Amor nos Tempos da HYDRA escrita por DrixySB


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Seguindo as coordenadas que Radcliffe passou para Daisy, o time chega à saída do Framework. Contudo, não será, assim, tão fácil atravessá-la.



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Havia algo de muito errado.

Enquanto Daisy esteve presa na base da Hydra, em uma cela ao lado da de Radcliffe, o cientista lunático acabou por lhe revelar que havia, de fato, uma saída do Framework, por mais que, previamente, houvesse dito o contrário para Jemma e Coulson quando eles o encontraram naquela realidade. Segundo ele, tratava-se apenas de uma questão de atravessar o ponto de saída, desse modo a mente se desconectaria do Framework.

No entanto, ele havia garantido à Daisy que a saída fora programada para estar em um parque. Não em uma siderúrgica abandonada e assustadora como aquela em que se encontravam.

As conversas aos sussurros entre Daisy e Jemma somado àquele cenário quase fantasmagórico eram os responsáveis pela confusão crescente estampada na face de Mack. Ele permanecia sem entender aonde aquela missão iria levá-los. Daisy garantira que era uma missão de reconhecimento de um local que costumava servir de base de operações clandestinas para a Hydra.

Mas não conseguia se livrar da sensação de que aquilo não passava de uma desculpa esfarrapada e que havia muito mais por trás daquela suposta missão que os demais membros do time não tiveram a coragem de lhe contar e esclarecer.

— Isso não faz sentido...

Mack ouviu Daisy dizer.

— Como todo o resto – tornou Jemma com uma pitada de ironia contida em seu tom de voz.

— Não, o que eu quero dizer é que... Ou a Madame Hidra fez modificações por aqui ou trata-se de uma emboscada.

— Aqui! – gritou May, um tanto distante.

Jemma e Daisy correram na direção da ex-Hydra e Mack as seguiu, ainda sentindo-se perdido e desorientado.

— Não pode ser! – exclamou a inumana ao se aproximar e avistar uma cavidade circular coberta de aço derretido no pavimento térreo da siderúrgica.

May a encarou com um semblante inexpressivo antes de tornar a se pronunciar.

— As coordenadas apontam para lá.

— Em uma piscina de aço derretido? – indagou Coulson, desconfiado – o Radcliffe deu a informação errada?

— Radcliffe era um prisioneiro da Hydra, assim como eu. Não havia motivo para mentir.

— Talvez alguém a tenha achado e a levado.

— A saída dos fundos faz parte da estrutura digital daqui, May. Não pode ser movida – rebateu Daisy, já impaciente.

— Mas pode ser escondida – argumentou Jemma – e se foi como você disse ainda há pouco? Talvez a Madame Hidra a tenha descoberto e feito isso como forma de prevenir as pessoas de saírem.

Fitz baixou o olhar diante da súbita menção à sua ex-noiva. Não havia dúvidas de que ela seria capaz de fazer o que Jemma e Daisy supunham.

— Esperem aí! – Mack alteou o tom de voz, sobressaltando a todos e fazendo Fitz despertar de suas divagações – o que é essa saída de que estão falando? Achei que tínhamos vindo aqui acabar com uma base de operações reserva da Hydra.

May revirou os olhos, rindo sem humor.

— Deixe-me adivinhar: não lhe contaram sobre o outro mundo?

— O outro mundo? O quê? – ele soou aturdido.

— O que isso significa para nós? – perguntou Coulson, cortando abruptamente aquela vã tentativa de diálogo.

— Que não há saída – respondeu Jemma, derrotada – significa que Aida ganhou.

— Na verdade, isto quer dizer que, ou vocês estão delirando desde o princípio como eu já apontei – retificou May, erguendo uma sobrancelha na direção da inumana e da bioquímica – ou temos um traidor entre nós – completou, virando a cabeça a fim de encarar o Doctor.

— Hey, eu não tenho nada a ver com isso – defendeu-se.

— Até ontem, você era uma das cabeças da Hydra.

— Assim como você.

— Acontece que você tinha muito mais a perder.

— Mas eu sequer sabia disso. Nunca soube da existência desse lugar...

— Você concorda que Madame Hidra teria capacidade de fazer isso, certo? Que ela poderia ter arquitetado uma armadilha. Afinal, você a conhece melhor do que ninguém.

Jemma bufou, sentindo-se ligeiramente incomodada com o comentário.

— Sim, ela faria. Mas ela está inválida, em uma cama, sem conseguir se mover.

— Outros na Hydra poderiam ter feito o trabalho por ela - rebateu May.

— Isso não interessa agora – Coulsou interveio – é inútil perdermos tempo sugerindo hipóteses de como isso ocorreu. Precisamos pensar em uma solução o mais rápido possível.

Mack andava de um lado para o outro, atormentado. Fitz, por sua vez, limitou-se a ficar quieto após aquela discussão com May, as mãos enfiadas no bolso do casaco, sem se atrever a abrir a boca. Não havia nada que pudesse dizer, afinal. Por mais que tentasse compreender, com muito boa vontade, aquela ideia de estrutura digital ainda soava por demais complexa, mesmo para ele, considerado um gênio precoce. Trocou um olhar significativo com Jemma e acreditou ter visto um lampejo de confiança abalada em seu semblante. Talvez ela também estivesse desconfiada dele; de que havia sabotado a saída daquele mundo como sugeriu May.

