Nas Margens do Lago - Dramione - 1ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 6
Delirios


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas lindaa *--*
espero que gostem (=



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Mia voltou para o castelo naquela noite se sentindo mal, não apenas fisicamente devido a friagem que pegou, mas principalmente pela conversa que teve com o seu avô, a pessoa que nunca imaginou que poderia encontrar algum dia, pelo menos, não antes de seu pai. Enquanto andava silenciosamente pelos corredores pensava nas palavras daquele homem, por incrível que pareça, seu avó era mais ou menos do jeito que ela imaginava, pelo que sua mãe contava.

Sempre que tinha a oportunidade, Mia perguntava para Hermione, sobre a família de seu pai, ela dizia que eram uma família tradicional, rica e de grande status e poder. Faziam o que fosse preciso para atingir seus objetivos, passavam por cima muitas vezes, de quem estivesse do seu lado. Encostou na parede de pedra daquele imenso corredor entregue a escuridão, fechou os olhos por alguns minutos, lembrando do homem que esteve a pouco tempo atrás...

Cabelos platinados, mas que hoje estavam ralos e sem vida, pele envelhecida que a tornava tão sensível como papel, vestes escurar e sujas devido ao tempo, com certeza ele mesmo nunca pensou que poderia passar por aquela situação. Mia sentiu pena, pena porque ele foi entregue a própria sorte, esta sofrendo as consequências de ter feitos às escolhas erradas, assim como Draco. 

Mia acreditava que as pessoas mereciam uma segunda chance independente dos erros que tivessem cometido. Foi ensinada a nunca julgar os outros apenas por um lado da historia. Foi ensinada a sempre averiguar os dois lados da moeda, pois sempre existia uma justificativa. Sabia que Lucius estava sendo sincero quando lhe disse que tinha se arrependido, ela via em seus olhos cinza que ele sofria, sofria por ter sido traído pelas próprias crenças, traído pelo seu próprio orgulho, ele tinha perdido tudo. Perdeu uma família, um lar, conforto, poder, dignidade e isso estava sendo pesado demais.

Chegou no salão comunal suando e cansada, fez o mínimo de barulho possível, como o restante do dia, não queria ser atolada de perguntas do tipo: “onde esteve?” ou “o que foi que aconteceu?”, ela simplesmente estava sem paciência. Assim que entrou no dormitório, se jogou na cama, mas ainda não conseguiu pegar no sono, sua cabeça ainda continuava atolada de pensamentos.

~Sonho de Mia~

Acordou sentindo muito frio, tremia. Demorou em abrir os olhos, pois estava sentindo-os muito pesados. Com muita dificuldade foi abrindo os olhos, e com a visão embaçada, foi tentando identificar onde estava, apenas sabia que não estava mais no dormitório da Grifinória, mas não fazia ideia de como foi parar ali. Tentou sentar naquele fino colchão em que estava, mas seu corpo não obedecia, estava completamente paralisada e isso estava a deixando agoniada. Conforme a sua visão foi ganhando nitidez reparou que estava numa grande sala, era uma sala escura que era iluminada apenas pela luz da lua que passava pelas grandes janelas, ela tinha a aparências de abandonada. Os luxuosos moveis eram cobertos por teias de aranhas e poeira, assim como o grande lustre preto com cristais. Tentou levantar mais uma vez, mas não conseguiu, já estava entrando em desespero. O que mais a intrigava é que nada a amarrava, foi então que supôs que podia estar sob o feitiço Petrificus Totallus, era a única coisa que podia justificar aquela paralisia.

De repente escutou um choro um pouco distante, foi então que percebeu que podia mexer apenas a cabeça. Virou o rosto sendo guiada pelo choro, foi então que viu uma moça deitada no chão, mas não dava para ver o seu rosto, apenas os cabelos castanhos.

— Hey, moça, porque esta chorando? Onde estamos? – sua voz saia um pouco baixa, mas pela distancia que a moça estava, ela podia muito bem ouvir. A resposta não veio. – Moça, esta me ouvindo? – perguntou e mais uma vez, a moça que estava jogada no chão, não respondeu. Foi então que ouviu passos, tinha alguém entrando naquela sala.

— Finalmente acordou – ouviu uma voz fria – não aguentava mais esperar.

— Eu não tenho medo de você! Nunca tive – Disse a moça quase num sussurro, Mia reconheceu a voz e não acreditava, ela era, a sua mãe.

