Nas Margens do Lago - Dramione - 1ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 23
O amor em meio as trevas (As paginas do Diário)


Notas iniciais do capítulo

Ola meus amores ... como estão???
Vamos la para mais um capitulo, porque sim kkkk
Espero que gostem e BOA LEITURA A TODOS!!!



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A exaustão estava o vencendo naquela pesada rotina de treinamentos para ser um deles, para se tornar um assassino e nas palavras de Voldemort, para ser digno de seu exercito e da marca que carregava. Draco era lembrado a todo instante do que a sua mãe teve que passar por sua culpa.

Quase todos os dias, alguém deixava a vida pelas suas mãos. Choravam, gritavam, suplicavam por suas vidas e desabafavam sobre qualquer coisa, como se colocar algo para fora diante daquela situação, fosse trazer algum alivio para aqueles corações inocentes, que não sabiam ao menos, do porque estavam ali. Conforme o tempo passava, Draco se tornava cada vez mais frio, estava começando a não se levar pelas suplicas e isso era algo que estava o preocupando. Ele não queria ser um deles.

— Vamos, Draco. Mate-o – Gritou Voldemort para Draco, enquanto ele estava diante daquele homem desesperado. – Não seja fraco como o seu pai, lembre-se onde ele esta agora e lembre-se da sua mãe...

— Por favor, Garoto... – Chorava o homem jogado no chão. -  Eu nem me despedir da minha família...

— Eu também não tive a chance de me despedir – Murmurou para aquele homem – Avada Kedavra – Pronunciou fazendo aquele homem ser só mais um que deixou de viver. 

“06 de Agosto de 1997

Se eu fosse de acreditar no poder divino, mãe, pode ter certeza que alguém estaria contabilizando os meus pecados e com certeza eu já teria um lugar reservado no inferno. Se bem que... Eu já estou no inferno, porque cada dia é pior.

Hoje tive que matar mais uma pessoa, mas diferente do inicio, eu não me importei. Não me importei com o seu choro de dor e suas suplicas. Quando estava prestes a mata-lo por ordem do Voldemort, aquele homem me disse que não teve a oportunidade de se despedir da família. Aquilo me deixou com tanta raiva, que apenas disse que eu também não tive a oportunidade de me despedir da minha. Então no calor do momento e daquela frase, eu o matei. O matei se sentir um pingo de remorso até esse momento. 

Todo treinamento, tenho que ouvi-lo falar de você, como se fosse uma ameaça, como se aquilo fosse me fazer sentir medo, mas na verdade é, que ele esta me fazendo sentir raiva dele e de todos os prisioneiros. A cada dia que passa, sinto que estou me tornando cada vez mais parecido com ele, sinto que estou perdendo cada vez mais, toda a sensibilidade que eu tinha quando você se foi e isso esta me apavorando. Eu não tenho mais orgulho nenhum de pertencer a uma família de comensais da morte, eu não tenho orgulho do que eu estou tendo que me tornar para ser aceito na minha própria família. 

Depois do treinamento, ouvi ele conversando com alguns comensais referente a algum plano, pelo que eu entendi, é algo relacionado ao Ministério, mas não consegui ouvir tudo. Cogitei a possibilidade de tentar falar com alguém sobre o que eu ouvi, mas quando fui tentar falar com Potter, ele me ignorou e a minha marca queimou, queimou tão intensamente que senti vontade de arrancar o meu braço fora, era uma dor insuportável e nada parecia aliviar durante um bom tempo. Voldemort deve ter usado alguma magia negra muito poderosa nessas marcas, como forma de garantir que não será traído. Voldemort não dorme em serviço.” 

Draco desviou o olhar do papel e encarou a lapide de Narcisa com o seu nome gravado em dourado. A capela da família, as margens do lago negro e a sala precisa, eram os lugares que ele mais se sentia confortável. Eram os lugares que ele encontrava paz que não existia mais nem dentro da sua própria casa. Quando os dias estavam difíceis, ficar nesses lugares, se tornava quase como uma terapia, um refugio para um mundo que jamais encontraria novamente quando aquela guerra se iniciasse. Talvez, até pudesse encontrar, quando ela terminasse, ou ele morresse.

