Sogans escrita por Malkyum


Capítulo 9
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a suuuuuper demora para postar 3 Estive realmente muito ocupado ;-; Mas tá aí o cap ♥333 Vou tentar não dar mais dessas vaciladas T.T



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— Como ele está? – Perguntou um homem alto e musculoso. Tinha uma pele ligeiramente bronzeada, cabelos pretos curtos e crespos. A barba de lenhador estava por fazer, e seus olhos eram marrons. Usava um jaleco branco por cima de camisa azul que parecia bem apertada devido ao seus músculos, e tinha estampada a frase “Cats will dominatte the world”, uma calça moletom preta e um sapato bege.

— Não corre risco de vida, Carlos, mas precisa ser monitorado. Boa parte dos ferimentos já melhoraram, devido ao tratamento de Guilherme. Mais um dia de repouso e ele pode ter alta. – A mulher era da mesma altura que o homem robusto. Negra, olhos azuis, e um longo cabelo escuro e liso preso a um elástico, formando um coque. Usava o mesmo jaleco, e por baixo vestia uma camiseta rosa sem estampa, e um jeans claro comum, com um par de botas de cano curto pretas. - Já preparam um dormitório para ele?

— Já, sim, Kat. Como será que ele vai reagir ao receber as notícias?

— Coitado... Mas falando sério, o Pietro foi atrás dele? Não da pra entender...

— Pois é. Bem, Kat, vamos deixa-lo repousando.

— Ok.

Então os dois saíram, deixando Marcos sozinho. Ele estava deitado num leito médico. A sala era totalmente branca, e não havia mais nada, nem mesmo janelas, com exceção de alguns aparelhos para monitorar o paciente.

O jovem a pouco surrado, agora repousava, mas não tranquilamente. Visões o perturbavam. E nada do que via parecia fazer sentido.

O cenário em sua visão era horrendo. Pessoas gritando, umas de dor e agonia, outros pareciam soltar gritos de guerra, tentando encontrar forças neles.

Marcos estava no meio de todo esse caos, e não sabia como tinha parado ali. Seu corpo não se mexia, nem sequer conseguia falar, e ninguém parecia ver ele, já que algumas pessoas até conseguiam passar através de seu corpo. A única parte de si que conseguia controlar era sua mente, e ela estava em choque devido a cena de guerra que passava ao vivo diante de seus olhos. Sogans lutando entre si. Uns sendo queimados vivos, outros sendo fatiados, alguns sendo esmagados por escombros que eram arremessados, outros até mesmo desistiam de tudo e ficavam inertes olhando para o nada, e acabavam mortos rapidamente.

Aquele lugar antes parecia ser algum campus, devido a extensão do campo de batalho e pelos inúmeros prédios que agora estavam em ruínas.

Tudo que queria era sair daquele lugar, ir para bem distante dali, mas suas preces não eram atendidas e a matança continuava. Achando que não poderia piorar, viu algo que fez seu estômago gelar. No meio daquele inferno, estava Pietro, o mesmo garoto da festa. Ele soltava gargalhadas enquanto congelava alguns azarados que tentavam a sorte contra ele. Aquilo provocou medo o suficiente para que Marcos conseguisse fechar os olhos, e assim o fez e ficou por uns instantes, até que percebeu que os gritos haviam cessado, e então se aventurou a dar uma espiada, abrindo os olhos na maciota.

Ao abri-los, sentiu uma mistura de alívio e espanto, pois agora não havia mais aquele pesadelo diante de seus olhos, apenas escuridão ao seu redor e um feixe de luz a alguns metros a sua frente, que iluminava duas pessoas. Um homem e uma mulher.

O rapaz, alto e musculoso, chorava enquanto segurava uma katana que atravessava o coração da pequena moça, que também chorava, mas tentava sorrir para o agressor em sua se frente.

— Tá tudo bem... Você não fez por mal... – A jovem disse em baixo tom, mas o suficiente para que Marcos conseguisse ouvir. Sua mão direita tentava fazer cafuné no topeto do rapaz. – Eu queria ter tido mais tempo com você...

— Desculpa... Desculpa... – O rapaz dizia enquanto encravava mais fundo a katana. - Maldição!

Após esse grito que ecoou pela infinita escuridão, o feixe de luz se apagou, e Marcos acordou.

— Opa, olha só quem acordou. Prazer, meu nome é Rafael.

Marcos ainda tonto com que acabou de acontecer virou a cabeça em direção à voz do garoto. Estava sentado numa poltrona com um Nintendo 3Ds em suas mãos. Vestia uma camiseta branca com listras azuis de mangas longas, calça moletom bege e chinelo com meias. Porém não disse nada e ficou o encarando em silêncio, tentando processar o que tinha vista.

— Alô? Terra chamando Marcos. – Rafael estalou os dedos na frente do rosto do distraído, fazendo-o sair de seu transe.

— Ah. Olá...? – Agora estava confuso, pois não sabia onde estava, e nem quem era o garoto a sua frente que aparentemente o conhecia.

— Nossa, tá escrito na sua testa que você tá confuso, e é pra isso que estou aqui! – Disse com um ar de superioridade e orgulho. – Pode fazer qualquer pergunta. Vamos, não se acanhe.

— Bem... Primeiramente eu gostaria de saber exatamente que lugar é esse e como eu vim parar aqui. – Marcos agora estava sentado em seu leito.

