Nas Margens do Lago - Dramione - 1ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 13
Alguns segredos escondidos no tempo - Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, como estão? (=
Antes de lerem o capitulo, gostaria apenas de agradecer imensamente a cada um de vocês, por todo o carinho e apoio. Não imaginam o quanto estou realizada em ter como meus leitores e amigos. Preciso dar uma de Malfoy e dizer que tenho sim, os melhores leitores do mundo kkkk
Não imaginava que estivesse gostando tanto da historia... é uma realização, porque cada capitulo eu escrevo com todo o amor do mundo que tenho pela historia em si e pelo universo de Harry Potter, é tudo muito especial kkk
Muito obrigada mesmo, de coração S2
Agora vou parar de falar e deixar vocês lerem, porque esse capitulo esta gigante kkk
BOA LEITURA A TODOS e espero que gostem S2



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— Com licença senhorita! – Disse a curandeira, dando uma leve cutucada em Hermione que estava dormindo ao lado de Draco. Hermione por sua vez acordou assustada, pois não sabia quanto tempo tinha ficado no hospital. Estava tão cansada que não aguentou e pegou no sono também. – Preciso aplicar mais poção para o senhor Malfoy. Eu deveria lhe advertir por estar dividindo a cama com o paciente, mas percebi, vindo para cá, o quanto vocês parecem ser importantes um para outros, por isso vou relevar. – Hermione levantou com cuidado para não acordar Draco e foi em direção ao banheiro para se arrumar, enquanto a curandeira aplicava mais poção a ele.

— Desculpe, - pediu sem graça – Quanto tempo eu fiquei aqui? – perguntou ainda um pouco atordoada por conta do sono.

— Duas horas – respondeu a curandeira, dando um leve sorriso ao ver a cara de Hermione de desespero. – Os rapazes na Recepção perguntaram pela senhorita, devem estar te esperando.

— Vou indo então, muito obrigada – sorriu pegando a bolsa que estava em cima da cadeira.

— Hermione? – Draco a chamou sonolento – Você vai voltar?

— Voltarei amanhã, não se preocupe. – Sorriu lhe dando um beijo na testa como forma de carinho e um até logo se retirando do quarto logo em seguida.

Ao chegar na recepção, foi recebida com quatro pares de olhos lhe olhando preocupados pela demora. Hermione estava se sentindo tão bem, que nem se importou com o interrogatório que viria a seguir.

— O que houve Hermione, Draco esta bem? – perguntou Blás

— Você demorou muito – disse Rony – Já íamos atrás de você se não tivéssemos visto a curandeira passar pelo corredor. – Hermione suspirou dando graças a Merlin que não foram.

— Ele esta bem, esta dormindo agora. Conversamos um pouco...

— Convoquei alguns aurores para ficarem de plantão enquanto Malfoy esta aqui. Ficarão dois na parte da manhã e dois à noite. – Hermione assentiu – Eles vão nos informar como esta o tratamento do Malfoy, até o dia em que ele puder receber alta.

— Eu também quero acompanhar tudo de perto – afirmou Hermione segura.

Harry apenas concordou com a cabeça.

— Será que podemos conversar? - Perguntou ele em relação ao tom acusatório que ela lhe direcionou mais cedo.

— Agora não vai dar Harry, vou até Hogwarts agora para conversar com a Mia, se quiser você e o Rony, podem passar na minha casa mais tarde, assim podemos conversar mais com mais calma.

— Tudo bem. Estaremos lá!

Hermione se despediu de todos e saiu do St. Mungus indo em direção ao ponto que podia aparatar até aos arredores de Hogwarts.

~*~

Ao estar com os pés firmes no chão, Hermione sentiu a brisa do inverno bater em seu rosto e escutou as vozes dos alunos empolgados por estar passando o dia em Hogmeade. Sorriu ao lembrar-se de quando ia até la também. Sentia tanta saudades da sua época de escola. Desde que  conseguiu o seu tão batalhado cargo de Ministra da Magia, Hermione sempre estava atolada de trabalho, nunca mais teve tempo de ir tomar uma simples cerveja amanteigada. Embora esteja preocupada com o horário, decidiu entrar no Três Vassouras, para tomar uma Cerveja amanteigada e se aquecer antes de seguir para Hogwarts. Mal entrou no estabelecimento e já foi recebida por Lily e Rose, ambas estavam curiosas para saber o que a tia fazia ali.