— Você acredita mesmo que existe uma saída mágica que nos levará para outro mundo? – May sequer evitou disfarçar seu tom de deboche.

— Não é mágica, May. É ciência! – tornou Jemma, já irritada.

— Então prove!

— Precisamos confiar no Radcliffe. Ele disse que ao atravessarmos...

— Acordaríamos do outro lado – com total descrença, a ex-Hydra interrompeu Daisy – Acredita mesmo nisso? – indagou, agora dirigindo-se a Coulson.

O professor de história deu um longo suspiro antes de responder.

— Admito que não parece bom quando se fala assim.

— Vocês mentiram para mim. Esse tempo todo! – enfim Mack se pronunciou, após permanecer tanto tempo em silêncio.

— Mack...

— Não tente se explicar. Você é uma tremenda mentirosa! – explodiu ele, levantando um dedo em riste na direção da inumana – Minha filha confiou em você, mas para quê? Para me trazer até aqui em uma caçada sem sentido?

— Daisy só quer ajudar! – Jemma saiu em defesa da amiga.

— Como? – ele gritou – ao me afastar da minha filha? O que há de errado com vocês duas?

— Pessoal, não quero atrapalhar a discussão, mas talvez devamos pensar em um “plano B”. O que acham? – tentou Coulson, a fim de desanuviar o clima tempestuoso que se instalara entre os membros do time.

Melinda May fez menção de jogar as mãos para o céu. Jemma notou que sua veia sarcástica era mais proeminente deste lado do que do outro.

— Enfim voltou a pensar direito. Temos que sair daqui.

— Sim, mas para isso, devemos achar outro caminho até a saída. Acredito que a Daisy esteja certa – tornou Coulson com seriedade, contrariando as expectativas de May que, por um segundo, acreditou que ele havia recobrado a racionalidade e estava tentando convencê-los a abandonar a siderúrgica.

— Acorda! Não existe saída – gritou Mack, nervoso – e ela não é Moisés que te levará até à Terra Prometida.

A inumana pesou aquelas palavras por um momento e foi quando teve um insight.

— É isso aí! E se eu tremer esse negócio?

— Como o Mar Vermelho! – exclamou Jemma, compreendendo aonde a outra queria chegar.

Mack olhou de uma para a outra, pasmo.

— Vocês não vão usar a bíblia contra mim.

Tudo aconteceu muito rápido naquele momento. May avistou soldados da Hydra armados penetrando cuidadosamente o local em que eles se encontravam naquela siderúrgica e gritou para que seus companheiros se protegessem. Cada um foi para um lado, desviando dos disparos, esgueirando-se pelo chão e pelas paredes.

— Como esses caras nos acharam? – indagou Mack, abaixando-se ao lado de Daisy, de modo a protegerem-se.

— Ou é uma armadilha. Ou a saída é aqui mesmo – disse ela, ofegante – Só tem um jeito de descobrir – segura de aquele era o momento em que deveria agir, levantou-se abruptamente e correu em direção à beirada do pavimento superior em que se encontrava, primeiro usando seus poderes contra os soldados da Hydra em movimentos ágeis e precisos, depois utilizando suas poderosas ondas de vibração contra o aço derretido que, ao que tudo indicava, estava apenas camuflando a saída do Framework.

— Funcionou! – gritou a inumana ao perceber que suas habilidades afastaram o aço derretido para as bordas daquela cavidade circular no chão, um andar abaixo de onde estavam, tornando a saída visível, assim como o Mar Vermelho.

Embasbacados, os membros do time admiraram o feito de Daisy, contemplando a saída por trás das pilastras e paredes em que haviam se escondido para se protegerem dos tiros.

— Isso não pode ser real – disse Mack, encarando com perplexidade aquela fenda no chão, admitindo pela primeira vez para si mesmo que se tratava, definitivamente, do lugar onde aquele mundo acabava. A fronteira final...

Os olhos de Coulson faiscaram e sua boca se entreabriu por um momento.

— É real! – exclamou, atônito.

Ainda cética, May o encarou tentando alertá-lo diante da estranheza da situação.

— Pode ser uma armadilha – disse, com firmeza.

— O tempo para dúvidas se esgotou.

Deixando as desconfianças e suspeitas para trás, com May, Coulson caminhou, resoluto, até a saída daquele mundo de fantasia assombrosa, daquele pesadelo gráfico e palpável.

— Vamos voltar ao nosso mundo!

— Coulson, espere! – May tentou, em vão, impedi-lo, alarmada com sua repentina decisão. Não houve tempo para dissuadi-lo. Caminhava para os braços da morte, ou de uma nova vida. Estava vulnerável, era o alvo perfeito para os soldados que ali se encontravam.

De súbito, um disparo. A bala acertou Coulson em cheio. Os demais tornaram a se abaixar, escondendo-se atrás de estruturas sólidas para escapar dos tiros. Ele caiu de joelhos a princípio, antes mesmo de conseguir assimilar que havia sido atingido. O peso de seu corpo parecendo insustentável de repente.


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