— Você esta na academia de sogans, na enfermaria dela para ser mais exato, que fica abaixo do campus da universidade Sogans, ou seja, estamos no subsolo, por isso não tem nenhuma janela aqui. A academia é um lugar para nós, sogans, aprendermos a lutar e desenvolver nossas habilidades. E a universidade foi construída pelo nosso líder. Ela abriga sogans e humanos, qualquer um, contanto que você não seja um babaca ruim. Você sabe como pode ser difícil para um de nós estudarmos e levar uma vida tranquila...

— Eu já ouvi falar dessa academia, só não fazia ideia dessa academia subterrânea. Que incrível. – Marcos denunciou entusiasmo com a ideia de um lugar cheio de pessoas como ele. – Mas você não me disse como cheguei aqui.

— Certo, vamos por parte, apressado. Você se lembra até onde?

— Eu fui pra cima daquele cara, o Pietro... – Marcos franziu o rosto de raiva. – Aquele maldito matou meus pais... – Seu corpo começou a esquentar, fazendo com que um leve brilho aparecesse em seus punhos.

— Opa, calma amigão. Sinto muito por isso, mas essa não é a hora para se deixar levar. Continue.

— Foi mal... – Respirou fundo e se acalmou. – Bem, depois disso eu me lembro de ter tomado uma surra. Caramba, mas eu tomei um belo de um sacode, em? E é só disso que me lembro.

— Haha! Ô, se tomou! – Os dois acabaram rindo, quebrando o gelo entre eles. – Depois de ter sido brinquedo do nosso sádico predileto, eu e minha equipe aparecemos e te salvamos. Pode nos agradecer depois. E então um cara chamado Todd com poder de teletransporte foi até lá, te pegou e trouxe para cá. E então você dormiu por dois.

— Dois dias?! Puta que pariu. – Marcos se espantou. – Não brinca...

— Pois é, bela adormecida.

— E agora...? – Marcos se levantou, se recostando em seu leito.

— Olha, eu acabei de lembrar que tenho coisas para fazer, então sem mais perguntas por hoje, esquentadinho. – Disse se levantando e indo até a porta de saída. – Venha comigo, vou te levar até seu dormitório.

— Desde quando eu tenho um dormitório? – Disse Marcos erguendo a sobrancelha.  

— Desde que aquele homicida do Pietro te achou. – A  expressão  de Rafael passou a ser um pouco mais séria, mas logo voltou ao normal. – Mas não se preocupe com isso agora. Fique no seu dormitório por algumas horas, que depois o diretor vai te chamar para explicações mais detalhadas, ok?

— Não é como se eu tivesse mais opções, certo? Haha!

E então os dois saíram e andaram pelos imensos corredores de metal. Passando por algumas maquinas de guloseimas, alguns banheiros, alguns dormitórios com a porta aberta, mostrando um sentado em sua cama meditando, alguns casais que estavam dando uns beijos, mas esquecerem do resto do mundo, e outros até mesmo pareciam estar usando os poderes.

— Nossa, esse lugar é realmente enorme! – Disse o novato, que se maravilhava com tudo aquilo. – Cara, vocês tem até maquinas de guloseimas! E de café também. Uau. E essa liberdade... Tem até gente usando os poderes aqui, sem nem se preocupar! Ok, eu to sonhando. Primeiro foi o pesadelo com aquele cara, agora essa é a parte boa, e agora vou acordar com o meu despertador em 3, 2, 1...

— Segura a onda, cara. Haha. – Respondeu Rafael, dando tapinhas de leve nas costas de Marcos. – Esse lugar é real, sim. Bem, chegamos. - Os dois pararam em frente a uma porta. – Vai lá. De uma olhada no seu cafofo.

Marcos se aproximou da entrada, fazendo a porta automática se abrir. Aquilo o fez ficar encantando.

— Portas automáticas? Isso não para de melhorar.

— Entra logo e deixa de cerimonia.

O dormitório não tinha nada demais. Apenas uma cama de solteiro no canto, uma escrivaninha de canto, um armário de madeira branca com quatro portas e duas malas no pé da cama.

— Não desfizemos a mala, pois não sabíamos se você iria querer ficar...

— Tá me zoando? Isso é muito melhor do que dividir um quarto com três marmanjos racistas e homofóbicos. Pode ter certeza que eu vou ficar! – E se jogou na cama, fechado os olhos e soltando um suspiro de felicidade.

Rafael ficou o encarando por uns instantes, com um sorriso no rosto, por ver alguém tão feliz e sereno.

— Bem, vou te deixar a vontade! Aproveite para desfazer as malas, ou descansar. Você quem sabe.

— Beleza! – Marcos se sentou com os pés para fora na cama. – Ei, valeu por tudo. Sério mesmo...

— Deixe disso! Haha! Só relaxa aí que logo alguém vem te buscar. Até mais, novato.

E então saiu, deixando Marcos sozinho com seus pensamentos.

— Esse lugar parece até uma utopia... Acho que da para recomeçar aqui. Vocês iriam ficar felizes se me vissem num lugar assim. Não é, pai, mãe?

E então fechou seus olhos e conseguiu dormir após pensar em seu pesadelo de agora pouco, mas chegou a conclusão que era melhor descansar, e então adormeceu.


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