês vão ver! Quando eu for o Rei dos Piratas eu vou ser mais forte que todo mundo e daí quem vai proteger vocês vai ser eu” Sabo riu da confiança do menino enquanto Ace puxou a bochecha dele

“Vai sonhando seu moleque!” os três começaram a rir e brincar enquanto andavam pela cidade, não percebendo os dois comandantes sentados em cima de uma casa os observando

“Decepcionado com eles por ter brigado?” Perguntou Izou com um sorriso no rosto, olhando de relance para o primeiro comandante

“Não, eles fizeram o certo em proteger uns aos outros. Isso é o que realmente importa nessa família, Yoi” Olhou para o crossdresser “E não disfarce, vi você pronto para atirar antes”

“Eu não ia atingir nenhuma criança, ia ser só um susto” Suspirou enquanto colocava a arma de volta no coldre “Mas você também estava pronto para ir ao resgate deles, não tente me enganar”

“Não sei do que você está falando” murmurou descendo do telhado e ignorando a risada do 16° comandante.

—-- Algum tempo depois-----

“Vamos começar a montar os enfeites de Natal hoje, vocês querem ajudar? ” Perguntou Izou para os três meninos que tomavam café da manhã. Luffy começou a pular empolgado no banco, ainda com a boca cheia de comida

“Eu quero! Posso colocar a estrela? Posso? ” Perguntou sorrindo

“Claro, é você que sempre coloca mesmo. E vocês? ” Perguntou para os outros dois

“O que é Natal? ” Perguntou Ace fazendo com que todos que ouviram a pergunta parassem de comer o olharam incrédulos para o menino

“Você nunca comemorou o Natal? ” Perguntou Haruta incrédula

“... não? Os bandidos da montanha não comemoram muitas coisas” falou começando a ficar envergonhado com tanta atenção. O que raios era Natal e por que todo mundo ligava tanto para isso?

“Natal é uma festa que se comemora perto do fim do ano. É uma celebração. Celebramos a família e os amigos que ficaram conosco durante todo o ano. Na véspera de natal nós temos a ceia, que é uma janta enorme cheia de comidas natalinas e muita festa. E no dia seguinte tem os presentes que as pessoas trocam umas com as outras*” Explicou Izou

“Pode deixar pequeno Ace” falou Thatch enquanto passava o braço por cima do ombro da criança e bagunçava o seu cabelo “vamos fazer a maior festa de Natal que jamais se viu”

“E Papai Noel vai trazer presentes para as crianças ” Luffy bateu palmas empolgado, já pensando nos presentes que ia ganhar

“Papai Noel? ” Perguntou Sabo. Todas as pessoas então passaram a olhar para o loiro

“Temos duas crianças sem infância aqui! Como isso é possível” Falou Haruta fazendo drama, sendo seguida por Thatch que fazia cara de horror

“Você nunca comemorou o Natal também Sabo? ” Perguntou Izou

“Não, tinham festas de Natal na cidade alta, mas eu nunca ouvi falar desse tal de papai Noel… quem dava os presentes eram os adultos” falou lembrando de como odiava as festas da cidade alta, onde as crianças ficavam mais ocupadas em comparar qual era o melhor brinquedo do que com brincar de fato

Os comandantes se entreolharam nervosos. Queriam dar pelo menos um Natal com magia para aqueles meninos.

“Deve ser porque não ensinaram vocês a escrever cartas para ele! Se escrevessem uma iriam ganhar presentes”Thatch tentou essa tática e funcionou. Sabo fez uma cara de “Aaaa faz sentido” e concordou, fazendo com que os comandantes ficaram mais aliviados

“Como é esse Papai Noel? “ Perguntou Ace com o cenho franzido

“É um velho gordo com barba branca e roupa vermelha! Ele vem num trenó e entrega presente para as crianças que se comportaram! ” Disse Luffy alegre enquanto terminava de comer seu café. Ace e Sabo congelaram e começaram a sussurrar um para o outro

“Como assim se comportaram? O que ele quer dizer com isso? Nós nos comportamos… não é? ” Perguntou Sabo começando a suar frio

“Eu não sei! Dadan nos chamava de pestes, então eu acho que não” falou Ace preocupado. Os comandantes que estavam escutando tiveram que se controlar para não rir do desespero dos meninos

“Tenho certeza que ajudar na decoração conta bastante pontos para o Papai Noel…” Izou comentou e na mesma hora os dois meninos viraram e olharam para o comandante com determinação

“Eu ajudo!!” Gritaram ao mesmo tempo, fazendo os comandantes rirem

“Calma, falta uma semana para o Natal, vocês podem fazer boas ações durante essa semana para provarem para o Papai Noel que merecem” Riu Thatch das crianças que olharam para ele e concordaram com os olhos cheios de determinação. Começaram a puxar Izou pela mão

“Vamos! Vamos montar as decorações! ” Sabo falou animado e acabaram convencendo o crossdresser a parar de comer e ir começar os preparativos. Luffy terminou de encher a boca de comida e foi atrás deles.