— Não seja idiota Hermione, deveria tomar muito cuidado com o que diz sua sangue-ruim. -  o homem que ainda não conseguia ver, se aproximava ainda mais de sua mãe, Mia já estava ficando desesperada, queria fazer alguma coisa, mas não podia.

— Draco, por favor – Hermione chorava, mas não emitia nenhum som. Draco?, Mia pensou... Era o seu pai que estava ali? Humilhando a sua mãe? O que ele faria com ela?. Draco finalmente foi ao encontro a luz e então Mia pode vê-lo. Seus cabelos platinados e curtos estavam perfeitamente arrumados, seu rosto fino como o dela, parecia que estava tenso, os olhos cor de tempestade transmitiam algo que Mia não estava conseguindo identificar, ele vestia o mesmo terno preto que estava na foto.

— Me diga Hermione, como é se sentir por baixo? Como é para a menina mais inteligente de Hogwarts, não ter uma estratégia para escapar da morte? – Draco tinha a varinha apontada em direção a Hermione, enquanto a mesma estava tentando controlar a respiração. O medo dominou Mia por completo, estava vendo seus pais frente a frente, mas em lados opostos, via sua mãe ser ameaçada de morte, ser humilhada pelo homem que amava. Estava vendo o seu pai cumprindo o papel de Comensal da Morte, cumprindo o dever de exterminar nascidos trouxas e tudo que seguia ao contrario do que foi ensinado e exigido desde pequeno. Diante do imenso medo que estava sentindo, começou a chorar e a gritar. Os chamava, para que pudesse de alguma forma mudar aquela situação com algumas palavras vindo da pessoa que mais os amava.

Os chamavam com toda a força que conseguia, eles tinham que ouvi-la, ela era filha deles, era alguém que podia provar que existia sim, amor entre eles. Só ela podia tentar mostrar que eram uma família, que não estavam mais em lados opostos. Mas eles não ouviam, não atendiam o seu chamado, nem ao menos a olhavam, era como se ela não estivesse ali, era como se apenas ela podia enxerga-los.

—  Draco, você não é um assassino, eu sei que não é – mesmo chorando, estava tentando se mostrar segura. Mia reparou que seu pai tinha abaixado o olhar por alguns instantes.  

— Você não sabe o que eu sou, Hermione – Voltou a encara-la nos olhos, mas dessa vez a varinha que continuava apontada para ela, agora tremia em sua mão. Mia sabia que sua mãe era inteligente e faria o possível para quebrar as muralhas que existiam dentro dele e ela também sabia que ela estava conseguindo, porque aquelas palavras o atingiram bem no fundo de sua alma.

— Pense Draco, eu sei que é inteligente, pense... – Draco não estava entendendo onde ela estava querendo chegar – não queira carregar o peso de ter tirado a vida de alguém, você não precisa disso... – suspirou

— Você não entende... So esta dizendo isso, para tentar se proteger. – sua voz estava tremula e respiração um pouco descompensada. Hermione balançava a cabeça em negação freneticamente.

— Eu não tenho medo Draco, não tenho medo da morte. Se me matar eu vou em paz, porque vivi da melhor forma. Vou morrer sabendo que lutei até o fim pelo mundo que aprendi a amar, lutei pelos meus amigos, lutei por minha família... e por você – soltou o ar de uma vezes.

— O que quer dizer? Como assim lutar por mim? – Draco estava confuso, nunca imaginou que ouviria aquele tipo de coisa vindo de alguém, ainda mais da menina de olhos castanhos que aprendeu a odiar, apenas porque era uma nascida- trouxa e amiga de Harry Potter.

— Não faça mais uma escolha errada na sua vida. Não estou dizendo isso por mim, porque como disse não tenho medo da morte, mas faça isso por você, deixa eu te ajudar. Se ajude -  Hermione pedia aos céus que Draco a escutasse pelo menos uma única vez na vida, que ele entendesse que não precisava fazer aquilo. Ela via nos olhos dele, que ele tinha medo.

— EU NÃO PRECISO DA SUA AJUDA, VOCÊ NÃO ENTENDE... – Fazia o máximo de esforço para não chorar, naquela altura não tinha mais o controle da sua própria respiração e sentimentos. Mia, naquele canto mal iluminado, chorava e implorava mais para si mesma do que para o seu pai, que ele a escutasse: “Escute ela papai, você não um assassino. Você é uma boa pessoa, eu sei que é!” – EU PRECISO FAZER ISSO, EU TENHO QUE FAZER ISSO. Ao contrario de você, Hermione, eu não tenho escolha... Eu nunca tive o direito de escolha... – Avançou com tudo para cima de Hermione...

