Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 20
Capitulo Dezenove - Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo :')



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Capitulo Dezenove
Pesadelos

 

Edward

  O grito que preencheu o céu noturno era de pura dor. Edward lutava com uma mulher negra, incrivelmente habilidosa quando o escutou e seu instinto gritou para que desse ouvido ao grito. Ele pegou a mulher pelo braço, em um momento de distração dela, e girou, arrancando-o em seguida. Emmett, que passava correndo por Edward e a mulher naquele instante terminou o serviço pelo irmão e Edward pode correr em direção ao grito.

   Encontrou a fonte do grito deitada sobre algo que Edward não pode ver, mas ele sabia reconhecer Anne. A neta estava debruçada sobre o que parecia ser um corpo, e ele ficou paralisado.

— Anne?  — cauteloso, Edward aproximou-se da neta. Anne ergueu o rosto tomado por lágrimas e... Culpa? Dor? A menina Volturi não fez menção de que iria soltar o corpo que agarrava tão firmemente contra o peito. — Querida?

— Eu o matei — ela soluçou e soluçou tanto que aquilo partia o coração morto de Edward. Ele agachou-se perto da neta. Anne continuava murmurando eu o matei, ficando cada vez mais desesperada a cada frase — Meu pai... Eu o matei. Eu o matei.

 Então Edward viu; A flecha cravada no coração do vampiro, os olhos, que antes eram vermelhos, cinza e sem vida. Alec Volturi estava morto. Edward tomou a neta em seus braços, e deixou que ela chorasse em seu peito. Ele podia ouvir os sons da guerra atrás de si, mas não ligou. Aquela em seu peito era sua neta, um pedaço de si próprio, assim como Renesmee era.

 — Meu pai... — ela sussurrou, e Edward sentiu que poderia morrer ali. Anne daquele estado não era nem perto de como Renesmee ficaria.

Renesmee.

Onde estava Renesmee?

Com toda a confusão da invasão, ele não tinha se dado conta que sua filha não estivera presente em nenhum momento, e que ninguém tinha voltado a busca por Alec, que agora jazia morto ao pé da árvore.

Ele levantou-se rapidamente, colocando Anne em pé a sua frente. Secou as lágrimas da menina e olhou fixamente em seus olhos. Tão parecidos com os de Jacob, ele pensou. Mas tão diferente ao mesmo tempo.

— Temos que encontrar sua mãe — ele falou, que pareceu acordar de um transe. A menina assentiu, e se afastou. Caminhou até onde o corpo de Alec estava.

  Ela pegou uma das mãos do vampiro nas suas e fechou-lhe seus olhos. Deu um beijo casto nas costas das mãos e sussurrou algo que Edward não entendera.  Ela escondeu o corpo entre as arvores, e depois sussurrou para Edward que não iria queimar o corpo do pai enquanto a mãe não se despedisse dele.

  Correram para o castelo, desviando algumas vezes de vampiros que lutavam entre si. Era visível que a luta estava pesada para os dois lados, mas os Volturi tinham a vantagem dos escudos e de saberem, de fato, lutarem. Caleb era o único que parecia saber o que estava fazendo.

  Edward notou a estratégia de Caleb no momento em que o segundo grupo chegou; já que ele tinha os números, dois ou três vampiros Meliorns atacavam um Volturi. Uma boa estratégia, Edward notou, mas um pouco falha já que tanto os Volturi como os Auster tinham vampiros talentosos.

E poderosos.

 Edward avistou Caleb lutando contra Keir mais afastados da multidão. Ele queria correr e ajudar Keir, mas o vampiro parecia ter contas bem antigas a tratar com o Meliorn, por isso seguiu seu caminho até onde Bella estava.  Um olhar entre os dois foi o suficiente para a Cullen virar e correr na direção oposta a que vinha. Juntos, os três ultrapassaram a porte que os separava do Castelo Meliorn.

  Não havia guardas lá dentro, Edward suspeitava que todos os vampiros de Caleb estavam lutando lá fora — e morrendo. Ele não parou para pensar no assunto. Edward tentou ouvir a mente da filha, e seguindo o fio de consciência que sentia ele adentrou ao castelo. Correram por um corredor escuro, até que encontraram um lance de escada, que levava a outro e outro. Edward desceu na frente, guiando o grupo pela escadaria a baixo.

  No fim das escadas, Edward percebeu que estavam nos calabouços do Castelo. Celas e mais celas estendiam-se pelo escuro corredor. Edward já podia sentir o cheiro de Renesmee.

  O primeiro que encontraram fora Demetri, que estava amarrado com algo prateado. Edward hesitou. Aquilo poderia muito bem está enfeitiçado. Mas Anne fora muito menos cuidadosa. Atirou uma de suas flechas na tranca da cela, que se quebrou e abriu a porta da cela. Ela tirou uma faca do cós da calça e cortou o fio de prata que prendia Demetri.

  — O que aconteceu? — Anne perguntou ao vampiro, que parecia ter sido acordado de um transe.

— Fomos cercados — ele começou — Aquela mulher, Aradia, levou Renesmee para que Caleb a visse, depois lançou algo contra o resto de nós e eu acordei aqui.

  Anne deixou que Demetri tomasse um pouco de seu sangue, e o vampiro pareceu instantaneamente melhor.  Com a ajuda do rastreador, foi muito mais fácil encontrar o restante do grupo de busca. Keira e Hale continuaram conosco, enquanto os outros foram ajudar o clã.

  Keira tinha uma habilidade peculiar, ela conseguia fazer você enxergar o que ela quisesse. Um pouco parecido com o dom de Zafrina, mas Keira era mais letal – ela podia sentir seu pior pesadelo e fazê-lo atacar você. Já Hale podia fazer você entrar em uma espécie de transe, e isso o deixava vulnerável.  O que ele pedisse enquanto usava seu dom, a pessoa faria sem hesitar um segundo se quer.

  Anne seguia com seu arco em mão, mesmo que parecesse improvável que tivesse algum vampiro ali. A cela de Renesmee era a ultima, e Edward não hesitou em derrubá-la. Bella ultrapassou o marido e entrou no quarto escuro e o que viu perturbou a vampira.

  Renesmee tinha diversos cortes desde seu rosto até onde suas roupas estavam expostas, e isso era pouco antes do joelho. O rosto tinha um corte aberto desde abaixo da sobrancelha até onde o queixo terminava. E, a menina estava desacordada, mas Edward podia ouvir o coração dela batendo.

 Anne soluçava, enquanto Bella tentava soltar Renesmee das correntes que a seguravam contra a parede de pedra. Ela parecia tão pálida e fraca. Edward queria matar quem quer que tenha feito aquilo a sua garotinha. Mas, pelo olhar repleto de dor de Anne, ele sabia que a pessoa já estava morta.

 — Mamãe — Anna soluçou, agachando-se junto ao corpo da mãe, limpando o sangue que começava a secar do rosto de Renesmee. Edward não sentia seu corpo. — A mamãe, eu sinto tanto.

  Anne começou a chorar violentamente, Bella a olhou sem entender. Mas Edward sabia bem o que Anne lamentava. Alec fizera aquilo com Renesmee, não propositalmente, era óbvio que estava sobre influencia de Aradia, e Anne se vira obrigada a matá-lo. Não queria imaginar o que se passava na cabeça da menina.

 Era um pesadelo que Edward não conseguia acordar. E, ele torcia para que no final, não acabasse pior ainda.


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Notas finais do capítulo

:')