“Não sei exatamente quando será colocado o plano em pratica, mas creio que será logo, então, decidi me afastar de Hermione, não posso coloca-la em risco, só assim poderei protege-la. É estranho eu estar dizendo isso, mas sinceramente, eu espero que eles vençam, espero que eles destruam todas essa merda e que Voldemort vá para o inferno.  

Eu sinto tanto a sua falta, mãe. 

Eu te amo

Draco Malfoy”

~*~

A biblioteca sempre foi o lugar que ela mais frequentava em todos os anos de escola, mas naquelas ultimas semana, passava mais horas do que deveria. Os livros ocupavam grande parte da mesa do fundo da biblioteca, o lugar mais afastado, que não teria ninguém para lhe incomodar. Livros de feitiços e poções, eram os que mais faziam parte da sua rotina. Hermione queria digerir tudo que pudesse ser necessário. Afinal, não dava prever as surpresas que poderiam encontrar. O que ela pudesse carregar de conhecimento, melhor.

Em um dos livros de poções que Hermione lia, algo lhe chamou a atenção, um nome mais especificamente: Rigormortis.  Aquilo a intrigou. Era uma anotação feita aleatoriamente no meio daqueles extensos parágrafos de ingredientes para poções complexas. Rigormortis, o que isso poderia significar?... pensou. Ela nunca tinha escutado falar. Seu senso de curiosidade, alertou mais uma vez, e seu olhos correram aguçados por cada palavra que preenchia aquela pagina para encontrar alguma ligação com aquilo. Entre receitas de preparo e poções, nada foi encontrado. Balançou a cabeça como se precisasse ignorar aquilo, porque tinha coisas mais importante com o que se preocupar naquele momento. Deu graças a Merlin, por ter escutado a voz de Rony se aproximando, mas aquela palavra... aquela palavra... parecia a prender.

Rigormortis...

— Oi Mione, o que esta fazendo? – Perguntou Rony chamando a atenção dela.

— Estou fazendo algumas anotações e estudando alguns feitiços e poções que podemos precisar durante a viagem. – Respondeu calmamente. 

— Hum... É incrível como você nunca perde tempo – sorriu para ela. Hermione sorriu entendendo o elogio.

— Como esta sendo o treinamento?

— Estamos nos esforçando ao máximo. Esta todo mundo muito empenhado... As coisas estão começando a mudar, então precisamos agir rápido... Harry esta querendo partir logo.

— Eu já imaginava, por isso que não saio dessa biblioteca... Temos que estar preparados para o que der e vier... 

— A Ordem disse que mais gente estão sendo levadas pelos comensais... Acha que pode ser verdade o que Harry nos contou outro dia?

— O que Rony? - Perguntou distraída, fazendo as suas costumeiras anotações. 

— Que Malfoy tenha matado aquela garota que ele viu? - Hermione levantou o olhar para ele. - Sabe, não acho que Malfoy teria coragem de fazer aquilo, ele é um covarde. - Disse com um olhar de desprezo. 

— Se é verdade ou não, nos nunca saberemos... Acho que não devemos perder tempo pensando nele, temos coisas mais importantes para fazer. - Disse suspirando 

— Tem razão, ele é uma pessoa que não vale a pena se importar. Por mim que ele se dane - Hermione sentiu um frio na bariga em ouvir aquilo, ela deveria sentir a mesma coisa que o seu melhor amigo, mas não sentia. Ela se importava, porque via nos olhos dele algo que ninguém conseguia perceber por estarem mais preocupados em julga-lo, mas antes de partir para aquela jornada incerta, ela iria descobrir. Iria tomar coragem e conversaria com ele, tentaria convence-lo a mudar de lado. Depois que tinha o encontrado tão devastado na cozinha, ela acreditava mais do que tudo, que nem tudo era tão sombrio dentro dele. - Vou voltar para o treinamento, só vim para ver como você estava... 

—  Obrigada! - Agradeceu lhe dando um sorriso leve. - Tem previsão de quando partiremos? 

— Harry quer no máximo 2 dias... não podemos continuar mais aqui em Hogwarts. Por mais que tenham muito aurores de vigia, ficar aqui é arriscado. 

— Ja tenho tudo organizado. 