— Olá, tia Mione – disse Rose indo ao encontro dela junto com Lily – O que faz aqui?

— Não esperávamos encontrar você aqui... – Disse Lily abraçando-a – Esta tudo bem?

— Estou bem meninas, não se preocupem – sorriu retribuindo os abraços – Estou indo para Hogwarts, mas antes decidi dar uma passadinha aqui para tomar uma cerveja amanteigada e me aquecer um pouco, pois ainda não consegui almoçar. – As três foram em direção a uma mesa mais afastada, longe da bagunça dos outros alunos. – E vocês como estão? Estão se divertindo? – Perguntou lamentando não ver a filha ali também, a mesma preferiu cometer uma irregularidade gravíssima, que poderia comprometer muitas pessoas, ao invés de estar se divertindo com os amigos. Hermione odiava ser severa com Mia, mas não tinha como ser diferente. Mia quebrou a confiança que Hermione tinha depositado nela e ela teria sim, que sofrer as consequências de seus atos.

— Estamos – disse Lily empolgada – Já comprei e comi um monte de doces da Dedos de Mel – Disse rindo – Esta sendo um dia incrível. Uma pena Mia, não estar aqui com a gente – disse lamentando.

— Estamos preocupadas com ela, tia Mione – Disse Rose – Ela anda muito misteriosa ultimamente...

— O que ela conta para vocês, sobre mim ou sobre o Draco? – Perguntou Hermione, queria saber como a filha agia e pensava. No momento deduziu que Lily e Rose eram as pessoas perfeitas para ajuda-la, já que eram tão próximas.

— Ela esta obcecada com a ideia de ajudar o Draco. Ela quer provar de qualquer jeito que todos estão errados em pensar mal dele, apesar de tudo que ele fez. Ela acha que tem algo de errado em tudo isso. – disse Rose.

Hermione por sua vez, suspirou com a possibilidade de Mia estar certa apesar de tudo, mas mesmo assim não voltaria atrás na sua decisão de puni-la.

— O que mais ela diz?

— Como Rose disse, Tia Mione, a Mia esta muito misteriosa, quase não divide as coisas com a gente, a não ser assuntos da escola.... Não íamos dizer nada, mas já que esta aqui, precisamos contar uma coisa... Ontem encontramos a Mia chorando no banheiro. Sabemos que ela sempre demostrou ser uma pessoa muito forte e inabalável, mas ficamos preocupadas. Quando perguntamos o que tinha acontecido, ela não quis no dizer, mais uma vez. Sentimos falta dela, tia Mione. Mia mudou muito depois que descobriu sobre o Draco.

Aquela informação pegou Hermione de surpresa. Sempre se preocupou com esse jeito da filha de não demostrar sentimentos, de lidar com tudo ao seu redor com muita facilidade. Precisava ir urgente para Hogwarts, saber o que estava acontecendo. Mia estava carregando um problema que nunca foi dela.

— Bom, meninas, vou precisar ir! Adorei passar esse tempinho com vocês – disse tomando o seu ultimo gole de cerveja amanteigada – Eu lamento de verdade pela Mia, vou conversar com ela agora e vai ficar tudo bem, não se preocupem – sorriu, se levantando da cadeira para abraças as garotinhas a sua frente. – Depois nos falamos, se divirtam, hein? – deu uma leve risada ao dar uma ultima olhada nelas, antes de sair do Três Vassouras.

Ao seguir seu caminho em direção a Hogwarts, Hermione tinha seus pensamentos conturbados. Não fazia ideia que Mia sentia tanto pela falta de um pai. Questionava-se por algum momento, se tinha falhado com a sua filha, se deixou que algo faltasse a ela, mesmo que sempre se esforçasse para estar presente em sua vida. Será que as coisas seriam diferentes, se tivesse se dado a oportunidade de ter um relacionamento em tempos atrás, mesmo que estivesse com os pensamentos sempre em Draco?

Estava tão distraída, que nem viu que já tinha chegado em Hogwarts e tinha Minerva indo ao seu encontro, surpresa pela visita de Hermione.

— Ola Querida, como vai? – Perguntou Minerva, tirando Hermione de seus pensamentos.

— Estou bem e você? – perguntou voltando a realidade.

— Bem também – sorriu – quer surpresa encontra-la aqui em Hogwarts, Hermione. Mia esta em Hogsmeade...

