Amor nos Tempos da HYDRA escrita por DrixySB


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

O tempo urge e o time precisa atravessar a fronteira final do universo simulado e retornar à realidade.



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— Coulson, levante-se! – gritou Daisy.

Em total desespero, Jemma voltou-se para May.

— O Coulson vai morrer!

— Não sob a minha supervisão. Fique aqui – o tom da agente soou controlado, mas o temor em perder Coulson crescia dentro de si.

Fitz olhou na direção de Jemma, encontrando a desolação em seu olhar enquanto ela o fitava. Compreendeu imediatamente o porquê daquela expressão amarga e melancólica. Aproximou-se.

— Jemma – disse, colocando as mãos em seus ombros e olhando profundamente dentro de seus olhos – eu te juro que não tenho nada a ver com isso. Eu não os atraí para uma emboscada. Acredite em mim!

A bioquímica engoliu em seco, desviando o olhar. Fitz cerrou os olhos, maldizendo a si mesmo. Como ela poderia acreditar que ele não tinha participação nisso depois de tudo?

— Eu vou pular com você – afirmou, tornando a captar a atenção de Jemma – vamos sair disso juntos.

Ela nada disse. Apenas meneou a cabeça, concordando.

Furiosa, May engatilhou sua arma e não hesitou em disparar contra os inimigos. De modo a lhe dar cobertura, até que ela chegasse ao professor de história caído no chão, Mack também trocou tiros com os soldados remanescentes da Hydra, surpreendendo-se consigo mesmo após fazê-lo. Ele não tinha intimidade com armas. Não era de seu feitio portá-las, manuseá-las e dispará-las... O assombro diante de sua própria atitude era visível em seu semblante.

— Isso é estranhamente familiar... – falou Coulson com dificuldade quando May ajoelhou-se ao seu lado – A sensação de morte se aproximando.

— Você não vai morrer, Coulson. Vamos tirá-lo daqui, aguente firme!

— Não! É muito tarde para isso. Leve-me até a ponta. É o único jeito.

Ainda que contrariada, ela cumpriu seu desejo, esforçando-se para carregá-lo até a ponta do piso superior.

— Skye! – ela gritou do outro lado. A inumana não precisou que mais nenhuma palavra fosse dita, apenas utilizou seus poderes de modo a abrir a passagem novamente.

— Venha comigo – pediu Coulson, sem pensar duas vezes.

— Como sabe que funcionará?

— Não sei. Acho que vai ser como um ato de fé – ele a encarou de modo penetrante por um breve momento.

— Não é tão simples para mim.

— Sim, é – tornou ele, sorrindo e pondo-se de pé – só siga meus passos! – disse antes de se jogar de costas e atravessar a saída.

Toda a estrutura digital pareceu oscilar, sofrendo um abalo sísmico, revelando sua real natureza. Tratava-se apenas de um amontoado de códigos, parte de um programa de computador.

O coração de Mack deu um ligeiro salto. O impossível tornara-se possível naquela tarde. Fitz observou tudo mover-se ao seu redor, boquiaberto. A ciência que sempre se tratou de sua companheira inestimável desde seus mais tenros anos, o desafiando. May encarou por um longo instante a passagem na qual Coulson mergulhou, sentindo algo que não conseguiu precisar se agitar dentro de seu peito. Então, deu um passo a frente e saltou. Era o fim daquela realidade para ela.

— Isso é inacreditável. Você estava certa. Nada disso é real – concluiu Mack, ainda atordoado frente aquele evento.

Daisy assentiu em sua direção.

— FitzSimmons! É a sua vez – gritou.

Um módico sorriso curvou um dos cantos dos lábios do Doctor ao ouvir a inumana gritar por seus nomes.

— Gostei dos nossos nomes juntos – disse, tornando o rosto na direção da bioquímica – é assim que deve ser. Sempre juntos – completou em um sussurro afável.

Jemma não evitou sorrir em resposta, dando um longo suspiro antes de falar.

— Mas quando chegarmos do outro lado, estaremos separados.

— E então, estaremos juntos novamente. Eu prometo que vou atrás de você.

— E eu de você – ela fez uma pausa antes de prosseguir – Fitz, quando chegar do outro lado...

— Eu sei – ele a cortou, sacudindo a cabeça freneticamente – eu vou me culpar por tudo isso... É inevitável.

Ela levantou a mão a fim de tocar-lhe o rosto em um legítimo sinal de amparo.

— Eu vou estar lá para te ajudar a superar mais essa – garantiu ao mesmo tempo em que lágrimas sorrateiras deslizavam por sua face.

Ambos caminharam rumo à saída daquele universo simulado com passos firmes e seguros e, então, pularam simultaneamente.

— Agora é a sua vez.

A voz de Daisy penetrou os ouvidos de Mack como se tratasse de um ruído distante. Após assimilar suas palavras, sacudiu a cabeça negativamente, recusando-se a deixar aquele mundo. Daisy o fitou com descrença no olhar.

— Você mesmo disse... Esse mundo não é real. E, no mundo real, você está em perigo agora mesmo!

— E a Hope? Ela está em perigo?

— Não – Daisy engoliu em seco, sentindo-se aflita de repente – as coisas são diferentes lá.

— Diferentes? – ele ainda estava alarmado e, agora, confuso – como assim?

Daisy puxou fôlego por entre os dentes, tomando coragem para lhe revelar a verdade.