“Eles são fofos” comentou Haruta com um sorriso no rosto “Todo mundo vai querer enterrar eles de presentes quando descobrirem essa história”

“Vão” concordou Thatch

“E Marco vai ficar maluco e vamos ter que assistir mais uma palestra sobre controle de gastos”

“Isso mesmo”

“Vai valer a pena”

—----/---

A história que Ace nunca tinha comemorado o Natal e que Sabo não gostava das festas de natal da sua antiga família se espalharam como fogo num celeiro cheio de palha. Logo todos estavam determinados a dar a aqueles meninos a maior festa de todos os tempos! Estavam chegando na última ilha que iam passar antes da festa e todos os piratas, menos as crianças que estavam ouvindo uma história de Oyaji, estavam reunidos no refeitório

“Atenção seu bando de bastardos! Vamos distribuir os nomes para o amigo secreto de natal” Gritou Thatch, que geralmente era quem organizava esse tipo de festa. Todos gritaram concordaram e o cozinheiro esperou a conversa abaixar para continuar “Como sempre o nome de Luffy não está aqui, nem o de Ace e Sabo, os comandantes vão conseguir os presentes deles! ” Com isso vários sons de decepção encheram o ambiente “Não reclame comigo, isso é coisa do Marco”

“Claro, Yoi” Falou o comandante da primeira divisão, ignorando os sons de protestos que o resto da equipe fazia “Se cada um for comprar um presente para eles vamos ficar todos pobres e o navio vai afundar com o peso. Se tiverem alguma ideia de presente discutam com o seu comandante e vamos ver o que vamos fazer, Yoi”

Ficou combinado que Oyaji ia levar os meninos para uma aventura na ilha, o que eles já faziam praticamente em toda a ilha que tivesse uma floresta com animais para eles caçarem, enquanto os comandantes compravam os presentes na cidade.

Fazia horas que Thatch estava caminhando sem saber o que comprar para Ace. Já tinha o presente de Sabo e Luffy na sua sacola, mas não tinha achado nada que chamasse atenção que combinasse com o menino sardento. Assim que passou na frente da loja de chapéus e viu um chapéu de cowboy laranja, percebeu que faltava um chapéu na cabeça de um dos irmãos e aquele combinava perfeitamente com o pequeno. Deu um sorriso entrando na loja. Tinha achado o presente perfeito.

Encontrou Izo e Namur logo depois saindo de uma livraria com sacolas. Levantou uma sobrancelha para os dois

“O que? Sabo gosta de livros diferente de selvagens como você” afirmou Izou recebendo um som indignado de Thatch em resposta.

“Mas Ace e Luffy não gostam, espero que você tenha encontrado outro presente para eles”

“Calma, nós encontramos” respondeu Namur com um sorriso “Agora, se você já terminou vamos voltar e esconder isso”

Voltaram para o Moby Dick e viram Marco chegando também com sacolas na mão. Disse que tinha achado bons presentes em uma loja mais afastada. Todos foram guardar os presentes em um compartimento secreto que sabiam que as crianças não conheciam e voltaram para o convés a tempo de ver Ace, Sabo e Luffy voltando para o navio carregando um crocodilo gigante

“Estamos criando pequenos monstros, Yoi”

—---/----

A festa de natal estava mais animada do que nunca. Os piratas do Barba Branca realmente cumpriram a sua palavra e fizeram uma festa que nenhuma das crianças ia esquecer.