— Ela não foi para Hogsmeade – Minerva a encarou confusa – mas como? ela mesma me entregou a autorização..

— Será que podemos ir até a sua sala? preciso conversar com você a respeito dela, tudo bem?

Minerva assentiu.

As duas seguiram pelos corredores do castelo em silencio. Mesmo sem dizer uma palavra, Minerva sabia que tinha algo de errado acontecendo.

~*~

— Parece preocupada Hermione, o que foi que houve? E como assim Mia não esta em Hogsmeade? – perguntou se sentando em sua cadeira na sala da diretoria.

— Aconteceu algo muito grave, e eu preciso conversar com a Mia, para entender...

— Tudo bem, vou mandar Filch ir procura-la, enquanto isso, me conte o que houve... – Assim que Minerva voltou para a sua sala se direcionou novamente para Hermione, querendo sabe o que de tão grave tinha acontecido.

— Mia foi até Azkaban hoje de manhã para ver o Draco – Minerva sentou um sua cadeira incrédula

— Mas como isso é possível?, Não tem como ela ter saído de Hogwarts, as passagens estão bloqueada, estive em minha sala a amanhã toda, apenas sai por um momento para ver o que o pirraça tinha apron... – foi ai que ela se deu conta da falha cometida. Mia aproveitou que ela tinha saído para entrar em sua sala.

— Ela usou poção polissuco para se passar por mim e ir até Azkaban pela chave do portal no Ministério... – Não iria falar sobre Draco, sentia que não tinha a necessidade de envolvê-lo naquele momento.

— Quando teve a briga na biblioteca, relevei a detenção dela, pela forma de como ela descobriu sobre o pai, mas dessa vez, ela esta merecendo uma detenção pela gravidade de seus atos. Isso é inadmissível.

— Eu concordo com você, não tenho nenhum questionamento em relação a isso, quantas pessoas ela poderia ter prejudicado se algo desse errado?... Ela esta fazendo de tudo para ajudar o pai a sair de Azkaban.

— Mas isso é possível?

— Não sabemos. Conversei com o Zabini hoje de amanhã no Ministério, me contou que Draco tinha um diário e também que Narcisa foi assassinada por Voldemort na frente do Draco por ele não ter cumprido a missão.

Minerva ficou pálida.

— Meu Merlim, por isso que estranhamos o desaparecimento da Narcisa naquela época... Lucius deve ter dado um jeito da noticia não ir a publico, mas porque isso só foi revelado agora? 

— Zabini disse que não tinha como provar na época por não saber o paradeiro daquele diário. Ninguém sabe onde ele esta ou se ainda existe.

— Mas esse diário, poderia inocenta-lo?

— Depende do que tenha. Se chegarmos a encontra-lo por algum milagre, muitas coisas em relação a Draco, podem ser esclarecidas.

~*~

Desde que Mia, chegou em Hogwarts e deixou suas coisas no salão comunal, ficava o tempo todo na sala precisa, tentando encontrar o diário. Mesmo que fizesse bastante tempo, ela tinha esperanças de encontra-lo, para desvendar os mistérios de seu pai, para quem sabe livra-lo daquele lugar e provar para todos que estavam errados o tempo todo. Já estava cansada e com fome, decidiu então fazer uma pausa e continuar mais tarde enquanto o restante dos alunos não tinham chegado de Hogsmeade. Ao sair da sala levou um susto ao se deparar com a figura feia de Filch com a sua gata em seu calcanhar.

— Fiquei te procurando por todo o castelo garota, o que faz ai? Porque não foi para Hogmeade como o restante dos alunos? – Mia não respondeu – vem, a senhora McGonagall esta te esperando na sala dela junto com a sua mãe.

O pavor passou pelo seu corpo. Enquanto andavam a caminho da sala de diretora, Mia desejava que ela não tivesse descoberto que tinha ido até Azkaban para falar com o seu pai.

~*~

Entrou devagar na sala da diretora, dando de cara com Minerva e de sua mãe lhe olhando com severidade. Ela nunca tinha medo, mas naquele momento ela estava. Se elas descobriram o que tinha feito, ela sabia que seria punida e as chances de salvar o seu pai, iria a estaca zero.

— Devo me preocupar com esses olhares? – tentou brincar para aliar a tensão.