— NÃÃÃÃOOOOOOOO. PAPAI, NÃÃÃOOO – Mia gritava, fazendo de tudo para se mexer. – POR FAVOR, PAPAAAAAI... NÃO MATE A MAMÃE – estava em prantos, totalmente desesperada – SOMOS UMA FAMILIA, É ISSO QUE SOMOS, POR FAVOOOOR – chorava.

~Fim do sonho~

— NÃO PAI, NÃO FAÇA ISSO. – Mia gritava se debatendo na cama

— MIAAA ACORDA, VAAAMOS – Gritava Lily  – ACORDAA!!!

— MAMÃÃÃE, EU PRECISO DE VOCÊS, SOMOS UMA FAMILIA – chorava e se debatia mais ainda.

— Rapido Lily, vai chamar a Minerva, ela esta ardendo em febre. – Disse Rose, correndo até o banheiro para pegar alguns panos molhados e colocar na testa de Mia para ver se abaixava um pouco a febre.

— Estou indo, precisamos avisar a tia Mione – disse saindo do dormitório.

— Vamos Mia, acorde, esta tudo bem... a tia Mione esta bem, esta tudo bem – Rose disse com uma voz chorosa enquanto colocava os panos em Mia. Depois de alguns minutos, Minerva chega junto com Lily...

— O que esta acontecendo? – Minerva lamentou pelo estado que Mia se encontrava. – Meu Merlim... – disse extremamente preocupada.  

— Acordamos com a Mia gritando. Ela gritava pedido para o pai não fazer algo, mas não sabemos o que é, depois começou a gritar chamando a tia Mione. – Rose contou assustada.

— Por favor, senhorita Potter, va chamar a Pomfrey – pediu Minerva, se sentando ao lado de Rose na cama de Mia. – Lily assentiu e saiu correndo para a enfermaria.

~*~

— Com licença – Disse Pomfrey entrando no dormitório depois de alguns minutos – Lily me contou o que esta acontecendo, então já trouxe as poções para baixar a febre.

— Muito obrigada, querida – levantou dando espaço para a enfermeira cuidar de Mia

— Precisamos avisar a tia Mione, diretora – disse Lily, um pouco cansada pela corrida.

—  vou imediatamente, acredito que logo ela estará aqui – disse saído do dormitório

— Não se preocupem meninas... Amanhã ela estará bem – deu um leve sorriso para as duas, voltando o olhar novamente para a Mia.

~*~

Mais ou menos uma hora depois as três levam um susto quando Hermione e Minerva entram no quarto. A febre de Mia já tinha abaixado um pouco com as poções, mas a menina ainda continuava chorosa e falando coisas sem sentido.

— Ola meninas – Hermione deu um leve sorriso, não conseguia esconder a sua preocupação – como ela esta? – olhando para Pomfrey, Rose e Lily, enquanto pegava a filha no colo e a abraçava forte.

— A febre diminuiu um pouco com as poções que eu dei – Disse Pomfrey – mas ela ainda não abriu os olhos, mas pelo que as meninas falaram, acredito que agora ela esteja mais tranquila. – Hermione passou a mão no rosto pálido de Mia e lhe deu um beijo na testa.

— O que foi que aconteceu? Como ela ficou desse jeito? – perguntou

— Acordamos com os gritos dela, ela parecia desesperada – Contou Lily – eu fazia de tudo para que ela acordasse mais nada adiantava.

— Ela gritava como se tivesse pedindo para Draco não fazer algo, parecia que ele ia fazer algo com  você, mas não sabemos o que. Ela gritava: “mamãããe, eu preciso de vocês, somos uma família” -  Contou Rose, angustiada de ver Mia naquele estado.

— Esta tudo bem, meu amor, estou aqui, estou aqui com você – Disse baixinho, com a esperança que a filha escutasse. – Mas ela ficou assim do nada?

— Ela descobriu Hermione, descobriu sobre o Draco – lamentou Minerva. Hermione na hora entendeu do que a diretora estava falando.

— Mas como? – perguntou assustada, ela temia tanto por esse dia.

— Foi a Parkinson – falou Rose – estávamos estudando na biblioteca e a Parkinson chegou provocando a Mia... – contou tudo o que tinha acontecido na biblioteca, Hermione ouvia atentamente, indignada.