— A Hope... Não está viva em nosso mundo. Eu sinto muito. Eu não sei o que aconteceu... Não é algo que você costuma falar.

O peso daquelas palavras inesperadas golpeou violentamente seu peito.

— Não... Não, isso... Não faz sentido – disse, tropeçando nas palavras, não acreditando no que estava ouvindo – Ela está viva aqui. Por que não estaria lá?

— Aida fez mudanças neste mundo para nos impedir de reagir. Então, ela consertou seu maior arrependimento.

Mack assentiu.

— Então, eu vou ficar – disse, após um breve instante de reflexão – Eu não quero viver em um mundo sem a Hope.

— Mas isso não é real! – vociferou Daisy – você viu com seus próprios olhos. É um programa de computador. Tudo isso... Até a Hope.

— Ela ri das minhas piadas. Assistimos a filmes juntos. E quando ela está triste... Eu a abraço. Não. Ela é real para mim – tornou ele, a voz falhando enquanto proferia aquele discurso carregado da mais pura e genuína emoção.

Daisy sentiu as lágrimas turvarem seus olhos.

— Eu entendo. E sei como isso é difícil, mas você tem pessoas... Que realmente se importam com você. Que te amam muito! – tentou, não fazendo o mínimo esforço em esconder seu pranto.

— Diga a eles que sinto muito.

— Mack, por favor! Eu não quero perder você – suplicou, sem sucesso.

— Boa sorte – disse ele, esboçando um sorriso melancólico.

A inumana assentiu, dando as costas a ele e permanecendo de braços cruzados por um longo momento enquanto ponderava a decisão do amigo e o que deveria fazer a seguir. Deixá-lo não era uma opção.

Após um longo suspiro, virou-se novamente para ele, o fitando de maneira penetrante. Os olhos de Daisy pareceram lhe pedir desculpas mil vezes. Mack permanecia impassível e com um semblante inescrutável. Ela sacudiu a cabeça, em uma veemente negativa.

— Sinto muito, Mack – disse, sem que ela conseguisse compreender aonde ela queria chegar – mas isso não se trata de uma escolha para você.

Antes mesmo que ele tivesse tempo para processar aquela sentença e reagir, Daisy espalmou as mãos para frente e, usando suas ondas de vibração contra Mack, arremessou o amigo para o portal que o levaria de volta à realidade.

Sem Hope...

Daisy só esperava que o amigo fosse capaz de perdoá-la por ter decidido por ele. Mas como ela própria havia enfatizado, aquilo nunca se tratou de uma escolha. Nem para ele e nem para os demais. Não havia sentido em permanecer em um mundo falso que, certamente, seria destruído assim que a Madame Hidra concretizasse o seu objetivo que, segundo a conclusão a qual Jemma chegou, tratava-se de construir um corpo cem por cento humano para si no mundo real. Logo, o Framework não seria mais útil. E Daisy não podia correr o risco de perder Mack para sempre.

Ela permitiu que as lágrimas deslizassem livremente por seu rosto naquele momento. Pensou em Trip, Hunter, Bobbi, Ward... Todos ainda eram parte de seu time naquele universo simulado. Todos vivos e unidos em uma mesma luta, por um mesmo objetivo. Estavam, agora mesmo, em uma guerra contra a Hydra. A guerra que daria um fim a todas as guerras. Esperava que eles estivessem vencendo. O que era possível, afinal dispunham de todo o armamento sofisticado e altamente tecnológico desenvolvido pelo Doctor.

Doctor... Ela cerrou os olhos, desejando que Fitz fosse capaz de se perdoar do outro lado.

Daisy pensou na última vez em que os viu. Em que viu aqueles que hoje não faziam mais parte da SHIELD no mundo real. Fosse porque estavam mortos como Trip. Foragidos como Bobbi e Hunter. Assassinado por traição como Ward.

Ela engasgou com o próprio pranto ao pensar em Ward. Como queria que, no mundo real, ele fosse como o Ward do Framework. Um agente leal, de caráter nobre e incorruptível.

Pensou no momento antes de cruzar a saída da base, deixando seus amigos para trás. Na última vez em que lançou um olhar na direção deles, fazendo o possível para conter as lágrimas. Pensou em como Ward, sem hesitar, lhe gritou “espere”, cobrindo a pouca distância que havia entre eles e a tomou em seus braços para um último beijo sob os protestos silenciosos e o revirar de olhos de Jemma. E como ela queria que aquele beijo pudesse perdurar pela eternidade. O mais passional e sôfrego beijo que havia experimentado em toda sua vida.

Lembrou-se de Trip dizendo entre risadas: “Vamos, pessoal! Até parece que é a última vez que vocês se veem. Daisy vai voltar a salvo da missão e Ward retornará vivo dessa guerra. Não ajam como se tudo acabasse hoje”.

E lembrou-se também de como se sentiu culpada ao ouvir as palavras de seu amigo e amaldiçoou a si mesma por não ter coragem de lhe revelar a verdade.

E, no mesmo momento em que Bobbi, Hunter, Trip e Ward, aproveitando-se de suas vantajosas condições, disparavam contra os soldados da Hydra, aniquilando tropas que lutavam às cegas, com armas sabotadas, sentindo o doce sabor da vitória contra a subversiva organização; Daisy se jogou do pavimento superior em direção à saída do Framework no solo.


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