— Deve e muito – respondeu Hermione, com o olhar de reprovação – Sente–se precisamos conversar.

Mia engoliu seco se dirigindo a cadeira ao lado dela.

— Vou deixar vocês duas conversarem – disse Minerva olhando Mia de forma decepcionada antes de se retirar da sala.

— Eu espero que você saiba, porque estou aqui, e não tente se fazer ou me fazer de boba...  – Mia sentiu o desespero lhe atingir mais uma vez. Naquele momento ela estava arrependida amargamente do que tinha feito ao perceber o olhar de sua mãe de decepção. – Estou esperando você me dizer alguma coisa e não minta, não me faça ficar  chateada com você, mais do que já estou. – Hermione não gritava, apenas usava um tom firme e severo.

— Desculpa mãe, eu sei que fiz errado – Mia sentia seus olhos arderem.

— Não quero seu pedido de desculpas, quero que me explique. Que me faça entender o que te levou a fazer tamanha gravidade. Tem noção de quantas pessoas poderia ter prejudicado se algo desse errado no seu plano absurdo de entrar em Azkaban? – Mia negou. – É claro que não, porque você só pensou em você...

— Desc... – Ia dizer Mia novamente, mas Hermione interrompeu.

— Não me peça desculpa. – disse olhando nos olhos da filha – o que você achava que iria conseguir com isso? Que faria seu pai dizer que é inocente, e ai ele poderia sair de la como se nada tivesse acontecido? As coisas não são simples assim.

— Eu sei que não é assim que funciona, mas eu precisava tentar fazer alguma coisa... – Mia tinha vontade de chorar.

— Encontrei com Lily e Rose em Hogmeade vindo para cá, elas me disseram que você esta muito distante... O que você sente Mia? Me conta, para te entender...  – Mia deixou uma lagrima escapar e Hermione ficou sentida com isso, mas não iria fraquejar. Odiava ser tão dura com ela, odiava vê-la daquela maneira, mas o que sua filha tinha feito era algo inaceitável.

— Eu não aguento mais mãe. Eu tento ignorar o que as pessoas comentam sobre o meu pai, mas é muito difícil. Não aguento mais os olhares, os cochichos e as provocações por ser filha de uma heroína de guerra e um de Comensal da Morte. – suspirou tentando conter as lagrimas – Ontem eu estava no salão comunal e ouvi uns meninos do sexto anos dizerem que o meu pai deveria tentar se matar la em Azkaban, já que iria passar o resto da vida la mesmo. Que ele não era nada, sempre seria um assassino – Limpou as lagrimas que caiam. Naquele momento ela não estava nem ai para o seu orgulho, não era qualquer pessoa que estava ali e ela precisava desabafar – Eu senti tanta raiva deles, que eu queria azara-los. Quando estive na casa do Blás, vi um retrato dele com a esposa e o Vitor, eles parecem ser muito felizes, apesar de tudo que sofreram com a guerra. Eu sei que não deveria ter feito o que fiz, mas foi o único jeito que eu encontrei de olhar nos olhos dele para ter certeza que ele não é mais aquela pessoa ruim, que todos julgam. Eu também quero que sejamos felizes, mãe, eu, você e o papai. Eu não me importo mais com o que ele foi ou deixou de ser.

— Porque não me contou o que sentia, filha? – Perguntou Hermione secando as lagrimas de Mia.

Diferente do que ela pensava, Mia não agia daquela forma, pela falta de uma figura paterna, mas sim, pela a necessidade de lutar por uma realidade diferente, de lutar por justiça, de lutar por um bem maior. Por mais que ela estivesse extremamente sentida com o desabafo de sua filha, ela tinha que ser mãe naquele momento, lhe ensinar que todo ato tem suas consequências, sejam ela boas ou ruins.

— Não sei, tive medo que você não entendesse...

— Eu sou a sua mãe, Mia. Vou sempre procurar te entender, vou me preocupar e querer saber o que se passa com você, seja ele, qual problema for. Se tivesse me contado o que sentia antes, poderíamos tentar ajudar o seu pai, juntas, como deve ser, mas você preferiu agir pelas minhas costas, preferiu passar por cima da confiança que eu depositei em você quando foi até a casa do Blasio, que inclusive, mesmo não gostando, eu relevei. – Hermione tinha uma voz calma – Você me prometeu que não me meteria mais em confusão. E se o seu plano tivesse falhado? Muitas pessoas sairiam prejudicadas, porque é restritamente proibido crianças entrarem em Azkaban. Você poderia ter prejudicado a Minerva, por ser responsável por você aqui em Hogwarts. Rodrigo por responsável por Azkaban. Eu por ser sua mãe e Ministra. Existem leis rigorosas, que podem comprometer nossos cargos. Todos nos sofreríamos consequências.

