Obscuro escrita por Helena Lourenço


Capítulo 17
Capitulo Dezesseis - Pandemônio


Notas iniciais do capítulo

Gente, o capitulo não está lá essas coisas e nem muito grande, pois minha vida está uma correria. Mas estou me esforçando.
Amo vocês.
Aproveitem :)



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Capitulo Dezesseis
Pandemônio

 

  Minha mente não parava de pensar um minuto sequer. Pensamentos aleatórios, pensamentos suicidas e pensamentos estratégicos. Eu não conseguia controlá-los, não queria controlá-los. De certa forma, era como eu conseguia não pensar em Alec, no sacrifício que ele fez e não me sentir um lixo por não ter previsto.

   Eu já não tinha mais lagrimas, acreditava que as tinha secado nessas ultimas duas semanas. Acreditava também ter perdido a capacidade de falar, comer... Eu não queria. Não conseguia. A comida tinha um gosto amargo. O sangue parecia metálico demais e minha voz... Não fazia sentido.

  Meus pais viviam me rondando, tentando fazer-me comer algo apenas para manter-me viva. Viva. Como posso viver se ele não vive mais? Era injusto pensar que eu estava viva e ele provavelmente não. Era injusto de tantas formas que eu gritar ao mundo que aquilo não era certo. Queria gritar para Alec. Queria apenas gritar. Gritar e gritar até que eu perdesse de vez minha voz e meu corpo sucumbisse finalmente.

  Eu não me sentia mais viva.

 Não queria estar mais viva. Eu não conseguia.

  Eu só comi um pedaço de pão por insistência de Anne, que parecia tão abatida quando eu. Talvez menos. Talvez... Não sei. Eu não sabia de mais nada, não queria saber e não me importava.

 Acreditava que eu era apenas mais um corpo existindo, não mais vivo.

— Você emagreceu — Alec comentou, entrando em meu quarto, no exato momento que eu me olhava no espelho. Minha barriga estava enorme e eu nem sequer conseguia curvar meu corpo para frente. Olhei-o de cara feia, mas o mesmo me olhou com aquele ar de inocência.

— Estou enorme — resmunguei — Não consigo sequer me abaixar. Sinto que vou explodir a qualquer momento.

— Não seja dramática, Renesmee. — ele parou atrás de mim no espelho. — Daqui uns dias você vai estar magrinha de novo.

— E com uma criança nos braços.

— E com uma criança nos braços.

— Renesmee? — ouvi alguém me chamar, mas não me movi. Com a cabeça entre as pernas, pude sentir quando a pessoa sentou-se ao meu lado na cama a afagou meus cabelos. — Querida, você tem que comer...  — minha mãe se interrompeu, suspirou pesadamente e prosseguiu: — Renesmee, já faz duas semanas...

Duas longas e ínfimas semanas, onde eu não fazia nada mais do que encarar a parede branca do meu quarto. Ou agarrar-me a foto de minha família, onde Alec ainda estava comigo e Anne era apenas uma menininha. E chorar. E chorar.

 Meu coração tinha morrido ha duas semanas. Alec tinha ido embora, talvez até esteja morto, e levado meu coração consigo.  Eu tinha uma eternidade pela frente, mas eu não conseguia pensar nisso com nada mais do que... Tristeza.

 Para que uma eternidade se não tenho Alec comigo?

— Renesmee. Escute-me. Precisamos de você. Anne precisa de você, principalmente agora. Ela está sofrendo também, Renesmee. Não a abandone.

Anne.

  Minha Anne, minha menininha. Eu precisava vê-la, sim. Anne. Tragam-me Anne. Onde ela está? Ergui-me rapidamente e sai do quarto, arrependo-me no mesmo instante. Eu estava fraca de mais para manter-me em pé. Bella segurou-me antes que eu caísse ao chão, mas eu continuava fazendo força para seguir em frente.

  Minha mãe, claramente confusa, apenas apoiava-me e deixava que eu guiasse-a para onde quer que eu fosse. O castelo estava silencioso, mas minha necessidade de encontrar minha filha era tão grande que não me importei. Encontrei-a na biblioteca, junto com Alice e Jasper.

— Mamãe? — olhei para minha filha, a única coisa que me importava naquele momento. Ela estava mais magra, assim com tinha cortado os cabelos na altura dos ombros. Tomei-a em meus braços, apertando-a contra mim, mais forte, mais intensamente. Minha menininha... — Mamãe — choramingou, me apertando também.

