Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 5
Capitulo IV - Papai


Notas iniciais do capítulo

Estou de ferias, então a historia será atualizada com mais frequência ;)



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Capitulo IV
     Papai

 

   Quando Anne nasceu, ela era tão pequena e frágil que eu tinha medo de deixá-la cair. Tinha os olhos tão negros quantos os cabelos e tão branquinha e corada. Ela não chorava, seus olhos curiosos percorriam tudo, quieta e séria, como se compreendesse cada detalhe.

  Foi Alec quem cuidou dela nos primeiros dias. Eu tinha perdido muito sangue e estava bem debilitada. Aro tinha levado um médico que conhecia o segredo para cuidar do parto e de mim, e a suspeita fora de uma hemorragia interna, rapidamente curada pela minha metade vampira.  Mas, quando vi Anne pela primeira vez eu soube que tudo aquilo tinha valido a pena. Eu amava aquela criatura, mais do que eu podia pensar ser capaz de amar.

  Eu nunca tinha visto Alec daquele jeito: cabelo bagunçado, roupas amassadas e um sorriso grandioso nos lábios. Quem o visse daquele jeito, afirmaria fácil que ele era apenas um humano qualquer e que estava passando por uma fase muito boa de sua vida.

  Anne o amava, e era recíproco.

  Certa vez, estava sentada ao chão com Anne entre minhas pernas. Ela ainda não falava, mas estava próxima. Nesse dia, fazia uma semana que Alec tinha partido em missão Volturi, e era perceptível a falta que ele fazia a Anne.  Ele chegaria naquele mesmo dia, já tinha me ligado avisando. E quando ele entrou pela porta, Anne levantou-se do chão e correu para os braços dele, que a pegou facilmente.

   — Ei, você cresceu — Alec falou sorrindo para Anne.

  Ela abriu um largo sorriso e abraçou ele mais forte. E, foi quando ela disse as primeiras palavras dela. Não foi o que eu esperava, mas foi uma das coisas mais lindas que eu já tinha visto.

 Anne disse:

Papai.

***

   Bella encarou-me com incredulidade antes de sair do Chalé batendo porta. Edward saiu logo em seguida, não sem antes beijar minha testa e falar que estava do meu lado. Eu desabei logo em seguida.

  Eu não conseguia acreditar que minha própria mãe tinha escolhido ficar do lado dele ao invés de mim, sua própria filha. O choro que estava entalado na minha garganta desde o inicio da discussão finalmente saiu. Alec estava do meu lado no mesmo momento, apertando-me contra seu peito. Anne segurava minha mão, afagando-a.

  — Bella não sabe o que faz — foi Esme quem falou, ajoelhando-se na minha frente, segurando meus joelhos. — Ela só está nervosa com tudo isso, Nessie. Passaram-se cinco anos desde que você fugiu, ela ficou muito abalada.

 — Ela não tinha o direito de fazer aquilo — Anne falou — Ela pode ser sua mãe, mas não é sua dona. Alguém explicou isso a ela?

 Tio Emmett riu.

Esme sorriu para Anne, virando-se para olhar minha filha.

— Então, quer dizer que você é minha bisneta? — ela perguntou, sorrindo — Carlisle, acho que estamos ficando velhos.

  Todos riram menos Alec. Eu sabia que deveria ser estranho para ele estar entre os Cullen, apesar de tudo.

— É, aparentemente. — Anne levantou-se do sofá. Ela ficou frente a frente com minha avó — Mamãe sempre disse que você faz umas panquecas ótimas. — sugestivamente, Anne falou.

Esme riu.

— Bom, fico lisonjeada. — ela respondeu — quer que eu prepare umas para você ter sua própria conclusão.

Os olhos de Anne brilharam.

— Sim! — exclamou — Mas vou logo avisando, as panquecas da tia Sulpicia são divinas, então serei bem critica.

Anne levou Esme para a cozinha, junto com Carlisle, Jasper e Emmett que as seguiram. Meu avô provavelmente bastante curioso sobre ela, e Jasper e Emmett para conhecê-la melhor.

— Tia Rose, Alice? — chamei, saindo dos braços de Ales, mas ele ainda continuava com a mão nas minhas costas. — E vocês?

— Nós estamos do seu lado, Ness. Você não deveria nem perguntar isso — foi Rosalie quem respondeu, Alice confirmou com a cabeça — Agora, umas perguntinhas.

Eu já até imaginava quais eram essas perguntinhas.

— Como vocês acabaram... Nisso? — tia Alice perguntou, indicando Alec com a mão nas minhas costas. Ele fez um barulho estranho com a garganta, e eu suspirei.

— Bem, depois que a Anne nasceu.

Minhas tias assentiram para a fala de Alec, aparentemente compreendendo o que ele queria dizer. Tia Rose fez a próxima pergunta.

— Vocês estão juntos, tipo namorando?

Eu respondi essa.

— Bem, não teve pedido nem nada, mas sim.

  Pude ver que Alec olhava para mim com as sobrancelhas arqueadas, mas fingi não ver.  Elas continuaram com perguntas do gênero, até que Anne entrou na sala com um prato de panquecas na mão, a boca cheia e os olhos arregalados.

— Tia Sulpicia me perdoe, mas as panquecas de Esme são a melhores!

 Todos nós rimos, e dessa vez, Alec riu também.

***

   Aro tinha mandado ornamentar todo o pátio do Castelo para o “banquete”. Alguns humanos circulavam pelo lugar, com taças de sangue para os convidados. Eu sabia que no final do banquete, aqueles humanos seriam o prato principal. Mas tentei não me apegar a esse pensamento. 