— Mas não deu errado, mãe... Eu não tive a intenção nenhuma de prejudicar alguém... Eu só queria ajudar o meu pai...

— Mesmo que eu entenda perfeitamente o que sente e quais foram as suas intenções, eu não vou passar a mão na sua cabeça. Não há justificativas para o que fez, Mia, você quebrou regras importantíssimas. Eu sinto muito, mas estará proibida de sair de Hogwarts para os passeios em Hogsmeade pelo resto da semana.

— mas, mãe...

— Não me venha com mais mãe, Mia, você agiu muito errado. Você perdeu a oportunidade e a confiança que eu tinha em você – aquelas palavras pesaram em Mia. – Vai ficar aqui em Hogwarts, estudando para as provas que estão chegando. Eu e Minerva conversamos antes de você chegar, e também irá ficar de detenção, está entendido? – Mia assentiu chateada por sua mãe não confiar mais nela. Aquilo era algo doloroso de se ouvir, ainda mais vindo de alguém tão importante como ela. – Quero que vá até o salão comunal agora, e pegue as minhas coisas que trouxe de casa, enquanto converso com a Minerva.

Mia saiu da sala cabisbaixa deixando Hermione pensativa. Minerva entrou depois de alguns minutos.

— Tudo bem Hemione? – perguntou ao notar o semblante cansado dela.

— Estou com dor de cabeça... As vezes é tão difícil lidar com a Mia... Ela desabafou dizendo que não aguentava mais os comentários das pessoas em relação a  Draco, dos julgamentos e tudo mais, me doeu ouvir aquilo, mas o que ela fez foi errado. Estou tão chateada.

— Hemione, querida, não fique assim, você agiu como tinha que agir. Foi a mãe dela. Mia é uma menina muito esperta, ela tem que saber a hora de parar.

— Eu realmente acredito que ela não teve intenção de prejudicar, foi por uma boa causa e é horrível vê-la carregando um problema que não deveria ser dela.

— Vai ficar tudo bem, não se preocupe. Graças a Merlin, deu tempo dela sair da ela antes da poção acabar, ninguém saiu prejudicado.

 - Com licença – disse Mia, ao entrar na sala, trazendo uma sacola. – Aqui esta a suas coisas, mãe – depositou a sacola com as roupas em cima da cadeira onde tinha sentado enquanto conversava com a sua mãe. Mia tinha um olhar triste e Hermione percebeu que ela tinha chorado. – Me desculpe pelo que eu fiz, Senhora McGonagall, não tive a intenção de prejudica-la...

— Esta desculpada, mas não poderei relevar como da outra vez. Ficara de detenção por duas semanas, ajudando o Filch nos afazeres da escola e 80 pontos serão descontados da sua casa, pela sua tremenda irresponsabilidade. – Mia assentiu – Se despeça da sua mãe e vá para a aula. Já que não foi para Hogsmede, terá aula extra com o professor Slughorn, ele ja esta te esperando. – Mia virou para a mãe com os olhos marejados.

— Tchau mãe... Desculpe pelo que eu fiz... – Hermione a abraçou aceitando aquelas desculpas e agachou para ficar na altura dela.

— As vezes as melhores intenções também vem com consequências. Eu me importo demais com você, Mia. Você e o seu pai são muito importante para mim. Eu amo muito vocês – Disse beijando a testa da filha enquanto a mesma chorava baixinho. – Agora vai para a sua aula. – Mia assentiu, saindo da sala ainda chorando.

— Na verdade, teve uma consequência, sim – disse olhando para a porta para ver se Mia não estava mais la.

— Como assim? – Minerva perguntou nervosa.

— Não contei a Mia, mas Draco esta no hospital. Ficou muito mal depois que Mia saiu de la. Harry disse que o encontrou ardendo em febre, tentando arrancar a marca negra do braço. – Minerva ficou chocada – Mia é so uma criança, não precisa se sentir culpada por isso. Ela não tinha noção do rumo que as coisas tomariam.