— Nós vamos ficar bem — falei, e minha voz saiu tremula e insegura. A verdade é que eu não tinha certeza se acreditava em minhas próprias palavras. — Nós vamos ficar bem.

 Eu já estava bem melhor no inicio da terceira semana. Conseguia colocar alguns grãos de comida no estomago e já voltara a beber sangue. Mas ainda era notável que eu estava em estado vegetativo desde a partida de Alec. Alec. Minha boca ficou seca, e senti vontade de chorar novamente ao pensar nele. Em seu sacrifício.

 Caminhei sozinha pelos corredores do Castelo. Estava escuro e escuridão passou a ser minha melhor amiga nas ultimas semanas. Avistei Demetri no fim do corredor e ele sorriu minimamente para mim quando me viu.

 Encarei-o por um tempo. Demetri também não parecia o mesmo vampiro incrivelmente irritante e divertido que conheci; na verdade, nenhuns dos vampiros da Alta Guarda pareciam os mesmo desde a partida de... Engoli em seco.

  Demetri tocou meu braço e sorriu novamente e eu forcei um sorriso em meu rosto.

— Como está hoje, Renesmee? Anne me disse que você voltou a comer...

  Demetri era um bom amigo. Fazia-me em rir em momentos triste e eu o via como um irmão. Por esse motivo, não consegui mentir para ele.

— Péssima. — ele suspirou — Sinto como se cada pedaço do meu corpo estivesse destruído.

Ele comprimiu os lábios e uniu as sobrancelhas.

— Nem imagino a dor que você está sentido. Jane parece está levando isso bem, mas eu sei que não está. Deveria ver como ela fica quando estamos sozinhos. Dói-me aqui — ele tocou o local onde seu coração deveria bater — Vê-la daquela forma.

  Suspirei. Até então, eu não tinha pensado em Jane, em como ela reagira a tudo aquilo.  Permiti-me um momento de silencio entre nós, antes de tocar-lhe a mão uma última vez antes de voltar pelo corredor. O quarto de Jane não era muito longe de onde eu estava, então foi fácil encontrar loira.

  Ela estava parada perto da enorme janela que se abria em seu quarto. Os cabelos loiros soltos caiam em cascatas loiras pelas suas costas e ela estava séria.

— Jane.

Ela engoliu, mas não virou-se para me olhar. Segui até ela, e sentei-me na beirada.

— Ele nos deixou. — ela disse, mas pra ela do que para mim. Senti meu coração doer com a visão dela, tão forte e poderosa, agora abatida e triste. Fraca. — Alec. Meu irmão. Ele nos deixou.

— Ele queria nos manter a salvo — minha garganta fechou-se até ponto de dor com minhas próprias palavras. — Alec ama você, Jane.

Amava. Muito provavelmente agora. — ela me encarou, seus olhos negros brilhavam a luz da lua. Quando tempo fazia que Jane não se alimentava? — Caleb não pouparia a vida de Alec.

  Uma lagrima solitária desceu por meu rosto e Jane, percebendo-a, secou-a com a ponta do dedo. Então ela me puxou para seus braços, e ficamos ali, juntas, por toda a noite.

Jacob apareceu no Castelo àquela manhã. 

— Vim ver como estava. — disse ele — Sei que me odeia, mas...

— Eu não te odeio — respondi — Só não sou capaz de amá-lo novamente. — estávamos sozinhos na biblioteca, e pelo menos ele teve consideração de não tentar se aproximar muito.

Ele engoliu.

— Você parece doente.

— É como se estivesse. — senti minha cabeça doer — Parte de mim se foi. — Ergui meu olhar para além da janela, por entre as arvores da floresta atrás do Palazzo. Anne estava lá, lendo algum livro que não consegui reconhecer, pelo menos minha filha parecia estar mais saudável. — Olá, Keir.

Saudei o vampiro, quando o mesmo acabara de entrar na biblioteca. Keir torceu o nariz para Jacob e aproximou-se de mim.

— Lamento interromper — ele obviamente não lamentava — Mas Aro a chama na sala dos Tronos. Ele tem noticias.

Uni as sobrancelhas.

— Noticias?

— Há uma probabilidade de Alec ainda estar vivo. 


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Notas finais do capítulo