   Muitos vampiros já tinham chegado a Volterra, os clãs que não compareceram logo foram descartados para a possível aliança. Marcus, Aro e Caius estavam em seus tronos, colocados ali especialmente para a ocasião. Ao lado, mais em baixo, os tronos de Athenodora e Sulpicia, onde as duas Esposas já se encontravam.

  Quando Alec, Anne e eu entramos, Sulpicia levantou-se de seu trono e veio nos recepcionar. Aquela mulher era tão elegante, tão linda que eu me sentia tonta de olhar para ela. Seu longo cabelo dourado estava trançado lateralmente e caia por seu ombro. O vestido vermelho, que arrastava no chão, contrastando com sua pele alva.

 — Você está tão linda — falou para mim, e depois se virou para Anne — e você, minha criança. Tão poderosa.

— Obrigada, tia Sulpicia. A senhora está muito bonita também. Na verdade, bonita é apelido para a senhora.

Sulpicia riu, pegando a mão de Anne.

— Venha, querida. Vamos dar uma volta, sim? — disse — E, Alec. Aro quer que você vá até ele.

— Sim, senhora — Alec respondeu. Ele tocou minha mão levemente, e depois me deu um beijo na testa e depois nos lábios — Não suma, eu volto logo.

Assenti.

  Caminhei pelo pátio, parando algumas vezes para conversar com alguém da guarda. Foi quando avistei a mesa destinada a minha família. Caminhei até eles, com um pouco de receio por Bella estar presente, mas essa preocupação logo passou quando a mesma sorriu e me abraçou. Eu senti tanto medo de nunca mais ter o apoio dela.

  — Desculpe querida. — ela falou sua voz abafada pelo meu cabelo — Eu estava de cabeça quente, e foi uma surpresa enorme... Eu reagi mal, desculpe minha filha.

— Não precisava ter se alterado daquela forma. — falei — Desculpe também por dizer que não queria mais a senhora na minha vida. Estava nervosa...

— Tudo bem, Renesmee — ela segurou meu rosto entre as mãos — É só... Jacob é meu melhor amigo, é difícil imaginar que o amor dele estar com outro...

— Se eu fosse o amor dele, ele não teria me traído. — a cortei, não querendo voltar aquele assunto novamente.

— Eu sei, desculpe — pediu novamente — Diga ao seu... Namorado? Que peço desculpas pelo o que eu disse. E a sua filha também.

— Anne. O nome dela é Anne. — falei sorrindo, vendo ela e Sulpicia caminharem — Ela é muito especial, você vai gostar dela. Todos gostaram.

— Sim, ela disse que ganhava de mim fácil. — Emmett falou, entrando na conversa — Ela é tão ingênua...

— Ela já ganhou de Félix, então acho que ela não é tão ingênua assim. — Alec chegou, pegando uma parte da conversa. Sua mão automaticamente foi para minhas costas — Ela foi treinada pelo melhor.

— E quem seria esse melhor? Você?

Emmett gostava de uma provocação...

 

— Claro. Quem mais?

Eu ri, beijando a bochecha dele.

— Nem é convencido.

  Aparentemente, minha família estava fazendo de tudo para aceitar Alec, mesmo eu sabendo de tudo o que os dois clãs já tinham passado. E, eu amava eles por isso, por fazerem isso por mim, por Anne.

E, por falar nela, Anne chegou à mesa onde estávamos, falou com todos e depois se virou para Alec e eu.

— Aro está chamando, ele vai começar a falar.

Alec, Anne e eu seguimos para perto dos mestres, onde as Esposas estavam. Anne foi para mais perto de Sulpicia, Alec e eu ficamos ao lado de Jane.

— Estou com uma sensação ruim — Jane falo para o irmão — acho que vai acontecer algo.

— Nada vai acontecer, irmã.

Aro levantou-se.

— Como já é de conhecimento geral, os Volturi estão sendo ameaçados. — ele começou — Clãs rebeldes estão cada vez mais perto de expor nosso segredo aos humanos, e isso seria terrível. A tecnologia humana já é capaz de criar armas capazes de nos matar. É isso que vocês querem?

“A Escoria da Itália vem desde muitos anos atrás, quando humanos e vampiros viviam em guerra. Eu vivi aquela época, sei o quão duro ela é. E, há também aqueles que querem fazer dos humanos nossos escravos de sangue. Beber da fonte sem receios e pudor. Isso também seria catastrófico. Se bebêssemos descontroladamente, todos os humanos morreriam. E consequentemente nós também. É isso que vocês querem?”

Um coro de “não” preencheu o pátio. Pude ver o brilho da vitória nos olhos de Aro.  

— Vocês lutarão com os Volturi contra essa ameaça? — ele perguntou, dessa vez mais alto e confiante. Todos os presentes gritaram sim, apesar de eu ter visto a hesitação da minha família — bem, então que comessem as comemorações.

As portas foram abertas, mas não foram humanos que entraram ali. Um vampiro desconhecido caminhava até o centro do pátio. Atrás dele, mais dois vampiros. Ele tinha um sorriso diabólico nos lábios.

— Que lindo. — ele começou — Vocês realmente acham que podem ganhar da gente. — ele riu. Um riso vibrante e forte — temos uma arma que nem mesmo vocês podem lutar contra.

— Peguem eles! — Caius gritou de seu trono para os guardas Volturi.

Eles atacaram os inimigos, mas no instante que chegaram perto, o estranho sorriu para os mestres uma ultima vez, e desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Para quem quiser saber como eu imagino a Anne, a atriz que"interpreta" ela é a Emeraude Toubia.
Bls. ;)



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