— Concordo plenamente. Você foi vê-lo?

— Fui e disse tudo o que sentia... Ele me pediu perdão.

— Ele realmente se arrependeu? Para ser sincera, eu nunca acreditei que ele se tornou um Comensal da Morte por livre e espontânea vontade.

— há tantas coisas que eu quero entender... Amanhã vou até la para ver como ele esta. Se ele tiver bem, vou tentar fazer ele conversar. Vou lutar por ele, por Mia e por mim, Vou lutar pela minha família. Perdi tempo demais me escondendo atras do medo. Talvez, tudo isso tenha acontecido por minha culpa... – Disse segurando o choro.

— De maneira alguma, querida. Nada disso foi sua culpa. Eu sei que esta preocupada, mas vai ficar tudo bem. – Minerva a abraçou – Eu tenho muito orgulho da mulher e da mãe que se tornou, Hermione.

— Muito obrigada por tudo – Agradeceu secando as lagrimas – Vou pra casa agora, hoje o dia foi cheio e ainda irei conversar com Harry e Rony a respeito do Draco.

— Pode ir, ficarei de olho na Mia – se despediram.

Hermione pegou a bolsa e a sacola que Mia tinha trazido e se dirigiu até a lareira, desaparecendo na chama verde rumo a sua casa. Minerva, por sua vez, enfeitiçou a lareira para que nenhum aluno entre ou saia sem a sua autorização ou de seus responsáveis.

~*~

Ao chegar em casa, Hermione não pensou duas vezes ao decidir ir tomar um banho, estava exausta e nem tinha terminado o dia. Embora estivesse chateada com Mia, ela tinha a consciência que graças a essa ambição que sua filha tinha em relação ao pai, muito segredos estão sendo revelados. Graças a ela, pode conversar com o Blásio, pode estar com Draco, apesar das circunstâncias, e agora iria conversar com Harry e Rony para saber o que realmente aconteceu naquelas audiências. Hermione tinha tanto orgulho da filha, pela coragem que demostrava em lutar pelo acredita. Mia é a junção perfeita da coragem e da ambição, da força e do poder. Mesmo que ninguém aceite ou acredite, aqueles opostos de alguma maneira se uniam. Se ligavam. Se completavam.

Ja estava se sentindo um pouco melhor ao sair do banho, foi até a cozinha para comer alguma coisa, ja que não tinha se alimentado. Ela estava realmente decidida fazer as coisas de maneira diferente, lutaria pelas pessoas que amava, independente do que poderiam pensar. Aquele desabafo de Mia e o pedido de perdão de Draco, foram os motivos mais que o suficiente para finalmente sair do meu mundo obscuro. Enfrentaria quem fosse, inclusive, Harry e Rony. Assim como sua filha, ela não estava mais se importando com o que Draco foi ou deixou de ser.

— Hermione? – Ouviu a voz de Harry, vindo da sala.

— Estou indo... – Disse, se preparando psicologicamente, indo em direção a sala. Aquela conversa não seria fácil.

— Como foi com a Mia, conversou com ela?

— Conversei! Ela esta de detenção, o que ela fez foi muito grave e ela entendeu isso... – Disse brevemente, não estava querendo entrar em detalhes sobre Mia naquele momento, pois o foco daquela conversa era outro.

— Que bom que foi resolvido, podemos conversar? – Hermione assentiu indicando o sofá para se sentarem.

— Onde esta o Rony? – Estranhou não vê-lo ali...

— Ela já esta chegando, passou em casa primeiro para deixar alguns papeis do trabalho para revisar, daqui a pouco ele esta aqui.

— Tudo bem... – disse simplesmente. Então o silencio pairou naquele local por alguns minutos.

— O que quis dizer com aquele tom acusatório hoje no hospital?

Nesse momento Rony chega os cumprimentando levemente com a cabeça.

— Desculpe a demora... – disse se sentando na poltrona próximo a eles.

— Não se preocupe – Hermione respondeu lhe dando um leve sorriso.

— E então... o que quis dizer? – Perguntou Harry novamente.

— Estive com o Blasio hoje de manhã, conversando sobre a Mia e ele me contou uma coisa que me deixou muito intrigada...

— O que seria? – Harry perguntou de uma maneira como se não se importasse. Estava chateado pelo tom acusatório que Hermione se referiu a ele.