O navio estava todo decorado e as luzes faziam com que ele fosse visível a quilômetros de distância. Uma enorme árvore se erguia no convés, toda decorada com enfeites vermelhos e prateados. Luffy tinha convencido Oyaji a usar uma touca de Papai Noel para a diversão de seus filhos. Havia toneladas de comidas e bebidas, a quarta divisão inteira tinha passado o dia preparando a ceia. A música tocava animada e muitos dançavam enquanto seguravam suas bebidas. Tinham até convencido Ace, que não gostava de chamar atenção e sempre evitava dançar, a se juntar a eles. Luffy estava atacando uma das muitas mesas de comida que estavam espalhadas pela embarcação e Sabo estava olhando para tudo com os olhos brilhando enquanto tomava um suco

“Então, diferente de como era na sua antiga casa? ” Perguntou Izou para o menino, sabendo que Sabo não tinha tido uma infância feliz. O menino concordou

“É bem mais… animada! Lá era só uma festa boba, onde os adultos ficavam conversando e se mostrando. Aqui vocês fazem danças engraçadas” riu ao ver Thatch girar Ace ao ponto de o menino ficar tonto e começar a tropeçar pelo convés, causando risadas

“Hummm você veio de uma família nobre, não é? ” O menino olhou assustado para o comandante

“Como descobriu? ”

“Eu suspeitava, mas você acabou de confirmar” riu vendo o loiro bater na própria testa pela burrice momentânea “Quando eu consertei as suas roupas assim que chegaram percebi que seu casaco era muito bom para você ter achado por aí, além de ser sob medida. Ou você deu muita sorte ou você é dono dele desde o princípio” terminou a raciocínio bebendo um gole de sua bebida, dando tempo para o menino pensar

“Sim, eu era um filho de um nobre, mas eles não me amavam, eles amavam alguém que protegesse seus “status” e seus “bens”. Se eu não casasse com uma mulher da realeza, então seria um lixo” falou Sabo olhando para o copo nas mãos. Izou suspirou. Malditos nobres, tratando uma criança assim eles eram a escória do mundo. Botou a mão no ombro do menino de cartola.

“Mas agora você está longe deles e tem uma família que te ama, não é? Aqui ninguém nunca vai te obrigar a nada, Sabo” Falou Izou, fazendo com que um sorriso surgisse no rosto do garoto loiro. Voltaram a olhar para a dança bizarra do resto da tripulação “Vai lá, aproveite a festa. Vou tentar salvar aquela mesa do nosso pequeno glutão” Sabo correu para a festa. Izou virou e viu que agora Luffy tinha sido arremessado por alguém e agora estava tentando comer a cabeça de outro pirata, que corria desesperado tentando se soltar.

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Convenceram as crianças a irem dormir depois de muita insistência. Luffy ainda queria comer mais, mesmo tendo comido mais do que 12 adultos. Sabo e Ace queriam ver o papai Noel. Os piratas acharam no início que eles estavam empolgados, mas descobriram depois que as crianças tinham planos de sequestrar o bom velhinho e roubar o seu trenó mágico. Convenceram eles que isso faria com que entrassem na lista de malvados para todo o sempre e disseram que o Papai Noel só aparecia quando todos as crianças pegavam no sono. Depois disso conseguiram convencer finalmente as crianças a irem para a cama.

Na manhã seguinte vários dos piratas que tinham dormido tarde por causa da festa e da bebedeira foram acordados por gritos infantis

“É NATAL! ” Gritou Luffy na porta do quarto, só para ser atropelado por Ace e Sabo que foram correndo para o convés “Espere por mim! ”

Quando chegaram no convés onde estava a árvore de natal seus olhos brilharam de emoção quando viram três pilhas de presente, cada um com um nome. Não demorou para que cada um pulasse na sua pilha em pensar duas vezes, rasgando os pacotes que viam pela frente.

“Vejo que estão bem empolgados hoje Gurararara” o capitão falou enquanto sentava em sua cadeira. Luffy já tinha aberto seu primeiro presente e estava correndo pelo convés com um elmo de gladiador romano feito de madeira, junto com um escudo e uma espada também de madeira. Apesar de não gostar de lutar com espadas, Luffy era fascinado por gladiadores e suas armaduras legais.

Ace abriu um presente que estava numa caixa redonda e deu de cara com o chapéu de cowboy. Laranja e com contas vermelhas ao redor, parecia um pouco grande para a sua cabeça no momento, mas ele sabia que ia crescer. Colocou na cabeça com um sorriso gigante no rosto.

“Ace ganhou um chapéu? Que legal! Agora cada um tem o seu Shishishi! “ Sorriu Luffy enquanto colocava o próprio chapéu depois de tirar o elmo. Ace concordou com a cabeça, parecia muito feliz com seu novo presente. O mais jovem se virou para perguntar o que Sabo tinha ganhado quando levou um jato de água no meio da cara. Sabo fez uma pose enquanto segurava um rifle de água em uma das mãos.

