Amor nos Tempos da HYDRA escrita por DrixySB


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Skye e Ward partilham um momento de intimidade...



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— Droga, Simmons! Atende o telefone! – Daisy disse em voz alta, como se Jemma pudesse lhe escutar onde quer que estivesse. Era a quinta vez que ela tentava.

— Pelo que você me contou, é bem óbvio que a sua amiga está agora com aquele sádico assassino. Deve ter passado a noite com ele. Sério, como ela consegue olhar na cara daquele canalha?

Daisy olhou de esguelha para o homem ao seu lado. O lençol cobria seu corpo apenas até a cintura, de modo que o torso estava nu. Ela conteve a si mesma de contemplar sua forma física, atentando apenas para a ironia involuntária contida em suas palavras, o que não passou despercebido por Ward. Ele franziu o cenho.

— O que foi? Por que me olha dessa maneira?

— Nada! – Daisy desconversou – Apenas... Jemma é mais inteligente do que isso. Bem mais. Ela não se deixaria levar dessa maneira...

Havia uma nota clara de ambiguidade em suas palavras.

— Olha – ele a cortou – Simmons não deixou claro, mas deu a entender em uma das conversas repletas de frieza e indiretas que teve comigo que... Bem, eu era o Doctor do outro lado – disse, por fim, sem fazer mais rodeios.

Daisy mordeu os lábios, pensando se fazia sentido dar prosseguimento àquele colóquio inconveniente.

— Mais ou menos – ela comentou, por fim, sem coragem de encará-lo.

Ward nada disse, apenas suspirou pesadamente antes de saltar da cama e começar a se vestir. Daisy puxou mais para cima o edredom que cobria sua nudez, sentindo-se vulnerável de repente. A consciência pareceu atropelá-la de súbito. Ela havia passado a noite no apartamento de Ward. Convencida de que precisavam de um tempo a sós após ele mencionar qualquer coisa sobre a aglomeração e o ambiente claustrofóbico da base militar subterrânea da SHIELD. Enquanto pobres civis, perseguidos pela HYDRA, amontoavam-se nos poucos alojamentos existentes na base, ela e Ward foram buscar um pouco de conforto em um espaço mais íntimo e nos braços um do outro.

— Sabe – ele recomeçou a falar – Eu não conheço a Daisy tão bem quanto conheço a Skye, mas o arrependimento está bem claro no seu rosto.

De modo abrupto, Daisy tornou a olhar em sua direção.

— Ward... – ela tentou, mas foi interrompida de imediato.

— Tudo bem. Eu compreendo... Quer dizer, estou tentando compreender. Mas eu não sou aquele cara.

Daisy nada disse. Apenas assentiu com a cabeça. Depois de tudo o que o Ward do mundo real havia feito a ela e a seus amigos, não conseguia entender os motivos que a levaram a dormir com seu doppelgänger do Framework naquela noite. Mas era como se um magnetismo os atraísse. Como se algo contra o qual ela não pudesse lutar a impelisse para os braços dele. No fundo, ela sabia que aquilo soava como uma péssima desculpa, mas era fato incontestável que uma avalanche de sentimentos contraditórios digladiaram dentro de si antes de ela ceder ao desejo. Afinal, aquele Ward, que lutava do lado bem, parte da resistência da SHIELD, empenhado em destruir a HYDRA, era uma mentira. Uma ilusão criada, sem motivos aparentes, por uma androide que adquirira vontade própria e governava aquele mundo fictício. Uma ilusão inserida em um mundo que, como dissera Jemma, não passava de um amontoado de códigos... Era bizarro de se assimilar e até mesmo perturbador pensar que, apesar de ter ciência disso, ela mandou tudo às favas em ordem se se entregar ao prazer físico com ele.

Ela sentia que precisava sair dali o mais rápido possível. Antes que acabasse envolvida e atraída demais por aquele universo. Já era difícil e doloroso o suficiente ver Trip vivo no Framework, sabendo que, no mundo real, ele estava irrevogavelmente morto. Desenvolver sentimentos por esse Ward que era o oposto do assassino frio e cruel que ela conhecera em sua realidade, não se tratava, nem de longe, de uma opção.