— Ele me contou que nas audiências, vocês usavam a legilimência para saberem de seus pensamentos e lembranças – Harry engoliu seco. Nem ele e nem Rony acharam necessário contar a Hermione, na época, como eram as audiências, muito menos a de Zabini e Malfoy, pois ela estava prestes a ganhar o bebê, estava sentindo muita raiva de Draco e muito abalada pela guerra. – Vocês usaram a legilimência no Draco também? – Ela saberia se ele mentisse, porque ela sabe muito bem que Draco não poderia ter sido condenado a prisão perpetua se soubesse que Voldemort tinha matado Narcisa. Por todos os anos de amizade e por tudo que enfrentaram, ela desejava que ele não se atrevesse a mentir.

— Não usamos, Hermione, esta legal? – Respondeu nervoso, ele sabia que ela ficaria muito nervosa e com razão.

— Mas é procedimento padrão para interrogatório, como não usaram? – perguntou Hermione pasma – Como Kingley permitiu uma coisa dessa?

— Kingley estava tão desesperado para acabar de uma vez com tudo que era relacionado aquela maldita guerra, que eu me ofereci para cuidar do caso do Zabini e do Malfoy pessoalmente, junto com o Rony. O convenci a não precisar usar a poção da verdade e nem legilimência nas audiências, principalmente as do Malfoy. Como tínhamos acabado de vencer naquela guerra, ele estava confiando na gente de olhos fechado, já que contei a ele como era a nossa relação com ele nos tempos de escola.

— COMO VOCÊ PODE? COMO PODE SE APROVEITAR DE UMA SITUAÇÃO TÃO GRAVE COMO AQUELA GUERRA PARA SE VINGAR? COMO PODE PASSAR POR CIMA DO MINISTÉRIO? VOCÊ QUERIA TANTO SE VINGAR QUE AGIU COMO O DRACO, FOI TÃO BAIXO QUANDO ELE FOI UM DIA. – Gritou levantando do sofá, olhando Harry com raiva.

— PORQUE SE IMPORTA TANTO? COMO ASSIM FOI? PORQUE ELE NÃO É MAIS? – Deu uma leve risada. – PELO QUE EU ME LEMBRO, NENHUM DE NOS ESTÁVAMOS NOS IMPORTANDO COM ELE. EU ESTAVA COM RAIVA DELE POR TUDO QUE ELE FEZ. VOCÊ MESMA TINHA ÓDIO DELE POR ELE TER TE HUMILHADO, POR ELE TER TE USADO. NÃO ME VENHA ME DAR LIÇÃO DE MORAL AGORA, HERMIONE.

— INDEPENDENTE DO QUE EU SENTIA POR ELE, ISSO NÃO JUSTIFICA NÃO FAZER O QUE É JUSTO...

— E NÃO FOI JUSTO ELE TER SIDO CONDENADO A PRISÃO PERPETUA POR TODOS OS CRIMES QUE ELE COMETEU? NÃO FOI JUSTO ELE PAGAR POR SEMPRE TER SIDO TÃO ARROGANTE E DESPREZÍVEL?... O QUE FOI QUE ACONTECEU NAQUELE QUARTO HOJE, HEIN? POR ACASO FOI MATAR AS SAUDADES?... NÃO VAI ME SURPREENDER SE VIER NOS CONTAR QUE ESTA GRAVIDA NOVAMENTE... – Harry se arrependeu amargamente do que disse, mas não deu tempo de dizer nada, apenas sentiu o rosto arder com o tapa que levou com toda a raiva que ela sentia.

— FICOU MALUCO, HARRY? – Rony se manifestou – COMO PODE DIZER UMA COISA DESSAS? – Disse tirando Hermione de perto dele. Ela estava chorando de raiva.

— Me perdoa, Hermione – disse com a voz tremula e os olhos marejados. – Me perdoa, eu não devia ter dito isso...

— NÃO DEVIA MESMO, HARRY... – Hermione disse soluçando. Mesmo possuída de raiva, ela percebeu que ele estava sendo sincero.

— O que mudou? Me explica, porque até outro dia você nos chamou toda desesperada com a possibilidade de Pansy ir contar ao Malfoy sobre a Mia. Queria até que o Rony mentisse, dizendo que a Mia era filha dele... ME DIZ, O QUE MUDOU?