“Legal esse chapéu, Ace, ele só está um pouco... Seco demais” disse apontando a arma para o moreno mais velho e atingindo em cheio. Assim que Ace e Luffy acharam as suas armas de água entre os presentes uma guerra começou entre os irmãos

“Hey, se reúnam aqui, tenho uma coisa para vocês, Yoi” chamou Marco. As crianças se juntaram e o primeiro comandante teve que usar suas chamas para secar eles. Assim que tinha a atenção deles mostrou uns pedaços de papel “Sabem o que é isso, Yoi? ”

“Um pedaço de papel” Respondeu Ace

“Não, Yoi”

“Um pedaço de papel idiota” Tentou Luffy

“Ainda não, Yoi” Revirou os olhos

“É um Vivre Card” Respondeu Sabo, que fez com que Marco sorrisse e concordasse. Virou para seus irmãos para explicar o que era “Esses pedaços de papel sempre apontam para uma pessoa específica, é como uma bússola” Ace e Luffy acenaram com a cabeça como se tivessem entendido

“É um papel misterioso”

“Fiz um para cada um de vocês e vou dar para vocês. Assim sempre saberão onde o outro está, Yoi” Disse entregando dois pedaços para cada um, cada um deles com o nome dos irmãos “E esse aqui” pegou mais três pedaços “é o Vivre Card do Oyaji” disse colocando eles na palma da mão e mostrando como funcionava “vou dar para vocês, assim se um dia se perderem sabem como achar o caminho de volta para casa, Yoi” assim que terminou de falar foi abraçado pelos três garotos, que pareciam muito felizes pelo presente. Podia não ser um brinquedo, mas era algo que significava muito para eles

“Droga, eu achando que tinha ganhado o prêmio de melhor presente com as armas de água” Resmungou Haruta “Maldita Mãe Galinha”

“Mais sorte da próxima vez” Riu Thatch olhando a cena. Viu os meninos colocarem os Vivre Card em seus chapéus, o que achou uma boa ideia “Hey, será que vamos conseguir enganar Ace e Sabo mais um ano com a história do Papai Noel? ”

“Acho que não... Sabo é muito inteligente e Ace é muito desconfiado para caírem de novo nessa”

“Bem, não custa tentar ano que vem”

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Notas finais do capítulo

Aviso: Vou voltar para casa dia 2 de agosto e provavelmente vou precisar de uns dias por causa da volta às aulas e volta ao trabalho (Não quero… Tenho pesadelos com aquele lugar *chora num canto lembrando do contêiner onde trabalha*). Os próximos 3 capítulos já estão prontos, mas eu quero dar uma boa revisada neles… Eu não to muito satisfeita com o resultado dos capítulos anteriores. Sinto que estou correndo demais e não estou dando a devida atenção que a fanfic precisa. Queria reescrever os primeiros capítulos até aqui, mas ainda é muito cedo, sinto que a minha escrita pode melhorar se eu me concentrar o bastante nela e praticar, mas no momento falta tempo (e um computador, é difícil colocar as ideias em ordem no celular). Talvez eu demore um pouco mais pra postar o próximo capítulo por causa disso, mas prometo dar o meu melhor!
Voltando pra história:
*Eu lembro de uma fanfic gringa de One Piece que a autora pulou o natal pq de acordo com ela não fazia sentido comemorar o nascimento de Jesus no universo de One Piece. Mas pra mim Natal nunca foi um feriado religioso, foi um feriado para reunir a família e dar a magia na vida das crianças (vai dizer que vocês não lembram de como vocês acreditam em papai noel quando pequenos. A vida parecia ter tanta magia). Minha família não é nem um pouco comum com religiões, tudo que você pode imaginar de religião algum primo meu participa, então se eu enxergasse o natal como festa religiosa ferrou tudo kkkkkkkk Então por isso que eu não cito Jesus ou Deus nessa parte. Espero que isso não incomode ninguém
E como eu disse antes, essa é só uma calmaria antes da tempestade. Os próximos capítulos vão ser bem mais dramáticos do que os outros, mas é a vida. Este capítulo serve também para adicionar uns elementos que eu vou usar no futuro.
Próxima parada: Sabaody (só pra deixar vocês morrendo de curiosidade)
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