— Não esperava menos de você. Afinal, sempre foi a mais inteligente de nós - sorriu a deixando para trás, sozinha na biblioteca. Hermione riu baixinho por tamanha ironia que aquilo pareceu para ela. Era sempre assim que todos a viam... Apenas como a garota mais inteligente e que sempre conseguia achar uma estratégia para escapar das adversidades, mas o que ninguém imaginava, é que ela não tinha nenhuma estratégia para se salvar de si mesma. 

~*~

Era verão no lado de fora, so sabia disso porque conseguia sentir o minimo raio de sol entrando pela pequena janela no alto da cela de Azkaban. Aquela janela era a unica passagem que ele tinha para a vida que acontecia la fora, pois dentro da cela e principalmente dentro de si,so havia tristeza e rancor, mas se esforçava para se manter vivo, pelo seu filho. 

Lucius sentia ódio, ódio de Voldemort, ódio por estar preso e ódio por ter perdido. Perdido a sua família, perdido a sua mulher, a mulher que mais amou e que tinha sido arrancada da sua vida de uma forma tão cruel, que ele jamais poderia imaginar. Nunca tinha se importado em ser cruel com alguém, pois acreditava que a crueldade  poderia atingir os outros, mas nunca ele. Ele estava errado, a crueldade batia na porta de qualquer pessoa que estivesse viva, e ela chegou vindo a boca de Severo Snape. 

"Voldemort  a matou"

Ao se lembrar daquelas palavras, lagrimas escorriam pelo seu rosto cansado e marcado pela consequência do tempo por estar ali, naquele lugar. Lucius custava a acreditar, mas sabia que Severo não mentia. Sua Narcisa tinha ido, tinha ido para longe dele, levando o amor que ele nunca mais teria e talvez nunca tenha merecido. 

Ele precisou perder para dar valor as pequenas coisas que a vida tinha lhe dado, passou tanto tempo se preocupando em ser estar no melhor lugar, com as melhores pessoas, que deixou de lado as pessoas que mais precisavam da sua atenção. Diante de um arrependimento intenso que estava sentindo, apenas teve a capacidade de fazer um pedido: 

"Cuide de Draco, enquanto eu estiver aqui"

~*~

 A sala de aula mais afastadas no imenso corredor do primeiro andar, se tornou o seu refugio, ninguém entrava ali, era uma sala inutilizada, então era o lugar perfeito para guardar lembranças. Ela não sabia se ele voltaria a Hogwarts, ja fazia um tempo que eles não estavam se encontrando e ela sentia falta. Quando entrou na sala escura, levou um susto, pois não imaginava em ve-lo ali. Seu corpo tremeu, e as borboletas em seu estomago voavam como se estivessem num grande jardim em um dia ensolarado. Restava apenas dois dias, so dois para aquelas lembranças tão especiais para ela, serem esquecidas naquela sala, mas ela tinha esperança que ele a escutasse, mas não seria naquele momento. Foi em sua direção e o beijou intensamente, Draco correspondeu a altura. Aquela noite foi diferente de todas que eles ja haviam tido, pois de alguma maneira ou de outra, eles precisavam se gravar nas lembranças mais distantes. 

Pela primeira vez, Draco se permitiu derrubar as suas muralhas, lhe dando carinho, mas não com palavras e sim com gestos. Eram esses, nos beijos, nas caricias, no olhar. Para ele não importava mais quem eles eram ou deixavam de ser, nem ao menos estavam mais em lados opostos. Não existia Sonserina ou Grifinoria, não existia sangue puro ou sangue ruim, eram apenas Draco e Hermione. O corpo quente dela, lhe trazia uma sensação tão boa de conforto que ele desejou, ficar ali para sempre; longe de tudo e de todos. Draco tinha acabado fazer mais uma descoberta. Descobriu que estar nos braços dela, era o melhor lugar do mundo, pena que teria que perder, como vinha perdendo tudo que mais amava. 

Na manhã seguinte, a queimação intensa em sua marca negra, era um sinal que ele tão bem conhecia, Voldemort estava lhe chamando. Diante da dor, foi inevitável soltar um gemido abafado; queriai que Hermione não acordasse, mas foi tarde demais. 

— O que esta acontecendo? - Hermione perguntou para Draco preocupada.

— Não é nada... Eu preciso ir... - Hermione sabia que era a marca negra que doía. 

— Draco, você não precisa disso!