— ELE SE ARREPENDEU, ELE ME PEDIU PERDÃO. – suspirou tentando se acalmar – Ele me pediu perdão por tudo que me causou...

— E você acreditou? Malfoy sempre foi um mentiroso... Ele quer te usar de novo, Hermione... – Harry também conteve a voz.

Hermione negou com a cabeça.

— AS PESSOAS SE ARREPENDEM... A VIDA TODA VOCÊ ODIOU O SNAPE. ERA O PRIMEIRO A ACUSA-LO DE QUALQUER ENVOLVIMENTO QUE TIVESSE COM AS TREVAS. ACHAVA QUE ELE ERA UM COVARDE, QUE ENGANOU DUMBLEDORE, MAS NO ENTANTO, DEU O NOME DELE AO SEU FILHO, QUANDO DESCOBRIU QUE ELE AMAVA A SUA MÃE E QUE ELE NÃO ERA QUEM VOCÊ ACREDITAVA SER... – Aquelas palavras pegaram Harry de surpresa, ele não sabia o que dizer. Hermione suspirou. – Porque não quer aceitar, que pode estar errado, mais uma vez?

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Malfoy sempre foi um mimado, sempre teve tudo o que quis, nunca lutou por nada, nunca soube o que é perder algo ou alguém...

— ELE SABE, SIM, O QUE É PERDER. ELE PERDEU TREZE ANOS DA VIDA DELE EM AZKABAN. ASSIM COMO VOCÊ, ELE TEVE A MÃE ASSASSINADA – Harry e Rony ficaram pálidos – VOLDEMORT A MATOU NA FRENTE DELE, COMO PUNIÇÃO POR ELE NÃO TER CUMPRIDO A MISSÃO. ELE SABE SIM, O QUE É PERDER ALGUÉM IMPORTANTE.

— Como soube disso, Hermione? – Rony se manifestou se sentindo aflito. Estava se sentindo mais mal do que já se sentia no hospital. Ele e Harry haviam falhado, haviam cometido um erro grave.

— Blasio me contou que Draco tinha um diário, e nele, ele tinha escrito sobre a mãe... – Hermione passou a mão no cabelo, estava se sentindo exausta.

Harry sentou no sofá e abaixou a cabeça entre as mãos.

— Eu não fazia ideia disso... – Murmurou envergonhado.

— É claro que não fazia – respondeu Hermione virando as costas e indo para quarto. Ali, sozinha no quarto escuro, ela chorou. Desabou liberando toda a tristeza, a frustração e a angustia que sentia. Por mais que Draco tivesse cometido os erros que cometeu, ele não era como Harry e Rony e aquilo era o que mais machucava. Sabia que ele poderia lhe decepcionar em algum momento como fez, mas foi cruel se decepcionar com as pessoas que andavam ao seu lado.

Na sala Harry e Rony se encontravam atordoados, principalmente Harry. Ele tinha falhado, mais uma vez, Hermione estava certa. Ele tinha sido como alguém que tanto julgava ser ruim. Ele foi como o Malfoy, tinha sido um dia. Ele se aproveitou por ser o Harry Potter. Manipulou, se aproveitou de uma situação para se vingar. Passou por cima do que era certo e justo. Foi totalmente ao contrario as coisas que lhe foi ensinado. Harry sentiu medo, ao perceber que tinha se tornado a pessoa que mais tinha medo de ser um dia.

 

Lembrou-se do que a amiga tinha dito sobre ser justo. Lembrou sobre o que disse a Hermione e lembrou-se do que a mesma tinha lhe tido sobre o Snape. Ali, percebeu que tinha deixado de ser o Harry que todos tinham orgulho. O Harry que conheciam não era aquele que estava sentado no sofá. Não era aquele ofendeu a melhor amiga, a pessoa quem mais o apoio em sua vida. Não era aquele que tinha condenado alguém injustamente por puro ódio. O Harry que as pessoas tinham orgulho, não faria alguém passar o resto da vida atrás das grades, sem averiguar os dois lados da moeda, pois ele tinha experiências os suficientes para saber que nem tudo é o que parecer ser. 


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Notas finais do capítulo

E ai, terminaram o capitulo com folego? kkkk
O que acharam??? Estava super ansiosa para libera-lo para vocês, então não me deixem na curiosidade kkk comentem aqui em baixo, hein?
Beijão