— Mas isso é um absurdo, essa garota passou dos limites. – Hermione nunca poderia imaginar que Pansy poderia guardar tanto ódio depois de todos aqueles anos, induzindo a própria filha a fazer tremenda atrocidade, apenas porque Mia era filha do homem que ela foi apaixonada, com a sangue-ruim. – Como ela pode se referir aos pais de alunos ou colegas dessa maneira? Não estou dizendo isso, apenas pela Mia ou pelo Draco, ela não tem o direito de fazer uma acusação dessas a ninguém. Ela é so uma garota que não tem a mínima noção do que realmente aconteceu ou esta acontecendo. – Mesmo nervosa, Hermione tentava manter o máximo de controle, ela não podia descontar a sua raiva naquelas pessoas que tanto a ajudaram um dia e que estão ajudando a sua filha naquele momento.

— Foi exatamente o que eu disse a ela Hermione, a atitude da senhorita Parkinson foi inaceitável. Não se preocupe, já apliquei a devida punição e inclusive eu mesma irei cuidar de ficar de olho nela.

— Obrigada Minerva, alias obrigada a todas, pela ajuda com a Mia – sorriu para todas naquele quarto. O silencio se instalou naquele dormitório, estavam todas muito cansadas e passava das 3:00 da manhã.  

—   Lute por ele. Não desista, não desista dele... – Mia começou a sussurrar, batendo os dentes de frio. Todas olharam assustadas.

— A febre esta voltando... – exclamou Pomfrey. Hermione não pensou duas vezes. Pegou a filha, que já estava no seu colo e a levou para o banheiro para lhe dar um banho frio, acompanhada por Pomfrey, enquanto Minerva ajudava as meninas a trocarem a roupa de cama da garota, pois estava encharcada de suor.

— A febre abaixou, não se preocupem. Agora ela vai dormir tranquila até amanhã – Pomfrey disse dando um leve sorriso para as outras três que estavam sentadas na cama de Mia.

— Bom... acho que agora podemos ir descansar, já esta tarde – disse Minerva levantando se despedindo. – Boa noite. Com licença. -  Lily e Rose levantaram também indo para as suas camas, elas estavam exaustas, a sorte é que não teriam aula na manhã seguinte, pois era sábado.

— Boa noite – disse as meninas juntas

— Boa noite Minerva e obrigada mais uma vez por tudo – sorriu para a diretora, enquanto colocava Mia na cama e deitava ao seu lado.

— Vou me retirar também – disse Pomfrey – Precisando de algo, é so me chamar.  Bom a noite a todas – sorriu para elas – Bom a noite – responderam

— Muito obrigada pela ajuda Pomfrey – disse Hermione com um sorriso de alivio no rosto. – Imagina, so fiz o meu trabalho – sorriu de volta se retirando do quarto.

— Boa noite tia Mione – Rose e Lily se despediram também

— Boa noite queridas, sonhem com os anjinhos – se despediu dando uma leve risada, fazendo as meninas rirem também antes de caírem no sono.

Hermione ainda ficou um tempo acordada, não conseguia pregar os olhos pensando em tudo o que Mia tinha passado. Pegou a filha e a deitou no seu peito, acariciando os cabelos castanhos claros e o rosto pálido de sua pequena. Não conseguiu segurar o choro, chorou baixinho para que nenhumas delas acordassem.

— Me perdoa meu anjo, me perdoa por não ter podido evitar descobrir a verdade, eu tinha tanto medo desse dia. Eu sei que eu deveria ter te contado, mas achava que ainda não era o momento, não queria que sofresse. Na verdade, nem eu criava coragem para enfrentar tudo isso, me perdoa, não era desse jeito que tinha que descobrir. – falou sussurrando, secando as lagrimas.

— Esta tudo bem mamãe, você não tem culpa – disse Mia sussurrando. Hermione levou um susto quando viu que a filha estava a olhando. – Uma hora a verdade tinha que aparecer, so não sei como não consegui deduzir antes o quão grave era a situação do papai pelo tempo que esta preso... – Mia ficou alguns minutos em silencio – tive um pesadelo com você e o papai. Sonhei que ele te ameaçava, ameaçava te matar. Eu gritava tanto, mas vocês não me ouviam. Você até tentava o fazer desistir, mas ele dizia que você não entendia, disse tinha que fazer isso, porque não tinha escolhas. Ele estava com medo mãe, eu vi nos olhos dele, ele estava sofrendo – Hermione abraçou a filha, passando o máximo de conforto – que bom que esta aqui – Disse abraçando a mãe.

— Eu sempre vou estar, meu amor – beijou a testa de Mia e as duas dormiram tranquilamente naquela noite gelada de inicio de inverno.   


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar... amo ver s2
beijão



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