— O que quer dizer? -  Ele perguntou confuso.

—  A Ordem vai te proteger e a sua família também.... Você não é um deles. - Draco riu nervoso, tanto pela dor, quando por suas palavras. Elas lhe pegaram de surpresas. Ali, ele sentiu raiva, não dela exatamente, mas pela situação, pois aquilo era tudo que ele queria ouvir, mas não naquelas circunstancias. Não depois de tudo que foi obrigado a passar; não depois de ter visto a sua mãe morrer na sua frente, por não ter sido forte o bastante. Não depois de tudo que ele foi obrigado a se tornar. Draco andou de uma lado para o outro no quarto, balançando a cabeça em negação. - Vamos proteger você e a sua mãe!

— NÃO FALA DA MINHA MÃE! - Gritou fazendo Hermione lhe encarar assustada. - Você não sabe o que esta dizendo... - disse serio. 

— Eu sei sim! - disse sendo o mais firme possível - Existe bondade em você!

— E o que te faz pensar isso? - riu de deboche e nervoso. Hermione sentiu o seu corpo gelar, ela não queria encontrar com o Draco frio, não depois de tudo. - Eu sou sim um deles, é so você olhar para essa marca no meu braço.... Só porque me viu chorar uma vez, acha que sou uma pessoa boa? Não Hermione. - Hermione sentia vontade de chorar, mas não faria isso na frente dele. - Eu nunca vou me juntar a vocês. - lembrou de quando tentou falar com Harry, mas ele nem tinha lhe dado uma chance de falar. -  Não é só porque tivemos um relacionamento casual, que vai mudar as coisas entre a gente. Não passou de sexo para mim. 

— Não foi isso que pareceu - disse com muita raiva. Sentiu raiva de si, raiva dele, raiva dos seus amigos por sempre terem razão em relação a Draco e principalmente raiva por ter sido não ingenua. Hermione sentia as pernas fraquejarem, o chão ceder e o seu mundo desabar. 

— Não importa o que pareceu, porque você sempre sera uma sangue-ruim - Disse saindo da sala e deixando Hermione para trás.Ao fechar a porta, ele escutou a soluçar e aquilo foi doloroso, mas foi a unica maneira que faze-la esquece-lo, faze-la seguir em frente. Chorou o quanto se permitia naquela sala precisa, acompanhado pelo seu diário. Apenas aquelas paginas, sabiam os segredos mais profundos de seu coração. Escreveu uma ultima carta e escondeu o diário para que ninguém soubesse, quem era o Draco Malfoy por baixo da mascara de insensível. Quem era ele por trás do comensal da morte, do assassino. Agora que tinha perdido absolutamente tudo de bom na sua vida, ele mataria, mataria quem fosse e não tiraria a sua mascara. Se a vida era capaz de ser tão cruel com ele, ele seria o seu reflexo. Seria tão cruel quando ela. 

Ainda mergulhada nas próprias lagrimas de frustração e raiva, ela remoía aquelas palavras tão crueis vindo da pessoa que aprendeu a amar por tão pouco. Da pessoa que tinha lhe mostrado que ela era muito mais do que apenas a garota mais inteligente da escola. Mas ela não tinha sido inteligente e sim, como as próprias palavras dele, ingênua.  E ela odiava ser ingênua. Saiu dos seus pensamento e conteve choro, quando ouviu uma batida na porta.

— Hermione, você esta ai? Estamos te procurando a um tempão - Era a voz de Harry. Ela rapidamente terminou de se vestir, deu uma ajeitada na aparencia, arrumou toda a sala e abriu a porta. 

— Esta tudo bem Harry! - Ela nem tinha olhado para ele direito e Harry estranhou, mas não disse nada, apenas deduziu que ela estivesse cansada, mas a verdade é que ela se sentia suja, se sentia envergonhada, e queria apenas esquecer todas as lembranças que deixou naquela sala e principalmente esquecer Draco Malfoy. Porem, isso era algo que ela jamais conseguiria, pois embora ela não soubesse, Draco a amava e o resultado disso, ela descobriria no futuro próximo.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desses breves capítulos de As paginas do diário e principalmente de terem conhecido um pouco de como foi os sentimentos de cada um naqueles tempos tão difíceis de 1997.
Comentem aqui em baixo o que acharam....
Beijão



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