— Pelo menos você não é hipócrita como sua amiga – tornou Ward, agora completamente vestido, terminando de abotoar a camisa. A voz dele a libertou de suas divagações.

— Jemma não é hipócrita.

— Eu não vou discutir com você por causa dela. Mas Simmons precisa, sim, rever seus conceitos. Ela me odeia. Mas está se arriscando por um psicopata.

— Esse não é o Fitz de verdade.

— Mas aqui, nesse lugar, não importa o quão ilegítimo ele seja para vocês... Essa é a única vida que conhecemos. Temos lembranças, sonhos, aspirações, desejos – seus olhos traziam um brilho tão intenso que era difícil para Daisy assumir que ele não se tratava de uma pessoa real – e nossas ações são deliberadas.

— Algo aconteceu para ele ficar assim... – a inumana fez mais uma tentativa para que Ward analisasse a situação por outro viés – Algo foi mudado em sua vida. Esse mundo foi criado desprovido de nossos maiores arrependimentos no mundo real.

— E qual seria o seu?

Daisy não soube o que responder. Ela tinha certeza de que, independente do que Aida tivesse planejado para ela, estava relacionado a Ward.

— Eu não sei – disse, desviando novamente o olhar – a única coisa que sei é que você não pode cobrar que Jemma entenda o seu ponto de vista se não consegue compreender o dela.

Ward respirou fundo, levando uma mão ao rosto, a ponta de seu dedo indicador massageando o vão entre as sobrancelhas.

— Admita que é bem difícil analisar a situação sob essa ótica de vocês. O que você faria se alguém, um dia, lhe dissesse que tudo o que você viveu, todas as suas lembranças... São falsas? Um mundo virtual criado a partir de complexos códigos e simulações...?

— Eu diria que é loucura – ela respondeu com honestidade e desviou o assunto – o fato é que pode ser pior do que apenas ela ter passado a noite com ele. Pode ter sido mesmo uma armadilha... Estou preocupada que a HYDRA a tenha capturado...

— Acho que se isso tivesse acontecido, o Doctor teria atendido o telefone para falar com você – ele sentou-se ao seu lado na cama, recostando-se na cabeceira, sem direcionar o olhar para ela – lembre-se que estão à sua procura e de May. Especialmente de você pelo que fez à Madame Hydra.

Daisy mordeu os lábios, ponderando.

— Talvez você esteja certo – sussurrou em resposta.

— Então, relaxe. Sua amiga deve estar bem. Se ela houvesse sido capturada, eles já teriam dando um jeito de você saber. Somente para que fosse até lá, tentar resgatá-la. Assim, matariam dois coelhos com uma cajadada.

Intimamente, a inumana agradeceu por Ward lhe reconfortar, apesar das rusgas que tinha com Simmons. No entanto, relutou em verbalizar sua gratidão. Balançou a cabeça negativamente, reprovando a si mesma. Recusava-se a expressar o quão grata estava, mas não hesitou em verbalizar seus desejos para ele poucas horas atrás – e que foram prontamente atendidos – quando estavam imersos no prazer decorrente do contato íntimo entre seus corpos.

Não passou despercebido por Ward que ela estava travando um diálogo consigo mesma em sua cabeça. Ele se perguntava o que estava perturbando seus pensamentos, querendo ardentemente decifrá-la...

Daisy deu um longo suspiro, tornando o rosto em sua direção.

— Obrigada. Por tentar me reconfortar – disse, enfim.

Ele deu um sorriso enviesado, finalmente olhando em seus olhos.

— Por nada... Daisy.

A inumana não conseguiu evitar sorrir em resposta, sentindo seu coração se agitar ao ouvi-lo dizer seu nome verdadeiro. Estava mais difícil do que ela imaginava impedir-se de desenvolver algum sentimento por ele.


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Notas finais do capítulo

No próximo, voltamos com FitzSimmons.

Se alguém estiver lendo essa fanfic por aqui, é provável que eu deixe de postá-la nesse site. Em respeito a quem, porventura, estiver acompanhando, eu vou deixar o link do Spirit no meu perfil para que possam continuar lendo esta fanfic por lá, ok? ;)

Bjos!



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